SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 8 de março de 2020

HOMILIA DOMINICAL - 2º DOMINGO DA QUARESMA

Leituras: Primeira Epístola de São Paulo Apóstolo aos Tessalonicenses 4, 1-7.
                Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 17, 1-9: 

Pintor: Rafaello Sanzio (1483-1520). Vaticano - Pinacoteca.
Na parte superior o pintor representa a Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em baixo: vemos no sopé do Monte Tabor, um menino possesso que os seus pais
apresentam aos 9 Apóstolos (S. Pedro, S. João e S. Tiago estavam no alto do Tabor
presenciando a Transfiguração). Mas os Apóstolos não conseguiram expulsar o
demônio do menino. Após a Transfiguração, Jesus desceu do monte e, a pedido do
pai do menino, expulsou o demônio. Os Apóstolos que não conseguiram expulsar
o demônio, perguntaram a Jesus, por que não conseguiram? Jesus disse: Há uma
espécie de demônio que só se expulsa com jejum e oração. 
   "Naquele tempo, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os de parte a um monte muito alto. E transfigurou-se diante deles. Seu rosto resplandeceu como o sol. e suas vestes tornaram-se brancas como a neve. E eis que apareceram Moisés e Elias, falando com Ele. Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: "Senhor, é bom estarmos aqui; se quiserdes, faremos aqui três tendas, uma para Vós, outra para Moisés e outra para Elias". Ainda falava ele, quando uma nuvem brilhante os envolveu, e da nuvem soou uma voz que dizia: "Este é o meu Filho muito amado em quem pus toda a minha complacência: ouvi-O". Ouvindo isto, os discípulos caíram com a face em terra e ficaram muito atemorizados. Aproximou-se, porém, Jesus, e, tocando-os, disse-lhes: Levantai-vos e não temais. E erguendo eles os olhos, não viram ninguém a não ser Jesus só. E enquanto descia com eles do monte, ordenou-lhes Jesus dizendo: A ninguém digais o que vistes, até que o Filho do homem ressuscite dos mortos".

   Caríssimos a amados fiéis em Nosso Senhor Jesus Cristo!

   A primeira observação que fazemos é que Jesus Cristo escolheu para presenciar sua Transfiguração os mesmos três apóstolos privilegiados que presenciariam Sua agonia no Getsêmani: São Pedro, que seria o primeiro Papa, São Tiago que seria o primeiro apóstolo a morrer mártir, São João que era, pela sua virgindade, o discípulo que Jesus mais amava. 


Monte Tabor
São Pedro e São João guardaram sempre uma recordação tão indelével, quanto deliciosa, da Transfiguração de Jesus. O mistério se realizou, segundo a autoridade de São Cirilo e de São Jerônimo, na montanha do Tabor, onde Santa Helena edificou, mais tarde, um belo templo.
   Deixando por um instante, a forma de servo, Jesus se mostra o que realmente é no esplendor da sua glória, o Filho de Deus vivo. Segundo Santo Tomás, a Transfiguração foi menos um milagre que a cessação momentânea de um milagre. Com efeito, o mistério da Encarnação supunha dois milagres concomitantes - um , pelo qual o Filho de Deus se encerrava no corpo de um homem; outro, pelo qual a divindade, que naturalmente devia jorrar através da humanidade, se escondia sob os véus de uma carne mortal. 

   Jesus tem a seus lados os dois corifeus do Antigo Testamento e diante de si os Apóstolos do Novo. Moisés é a Lei, Elias os Profetas, os Apóstolos os Evangelhos. 

   A Transfiguração se realizou , ao que parece, durante a noite, e é de notar que os Apóstolos tenham sucumbido ao sono, enquanto Jesus orava, tanto no Tabor, como no Getsêmani. 

  Jesus pediu segredo sobre a Transfiguração certamente porque tal divulgamento teria aumentado o perigoso fanatismo dos que contavam erradamente com o reino temporal do Messias. 

   Caríssimos irmãos, talvez a pergunta mais provável sobre o evangelho deste segundo domingo da Quaresma seria: qual a razão de a Igreja colocar para nossa meditação um mistério de alegria em plena Quaresma? 

 
Igreja construída por Santa Helena, no alto do Tabor
onde se deu a Transfiguração.
  É que Jesus falava com Moisés e Elias sobre sua próxima saída da cidade de Jerusalém, o que significa sua morte no monte Calvário que ficava fora dos muros. Embora, pois, não pareça a primeira vista, na verdade, os mistérios da Transfiguração e da Paixão têm entre si íntima relação. É no meio dos resplendores da sua Transfiguração que Jesus Cristo fala da sua morte, com dois de seus ministros do Antigo Testamento, e na presença de três do Novo. Que havia de comum entre o Tabor e o Calvário? No primeiro destes mistérios tudo é glória e delícias para Jesus Cristo; no segundo tudo é opróbrio e sofrimento. No Tabor o seu rosto é refulgente como o sol, suas vestiduras se fazem brancas como a neve; no Calvário está despido, desfigurado, ensanguentado. Lá o Pai Eterno reconhece-O por seu Filho amado; aqui o Filho queixa-se de ser desamparado e desconhecido de seu Pai. 
   Hoje seus Apóstolos não podem separar-se dele; no dia da sua morte, todos o abandonarão! Todavia estes dois mistérios têm entre si íntima relação e lançam luz um sobre o outro para a sua compreensão. Um mostra-nos a coroa que nos é destinada; o outro ensina-nos por que preço a alcançaremos. A sua união faz-nos conhecer que neste mundo a doçura e a amargura, a glória e a ignomínia não podem estar separadas muito tempo. Modera a nossa alegria na prosperidade, consola-nos na adversidade, a anima-nos com a esperança. Tem principalmente uma admirável força para abrasar nossos corações no amor divino. Sem a Transfiguração comover-nos-ia menos a Paixão. Depois de contemplar as grandezas do Filho de Deus, apreciamos melhor a caridade que o fez descer por nós ao último grau de humilhação.
    Se não tivesse o cuidado de revelar-nos suas grandezas, pensaríamos nós no sacrifício que fez delas por amor de nós, não durante algumas horas somente, ou alguns dias, mas durante toda a vida? Como vimos acima, Sua Transfiguração foi a interrupção momentânea de um milagre de amor, sem o qual não teria podido humilhar-se, nem padecer, nem morrer por nós. No jardim das Oliveiras suspendeu o efeito da visão beatífica, para que sua alma fosse oprimida de tristeza; durante toda a vida, suspendeu o efeito da união hipostática, para que sua santa humanidade estivesse sujeita às humilhações, aos sofrimentos e à morte. 

  Mas, caríssimos e amados irmãos, quantos cristãos e até sacerdotes, procuram separar estes dois mistérios. Querem ficar só no Tabor; e fogem do Calvário! São todos os partidários de uma devoção cômoda. Querem estar com Jesus Cristo, contanto que seja nas honras e delícias. Como é possível que não vejam que uma piedade sem incômodo, sem sacrifício, sem penitência, está em contradição com a piedade própria do espírito de Jesus Cristo? Que ensinou Ele? Como viveu? Sua doutrina resume-se em três coisas: negar-se a si mesmo; tomar a sua cruz e segui-Lo. Uma só palavra resume todos os seus exemplos: padecer. Entremos finalmente com valor e constância neste caminho de cruz, onde nos precederam os homens apostólicos e todos os santos. 

  Caríssimos, no meio das vossas tribulações lembrai-vos do Céu. Estremecei de alegria, pensando nessa glória incomparável que vos está reservada na Pátria do repouso eterno!. Tende paciência! Como diz São Paulo: não há comparação entre as tribulações que sofremos agora no tempo, com o peso imenso de glória que nos está reservado no Céu! Pensai assim muitas vezes nas íntimas relações que há entre a Transfiguração e a Paixão, entre o Tabor e o Calvário, entre a Cruz e o Céu. Amém!

     
      

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