SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 31 de março de 2019

QUARTO DOMINGO DA QUARESMA



S. João VI, 1-15
A Multiplicação dos Pães é Imagem da Multiplicação do Pão Eucarístico

Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Estando próximos à Festa da Páscoa, a Santa Madre Igreja vem nos preparando para a confissão e comunhão santas. No domingo p. p. nos deu ensejo para falarmos sobre a confissão e, especificamente, chamando-nos à atenção contra o perigo do demônio mudo; neste domingo (4º da quaresma), oferece-nos ocasião para meditarmos sobre a Comunhão. Pois, na verdade o prodígio da multiplicação dos pães contado no evangelho de hoje, é figura de um outro prodígio muito mais brilhante e de uma ordem mais elevada, isto é, a multiplicação do pão eucarístico que deve servir de alimento das nossas almas. Não é pois sem razão que antes de contar o milagre que nos ocupa, o evangelista faz notar que a Páscoa dos Judeus estava próxima; não é,  outrossim, sem motivo que a Santa Igreja coloca a leitura deste evangelho (S. Jo VI, 1-15) nas proximidades  do tempo pascal. É fácil, com efeito, perceber à luz do fato da multiplicação dos pães e das circunstâncias que a acompanham, o grande fato da instituição da Santíssima Eucaristia. Com a multiplicação dos pães Jesus Cristo já nos quis dar não só uma imagem mas também um como ante-gosto da Pão Eucarístico.

Do alto de sua misericórdia, de sua sabedoria, de suas perfeições, no meio das quais estava assentado como sobre uma montanha, Nosso Senhor Jesus Cristo avista uma grande multidão, isto é,  toda humanidade, fatigada, faminta e não encontrando no deserto da vida nada que pudesse saciar sua fome. Jesus tem dela compaixão, e, após tirar da boca dos homens, dos doutores, dos mestres da ciência representados pelos apóstolos, a confissão formal de sua incapacidade para nutrir estas almas, para as saciar, para lhes dar a luz, a força de que necessitam, Ele ordena  esta multidão que se assente, como para um grande festim; e a multidão assenta-se embora nada veja diante de si que seja capaz de satisfazer sua fome. Dócil e confiante, esta multidão se assenta por grupos ( segundo o texto dum outro evangelista), isto é, por grandes famílias espirituais, por cristandades, por igrejas, por paróquias, e ela aguarda, calma e segura de que o poder divino multiplicará para ela e lhe distribuirá este alimento sagrado do Corpo de Jesus Cristo. E há uma profecia de que o Sacrifício nunca faltará e assim também nunca deixará de existir no vale de lágrimas, no deserto da vida, este Pão sagrado que é o próprio Jesus como Deus e como Homem. E os ministros do Salvador, os bispos e os padres, executam sem hesitar  as ordens do Mestre, tomam o Pão sagrado e distribuem-No. Fazem mais. Estabelecidos para fazer as vezes de Jesus Cristo entre os povos, eles benzem o pão, eles dão graças a Deus, à exemplo do Salvador, e eles mesmos, em virtude de seu sacerdócio, deste sacerdócio que é uma derivação do de Jesus Cristo, eles fazem o milagre, eles multiplicam sem medida este alimento divino e dão-No aos fiéis.

Caríssimos, seríamos muito ingratos e cegos se recusássemos este Pão sagrado, este festim esplêndido que a divina munificência nos oferece! Não vemos um sequer daqueles que seguiam a Jesus no deserto, recusar sua parte do pão miraculosamente multiplicado e abundantemente distribuído à multidão. Seríamos mais descuidados em se tratando do alimento de nossa alma? Quantos que se dizem católicos e muito mal se contentam com a comunhão pascal, e, o que é mais triste, muitos nem esta fazem.

Reconhecemos pela fé, a superioridade incomparável do pão eucarístico sobre aquele pão material multiplicado e distribuído no deserto. Mas é esta mesma superioridade que assusta muitos e os afastam da mesa eucarística, porque não querem destruir os pecados mortais que levam à comunhões sacrílegas; e, lembrados das palavras inspiradas da Sagrada Escritura: "... todo aquele que comer este pão... indignamente, come para si a condenação" (Cf. 1 Cor. XI, 27-31) preferem se abster do Pão divino a se abster dos pecados e das ocasiões próximas dos mesmos. Hoje infelizmente tem acontecido algo pior: entendendo a Eucaristia como simples símbolo, isto é, não tendo fé na presença real de Jesus Eucarístico, tomam a comunhão sem deixar o pecado e, às vezes, pecados gravíssimos e públicos, como o ódio e o adultério. E assim dão um terrível escândalo, inclusive aos pequeninos que se preparam para o primeira Comunhão.

Caríssimos, devemos observar que Jesus Cristo não esperou, para nutrir a multidão faminta, que ela Lhe pedisse o alimento de que tinha premente necessidade. Jesus foi o primeiro a perceber esta necessidade, como também o primeiro em procurar os meios de a satisfazer. E, em se tratando de nossas necessidades corporais, somos tão prontos em as sentir, e tão prontos em procurar satisfazê-las. O mesmo não acontece atinente às nossas necessidades espirituais: ordinariamente são-nos menos presentes e menos manifestas. É mister que Deus mesmo, na sua bondade paternal, no-las faça perceber e nos avise de sua necessidade. Isto Jesus faz mostrando a necessidade de comermos a Sua Carne e bebermos o Seu Sangue para podermos  ser ressuscitados no último dia para a Vida eterna. E não só Nosso Senhor nos adverte quanto à necessidade de recebermos o Pão Eucarístico, que afinal, é Ele mesmo como Homem e como Deus: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. O Salvador faz da Comunhão uma obrigação, pois, sem a qual não poderíamos ter a Vida Eterna. E o que a Igreja liga na terra, Jesus liga no Céu: daí o mandamento da Igreja quanto à Comunhão Pascal.

É evidente que nunca nos tornaremos dignos de receber Jesus; nem os Anjos seriam dignos! Mas, o que o divino Salvador exige é que nos purifiquemos de todo pecado mortal e, seria louvável, que também não tivéssemos nenhum pecado venial na alma. Quanto aos pecados veniais, no entanto,  caso não seja possível confessá-los, não impedem a pessoa de comungar, mas é necessário que façamos a comunhão com esta intenção de recebermos forças da própria Comunhão para eliminarmos de nossa vida também os pecados veniais. E com a comunhão frequente é forçoso que isto aconteça.

Terminemos com uma oração de Santo Agostinho: "Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, sobre a cruz, com os braços abertos, bebestes o cálice de inenarráveis dores para a redenção de todos os homens, dignai-Vos hoje vir em meu auxílio. Eis-me aqui: pobre, venho a Vós que sois rico; miserável, apresento-me a Vós que sois misericordioso. Ah! fazei que não me afaste de Vós vazio e desiludido. Faminto, venho a Vós, não permitais que volte em jejum; esfomeado, aproximo-me, que eu não me retire sem ter sido por Vós saciado; e se antes de comer suspiro, concedei-me que depois dos suspiros eu possa ser alimentado". Amém!


HOMILIA DOMINICAL - 4º DOMINGO DA QUARESMA

Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 4, 22-31.
                Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João 6, 1-15: 

 
 "Naquele tempo, passou Jesus à outra margem do mar da Galileia, que é o de Tiberíades, seguindo-O grande multidão, porque via as maravilhas que ele fazia aos que estavam enfermos. Subiu, então, Jesus ao lado de seus discípulos. Ora, estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo Jesus os olhos e vendo que uma grande multidão vinha a Ele, disse a Felipe: Onde compraremos pães para dar de comer a toda essa gente? Dizia isso, porém, para o experimentar, porque Ele bem sabia o que havia de fazer. Respondeu-Lhe Felipe: Duzentos dinheiros de pão não bastariam para que cada um deles recebesse uma pequena porção. Disse a Jesus um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: está aqui um moço que tem cinco pães e dois peixes, mas que é isto para tanta gente? Disse-lhe Jesus: fazei assentar os homens. Havia no lugar muita relva. Assentaram-se, pois, os homens, em número de quase cinco mil. Tomou, então, Jesus os pães, e havendo dado graças, distribuiu-os aos que estavam sentados; e igualmente distribuiu os peixes, quanto eles quiseram. Quando já estavam fartos, disse Ele a seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que se não percam. Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que comeram. Vendo, então, aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: Este é verdadeiramente o Profeta que deve vir ao mundo. Mas Jesus sabendo que o viriam buscar à força, para O fazerem rei, fugiu de novo sozinho para um monte".

   Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

   O quarto domingo da Quaresma é chamado o domingo "Laetare", porque a Santa Missa de hoje inicia-se com esta palavra que significa "Alegra-te". A Santa Igreja, como o faz no Advento (3º domingo), interrompe também na Quaresma a sua penitência. Demonstra alegria, pelo toque do órgão, pelo enfeite dos altares e pelo róseo dos paramentos. (Este róseo é para indicar que este domingo é chamado também "dia das rosas"; nele os cristãos se presenteavam mutuamente com rosas). Aliás, toda a Missa de hoje respira alegria e júbilo. E por que assim? Porque antigamente faziam os catecúmenos, neste dia, um juramento solene e eram recebidos no seio da Igreja, representada pela igreja da "Santa Cruz de Jerusalém" em Roma, onde o Papa celebrava a Missa. 
   Mãe dedicada e amorosa, alegra-se a Santa Igreja, ao receber os que serão lavados nas águas batismais (Introito, Epístola). E não menos se alegram os próprios catecúmenos (Gradual, Ofertório e Communio). A maravilhosa multiplicação dos pães, que se repete na santa Missa, nos garante a todos nós, a glória futura. Louvemos e agradecemos a bondade de Deus (Ofertório). 
   Este o significado da Liturgia deste 4º Domingo da Quaresma. Vejamos, agora, brevemente, a explicação do Santo Evangelho de hoje:

Mosaico (sec. V) que se encontra na igreja da Multiplicação
dos Pães e dos Peixes em Tabgha, lugar tradicional
do milagre. 
   Este milagre é a figura do milagre eucarístico. São João observa que "Estava próxima a Páscoa". Assim, em sua ternura maternal, a Santa Igreja oferece hoje este Evangelho à nossa meditação, para nos preparar para a comunhão pascal. Convinha pôr diante dos olhos dos discípulos uma imagem da Páscoa cristã, em que o Cordeiro de Deus imolado seria comido sob a aparência  do pão. Com efeito, dentro de pouco tempo a Igreja será espalhada por toda a terra, dividida em diversos grupos, cada um debaixo da direção de seu Pastor, de quem receberá o pão celestial; e este alimento vivo e vivificante nunca se acabará.
 As circunstâncias que antecedem, acompanham e seguem o milagre da multiplicação dos pães, significam as disposições que devemos ter antes, durante e depois da Santa Comunhão: 
          A - Circunstâncias que precedem o milagre:
  1. Este povo testemunha a sua fé seguindo a Jesus, vindo procurá-Lo de tão longe e com tantas fatigas. - Devemos também testemunhar a Jesus esta boa vontade, esta fé, este amor.
  2. O povo encontra Jesus no deserto e aí recebe os benefícios de Jesus. -  Igualmente, para merecer participar do banquete da Eucaristia, é mister dar à nossa alma um pouco de retiro, afastar por um tempo toda preocupação temporal, todo divertimento e distrações humanas. "Deus não está na agitação". 
  3. Jesus prepara as multidões para o milagre, instruindo-as e falando-lhes sobre o reino dos céus. - O mesmo faz a Santa Igreja. Durante a Quaresma há mais pregações e ela convida seus filhos a assistirem mais assiduamente à palavra de Deus.
  4. Jesus cura aqueles que têm alguma doença e os cura antes de lhes dar de comer. -  É a figura do Sacramento da Penitência, que deve ordinariamente, preceder à santa comunhão. 
  5. Vemos a obediência e a confiança absoluta deste povo: sob a ordem de Jesus todos se assentam sobre a relva, por grupos, e aguardam sua vez.... -  Aqui há um duplo ensinamento: - a) Se assentar sobre as relvas, segundo os Santos Padres, significa que é preciso calcar aos pés todas as concupiscências da carne, renunciar aos seus maus hábitos... - b) Depois, cada um deve se aproximar da mesa da comunhão segundo a ordem estabelecida, com decoro e modéstia, deve se ajoelhar, colocar as mãos postas e receber na boca a Santa Hóstia.
    B - As circunstâncias do milagre e o milagre mesmo:
  1. Vemos a bondade e atenção do coração misericordioso de Jesus. Tem compaixão das multidões, que são como ovelhas sem pastor, e que vieram de longe para procurá-Lo e escutá-Lo. -  Tendo amado os seus que estavam no deserto deste mundo, amou-os até ao fim, até ao extremo. Diz o Salmo 110: "O Senhor instituiu um memorial de suas maravilhas, Ele que é misericordioso e compassivo, deu alimento aos que o temem". 
  2. Jesus faz trazer os pães, toma-os em suas benditas mãos, eleva os olhos aos Céus, dá graças a seu Pai, depois benze estes pães e os distribui ao povo... e à medida que são distribuídos eles se multiplicam de uma maneira maravilhosa. - Caríssimos, tudo isto figura o que vai se passar depois no Cenáculo, quando, na última Ceia, Jesus vai instituir a Eucaristia. E o mesmo acontece cada dia no mundo todo, sobre os altares, onde Nosso Senhor renova esta maravilha inefável, mudando o pão em seu Corpo e o fazendo distribuir, pelas mãos de seus sacerdotes. 
  3. Todos comeram e se saciaram e ficaram fortificados. - Felizes os cristãos que têm fome da graça, do Corpo sagrado do Salvador!... Aqueles que se aproximam da mesa sagrada com humildade, fé e amor, serão também saciados, fortalecidos e repletos de consolações celestes. Não temos nós enfermidades e fraquezas no deserto desta vida? E não é o pão celestial que recebemos, incomparavelmente superior àquele que fartou o povo judeu? Quantos milagres não encerra? quantos mistérios não resume? De quantas graças não é a fonte? - Todos foram fartos, e fortificados. Eis o efeito do pão eucarístico, quando se come com boa disposição, farta; não se buscam os prazeres da terra, quando já se gozou dos do Céu; conforta, e é neste sentido que se chama o pão dos fortes. 

    B - Circunstâncias que se seguem ao milagre:
  1. Em seguida Jesus disse aos seus discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram". - Isto indica que é aos Apóstolos e aos sacerdotes que Jesus incumbiu esta missão de conservar como o maior tesouro sobre a terra, a divina Eucaristia, e de levá-la aos doentes. E, quanto aos fiéis, devem conservar religiosamente os frutos e as graças da comunhão, tendo todo o cuidado para não os perder. 
  2. Este povo demonstra sua gratidão, exalta a Jesus e reconhece-O como o Messias. - Isto faz a gente pensar como devem ser nossas ações de graças depois da santa Comunhão. 
  3. O povo quer proclamar Jesus Rei. - Depois da Comunhão, lancemo-nos aos pés de Jesus, dando-nos a Ele inteiramente, reconhecendo-O por nosso Mestre e o Rei dos nossos corações!
   

    Caríssimos e amados irmãos! Meditai todos estes pensamentos; examinai-vos sobre vossas comunhões... e prometei a Jesus fazer doravante, todos os esforços para O receber mais frequentemente, e sobretudo com mais devoção e fruto, afim de não viver senão para Ele, aguardando a felicidade de possuí-Lo eternamente na Jerusalém Celeste! Amém!

quinta-feira, 28 de março de 2019

ELEIÇÕES NA ESPANHA

TOLERÂNCIA E MAL MENOR 

                                                                                                                                                      Dom Fernando Arêas Rifan*
 

        No próximo dia 28 de abril, ocorrerão importantes eleições na Espanha e, devido às grandes repercussões na vida de todos os cidadãos e às graves consequências para toda a sociedade, a pedido de amigos espanhóis, escrevi umas ponderações, dando-lhes algumas pistas para que saibam se posicionar e escolher os melhores candidatos ou, se esses não existem ou não são viáveis, os menos maus entre os que são viáveis, os que possam fazer menos mal à sociedade. Como muitas vezes nós também nos encontramos nas mesmas situações, não só em eleições, mas em diversas ocasiões, trago citações de autoridades competentes e respeitáveis sobre a doutrina da tolerância e a possibilidade de se escolher um mal menor.
            Recordo que “tolerância” vem do latim tolerare, suportar algo pesado, negativo ou mal, com o qual não concordamos, aturar. “A tolerância só existe com relação ao mal” (Santo Agostinho). Mal que não aprovamos, mas suportamos, em vista de um bem maior. “Dizemos que são toleradas as coisas que admitimos sem resistência, enquanto não podemos ou não devemos por graves razões proibir ou retirar, ainda que em nosso julgamento não possam ser aprovadas” (Cardeal Ottaviani). Tolerância é “a permissão negativa de um mal” (F. Cappello). Permissão negativa, por oposição à autorização positiva, ou seja, a que supõe uma aprovação. É assim que Deus tolera o mal. 
            “... não se opõe a Igreja, entretanto, à tolerância por parte dos poderes públicos de algumas situações contrárias à verdade e à justiça para evitar um mal maior ou para adquirir ou conservar um maior bem. Deus mesmo, em sua providência, mesmo sendo infinitamente bom e todo-poderoso, permite, entretanto, a existência de alguns males no mundo, em parte para que não se impeçam maiores bens e em parte para que não se sigam maiores males (Santo Agostinho)” (Papa Leão XIII, Encíclica Libertas, 23).
            “Votar é um dever. É compreensível que alguns se sintam inclinados a abster-se de emitir seu voto, quando comprovam que nenhum partido oferece o programa que eles desejariam. Embora nenhuma das ofertas políticas seja também plenamente conforme com o ideal evangélico, nem sequer com o ideal racional de uma ordem social plenamente justa, no entanto, umas o são mais e outras o são menos. É necessário fazer um esforço e optar pelo bem possível” (Conferência Episcopal Espanhola - Nota para as eleições de 2004). 
            “Deus, embora seja onipotente e sumamente bom, permite que sucedam males no universo, podendo impedi-los, para que não sejam impedidos maiores bens ou para evitar males piores. De igual maneira, os que governam, na gestão humana, corretamente toleram alguns males para que não sejam impedidos outros bens ou para evitar males maiores” (Santo Tomás).
            Em situações difíceis e perplexas, quando não se tem outra opção, escolher algo menos mal, para que seja excluído o pior, tem razão de bem. A intenção é em direção ao bem, o bem possível, e em evitar maiores males para a sociedade. 

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/