SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A LIBERDADE RELIGIOSA

Artigo extraído do capítulo XI da "CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS, escrita por D. Lefebvre em 1984. 

   "No concílio, foi o esquema sobre a liberdade religiosa que suscitou as mais acirradas discussões. Isto se explica facilmente pela influência que exerciam os liberais e pelo interesse que tinham nesta questão os inimigos hereditários da Igreja. Passaram-se vinte anos [hoje= 50]  e é possível ver agora que nossos receios não eram exagerados quando este texto foi promulgado, sob a forma duma declaração que reunia noções opostas à Tradição e ao ensinamento de todos os últimos papas. Tanto isto é verdadeiro que princípios falsos ou expressos dum modo ambíguo têm infalivelmente aplicações práticas reveladoras do erro cometido em adotá-los. Vou mostrar, por exemplo, como os ataques dirigidos contra o ensino católico na França pelo governo socialista são a consequência lógica da nova definição dada à liberdade religiosa pelo Vaticano II.

   Façamos um pouco de teologia para compreender bem com que espírito esta declaração foi redigida. A argumentação inicial - e nova - fazia repousar a liberdade, para cada homem, de praticar interior e exteriormente a religião de sua escolha, sobre a "dignidade da pessoa humana". Era portanto esta dignidade que fundamentava  a liberdade, que lhe dava sua razão de ser. O homem podia aderir a qualquer erro em nome de sua dignidade. 

   Isto era pôr o carro à frente dos bois, apresentar as coisas pelo avesso. Pois aquele que adere ao erro decai de sua dignidade e nada se pode mais estabelecer sobre o erro. De outra parte, o que fundamenta a liberdade não é a dignidade, mas a verdade: "A Verdade vos tornará livres", disse Nosso Senhor. 


   "Que se entende por dignidade? O homem a tira, segundo a doutrina católica, de sua perfeição, isto é, do conhecimento da verdade e da aquisição do bem. O homem é digno de respeito segundo sua intenção de obedecer a Deus e não segundo seus erros. Estes geram indefectivelmente o pecado. Quando Eva, a primeira pecadora, sucumbiu, disse: "A serpente me enganou".  O seu pecado e o de Adão acarretaram a degradação da dignidade humana da qual sofremos deste então. 

   Daí resulta que não se pode ligar a liberdade à degradação como à sua causa. Ao contrário, a adesão à verdade e o amor de Deus são os princípios da autêntica liberdade religiosa. Pode-se definir esta como a liberdade de render a Deus o culto que lhe é devido e de viver segundo seus mandamentos.

   Se tendes seguido bem este raciocínio, a liberdade religiosa não se pode aplicar às religiões falsas, ela não sofre a partilha. Na sociedade civil, a Igreja proclama que o erro não tem direitos; o Estado somente deve reconhecer para os cidadãos o direito de praticarem a religião de Cristo.

   Certamente, isto deve parecer como uma pretensão exorbitante àquele que não tem fé. O católico não contaminado pelo espírito do tempo julga-o normal e legítimo. Mas ai! muitos, entre os cristãos, perderam de vista estas realidades. Repetiu-se tanto que era preciso respeitar as ideias dos outros, colocar-se em seu lugar, aceitar seus pontos de vista, divulgou-se tanto este contra-senso: "A cada um a sua verdade"; tanto se tomou o diálogo pela virtude cardeal por excelência, diálogo que leva obrigatoriamente a concessões: o cristão, por uma caridade mal entendida, acreditou que devia fazê-las (=concessões) mais que seus interlocutores, é frequentemente o único a fazê-las. Não se imola mais, como os mártires, pela verdade; é a verdade que é por ele (=cristão) imolada.



   De outra parte, a multiplicação dos estados leigos na Europa cristã habituou os espíritos ao laicismo e os conduziu a adaptações contrárias à doutrina da Igreja. A doutrina não se adapta, ela é fixa, definida uma vez por todas.

   A comissão central preparatória do concílio, dois esquemas tinham sido apresentados, um pelo cardeal Bea sob o título "Da liberdade religiosa", o outro pelo cardal Ottaviani, sob o título "Da tolerância religiosa".

   O primeiro se estendia por catorze páginas sem nenhuma referência ao magistério que o precedeu. O segundo compreendia sete páginas de texto e dezesseis páginas de referências, indo de Pio VI (1790) a João XXIII (1959). 

   O esquema do cardeal Bea continha, nos meu parecer e no de um número não negligenciável de Padres, afirmações em desacordo com a verdade da Igreja eterna. Lia-se nele, por exemplo: "É por isso que se deve louvar o fato de que, em nossos dias, a liberdade e a igualdade religiosas são proclamadas por numerosas nações e pela Organização Internacional dos Direitos do Homem".

   O Cardeal Ottaviani, por seu turno, expunha muito corretamente a questão: "Da mesma forma que o poder civil se julga com o direito de proteger os cidadãos contra as seduções do erro... ele pode mesmo regular e moderar as manifestações públicas dos outros cultos e defender os seus cidadãos contra a difusão das falsas doutrinas que, a juízo da Igreja, põem em perigo sua salvação eterna".

   Leão XIII dizia (Rerum Novarum) que o bem comum temporal, fim do sociedade civil, não é puramente de ordem material, mas "principalmente um bem moral". Os homens se organizaram em sociedade em vista do bem de todos; como se poderia excluir o bem supremo, que é a bem-aventurança celeste? 

sábado, 8 de agosto de 2015

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A ORAÇÃO

   Vede, meus filhos: o tesouro dum cristão não está na terra, está no céu. Pois bem! o nosso pensamento deve estar onde está o nosso tesouro.
   O homem tem uma bela função, a de rezar e de amar... Vós rezais, vós amais: eis a felicidade do homem na terra!
   A oração não é outra coisa senão uma união com Deus. Quando se tem o coração puro e unido a Deus, sente-se um bálsamo, uma doçura que inebria, uma luz que deslumbra. Nessa união íntima, Deus e a alma são como dois pedaços de cera fundidos juntos; não se pode mais separá-los. É uma coisa muita bela essa união de Deus com a sua criaturinha. É uma felicidade que não se pode compreender.
   Nós havíamos merecido não rezar; mas Deus, na sua bondade, permitiu-nos falar-Lhe. A nossa oração é um incenso que Ele recebe com extremo prazer.
   Meus filhos, vós tendes um coração pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus... A oração é um antegozo do céu, um derramamento  do paraíso. Nunca nos deixa sem doçura. É um mel que desce à alma e adoça tudo. As penas derretem-se ante uma oração bem feita, como a neve diante do sol.
   A oração faz passar o tempo com grande rapidez, e tão agradavelmente, que a gente não lhe percebe a duração. Reparai, quando eu percorria a Bresse, no tempo em que os pobres curas estavam quase todos doentes, rezava a Deus ao longo do caminho. Asseguro-vos que o tempo não me durava.
   Vêem-se alguns que se perdem na oração como o peixe n'água, porque são todos de Deus. No seu coração não há intermédio. Oh! como gosto dessas almas generosas!... São Francisco de Assis e Santa Clara  viam Nosso Senhor e lhes falavam como nós nos falamos. Ao passo que nós, quantas vezes vimos à igreja sem saber o que  vimos fazer e o que queremos pedir! E entretanto quando vamos a casa de alguém, sabemos bem porque vamos... Há uns que parecem dizer a Deus: "Vou dizer-Vos duas palavras para me ver livre de Vós..." Eu penso com freqüência que quando nós vimos adorar Nosso Senhor, alcançaríamos tudo o que quiséssemos se Lhe pedíssemos com uma fé bem viva e um coração bem puro. Mas sucede justamente que estamos sem fé, sem esperança, sem desejo e sem amor...
  Há dois gritos no homem: o grito do anjo e o grito da besta. O grito do anjo é a oração; o grito da besta é o pecado. Os que não rezam, curvam-se para a terra como uma toupeira que procura fazer um buraco para se esconder. São todos terrenos, todos embrutecidos, e só pensam nas coisas do tempo... como aquele avarento a quem administravam um dia os sacramentos; quando lhe apresentaram a beijar um crucifixo de prata, disse ele: "Aí está uma cruz que pesa bem dez onças".
   O céu, se houvesse nele um dia sem adoração, não seria mais céu; e se os pobres condenados, apesar dos seus sofrimentos, pudessem adorar, não haveria mais inferno. Ai! eles tinham um coração para amar a Deus, uma língua para bendizê-Lo: era o seu destino... E agora, condenaram-se a maldizê-Lo durante toda a eternidade. Se eles pudessem esperar vir a rezar uma vez ao menos durante um minuto. esperariam por esse minuto com tal impaciência que isso lhes amenizaria os tormentos.
   Pai Nosso, que estais no céu... Oh! como é belo, meus filhos, ter um pai no céu!... - Venha a nós o vosso reino!... Se eu fizer reinar Deus no meu coração, Ele me fará reinar consigo na sua glória. - Seja feita a vossa vontade!... Não há nada tão doce quanto fazer a vontade de Deus, e nada tão perfeito... Para fazer bem as coisas, é preciso fazê-las como Deus quer, em toda conformidade com os seus desígnios.- O pão nosso de cada dia nos dai hoje... Nós temos duas partes, a alma e o corpo. Pedimos a Deus que alimente o nosso pobre cadáver, e Ele nos responde fazendo a terra produzir tudo quanto é necessário à nossa subsistência... Mas Lhe pedimos que alimente a nossa alma, que é a mais bela parte de nós mesmos; e a terra é pequena demais para fornecer à nossa alma com que saciá-la; ela tem fome de Deus, e só Deus pode satisfazê-la. Por isto o bom Deus não julgou fazer demais ficando na terra e tomando um corpo a fim de que esse corpo se tornasse o alimento das nossas almas. "Minha carne, disse Nosso Senhor, é verdadeiramente comida... O pão que eu vos vou dar é a minha carne para a vida eterna".
   O pão das almas está no tabernáculo. O tabernáculo ou sacrário é o guarda-comida dos cristãos... Oh! como é belo, meus filhos! Quando o sacerdote apresenta a hóstia e vo-la mostra, a vossa alma pode dizer: Eis a minha comida!... Ó meus filhos, nós temos felicidade demais!... Só no céu o compreenderemos. Como é pena!