SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sábado, 30 de agosto de 2014

NECESSIDADE E ESPÉCIES DE BATISMO

   Jesus Cristo instituiu o Batismo como meio de salvação. É impossível salvar-se sem ser membro de Cristo. E é o Batismo que nos torna membros de Jesus Cristo. Daí é necessário este Sacramento a todos os homens para a salvação. "QUEM NÃO RENASCER PELA ÁGUA E PELO ESPÍRITO SANTO, NÃO PODE ENTRAR NO REINO DO CÉU".
   Por isso a criancinha, morta, sem o Batismo, não entra no reino do Céu, mas vai para o Limpo, onde não sofrerá, porque é inocente, mas gozará de uma felicidade natural, porém não da felicidade sobrenatural.

   Quando for impossível receber o Batismo de água, que é o normal, este pode ser substituído ou suprido por dois outros, excepcionais: que são os batismos de SANGUE  e de DESEJO.
   BATISMO DE SANGUE é o MARTÍRIO, o sacrifício da vida por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
   Assim aconteceu com Santa Emerenciana, (irmã de leite de Santa Inês), que foi martirizada pelos pagãos. Nosso Senhor que afirmou: "Aquele que perder a sua vida por minha causa, encontrá-la-á." (S. Mat. XVI, 25) - não condenará aquele que sacrificou sua vida por Ele. É por este motivo que a Igreja celebra a festa dos Santos Inocentes, que Herodes mandou matar por ódio a Jesus.
   Este privilégio do martírio, enquanto supre o Batismo de água, é para todos: adultos e crianças.
   O BATISMO DE DESEJO (também chamado: batismo de fogo): consiste em um ato de perfeito amor de Deus, ou de contrição, unido ao desejo, ao menos implícito, de receber o batismo de água. É evidente que isto só se aplica aos adultos. Só eles são capazes daqueles atos.
   Nosso Senhor assegurou: "Aquele que me ama, será amado por meu Pai e eu o amarei". S.Jo. XIV, 21).

   O MÁRTIR DÁ A VIDA POR CRISTO; O QUE DESEJA O BATISMO, LHE DÁ SEU AMOR.

   Estes dois batismos justificam a alma e a tornam membro de Cristo, mas não são sacramentos nem imprimem caráter.
   Suprem o Batismo de água, mas não deixam de ter uma relação com ele: o batismo de desejo inclui o desejo do batismo de água; e o batismo de sangue inclui o batismo de desejo.
   Já que não são sacramentos, não dispensam de receber o Batismo de água, havendo oportunidade.

DISPOSIÇÕES PARA RECEBER O BATISMO

   Para receber validamente o Batismo, o ADULTO deve ter a intenção de ser batizado.
   Para recebê-lo com fruto, é preciso mais:
           a) ter fé;
           b) ter a atrição, que é o arrependimento dos pecados cometidos, com um princípio de amor de Deus.
           c) o temor da justiça divina e a esperança em sua misericórdia;
           d) o conhecimento dos principais mistérios da fé. Às criancinhas, nada pede a Igreja.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O BATISMO DE JOÃO e INSTITUIÇÃO DO BATISMO DE JESUS.

   Os quatro Evangelhos falam de São João Batista: São Mateus, III; São Marcos, I, 1-15; São Lucas, III, 1-22; São João, I, 19-34.
   João Batista, filho do milagre, santificado desde o seio materno, foi o homem "enviado por Deus" para anunciar a próxima vinda do Messias e preparar-Lhe o caminho. Foi o Precursor, o pregoeiro, o arauto do Reino. Sua mensagem era simples e eficaz. Pregava a penitência, o arrependimento dos pecados e a adesão a Deus pela prática da caridade e da justiça. E usava um rito externo e simbólico - o batismo - que provocava e expressava os sentimentos de íntima contrição. "Estava João batizando no deserto e pregando um batismo de penitência para remissão dos pecados." Não se tratava do sacramento do Batismo, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo e que produz a graça santificante. Era apenas uma cerimônia penitencial para significar a mudança que se devia operar nos costumes: pureza de alma e de sentidos. Por si só o rito não tinha eficácia. Valia apenas pelos sentimentos que despertava nas almas: admissão do estado de pecador, arrependimento, desejo de purificação, propósito de mudança de vida, fé no Messias que devia vir. Aliás, o próprio João afirmava a diferença entre o seu batismo e o futuro Batismo cristão: "Eu na verdade vos batizo na água para a penitência; mas depois de mim vem Outro, que é mais poderoso do que eu e do qual não sou digno de levar as sandálias; Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo." (Mat. XIII, 11).

INSTITUIÇÃO DO BATISMO
    Segundo o Catecismo do Concílio de Trento e a opinião da vários teólogos, Nosso Senhor instituiu o sacramento do Batismo quando conferiu à água a virtude de santificar, na ocasião em que Ele mesmo se fez batizar por João no rio Jordão. Eis o que diz Santo Agostinho: "Nosso Senhor recebeu o batismo não porque precisasse de purificação, mas para que ao contato com Seu Corpo puríssimo as águas se purificassem, adquirissem a virtude de purificar."
  
   Grande prova desta verdade é que então a Santíssima Trindade, em cujo nome se confere o Batismo, manisfestou sua Majestade. Ouviu-se a voz do Pai: "Este é meu Filho muito amado, em quem pus as minhas complacências." Estava ali a Pessoa do Filho. E o Espírito Santo desceu em figura de pomba. Além disso, abriram-se os céus, para onde nos é dado subir pela graça do Batismo.

   Na conversa com Nicodemos, Nosso Senhor adverte sobre a necessidade universal do Batismo: "Em verdade, em verdade te digo, nenhum homem se não renascer pela água e pelo Espírito, não pode entrar no reino de Deus." (S. Jo. III, 1-21). Além do mais, neste trecho, Jesus fala claramente do duplo elemento do Sacramento: o material e o espiritual, e do efeito por ele produzido: novo nascimento. Esclarece ainda o Mestre que o rito só teria virtude pela sua Crucifixão.
   1º o amor do Pai por nós leva-O a entregar seu Filho à morte; 2º e esta Morte se nos comunica no Batismo, 3º onde opera o Espírito Santo. A essa iniciativa da Santíssima Trindade, devemos corresponder pela fé.

   A promulgação da lei do Batismo foi feita no dia da Ascensão, quando Jesus ordenou aos Apóstolos: "Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." (S. Mat. XXVIII, 19).

   São Paulo explica os ensinamentos do Divino Mestre sobre o batismo. Sua pregação pode resumir-se: O Batismo nos faz nascer de novo - sobrenaturalmente - porque nos incorpora a Cristo; e, mais precisamente, porque nos mergulha na Morte e Ressurreição de Cristo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MATÉRIA E FORMA DO BATISMO

   I - MATÉRIA.
   A. - A matéria remota do Batismo é qualquer espécie de água natural: água do mar, do rio, do poço, da fonte, etc. Todo o líquido que não fôr água natural (óleo, vinho, leite e outros) não constitui matéria válida.
   Tratando-se de Batismo solene, usa-se água benta pelo padre especialmente para este fim, na Vigília de Páscoa. Chama-se água batismal.

   B. - Matéria próxima: é a ablução, ou seja, o ato de lavar com a água. Por que se usa a ÁGUA no Batismo? - 1º) Em primeiro lugar, porque Nosso Senhor escolheu esta matéria: "Se alguém não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus" (S. Jo. III, 5). 2º) A água é a matéria mais apropriada, por se encontrar em toda a parte, e ficar facilmente ao alcance de todos. Devemos estar lembrados de que o Batismo é o sacramento mais necessário para a salvação. 3º) Além disso, a água simboliza o efeito do Batismo com máxima fidelidade. Assim como lava as imundícies, também exprime, de maneira sugestiva, a virtude e a finalidade do Batismo, pelo qual se lavam as manchas do pecado. 4º) Uma razão a mais é que a água tem a especial virtude de refrigerar o corpo; de maneira semelhante, o Batismo diminui consideravelmente o ardor das paixões desordenadas.

   TRÊS MODOS DE ABLUÇÃO.
   Há três maneiras de se fazer a ablução no Batismo: por infusão, por imersão e por aspersão. a) INFUSÃO: quando se derrama água no corpo; b) IMERSÃO: quando se mergulha o corpo na água; c) ASPERSÃO: quando se asperge a água na pessoa do batizando.
   Os três modos já foram usados na Igreja. No princípio, empregava-se muito o Batismo por imersão; mas os próprios ATOS dos APÓSTOLOS nos referem vários Batismos que dificilmente foram administrados com o sistema de imersão. Por exemplo, o Batismo que São Paulo recebeu das mãos de Ananias (Atos, IX, 18; XXII, 16); o Batismo das 3.000 pessoas convertidas após o discurso de São Pedro no dia de Pentecostes (Atos, II, 41): - só foram possíveis por infusão ou aspersão. Além disso, vê-se, nos escritos dos Padres da Igreja e Concílios, que se dava o Batismo por infusão aos doentes que jaziam no leito.
   Atualmente, toda a Igreja do rito latino pratica o Batismo por infusão.

  II - FORMA.
   A forma exata e completa do Batismo são as palavras: "EU TE BATIZO EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO."
   Assim o ensinou Nosso Senhor, quando prescrevia aos Apóstolos em São Mateus: "Ide, ensinai todos os povos, e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."
   Consta, como vemos, de três elementos: a) o ato do ministro que está batizando; b) a pessoa que está sendo batizada; e c) a invocação expressa e distinta da Santíssima Trindade.
   Diz-se "em nome" e não "nos nomes", porque o têrmo "nome aqui não se refere às Pessoas, mas designa a natureza de Deus que é uma e una. No Sacramento do Batismo, operam juntamente todas as Pessoas da Santíssima Trindade.

   Segundo disciplina antiga, deita-se três vezes água na cabeça do batizando, formando de cada vez o sinal da cruz e pronunciando AO MESMO TEMPO as palavras do rito.
   Quem deita a água, deve ser sempre a MESMA PESSOA que pronuncia a fórmula.
   Faz-se a ablução de preferência na cabeça, que é a parte mais nobre do corpo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

MINISTRO DO BATISMO - FIGURAS DO BATISMO

MINISTRO DO BATISMO

   MINISTRO é a pessoa que confere o ou administra o Sacramento.
   Para designarmos o ministro do Batismo, importa distinguir entre batismo solene e batismo privado.
   Batismo solene é o que se administra com todos os ritos e cerimônias do Ritual. Do contrário, é batismo privado.

   A - Ministros ordinários do BATISMO SOLENE: são os BISPOS e os SACERDOTES. Compete-lhes, este ministério, por direito próprio, não por faculdade extraordinária. Na pessoa dos Apóstolos, foi a eles que Nosso Senhor ordenou: "Ide... e batizai."

   B - Ministros extraordinários do BATISMO SOLENE: são os DIÁCONOS. Não podem, contudo, batizar sem permissão do bispo ou do sacerdote.

   C - Ministros do BATISMO PRIVADO: Em caso de necessidade, isto é, em perigo de morte, qualquer pessoa (até mesmo um pagão ou um herege) pode administrar o batismo privado.
   No entanto, há condições que devem ser observadas:
   a) Usar a matéria válida: água natural.
   b) Empregar a fórmula exata: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."
NOTA: A mesma pessoa, enquanto derrama a água na cabeça do batizando, vai pronunciando as palavras da fórmula.
   c) Ter a intenção de fazer o que faz a Igreja Católica. 
  Dentre as pessoas presentes, o padre será preferido ao diácono; o diácono ao seminarista; o seminarista ao leigo; o homem à mulher, a não ser que esta entenda melhor o modo de proceder.
   Quando, por qualquer motivo, na administração do Batismo foram omitidas algumas cerimônias, as crianças devem ser levadas quanto antes a Igreja, a fim de o sacerdote completar o que foi omitido.

FIGURAS DO BATISMO
   1) A CIRCUNCISÃO: cerimônia do Antigo Testamento pela qual o indivíduo ao 8º dia de seu nascimento, ficava pertencendo ao povo de Deus.
    2) ARCA DE NOÉ: Assim como a arca preservou Noé e a família dele, da ruína universal, assim o Batismo salva do pecado original o homem.
    3) A PASSAGEM DO MAR VERMELHO: O Batismo liberta-nos do cativeiro e da tirania do demônio, da mesma forma que a miraculosa passagem do Mar Vermelho libertou os Hebreus das iras do Faraó.
    4) NAAMÃ curado da lepra depois de haver mergulhado, sete vezes, no rio Jordão, segundo a ordem de Eliseu.
    5) A PISCINA DE BETSAIDA:  na qual os doentes recobravam a saúde quando "o anjo do Senhor baixava e agitava as águas."
    6) O BATISMO DE JOÃO BATISTA: era figura e preparação do Batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
   NB.: A respeito do BATISMO DE JOÃO,  falaremos, se Deus quiser, na próxima postagem.
  

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O BATISMO pela explicação do QUADRO CATEQUÉTICO


QUADRO CATEQUÉTICO Nº 19 - O SACRAMENTO DO BATISMO

   O batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é representado no meio deste quadro, mostra bem os efeitos que o Batismo produz em nós. No momento em que Nosso Senhor era batizado por São João Batista nas águas do rio Jordão, ouve-se a voz de Deus Pai que dizia: "Este é meu Filho Bem-amado, no qual pus todas as minhas complacências"; o Divino Espírito Santo desce sobre Ele em forma de uma pomba, e o céus se abrem. Quando somos batizados, Deus nos adota por seus filhos; o Espírito Santo desce sobre nós pela graça santificante, e nos tornamos herdeiros do reino dos céus.
   Vemos em baixo deste quadro um padre que batiza uma criança. A veste branca que trás o anjo e com a qual ele reveste a criança batizada significa que a alma do batizado é ornada de  graça e inocência como duma veste que a torna bela e agradável aos olhos de Deus.
   Uma criança que morre logo após ter sido batizada vai imediatamente para o céu. É que este quadro representa no alto, à direita, onde nós vemos a alma de uma criança morta após o Batismo ser levada ao céu pelos anjos.
   O Batismo é tão necessário à salvação, que mesmo as crianças não podem entrar no céu se não forem batizadas. Não podem ter a visão beatífica de Deus. Eis porque vemos neste quadro no alto, à esquerda, a alma de uma criança morta sem o Batismo se dirigir para uma região desconhecida, onde ela terá uma felicidade natural, mas, por não ter recebido a outra vida, que é a sobrenatural, não poderá entrar no reino do céu, com a  visão beatífica de Deus. A Igreja sempre ensinou, embora não tenha ainda definido como dogma, a existência do Limbo das crianças.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O BATISMO: NATUREZA E EFEITOS

   BATIZAR  é uma palavra grega que quer dizer: mergulhar na água, lavar. Batismo significava primitivamene o mesmo que purificação, ablução ou banho. Atualmente só se empregam estes dois termos em sentido específico. Batismo designa o primeiro Sacramento da Igreja; batizar é administrar o Sacramento do Batismo.
   O BATISMO É O SACRAMENTO QUE NOS REGENERA PELA GRAÇA EM JESUS CRISTO, NOS FAZ CRISTÃOS, FILHOS DE DEUS E DA IGREJA.

Pelo nascimento natural, somos filhos de Adão, membros da humanidade e herdamos de nossos primeiros pais o pecado original. Não somos filhos de Deus, apenas suas criaturas. O Batismo é que nos faz renascer (regenera) para Deus, apagando de nossa alma o pecado original e infundindo-nos a graça santificante, tornando-nos participantes da natureza divina, filhos adotivos de Deus, herdeiros do céu.

   Os  EFEITOS do  BATISMO são os seguintes:
1º . Apaga todos os pecados: o pecado original, nas criancinhas; o pecado original e os atuais (pessoais), se houver, nos adultos.
2º . Perdoa todas as penas, temporais ou eternas, devidas pelos pecados pessoais. No Batismo não há, como na Penitência, comutação de penas, mas sim: remissão total delas.
   Apaga também, depois desta vida terrena, as penas devidas pelo pecado original. Não nos livra contudo, nesta existência mortal, dos sofrimentos e da concupiscência, que é a inclinação para o mal, o apetite desregrado, contrário à razão.
   Por que o Batismo não nos livra dos sofrimentos e da concupiscência? - Para que nos sirvam como campo de luta, como ocasião de virtudes, donde poderemos colher muitos méritos, maiores frutos de glória e prêmios mais abundantes.
3º . Confere a graça santificante primeira, fazendo-nos passar de estado de pecado para o estado de graça.
   A graça sacramental, própria do Batismo, é graça regeneradora, isto é, de renascimento. Dá-nos uma nova vida:  a vida divina, pela qual nos tornamos filhos adotivos de Deus e herdeiros da eterna salvação.
   A graça é acompanhada pelo cortejo das virtudes sobrenaturais infusas (Fé, Esperança e Caridade: virtudes teologais; - Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança: virtudes cardeais) e também dos SETE DONS do Espírito Santo.
   A alma batizada, justificada pela graça santificante e enriquecida com as virtudes e os dons sobrenaturais, se torna TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO.
4º . Imprime na alma o caráter de cristão.
   O caráter batismal é um sinal espiritual e indelével que marca para sempre nossa alma como pertencente a Jesus Cristo. É uma participação nos sacerdócio de Cristo, que nos ordena ao culto público. Incorporando-nos a Jesus Cristo e a sua Igreja, seu Corpo Místico, o Batismo nos faz membros de Cristo e membros da Igreja.
   Além disto, o caráter batismal nos torna capazes de receber os outros sacramentos.
5º . O derradeiro efeito que o Batismo produz em nós, e ao qual todos os mais parecem subordinar-se, é o abrir para cada um de nós as portas do céu, que antes estavam fechadas, por causa do pecado. Pela recepção do Batismo, adquirimos direito líquido ao Paraíso celeste. Em virtude desse direito, as crianças batizadas que morrem antes de ter chegado ao uso da razão, vão diretamente ao céu. Nós, embora só após a morte possamos gozar deste direito, podemos nos considerar desde já e devemos viver como CIDADÃOS DO CÉU.

CERIMÔNIAS DO BATISMO (continuação)

   c - Unção com o óleo dos catecúmenos. O sacerdote traça, no peito e entre as espáduas, uma cruz, com óleo para tal fim preparado e benzido pelo Bispo na Quinta-feira Santa, para mostrar que o futuro católico se há de revestir de mansidão ( o azeito abranda) e deverá praticar as obras de misericórdia; significa também que o Espírito Santo desce para iluminar e fortalecer (o azeite serve para alumiar e alimentar).

   d - PROFISSÃO DE FÉ. O sacerdote depõe a estola roxa e, em sinal de alegria, coloca a estola branca; interroga, outra vez, o batizando que responde pela voz dos padrinhos:
          - Fulano, crês em Deus Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da terra?
          - Creio.
          - Crês em Jesus Cristo, seu Filho único, Nosso Senhor, que nasceu e morreu por nós?
          - Creio.
          - Crês também no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna?
           - Creio.
           - Fulano, queres ser batizado?
           - Quero.

   e - Depois desta resposta, o sacerdote administra o Batismo, derramando, três vezes, água batismal, benzida especialmente na Vigília de Páscoa, sobre a cabeça da criança, pronunciando a fórmula.

   3ª) Cerimônias depois do Batismo.
   a) Unção com o óleo do crisma. O padre faz uma unção em forma de cruz por cima da cabeça do batizado, com o Santo Crisma, mistura de óleo de oliveira e bálsamo, benzido pelo Bispo na Quinta-feira Santa. Quer dizer que o católico é consagrado a Deus, como os reis e os sacerdotes e, outrora, os profetas. Recorda-lhe que ele é ungido (Cristo significa: o Ungido) com a dignidade real: é filho do Rei do Céu.

   b - A imposição da túnica ou toalha branca. Esta simboliza a inocência e a pureza da alma do recém-batizado.

   c - A vela acesa simboliza a fé vivificada pela caridade que se manifesta por meio de boas obras. Essa é a luz que Nosso Senhor manda que façamos brilhar diante dos homens, para que estes glorifiquem o Pai que está nos céus. Essa é a candeia que deve estar acesa no dia em que Ele vier chamar-nos para o seu Reino.

   Para remate destas explicações sobre o Batismo, transcrevamos a belíssima inscrição que o Papa Sixto III mandou colocar no batistério de São João de Latrão: "Aqui nasce, de semente fecunda, a raça votada aos céus, que o Espírito produz das férteis águas. Pecador, mergulha, que te deves purificar na fonte sagrada! A água receberá o velho homem e fará sair o novo. Nada mais separa os que renascem: congrega-os a fonte única, o espírito único, a única fé. Com parto virginal, a Madre Igreja da à luz, pela água, a prole que concebeu do sopro divino. Oprimido já pelo pecado de origem, já pelo pecado próprio, se queres ser inocente, purifica-te por esta ablução; aqui está a fonte da vida que lava o universo; ela brota da chaga de Cristo. Os que nasceram uma só vez, a vida beatífica não os acolhe; mas, renascidos por esta fonte, esperai o Reino dos céus. Nem  o número, nem a qualidade de seus crimes, amedronte quem quer que seja: Santo será o que nascer desta linfa".
   "UM SÓ SENHOR, UMA SÓ FÉ, UM SÓ BATISMO" (Ef. IV, 5).

domingo, 24 de agosto de 2014

CERIMÔNIAS DO BATISMO

  Os ritos e cerimônias são imagens e sinais daquilo que se opera nos Sacramentos. Além disso, são venráveis pela sua antigüidade. Pelas cerimônias, a administração de um Sacramento se reveste de maior respeito e santidade. Põem quase à vista os admiráveis efeitos que nele se ocultam.
   Podemos dividir as cerimônias do Batismo em três partes: 1ª) As que precedem o Batismo e se realizam antes de chegar à pia batismal; 2ª) as que se realizam junto da pia; 3ª) as que vêm depois da administração do Sacramento.
   1ª) a- O batizando é conduzido pelos padrinhos à entrada da Igreja, onde o ministro faz umas perguntas, a que os padrinhos, em nome dos afilhados, respondem:
          - Fulano, que pedes à Igreja de Deus? - A fé.
          - Que te alcança a Fé? - A vida eterna.
   Segue uma exposição resumida feita pelo sacerdote sobre os principais pontos da doutrina: "Se queres entrar na vida eterna, observa os mandamentos: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua mente, e a teu próximo como a ti mesmo".
  
   b - O sacerdote sopra de leve três vezes no rosto da criança, dizendo que o Espírito Santo Paráclito entre naquela alma. O sopro significa esta ação misteriosa do Espírito Santo.

   c - Depois, traça-lhe na testa e no coração o sinal da Cruz, que é o sinal do cristão, para lembrar que é a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos redime e salva.

   d - Em seguida vem a imposição da mão direita sobre a cabeça da criança, querendo dizer que a Igreja dela toma posse, em nome de Jesus Cristo.

   e - O sal bento que se deposita na boca do batizando é símbolo da pureza ( a prática da doutrina o livrará da corrupção do pecado) e da sabedoria (o cristão deve ter o gosto pelas boas obras).

   f - A seguir. vêm os exorcismos que são fórmulas e orações para rebater e anular a força que o demônio teve nas pessoas de Adão e Eva, atingindo, em conseqüência, todos os seus descendentes.

   g - Logo após, o sacerdote impõe a estola roxa, símbolo de sua autoridade sacerdotal, sobre a criança e convida-a para entrar no templo de Deus. Os padrinhos rezam, então, em nome do afilhado, o símbolo da Fé: o CREDO, e a oração que Jesus nos ensinou: o PAI-NOSSO.

   2ª) a -  Após um novo exorcismo, o sacerdote umedece o polegar com a própria saliva e toca nos ouvidos e nas narinas da criança, dizendo: "Éfeta! isto é: "Abre-te!" É a repetição do gesto de Nosso Senhor ao curar um surdo-mudo (S.Marc. VII, 31-35) e um cego ( S. Marc. VIII, 22-26). Esta cerimônia recorda que os sentidos do cristão devem estar sempre abertos às impressões celestes.

   b - PROMESSAS DO BATISMO. Em termos precisos, faz o sacerdote três perguntas ao batizando:
          - Renuncias a Satanás?  -  Renuncio.
          - E a todas as suas obras? - Renuncio.
          - E a todas as suas seduções? - Renuncio.
   Quem quer, pois, alistar-se nas fileiras de Cristo, deve antes de tudo prestar o santo e inviolável compromisso de que há de renunciar ao demônio, ao mundo, às vaidades, aos pecados, e que não deixará de odiá-los como seus mais terríveis inimigos. As promessas do Batismo significam : renúncia a Satanás e adesão incondicional a Jesus Cristo.
   "NINGUÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES".
                                                                                          (continua)

domingo, 17 de agosto de 2014

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE O ORGULHO

   O orgulho é esse maldito pecado que expulsou os anjos do paraíso e os precipitou no inferno. Esse pecado começou com o mundo.
   Vede, meus filhos, peca-se por orgulho de diferentes maneiras. Uma pessoa terá orgulho no traje, na linguagem, na postura, até no modo de andar. Há pessoas que, quando estão na rua, andam com ufania e parecem dizer ao mundo que as vê: "Vejam como eu sou grande, como sou empertigado, e sei andar bem!" Outras, que, quando fazem algum bem nunca acabam de contá-lo, e, se deixam de fazê-lo, ficam desoladas, pensando que vão ter má opinião delas... Outras que se encomodam muito com estar com pobres quando encontram pessoas conhecidas; procuram sempre a companhia dos ricos. Se por acaso, são recebidas pelos grandes do mundo, gabam-se, tiram disso vaidade. Há outras que têm orgulho falando: examinam o que vão dizer, esforçam-se na boa linguagem, e, se lhes não ocorre uma palavra, ficam muito aborrecidas, por terem medo de que zombem delas. Ah! meus filhos, uma pessoa humilde não é assim... Quer zombem dela, quer a estimem, quer a desprezem, quer lhes prestem atenção, quer a deixem de lado, para ela é a mesma coisa.
   Reparai, meus filhos, se quiserdes conhecer quando uma pessoa é orgulhosa, escutai-a falar: será sempre ela quem terá a palavra; ela só falará de si; terá sempre feito melhor que os outros; só ela é que faz bem; censura todas as ações dos outros, esperando deste modo salientar as suas.
   Meus filhos, há ainda pessoas que fazem grandes esmolas para se fazerem estimar: isto não!... Essas pessoas não tirarão fruto algum das suas boas obras. Ao contrário, as suas esmolas se tornarão pecado.
   Nós pomos o orgulho em toda parte, como o sal. Gostamos de ver as nossas boas obras conhecidas. Se prestam atenção à vossa virtude, ficamos alegres; se percebem os nossos defeitos, ficamos tristes. Noto isto em grande número de pessoas; se lhes dizem alguma coisa, isso as inquieta, aborrece-as. Os santos não eram assim; afligiam-se se as suas virtudes eram conhecidas e ficavam contentes de que vissem a sua imperfeição.
   Uma pessoa orgulhosa julga que tudo o que ela faz é bem feito; quer dominar sobre todos quantos tratam com ela; tem sempre razão; julga o seu sentir melhor que o dos outros... Não é isto! Uma pessoa humilde e instruída, se lhe perguntam o seu sentir, di-lo mui simplesmente, depois do que deixa falar os outros. Quer eles tenham razão, quer não, ela não diz mais nada.
   São Luís Gonzaga, quando era menino de escola e lhe censuravam alguma coisa, nunca procurava desculpar-se;  dizia o que pensava, e não se incomodava mais com o que pensavam os outros. Se estava errado, estava errado; se tinha razão, dizia assim: "Estive errado outras vezes".
   Meus filhos, os santos eram tão mortos a si mesmos, que pouco se lhes dava que os outros fossem da sua opinião. Dizem no mundo: "Oh! os santos eram simples!" Sim, eles eram simples para as coisas do mundo; mas para as coisas de Deus, eram bem entendidos. Não compreendiam nada das coisas do mundo, por certo! porque elas lhes pareciam de tão pouca importância que eles não lhes davam atenção.
  

sábado, 9 de agosto de 2014

SAPRÍCIO E NICÉFORO

   "No ano 260 de nossa era, sob os imperadores Valério e Galo, viviam em Antioquia um sacerdote, Saprício, e um leigo Nicéforo, unidos, de longa data, por uma estreita amizade, que um desentendimento veio um dia romper. À amizade sucedeu o ódio, um ódio ardente, como de ordinário sucede com as pessoas que foram intimamente ligadas.
    Em breve, contudo, Nicéforo sentiu remorsos. Por intermédio de amigos em comum, e por três vezes, fez chegar a Saprício as suas propostas de reconciliação, que este recusou aceitar. Foi então ele próprio lançar-se-lhe aos pés: "Meu pai, disse-lhe, perdoai-me, vo-lo suplico, pelo amor de Nosso Senhor". Sua iniciativa sincera esbarrou no desprezo de Saprício.
   Sobrevém uma perseguição. Saprício, capturado, submetido à tortura, mostra-se de uma estupenda valentia em meio aos tormentos, a tal ponto que o governador, irritado com tamanha constância, o condena à morte.
    Quando o conduzem ao suplício, Nicéforo acorre e, prosternando-se por terra: "Mártir de Jesus Cristo, perdoai-me, porque eu vos ofendi". Como Saprício continuasse inabalável, Nicéforo, dando uma volta, vai postar-se à sua frente, para fazê-lo ceder.
    A sua incansável perseverança enche de pasmo os algozes: "Nunca, dizem eles, vimos homem tão doido! Este homem vai morrer; que necessidade tens do seu perdão?" E Nicéforo lhes responde: "Não sabeis o que peço ao confessor de Jesus Cristo". Não sabiam, com efeito, esses homens, as exigências de uma consciência cristã; não compreendiam o desejo de Nicéforo de não se separar de Saprício por uma inimizade; ignoravam a palavra pronunciada pelo Senhor: "Se apresentares a tua oferenda junto ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa aí a tua oferenda e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão".
   Chegados ao lugar do suplício, renova Nicéforo a sua instante súplica: "Rogo-vos, mártir de Jesus Cristo, perdoai-me, porque está escrito: Pedi e vos será dado". Inflexível permanece o sacerdote, obstinado no seu orgulho, e o Senhor não aceita a sua oferenda. No momento de se ajoelhar para lhe cortarem a cabeça, Saprício sente fraquejar-lhe a coragem. Em vão o conjura Nicéforo a permanecer fiel ao Senhor: Saprício renega a sua fé. Em seu lugar, por ordem do governador, Nicéforo foi supliciado. Sua mansidão e humildade lhe valeram a glória do martírio, e o sacerdote duro e orgulhoso conheceu o opróbrio da apostasia"

   Não lhe parece, ao refletir sobre esse fato que ele não é estranho e que é bem humano? Notou-o muitas  vezes São Francisco de Sales: somos os homens das grandes ocasiões, que se apresentam raramente, se é que se apresentam, e descuidados das pequenas, tão numerosas todos os dias, de cumprir simplesmente o nosso dever. Saprício é de uma coragem épica no meio dos tormentos; mas, obstinado na sua teimosia, não é capaz de consentir no esquecimento de uma injúria e em um gesto fraterno de reconciliação. Acha que se tivesse cultivado no seu coração a humildade e a mansidão - virtudes que se dão as mãos - não teria concedido logo o perdão que seu amigo, de um modo tão comovente, lhe implorava?
   Mas é que essas virtudes são difíceis e raras. Supõem uma visão sincera e um perfeito domínio de si; e o reflexo divino que elas pousam na fronte, lhes revela o preço e o encanto. É efetivamente do coração de Cristo que elas dimanam: "Aprendei de mim, diz-nos Jesus, que sou manso e humilde de coração". Diz São Francisco de Sales que "a mansidão e a humildade são as bases da santidade". (Excerto do c. IV do Livro "ÀS FONTES DA ALEGRIA COM SÃO FRANCISCO DE SALES", autor: Cônego F. Vidal).