SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

segunda-feira, 30 de maio de 2016

OS MANDAMENTOS - 36ª LIÇÃO

- COMO SE CONHECE A LEI DE DEUS?
- PELOS MANDAMENTOS.

- QUANTOS SÃO OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS?
- SÃO DEZ:
                              1º - Amar a Deus sobre todas as coisas.
                              2º -  Não tomar Seu Santo Nome em vão.
                              3º - Guardar domingos e festas.
                              4º - Honrar pai e mãe.
                              5º - Não matar.
                              6º - Não pecar contra a castidade.
                              7º - Não furtar.
                              8º - Não levantar falso testemunho.
                              9º - Não desejar a mulher do próximo.
                             10º - Não cobiçar as coisas alheias.

  



Vimos que o pecado é uma desobediência à lei de Deus. Conhecemos a lei de Deus pelos mandamentos. Eles foram dados por Deus a Moisés, no Monte Sinai, escritos em duas tábuas de pedra. Os homens já têm  no coração a lei natural, pela qual sabem que devem fazer o bem e evitar o mal. Mas Deus quis dar explicitamente os mandamentos para não haver dúvidas.
  Os três primeiros mandamentos declaram os nossos deveres para com Deus. Os outros sete declaram os nossos deveres para com o próximo e para com nós mesmos.
   Observar os mandamentos é condição para a nossa salvação. No Evangelho lemos a passagem do jovem rico que perguntou a Jesus: "Bom Mestre, que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?" Jesus respondeu:"Se queres entrar na vida eterna, guarda os mandamentos".

                        EXEMPLO
Os dez mandamentos provêm todos de Deus. Escutem este caso:
   Certo operário católico não queria trabalhar nos domingos, conforme a lei de Deus. Mas o patrão, que era ateu, queria obrigá-lo, dizendo: "Isto de santificar o domingo e dias santos é pura invenção dos padres". Disse-lhe então o operário: "O sr. acha que é assim? Então se o terceiro mandamento é invenção dos padres, também o são: o quinto (não matar) e o sétimo (não furtar). E fique o sr. sabendo que muitas vezes eu poderia ter-lhe roubado; o sr. nunca ficaria sabendo; mas não o fiz porque o sétimo mandamento me proíbe. Mas como este mandamento é invenção dos padres, já sei o que fazer no futuro..." O ateu ficou confuso. Depois, batendo amigavelmente nos ombros do seu fiel operário lhe disse: "Você tem razão. Continue a observar todos os mandamentos, inclusive o terceiro que não o incomodarei mais".

QUANTOS SÃO OS MANDAMENTOS DA IGREJA?
- SÃO CINCO:
     1º - Participar da Missa aos domingos e festas de guarda e permanecer livres de trabalhos e de atividades que poderiam impedir a santificação desses dias.
     2º - Confessar os próprios pecados pelo menos uma vez ao ano.
     3º - Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos na Páscoa.
     4º - Abster-se de comer carne e observar os jejuns nos dias estabelecidos pela Igreja.
     5º - Suprir as necessidades materiais da própria Igreja, segundo as próprias possibilidades.
  
   Além dos mandamentos da lei de Deus, devemos observar os mandamentos da Igreja. Quem deu à Igreja o poder de fazer mandamentos foi Jesus Cristo. Jesus disse aos apóstolos: "Tudo o que ligares sobre a terra será ligado também no céu;  e tudo o que desligares sobre a terra, será também desligado no céu. Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza".
   Os mandamentos da Igreja são preceitos por ela estabelecidos para nos ajudar a cumprir direito os nossos deveres. Na Igreja podem fazer leis o Papa e os Bispos, legítimos sucessores dos apóstolos, a quem Jesus disse: "Quem vos ouve, a mim ouve", quem vos despreza a mim despreza".

EXEMPLO
   Um menino que tinha acabado de fazer a primeira comunhão foi convidado a jantar com um amiguinho da família. Mas era dia de abstinência e só havia carne sobre a mesa. O convidado recusou-se a servir-se de carne. E como lhe observassem que não devia dar tanta importância às leis da Igreja, visto serem feitas pelos homens, respondeu: "Sim, são feitas pelos homens, mas por homens a quem Jesus Cristo disse: "Quem vos ouve, a mim ouve". Belo exemplo!
   (Este fato se deu há muito tempo, porque hoje os Bispos têm a faculdade de trocar esta penitência por outra obra boa. Se todos fazem ou não, só Deus sabe! Cada qual tem que se examinar diante de Deus. Uma coisa é certa,  esta palavra de JESUS: "Se não fizerdes penitência, todos perecereis".

sábado, 28 de maio de 2016

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO

   Vós trabalhais, trabalhais, meus filhos, porém o que ganhais vos arruína a alma e o corpo. Se se perguntasse a esses que trabalham no domingo: "Que é que acabais de fazer?", eles poderiam responder: "Acabo de vender meu burro ao demônio, de crucificar Nosso Senhor e de renunciar ao meu batismo. Sou para o inferno... Terei que chorar toda uma eternidade por um nada..." Quando eu vejo uns que carregam no domingo, penso que carregam a sua alma para o inferno.
   Oh! como se ilude nos seus cálculos aquele que se afana no domingo, com o pensamento de que vai ganhar mais dinheiro ou fazer mais trabalho! Acaso um pouco mais de dinheiro poderá compensar o dano que ele causa a si próprio, violando a lei de Deus? Vós imaginais que tudo depende do vosso trabalho; vem, porém, uma doença , um acidente... É preciso tão pouca coisa! uma tempestade, uma chuva de granizo, uma geada. Deus tem tudo nas mãos; pode vingar-se como quiser; meios não lhe faltam. Não é sempre Ele que é o mais forte? E não deve ele permanecer o senhor no fim?
   Havia uma vez uma mulher que viera procurar o seu vigário e lhe pedir licança para apanhar o seu feno no domingo. "Mas,  diz-lhe o vigário, não é necessário; o vosso feno não corre risco algum". A mulher insistiu, dizendo: "O senhor quer então que eu deixe morrer a minha colheita?" Foi ela que morreu à tarde mesmo... Ela estava mais em perigo do que a sua colheita...
   Trabalhai, não para a comida que perece, mas a que dura para a vida eterna (S. Jo VI, 27). Que vos rende o haverdes trabalhado no domingo? Deixais bem a terra tal qual é quando vos ides embora; não levais nada. Ah! quando se está apegado à terra , não é bom ir-se dela!...
   O nosso primeiro fim é ir para Deus; só estamos na terra para isto.
   Meus irmãos, deveríamos morrer no domingo e ressuscitar na segunda-feira.
   O domingo é o bem de Deus; é o dia d'Ele, o dia do Senhor. Ele fez todos os dias da semana; podia reservá-los todos para si; deu-vos no entanto seis e reservou para si apenas o sétimo. Com que direito tocais naquilo que vos não pertence? Sabeis que o bem roubado nunca aproveita. O dia que roubais ao Senhor tão pouco vos aproveitará. Conheço dois meios bem seguros de se ficar pobre; trabalhar no domingo e tomar o bem de outrem.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

PA PRESENÇA REAL- ( 1 )

   1- "Verbum caro factum est" (Jo. 1,14): A Encarnação do Verbo, o inefável mistério do amor misericordioso de Deus que amou o homem até Se fazer 'carne' para sua salvação, é, de certo modo, continuado e amplificado através dos séculos por meio da Eucaristia, que será até ao fim dos tempos, o sacramento pelo qual o Verbo Encarnado Se torna para nós 'alimento'. Deus não Se contentou com nos ter dado, de uma vez para sempre, o Seu Unigênito, querendo que Ele tomasse no seio de uma Virgem, carne semelhante à nossa, a fim de que pudesse sofrer e morrer por nós sobre a cruz, mas quis que ficasse para sempre conosco perpetuando na Eucaristia a Sua presença real, o Seu sacrifício. Através da narrativa dos Evangelistas, podemos reconstituir e reviver no nosso coração os doces mistérios da vida de Jesus; mas, se possuíssemos somente o Evangelho, teríamos de nos limitar a recordações cheias de nostalgia: Jesus não estaria já conosco, mas só no céu à direita do Pai, depois de ter deixado definitivamente a terra no dia da Ascensão. Com que saudade volveríamos o olhar para os trinta e três anos de vida terrena do Salvador decorridos há séculos. Porém, não é assim. A Eucaristia torna permanente no meio de nós a presença de Jesus. Na hóstia consagrada encontramos aquele Jesus que Maria deu à luz; que os pastores encontraram envolto em pobres panos, reclinado num presépio; que Maria e José alimentaram, guardaram e viram crescer sob o seu olhar; aquele Jesus que chamou após Si os Apóstolos, que fascinava e instruía as turbas; que realizava os milagres mais estrondosos, Se declarou a 'luz' e a 'vida' do mundo, perdoou a Madalena, ressuscitou Lázaro; que, por nosso amor, suou Sangue, aceitou o beijo traidor, foi reduzido  a uma chaga, morreu na cruz. Aquele Jesus que, depois de ressuscitado apareceu aos Apóstolos e em cujas chagas Tomé meteu o dedo, que subiu ao céu e agora está sentado glorioso à direita do Pai e que, juntamente com o Pai, nos envia o Espírito Santo. Ó Jesus, Vós estais sempre conosco! Sois sempre o mesmo, 'ontem e hoje e por todos os séculos' (Hebr. 13, 8). Permaneceis sempre o mesmo na eternidade pela imutabilidade da Vossa Pessoa divina e no tempo pelo Sacramento eucarístico".  (P. Gabriel de Sta M. Madalena, O.C.D., INTIMIDADE DIVINA).

A PRESENÇA REAL - ( 2 )

   2. Jesus está presente na Eucaristia com toda a Sua divindade e com toda a Sua humanidade. Também a humanidade, ainda que presente "per modum substantiae" - ou seja, a modo de substância e não corporalmente extensa - está toda inteira na hóstia consagrada: Corpo e Alma e esta última com as suas faculdades de inteligência e vontade. Por isso Jesus, na Eucaristia, conhece-nos e ama-nos como Deus e como homem; não é um objeto passivo da nossa adoração, mas está vivo : vê-nos, ouve-nos, responde às nossas preces com as Suas graças de modo que podemos ter com o doce Mestre de que fala o Evangelho, relações vivas, concretas e, embora não sensíveis, semelhantes às que tinham com Ele os Seus contemporâneos. É verdade que na Eucaristia está velada não só a divindade, mas também a humanidade: contudo, a fé substitui vantajosamente os sentidos, substitui o que não vemos nem apalpamos. "Sola fides sufficit", para convencer um coração sincero - canta Santo Tomás - basta só a fé. Como Jesus outrora, oculto sob a figura de peregrino, instruía e afervorava o coração dos discípulos de Emaús, assim hoje, oculto sob as especies eucarísticas, ilumina as nossas almas, inflama-as com o Seu amor e dirige-as para o bem com uma eficácia cada vez maior.

 Jesus está ali, na Hóstia consagrada, está ali como verdadeiro Deus e verdadeiro homem e, como por nós encarnou, também por nós Se ocultou sob as sagradas espécies; ali nos espera, nos deseja, sempre pronto para nos acolher e ouvir. E nós precisamos tanto d'Ele! É certo que Deus, Espírito puríssimo, está presente em toda a parte, mais ainda, Ele - uno e trino - digna-Se habitar na nossa alma vivificada pela graça; todavia temos sempre necessidade de nos encontrarmos com Jesus, o Verbo feito carne, o Deus feito homem, o nosso Mediador, o nosso Salvador, o nosso Irmão, e encontramo-Lo precisamente na Eucaristia. Nunca estamos tão perto d'Ele como quando nos achamos junto do Santíssimo Sacramento do altar". (P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D., INTIMIDADE DIVINA). 

terça-feira, 24 de maio de 2016

O PECADO - II - 35ª LIÇÃO

- QUE É O PECADO MORTAL?
- É UMA DESOBEDIÊNCIA GRAVE À LEI DE DEUS E DA IGREJA.

  Um pecado é mortal quando se trata de coisa grave e bem sabemos que é pecado. Coisa grave é por exemplo: renegar; ter ódio a Deus; jurar falso; faltar à missa no domingo; trabalhar na roça em dia santo de guarda durante três ou quatro horas; chamar um nome de desprezo ao pai ou mãe; matar; ter ódio ao próximo; fazer coisas desonestas; roubar por exemplo  30   reais ou até menos, porque isto depende da pobreza daquele a quem se furta; (quem furta coisa de muito pouco valor também peca, mas não mortalmente. Mas por nada deste mundo se pode cometer um pecado venial.; pois é, depois do pecado mortal, o maior mal deste mundo); levantar falso testemunho, que muito desonre o próximo ou o faça sofrer muito. Todos estes pecados são pecados mortais, porque são coisas graves. Quando é coisa leve, o pecado não é mortal mas é venial. Não devemos pensar que o pecado venial não faça mal, por ser coisa pequena. Quem não se importa de cometer pecado venial, há de cair também em pecado mortal. Até  pensará que muitas coisas são só pecados veniais, quando já são mortais. O pecado venial não nos faz inimigos de Deus e de Jesus Cristo. Mas também o pecado venial ofende a Deus e nos faz menos amigos de Jesus. O pecado venial merece um grande castigo aqui na terra ou no purgatório. O pecado venial é o caminho mais reto para o pecado mortal. 
   Mesmo quando se trata de coisa grave, o pecado não é mortal, quando não sabemos bem que aquilo é pecado e que é coisa grave. Deus nos trata como gente que tem inteligência. Deus nos faz conhecer as suas ordens para as fazermos de livre vontade. Se, portanto, não sabemos o que Deus quer de nós, não pecamos, se deixarmos de fazê-lo. Se num lugar onde quase nunca houve prática ou ensino, alguém falta à missa no domingo, por não saber que é grande pecado, esta pessoa não comete pecado mortal. Noé foi o primeiro homem que fez vinho e, como não conhecia a força do vinho, ficou embriagado. Isto não foi pecado mortal, porque Noé não sabia que o vinho embriagava. Noé não sabia que aquilo era pecado.
   O pecado consiste na livre má vontade com que alguém consente no mal e não quer obedecer a Deus. Mas quem não sabe que Deus proibiu alguma coisa, não tem aquela livre má vontade de desobedecer. Se, porém, por sua própria culpa, não sabe que alguma coisa é pecado mortal, não está desculpado. Por exemplo, o padre disse muitas vezes no catecismo que é pecado mortal faltar à Missa no domingo. Ora, Pancrácio não quer ir ao catecismo e, por isso, não sabe que é pecado mortal faltar à Missa no domingo, Pancrácio não está desculpado, porque não sabe por sua culpa. Podia saber, e não sabe, porque não quis. 
   Se os pais não mandam seus filhos ao catecismo, os pais cometem pecado mortal. Se o pai dum menino sempre o manda ao catecismo, e se este menino nunca , ou poucas vezes vai, este menino comete dois pecados mortais: um porque desobedece a seus pais em coisa grave, e outro porque não aprende a lei de Deus. 

EXEMPLO
   A rainha Branca disse a seu filho Luís: "Bem sabes, meu filho, que te amo mais que a mim mesma! Mas preferia ver-te morto a ver-te em pecado mortal". 
   Luís que foi rei de França, compreendeu as palavras de sua santa mãe, tornou-se um grande santo. Um dia, perguntou ele a um senhor da sua corte: "Querias ser leproso ou cometer um pecado mortal?" O homem respondeu: "Queria antes cometer trinta pecados mortais do que ser leproso". Então o rei disse: "És muito ignorante! Bem vejo que não compreendes o que é ofender a Deus".

   

domingo, 15 de maio de 2016

VIRTUDES INFUSAS E DONS DO ESPÍRITO SANTO

   VIRTUDE em geral é o hábito que nos facilita a prática do bem.
   VIRTUDE SOBRENATURAL é um hábito sobrenatural, infundido por Deus, que dispõe as faculdades da alma para praticar atos sobrenaturais.
   As virtudes infusas nos dão não a facilidade mas a capacidade de agir sobrenaturalmente.
   A graça santificante nos faz cristãos. As virtudes infusas nos dão a possibilidade de operar como cristãos.
   No dia do Batismo, juntamente com a graça santificante recebemos na alma as virtudes infusas e os dons do Espírito Santo.
   Dentre as virtudes infusas, três são TEOLOGAIS (que têm por objeto imediato e principal a Deus): FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE.
   Quatro são as principais virtudes MORAIS (que têm por objeto um bem honesto distinto de Deus). Chamam-se CARDEAIS porque nelas se contêm ou a elas se referem as demais virtudes. São as seguintes: PRUDÊNCIA, JUSTIÇA, TEMPERANÇA e FORTALEZA. Cardeal vem da palavra latina "cardo" que significa dobradiça.

   DONS DO ESPÍRITO SANTO: são hábitos sobrenaturais, infundidos por Deus na alma, para torná-la dócil às divinas inspirações e dar-lhe vigor para praticar atos de virtude difíceis e até heróicos. São SETE: 1º) Sabedoria; 2º) Entendimento; 3º) Conselho; 4º) Fortaleza; 5º) Ciência; 6º) Piedade; 7º) Temor de Deus.
   A diferença principal entre as virtudes e os dons está na maneira diferente de operar em nós: no exercício das virtudes, a graça deixa-nos ativos, sob o influxo da Prudência; no uso dos dons, quando estes atingiram pleno desenvolvimento, a graça exige de nós mais docilidade do que atividade.
   Uma comparação nos ajudará a compreender isto: quando a mãe ensina o filho a andar, umas vezes contenta-se de lhe guiar os passos, impedindo-o que caia; outras, toma-o nos braços para ajudá-lo a vencer um obstáculo ou dar-lhe um pouco de descanso. No primeiro caso, é a graça cooperante das virtudes; no segundo, é a graça operante dos dons.
   Daí resulta que, normalmente, os atos feitos sob o influxo dos dons são mais perfeitos que os praticados somente sob a influência das virtudes, precisamente porque a ação do Espírito Santo através dos dons é mais ativa e fecunda.
   Os dons, sem serem mais perfeitos que as virtudes teologais e sobretudo que a caridade, aperfeiçoam o exercício de todas elas.
   1º) O dom da SABEDORIA faz-nos conhecer claramente nosso fim e os meios de o alcançarmos. Aperfeiçoa a virtude da CARIDADE.
   2º O dom do ENTENDIMENTO faz-nos conhecer as verdades reveladas e nos persuade delas profundamente. Aperfeiçoa a virtude da FÉ.
   3º)  O dom da CIÊNCIA mostra-nos o nada das coisas criadas, nossas obrigações e o caminho mais seguro par chegarmos ao céu. Aperfeiçoa a virtude da FÉ.
   4º) O dom do CONSELHO ensina-nos o melhor partido que devemos tomar para nossa santificação e o que mais contribui para a glória de Deus. Aperfeiçoa a virtude da PRUDÊNCIA.
   5º) O dom da FORTALEZA sustenta-nos nos perigos; nos temores e tentações e faz-nos triunfar da dificuldades que se opõem à nossa salvação. Aperfeiçoa a virtude da FORTALEZA.
   6º) O dom da PIEDADE é uma disposição religiosa que nos faz cumprir com prontidão e fervor nossas obrigações para com Deus. Aperfeiçoa a virtude da Religião, que é anexa da JUSTIÇA.
   7º) O dom do TEMOR DE DEUS é o receio constante de desagradar a Deus, que nos faz fugir do todo pecado, ainda dos veniais, para  não desgostarmos a Deus, Nosso Senhor.  Aperfeiçoa as virtudes da ESPERANÇA e da TEMPERANÇA.

AS VIRTUDES E OS DONS - ( 1 )

   "Santo Tomás ensina que os dons do Espírito Santo nos são dados como auxílio das virtudes. A expressão é muito profunda: os dons são-nos dados para ajudar as virtudes. Portanto, não para as substituir; isto quer dizer que a alma deve fazer da sua parte tudo o que puder, aplicando-se seriamente ao exercício das virtudes, e então o Espírito Santo, mediante os dons, completará aquilo que a alma não pode fazer. Por conseguinte, a primeira atitude prática que a alma deve tomar, a fim de que o Espírito Santo Se digne pôr em ato os Seus dons, é pôr-se pelos seus esforços, a caminho da santidade. Toda a tradição católica põe como ponto de partida esta atividade e aplicação pessoal, porque 'se a alma busca a Deus, muito mais a busca o seu amado... e fá-la correr para Ele (S. João da Cruz). E a alma procura a Deus através do exercício assíduo das virtudes que, embora não seja suficiente para a conduzir à meta, é porém necessário para demonstrar ao Senhor a sua boa vontade. Como o marinheiro que deseja chegar ao porto não espera, põe-se a remar com vigor, assim a alma que deseja encontrar o Senhor, enquanto espera que Ele a atraia a Si, não se abandona  ao ócio, mas aplica-se com vigor a procurá-Lo com as suas iniciativas pessoais: são esforços para vencer os próprios defeitos, para se desprender das criaturas, para praticar as virtudes, para se aplicar ao recolhimento interior, etc.. E nestes esforços o Espirito Santo inserirá a Sua ação pondo em ato os Seus dons. Vemos assim como é errada a atitude de certas almas que permanecem demasiado passivas na sua vida espiritual, não tomando suficientes iniciativas pessoais para avançar no bem, para ir ao encontro de Deus. Estas almas perdem o seu tempo e expõem-se a fáceis ilusões. Sobretudo no começo da vida espiritual é necessário pôr-se ativamente à obra, pois só assim podemos contar com o socorro do Espírito Santo." (P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D. INTIMIDADE DIVINA). 

O ESPÍRITO SANTO PARÁCLITO

   Paráclito quer dizer consolador. Com a graça de Deus, vamos falar aqui sobre as "consolações do Divino Espírito Santo. Na verdade, Jesus também é Consolador, assim como o Pai.

   O Espírito Santo nos consola de três modos: a) Pelos testemunhos que nos dá; b) Pela confiança que nos inspira; c) E até pelas mesmas repreensões que nos dá.

   1- Pelos testemunhos que nos dá. 

   Sem falarmos do testemunho da boa consciência que é fruto do Espírito Santo, Ele dá-nos outros dois frutos muito consoladores: instrui-nos a respeito de Jesus Cristo e ensina-nos o que somos em Jesus Cristo. O Divino Salvador tinha dito aos Apóstolos: "Quando vier o Consolador, aquele Espirito de verdade, que eu vos enviarei da parte do Pai, Ele vos ensinará a conhecer-me" (S. João XV, 16).

   Com efeito, a descida do Espírito Santo foi para eles como uma nova revelação a respeito de Jesus Cristo e de seus mistérios. Se antes o tinham conhecido segundo a carne, conheceram-no então de um modo incomparavelmente mais perfeito: "...E se todavia temos conhecido a Cristo segundo a carne, agora já o não conhecemos (deste modo)" (II Cor.V, 16). Sucede o mesmo com relação a nós. Oh! que grande diferença há entre a fé comum e a que recebeu as grandes influências do Espírito Santo!

   Quando uma alma, com o auxílio dos dons do Espírito Santo entra no conhecimento da caridade de Jesus Cristo; quando mede, por assim dizer, o comprimento, a largura, a sublimidade e profundidade de seu amor para conosco, tem nele uma fonte inesgotável de consolações, porque compreende que há ali para ela recursos infinitos, em qualquer situação que se encontre ou possa vir a encontrar-se.

   O segundo testemunho que nos dá o Espírito Santo é que somos filhos de Deus, e por conseguinte, seus herdeiros, irmãos e co-herdeiros de Jesus Cristo. Oh! que consolação para o nosso coração! 

   É verdade que podemos perder a herança do nosso Pai celestial, e este pensamento tem feito tremer os Santos. Mas também podemos estar certos desta herança, porque adquirida para nós, e já possuímos um penhor dela que é o mesmo Espírito Santo. Por isso a alma solícita em conservar tão precioso penhor, modera seus receios, pelo cuidado que tem em conservar a caridade que o Espírito Santo lhe infundiu, ou até os expulsa, aperfeiçoando-a, como afirma São João na sua Primeira Epístola, IV, 18: "Na caridade não há temor; a caridade perfeita lança fora o temor..." Repousa pois em paz no seio de seu Pai. 

   2- A confiança que nos inspira. 

   A sua confiança faz a sua felicidade. O Espírito Santo que, para desapegar a alma de si mesma, lhe mostra a corrupção da sua natureza e a sua incurável inclinação ao pecado, descobre-lhe ao mesmo tempo tão claramente o poder de Deus, sua fidelidade em cumprir as promessas, sua bondade, sua ternura para com aqueles que o invocam e amam, que a sua fé viva dá uma substância, uma realidade ao que não é ainda senão uma esperança: "A fé é o fundamento das coisas que se esperam..." É um gozo antecipado; o coração saboreia com delícias as verdades cujo conhecimento dão à alma tão grande consolação. 

   3- O Espírito Santo consola-nos até com as repreensões que nos dá.

   A sua missão, formando e santificando a Igreja, é convencer o mundo, inimigo de Jesus Cristo, do pecado, da justiça e do juízo. Não cessa de combater em nós até os últimos restos do espírito do mundo, em que tudo é pecado, injustiça e mentira. Ora, para estar inteiramente livre dele, é necessário ter alcançado a perfeição. As queixas e censuras que o Divino Espírito Santo nos faz ouvir, são outra prova consoladora do seu amor para conosco. "Tua vara e teu báculo me consolaram" (Salmo XXII, 4). 

sábado, 14 de maio de 2016

A CONSCIÊNCIA CRISTÃ


   Inspirados talvez inconscientemente pelo Modernismo e pela "Moral Nova", muitos soem dizer que "o que manda é o coração", querendo com isto dizer que o que importa é o agir segundo o que se acha ser certo. Mas, na verdade, não é bem assim. Deus, Nosso Senhor colocou no mais íntimo do homem a consciência. Dadas, porém, as consequências do pecado original, a consciência deve ser bem educada e formada para que, sendo certa e reta, procure fazer sempre o que é do agrado de Deus, e evitar tudo o que Lhe desagrada. Neste sentido valeria a sentença acima enunciada: O que manda é o coração reto que procura fazer sempre a santíssima vontade de Deus. 

   "O Divino Salvador, dizia Pio XII, trouxe para o homem ignorante e fraco sua verdade e sua graça; a verdade para lhe indicar o caminho que conduz a seu fim; a graça para lhe conferir a força de poder atingi-lo. Percorrer este caminho significa, na prática, aceitar a vontade e os mandamentos de Cristo e tornar sua vida conforme com eles, isto é, cada ato interior e exterior que a livre vontade humana escolhe e fixa. Ora, qual é, senão a consciência, a faculdade espiritual que, nos casos particulares, indica à vontade, para que ela os escolha e resolva, os atos que são conformes à vontade divina? Ela é, portanto, o eco fiel, o puro reflexo da regra divina dos atos humanos. De tal sorte que as expressões, tais como "o julgamento da consciência cristã", ou esta outra "julgar segundo a consciência cristã", têm o seguinte sentido: a regra da decisão última e pessoal para uma ação moral provém da palavra e da vontade de Cristo. Ele é, com efeito, o caminho, a verdade e a vida, não somente para todos os homens tomados em conjunto, mas para cada um tomado individualmente (Cf. S. João XIV, 6); Ele o é para o homem adulto, Ele o é para a criança, Ele o é para o jovem. 

   Segue-se daí que formar a consciência cristã de uma criança ou de um jovem consiste primeiramente em esclarecer seu espírito sobre a vontade de Jesus Cristo, sobre a Sua lei, sobre o caminho que ele lhe indica e, além disto, em agir sobre sua alma, o quanto isto possa ser feito do exterior, a fim de o induzir a cumprir sempre livremente a vontade divina. eis qual é a mais alta tarefa da educação.

   Mas onde o educador e a criança encontrarão concretamente, facilmente e com certeza, a lei moral cristã? Na lei do Criador impressa no coração de cada um (Cf. Rom. II, 14-16), e na revelação, isto é, no conjunto das verdades e dos preceitos ensinados pelo Divino Mestre. Todo este conjunto - a lei escrita no coração, ou lei natural - Jesus Nosso Redentor o confiou, como o tesouro moral da humanidade, à Sua Igreja, para que Ela o pregue a todas as criaturas, o ilustre e o transmita, intacto e preservado de toda contaminação e erro, de uma geração à outra". (...)

   "Na doutrina moral católica, como no dogma, quer-se fazer de qualquer modo uma radical revisão para daí deduzir uma nova ordem de valores". (...) O vício capital desta "nova moral" é, como explica Pio XII: "Submetendo todo critério ético a consciência individual, ciosamente fechada em si mesma e arvorada como juiz absoluto de suas determinações, esta teoria, bem longe de lhe aplainar o caminho, a afasta do verdadeiro caminho que é Cristo". 

   "O Divino Redentor entregou Sua Revelação, da qual as obrigações morais são parte essencial, não aos homens isoladamente, mas à Sua Igreja, à qual Ele deu a missão de os guiar e de guardar fielmente este depósito sagrado". 

   "Do mesmo modo, a assistência divina, destinada a preservar a Revelação de erros e deformações, foi prometida à Igreja e não aos indivíduos. Sábia previdência, pois que a Igreja, organismo vivo, pode assim, com segurança e facilidade, seja esclarecer e aprofundar as verdades, igualmente morais, seja aplicá-las, mantendo intacto o essencial, nas condições variáveis de lugar e de tempo. Considere-se, por exemplo, a doutrina social da Igreja, que, surgida para responder a necessidades novas, nada fez senão a aplicação da eterna moral cristã às presentes circunstâncias econômicas e sociais". 

   "Como é, então, possível conciliar a previdente disposição do Salvador, que confiou à Igreja a proteção do patrimônio moral cristão, com uma espécie de autonomia individualista da consciência?"

   "Esta última, subtraída de seu clima natural, não pode produzir senão frutos venenosos, que se reconhecerão pela simples comparação com certas características da conduta tradicional e da perfeição cristãs, cuja excelência é provada pelas obras incomparáveis dos Santos".

   "A "nova moral" afirma que a Igreja, em lugar de suscitar a lei da liberdade humana e do amor, e de insistir sobre ela como justo estímulo da vida moral, se apóia, ao contrário, por assim dizer exclusivamente e com uma rigidez excessiva, sobre a firmeza e a intransigência das leis morais cristãs. (...). 

  " Ora, a Igreja quer, ao contrário - e ela o põe expressamente em evidência quando se trata de formar as consciências - que o cristão seja introduzido nas riquezas infinitas da fé e da graça, de um modo persuasivo, a ponto de se sentir inclinado a penetrá-los profundamente.

   "Entretanto, a Igreja não pode deixar de advertir os fiéis de que estas riquezas não podem ser adquiridas e conservadas senão pelo preço de obrigações morais precisas. Uma conduta diversa terminaria por fazer esquecer um princípio dominante, sobre o qual sempre insistiu Jesus, seu Senhor e Mestre. Com efeito, Ele ensinou que para entrar no reino dos céus não é suficiente dizer: "Senhor, Senhor", mas que é preciso que a vontade do Pai Celeste seja cumprida (cf. S. Mateus VII, 21). Ele falou da "porta estreita" e do "caminho estreito" que conduz à vida (cf. S. Mateus, VII !# e !4), e Ele acrescentou: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque, eu vo-lo declaro, existem muitos que procurarão aí entrar, sem o conseguirem" (cf. S. Lucas, XIII, 24). Cristo fixou, como pedra de toque e traço distintivo do amor a Ele, a observância dos mandamentos (cf. S. João, XIV, 21-24). Igualmente, ao jovem rico que O interroga, Ele responde: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". (...) Ele estabeleceu, como condição a quem O quer imitar, que renuncie a si mesmo e tome cada dia a própria cruz (cf. S. Lucas, IX, 23). (...) Ele acrescenta: "eu vo-lo digo, a vós meus amigos, não tenhais medo dos que podem matar o corpo, mas que, isto feito, nada mais podem. Dir-vos-ei o que deveis temer: temei Aquele que, após ter dado a morte, tem o poder de vos lançar no inferno"(cf. S. Lucas, XII, 4-5).

NB.: Este artigo são excertos da alocução "La Famiglia" que Pio XII fez em 1952. 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O DOCE HÓSPEDE DA ALMA

   Na Sequência da Missa a Santa Igreja chama o Divino Espírito Santo: "DOCE HÓSPEDE DA ALMA". Reza ainda: "Sem a vossa graça nada existe no homem, nada há de puro; lavai toda mancha, regai toda aridez, sarai toda ferida, abrandai o que é rígido, aquecei o que é frígido, encaminhai os desviados"...

   Caríssimos, talvez faz-se mister que cresçamos mais na devoção ao Divino Espírito Santo, porque Ele habita em nós pela graça e quer agir sempre no sentido não só de nos levar para o céu, mas seu desejo é que nos santifiquemos. 

   É sumamente salutar à nossa alma, esta meditação! Acende o fogo do amor de Deus em nossos corações. 

   Sabemos que no Batismo e sobretudo na Crisma, recebemos o Espírito Santo; mas  pedimos a sua vinda, porque podemos recebê-Lo sempre mais abundantemente, podemos receber sempre d'Ele luzes mais vivas, forças mais poderosas. Na verdade o Espírito Santo habita em nós para nos santificar, para nos guiar em toda atividade sobrenatural. Comunica-nos os seus dons. Hóspede divino, cheio de amor e bondade, não estabelece em nossos corações a sua morada senão para nos ajudar, esclarecer, fortalecer. Como é triste o pecado mortal; pois expulsa este Doce Hóspede da alma! Ele só sai, quando assim expulso. Os pecados veniais deliberados não O expulsam; embora maltratado, continua na alma. É muito triste também tratar mal um tal hóspede! Esforcemo-nos também por evitar os pecados veniais. Quanto a não tapar os ouvidos às Suas inspirações já falamos no post: "TOTAL FIDELIDADE AO ESPIRITO SANTO". Atinente a isto, só queria acrescentar que, quando a alma Lhe resiste deliberadamente e com frequência, ofende-O e obriga-O pouco a pouco a calar-se. E então tal infeliz alma pára no cominho da santidade e corre até grande risco de se desviar do trilho da salvação.

   Caríssimos, sejamos, portanto, fiéis a este Doce Hóspede de nossa alma. Peçamos-Lhe, pois, que venha a nós, em nós habite e em nós aumente a abundância dos Seus dons. A oração fervorosa é uma das condições da Sua vinda às nossas almas. Mas outra condição, que podemos dizer "sine qua non" é a humildade. Portanto, apresentemo-nos a Ele na íntima convicção da nossa pobreza interior: "Vinde Pai dos pobres!" Esta disposição da alma é excelente para receber Aquele de quem a Igreja canta: "Sem a vossa graça nada exite no homem, nada há de puro". Sem o auxílio do Espírito Santo, tudo em nós é nocivo. Somos um nada pecador. Então, ó Divino Espírito Santo: "Lavai as nossas manchas, regai a nossa aridez, curai as nossas chagas; vergai a nossa rigidez, aquecei a nossa frieza, guiai nossos passos transviados". 

   Nunca deixemos de invocar o Espírito Santo. É precisamente por causa das nossas misérias que Ele nos atenderá. Aos humildes Ele sempre dá a graça. 

   E Vós, Nosso Senhor Jesus Cristo, também nosso Advogado, agora sentado à direita do Pai, rogai ao Espírito Santo para que a Sua vinda às nossas almas seja como "um rio de água viva, cuja virtude jorre até à vida eterna". Amém. 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O PAPA PIO XI SOBRE A LUTA DE CLASSES

A LUTA DE CLASSES

"Não furtarás" (Êxodo XX, 15) e "Pedro disse: Ananias, como é que satanás se apoderou de teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do campo? NÃO É VERDADE QUE, CONSERVANDO-O, ERA TEU, E, MESMO DEPOIS DE VENDIDO, NÃO ESTAVA EM TEU PODER (o preço)? ... "Não mentistes aos homens, mas a Deus". ( Atos V, 3 e 4).


A todo direito corresponde um dever. Havendo o direito de propriedade oriundo da própria natureza criada por Deus, necessariamente há o dever de os demais respeitarem este direito, Daí o mandamento de Deus proibindo o furto. No caso de Ananias e Safira castigados com a morte diante do Apóstolo Pedro, o que motivou tão terrível castigo foi a pretensão de mentir ao Espírito Santo, e não o fato de possuir terreno e não tê-lo dado todo aos pobres por meio da Igreja. Mostra-o as palavras de S. Pedro que coloquei acima em letras maiúsculas. O Comunismo e também o Socialismo pretendem fazer reforma agrária confiscatória, e isto é contra a lei de Deus. Devemos condenar o Comunismo e também o Socialismo mesmo que pareça este ser mais mitigado.

   Limitar-me-ei a dar apenas alguns excertos da Encíclica "Quadragesimo Anno", de 15 de maio de 1931.
Ouçamos o Papa Pio XI que põe os pingos nos is como se soe dizer:  

   ..."Uma das facções seguiu uma evolução paralela à da economia capitalista, que antes descrevemos, e precipitou-se no comunismo, que ensina duas coisas e as procura realizar, não oculta ou solapadamente, mas à luz do dia, francamente e por todos os meios, ainda os mais violentos: guerra de classes sem tréguas nem quartel e completa destruição da propriedade particular".

   ... "Mais moderada é a outra facção, que conservou o nome de socialismo: porque não só professa abster-se da violência, mas abranda e limita de algum modo, embora não as suprima de todo, a luta de classes e a extinção da propriedade particular. Dir-se-ia que o socialismo, aterrado com as consequências que o comunismo deduziu de seus próprios princípios, tende para as verdades que a tradição cristã sempre solenemente ensinou, e delas em certa maneira se aproxima: porquanto é inegável que as suas reivindicações concordam, às vezes, muitíssimo com as reclamações dos católicos que trabalham na reforma social".

   ..."Com efeito, a luta de classes, quando livre de inimizades e ódio mútuo, transforma-se pouco a pouco numa concorrência honesta, fundada no amor da justiça, que, se bem não seja aquela bem-aventurada paz social por que todos suspiramos, pode e deve ser o princípio da mútua colaboração. Do mesmo modo, a guerra à propriedade particular, afrouxando pouco a pouco, chega a limitar-se, a ponto de já não agredir a posse do necessário à produção dos bens, mas aquele despotismo social que a propriedade contra todo direito se arrogou. E, de fato, tal poder não pertence ao simples proprietário, mas à autoridade pública. Por este caminho podem os princípios deste socialismo mitigado vir pouco a pouco a coincidir com os votos e reclamações dos que procuram reformar a sociedade segundo os princípios cristãos. Estes com razão pretendem que certos gêneros de bens sejam reservados ao Estado, quando o poderio que trazem consigo é tal que, sem perigo do mesmo Estado, não pode deixar-se em mãos dos particulares. 
   Tão justos desejos e reivindicações em nada se opõem à verdade cristã, e muito menos são exclusivos do socialismo. Por isso, quem só por eles luta não tem razão para se declarar socialista".

   ...Mas não se vá julgar que os partidos socialistas, não filiados ainda ao comunismo, professem já todos teórica e praticamente esta moderação. Em geral, não renegam a luta de classes nem a abolição da propriedade, apenas as mitigam. Ora, se os falsos princípios assim se mitigam e obliteram, pergunta-se, ou melhor, perguntam alguns sem razão, se não será bem que também os princípios católicos se mitiguem e moderem, para sair ao encontro do socialismo e congraçar-se com ele a meio caminho. Não falta quem se deixe levar da esperança de atrair por este modo os socialistas. Esperança vã! Quem quer ser apóstolo entre os socialistas é preciso que professe franca e lealmente toda a verdade cristã, e que de nenhum modo feche os olhos ao erro. Esforcem-se antes, se querem ser verdadeiros arautos do Evangelho, por mostrar aos socialistas que as suas reclamações na parte que têm de justas, se defendem muito mais vigorosamente com os princípios da fé e se promovem muito mais eficazmente com as forças da caridade".

   ...E se o socialismo estiver tão moderado no tocante à luta de classes e à propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isso à sua natureza essencialmente anticristã? Eis uma dúvida, que a muitos traz suspensos. Muitíssimos católicos, convencidos de que os princípios cristãos não podem jamais abandonar-se nem obliterar-se, volvem os olhos para esta Santa Sé e suplicam instantemente que definamos se este socialismo repudiou de tal maneira as suas doutrinas, que já se possa abraçar e quase batizar, sem prejuízo de nenhum princípio cristão. Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como "ação", se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã.
   Com efeito, segundo à doutrina cristã, o homem sociável por natureza é colocado nesta terra para que, vivendo em sociedade e sob a autoridade ordenada por Deus (Rom. 13, 1), cultive e desenvolva plenamente todas as suas faculdades, para louvor e glória do Criador, e pelo fiel cumprimento dos deveres de sua profissão ou vocação, qualquer que ela seja, granjeie a felicidade temporal e eterna. Ora, o socialismo, ignorando por completo ou desprezando este fim sublime dos indivíduos e da sociedade, opina que o consórcio humano foi instituído só para a vantagem material que oferece. E, na verdade, do fato de o trabalho convenientemente organizado ser muito mais produtivo que os esforços isolados, os socialistas concluem que a atividade econômica deve necessariamente revestir uma forma social. Desta necessidade segue-se, segundo eles, que os homens, no que respeita à produção, são obrigados a entregar-se e sujeitar-se completamente à sociedade. Mas estimam tanto os bens materiais que servem à comodidade da vida, que afirmam deverem pospor-se e mesmo sacrificar-se quaisquer outros bens superiores, e em particular a liberdade, às exigências de uma produção ativíssima. Esta perda da dignidade humana, inevitável no sistema da produção "socializada", julgam-na bem compensada com a abundância dos bens que, produzidos socialmente, serão distribuídos pelos indivíduos, e estes poderão livremente aplicar a uma vida mais cômoda e faustosa. Em consequência, a sociedade sonhada pelo socialismo não pode existir nem conceber-se sem violências manifestas; por outra parte, goza de uma liberdade não menos falsa, pois carece de verdadeira autoridade social; esta não pode fundar-se nos interesses materiais, mas provém somente de Deus, criador e fim último de todas as coisas (Enc. Diuturnum)". 

   ..."E se este erro, como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca negaram, funda-se contudo numa concepção da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista". 

  

A SEITA COMUNISTA

   Excertos da CARTA PASTORAL prevenindo os diocesanos contra os ardis da seita comunista, de D. Antônio de Castro Mayer, de saudosa memória. 
"Os comunistas, em geral, a fim de obter a colaboração dos não comunistas, sondam primeiro o ambiente para ver qual a campanha que terá maior receptividade entre estes. E não é difícil encontrar injustiças verdadeiras, objetivas, a deplorar numa sociedade que apostatou de Deus, e vive dominada pelo egoísmo e pela sede dos prazeres materiais. Ora, é natural que os cristãos se indignem com fatos desses. Os Papas têm repetidas vezes levantado a voz contra semelhantes abusos e particularmente contra as injustiças causadas pela nova ordem econômica, na qual domina o dinheiro e não se dá atenção às necessidades espirituais e morais mais urgentes das classes menos favorecidas. Fazer eco aos Papas, e tentar ordenadamente pôr termo a essas desordens sociais, é coisa justa e digna de todo o aplauso.
 "De circunstâncias concretas como essas, se aproveitam os comunistas, e como que se associam à campanha dos cristãos . Também eles alçam a voz para condenar as injustiças e pedir a punição dos culpados Pergunta-se: seria lícita, em tal caso, uma ação paralela? Os comunistas, de seu lado, com seus argumentos e seus métodos sem dúvida detestáveis, propugnariam, não obstante, um objetivo justo e desejável. De outro lado, os católicos, como os métodos e argumentos ensinados pela Moral, pelos documentos pontifícios, se empenhariam, sem ligação nenhuma com os comunistas, para conseguir, na prática, o mesmo resultado, isto é, a correção das injustiças sociais.
"É fácil solucionar a questão.
"Primeiramente, não nos iludamos; os comunistas jamais desejam reparar injustiça alguma. Eles só querem fomentar agitação, mal-estar, oposição de classe contra classe, de maneira a obter a aversão e o ódio de uma contra outra. Ainda quando, na aparência, estão a defender objetivos inteiramente de acordo com as exigências e a doutrina da Igreja, ainda nessas ocasiões, o que de fato intentam é promover a luta de classes, o grande meio que Lenine lhes pôs nas mãos para atingirem seu fim último: o domínio do mundo e a tirania da nova classe dirigente, o partido comunista. 
"Em segundo lugar, e por esse mesmo motivo, qualquer campanha cristã contra as injustiças sociais, para não carregar água para o moinho comunista, precisa, ao mesmo tempo que ataca com veemência tais injustiças, mostrar DE MODO CLARO E INSOFISMÁVEL que não pretende o aniquilamento da qualquer das classes de que forçosamente se compõe o corpo social, que o que deseja tão somente é purificar este último de defeitos que o deformam, e isso através da harmonia das várias camadas sociais; a par disso, é COISA NÃO MENOS INDISPENSÁVEL combater e impugnar, com veemência igual ou ainda maior, a companha análoga de cunho comunista, denunciando-a como insincera e revolucionária. Ora, agindo os católicos de acordo com estas normas, os próprios comunistas rejeitarão a colaboração que antes procuravam. 
"Amar os pobres não é odiar os ricos
"Amemos, pois, desveladamente os pobres, sejamos seus protetores, defendamos seus direitos, - salvando sempre, porém os direitos das outras camadas da sociedade, porque a felicidade do corpo social está na harmonia de todas as classes, com seus direitos e deveres, e não na supremacia de uma sobre outra, tripudiando sobre a lei moral".                                        

terça-feira, 10 de maio de 2016

CAMINHO DO CÉU - 33ª LIÇÃO




- PARA QUE JESUS CRISTO FUNDOU A IGREJA?
-JESUS CRISTO FUNDOU A IGREJA PARA ENCAMINHAR OS HOMENS AO CÉU.

- DE QUE MANEIRA A IGREJA NOS ENCAMINHA PARA O CÉU?
- A IGREJA NOS ENCAMINHA PARA O CÉU ENSINANDO-NOS AS VERDADES QUE JESUS CRISTO ENSINOU: DANDO-NOS OS SEUS MANDAMENTOS E TAMBÉM A GRAÇA, POR MEIO DOS SACRAMENTOS.

   Jesus tinha dito aos apóstolos: "Como o Pai me enviou a mim, assim eu vos envio a vós". Depois disse estas palavras, que já aprendemos: "Ide pelo mundo inteiro e ensinai todos os povos; quem crer será salvo, quem não crer será condenado". Mas Jesus acrescentou umas palavras, muito importantes, que ainda tenho de explicar. Jesus disse: "E eis que eu estou convosco todos os dias até o fim dos séculos".
   Jesus está com os apóstolos e com os seus sucessores até o fim dos séculos. Por que fica Jesus com os sucessores dos apóstolos? Jesus fica com os sucessores dos apóstolos para os ajudar. Ajudar em que? No ensino. Pois Jesus mandou aos apóstolos ensinar todos os povos. Neste ensino da Igreja, Nosso Senhor está com ela: ajuda a sua Igreja a ensinar.
   Mas se Jesus ajuda a Igreja a ensinar, este ensino não pode ser errado. Jesus ajuda à sua Igreja, para ela não se ENGANAR. Jesus disse aos apóstolos e aos seus sucessores: "Ide pelo mundo inteiro e ensinai todos os povos. Quem crer será salvo, quem não crer será condenado".
   Este ensino da Igreja nós o aprendemos no catecismo, nas práticas e em bons livros. Por isso nós devemos aprender o catecismo e ouvir a explicação do catecismo e as práticas. Não devemos criticar o que se diz nas práticas, mas devemos ouvi-las como se Nosso Senhor falasse, Convém também ler livros bons sobre a religião.
   Há pessoas que creem o que querem e não creem o que não lhes agrada; e contudo se dizem católicos. É mentira.
   Quem obstinadamente não quer crer uma doutrina da Igreja não pertence à Igreja católica, não é católico. Quem não crê que é pecado mortal desobedecer à Igreja, por exemplo: não ir à missa no domingo, não é católico.
   Se alguém não crê nas verdades do catecismo ofende gravemente a Jesus. Jesus mandou, sob pena de eterna condenação, crer tudo o que a Igreja ensina e fazer o que a Igreja manda, Por isso dizemos que fora da Igreja não há salvação.

EXEMPLO
   Certa vez estava um protestante à cabeceira da mãe moribunda, procurando as melhores palavras para consolá-la. Ela olha para o filho e lhe diz: "Dize-me, eu te suplico, qual é a fé em que devo morrer, para salvar-me eternamente? Não me ocultes a verdade, meu filho, para que não venha perder-se eternamente a tua pobre mãe por tua culpa". O protestante estremece. Finalmente responde: "Oh! minha mãe, queres que revele a verdade? Em face da morte, digo-te com toda singeleza: a doutrina protestante é mais cômoda, mas a da religião católica é a única segura para alcançar a vida e salvação eterna!"

sábado, 7 de maio de 2016

OS BISPOS - 32ª LIÇÃO

- QUAIS SÃO OS CHEFES DA IGREJA CATÓLICA?
- O PAPA É O CHEFE. UNIDOS A ELE OS BISPOS TAMBÉM GOVERNAM A IGREJA.

   Jesus não queria ficar sempre de maneira visível com o seu rebanho. Jesus queria morrer, ressurgir, e subir ao céu, e só no Santíssimo Sacramento ficar no meio do seu rebanho. Mas no Santíssimo Sacramente não se vê a Jesus, ali ele não fala aos ouvidos do seu povo, não ensina, não manda.
   Por isso escolheu doze homens, a quem chamou seus apóstolos. Os apóstolos foram Pedro e João, Tiago o Maior, e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, o Menor, e Simeão, Judas Tadeu, e Judas Iscariotes. Judas Iscariotes foi aquele que traiu Jesus; no começo ele era bom, mas depois aos poucos foi se apegando ao dinheiro e terminou até roubando. Era apóstolo, bispo mas não era pessoa boa e confiável. Isto mostra que a gente não pode seguir um bispo se ele não é fiel a Jesus, se ele não prega o que Jesus pregou. Se ele mesmo não segue o que Jesus mandou. Judas Iscariotes traiu a Jesus e depois se suicidou dependurando-se num corda. No seu lugar foi eleito São Matias. Depois Jesus Cristo chamou ainda São Paulo para o apostolado.
   Nosso Senhor fez os apóstolos pastores de seu rebanho. Os apóstolos deviam ensinar o povo, dar-lhe a graça do Senhor, principalmente pelos sacramentos, e governar a Igreja em nome de Jesus.
   Pouco tempo antes de subir ao céu, apareceu Jesus aos seus apóstolos e lhes disse: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra". Ide, pois pelo mundo inteiro, ensinai todos os povos e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. E eu estou convosco até o fim dos séculos. Quem vos ouve a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza."
   Jesus tem todo o poder no céu e na terra, porque é Deus. Jesus deu este poder aos seus apóstolos, para ensinarem e mandarem em seu nome. Os apóstolos deviam governar a Igreja em nome de Jesus Cristo.
   Quando o Sr. Presidente morre, vem outro em seu lugar, que recebe o mesmo cargo. Dizemos que este é o sucessor do presidente; tem os mesmos direitos que  o falecido presidente tinha. Assim, quando os apóstolos morreram, vieram outros em seu lugar. Os bispos são os sucessores dos apóstolos. O direito de ensinar e de governar, e o poder de dar a graça, não se acabou com a morte dos apóstolos. Os sucessores dos apóstolos receberam o mesmo poder. Pois Jesus disse: "Ide por todo mundo." Os apóstolos não foram por todo o mundo: nenhum apóstolo esteve no Brasil, nem no Japão. Jesus também falou aos sucessores dos apóstolos. Os sucessores dos apóstolos, os bispos, foram também ao Brasil e ao Japão e por todo o mundo. Jesus disse: "Ensinai todos os povos". Os apóstolos não ensinaram todos os povos. Os sucessores dos apóstolos, os bispo, ensinarão, administrarão os sacramentos e governarão a Igreja até o fim do mundo.
   Devemos ouvir e obedecer os bispos e padres fiéis a Jesus. Quem crê o que os Bispos, ajudados pelos padres, ensinam, crê o que Jesus ensinou. Quem não crê o que os Bispos, ajudados pelos padres ensinam não crê o que Jesus ensina. Porque Jesus disse: "Quem voa ouve a mim ouve." Quem não obedece aos Bispos, ajudados pelos padres, não obedece a Jesus Cristo, porque Jesus disse: "Quem vos despreza, a mim despreza."
   Devemos também fazer o que o Bispo e os padres mandam, a não ser que mandem uma coisa errada. Muitas vezes se ouve dizer: quem manda na Igreja é o povo. Pois a Igreja é do povo. É erro. A Igreja não é a casa do povo. A igreja é a casa de Deus. Quem representa a Deus é o Bispo e aquele a quem o Bispo encarregar: o vigário ou outro sacerdote. Um povo civilizado e instruído sabe isto, e não pretende mandar na Igreja, mas sim obedecer.
   Por isso chamamos os sermões, as práticas que os padres fazem "a palavra de Deus", porque quem ouve estas palavras ouve a doutrina de Jesus Cristo. Quem não ouvir o sermão, a prática, ofende a Jesus Cristo. É muito feio sair da igreja durante a prática ou conversar, ou fazer barulho ou falar contra o sermão ou prática, pois é sempre a palavra de DEUS. Não importa se o pregador é um grande orador ou não. O importante e o único necessário é que ele ensine o que Jesus ensinou: "Quem vos ouve a mim ouve".
  
EXEMPLO
   Jesus , depois de subir ao céu, quis chamar ao apostolado, de um modo extraordinário, Saulo, perseguidor da Igreja; fez refulgir em torno dele uma luz do céu, e bradou-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues? E à pergunta de Saulo: "Quem és tu, Senhor?" disse-lhe Nosso Senhor: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues." Saulo perguntou: "Senhor, que queres que eu faça? Ora, enquanto Jesus Cristo lhe podia ter intimado diretamente a sua vontade, manisfestou-lha, ao contrário, por meio do sacerdote Ananias, a quem em visão, Jesus revelo-lhe a conversão de Saulo. Jesus disse simplesmente a Saulo: " ENTRA NA CIDADE, E AÍ SE TE DIRÁ O QUE TE CONVÉM FAZER." (Atos, IX).

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Provando a Tese do Poder de Jurisdição do Romano Pontífice

   O Romano Pontífice tem em toda Igreja um poder de jurisdição pleno e supremo, verdadeiramente episcopal ordinário e imediato sobre todos os bispos e fiéis, não só tomados separadamente cada um em particular,  mas também todos conjuntamente, e mesmo nas coisas que se referem à disciplina. 

     Argumentos probativos: - a) A Jurisdição do Romano Pontífice é plena e suprema: Profissão de Fé de Miguel Paleólogo diz que o Sumo Pontífice: "Possui o supremo e pleno primado e principado sobre toda a Igreja católica". O mesmo ensina o Concílio de Florença e o Papa Pio VI. O Concílio Vaticano I definiu: "Se, pois, alguém disser que ao Romano Pontífice cabe apenas o ofício de inspeção ou direção, mas não o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda a Igreja, não só nas coisas referentes à fé e aos costumes, mas também nas que se referem à disciplina e ao governo da Igreja, espalhada por todo o mundo; ou disser que ele só goza da parte principal deste supremo poder, e não de toda a sua plenitude... seja excomungado". 

   b) A Jurisdição do Romano Pontífice é ordinária e imediata: O Concílio Vaticano I diz: "Se alguém disser que este seu(do Romano Pontífice) poder não é ordinário e imediato, quer sobre todas e cada uma das igrejas, quer sobre todos e cada um dos pastores e fiéis - seja excomungado". Por esta razão os cânones 218, 219  do C.D. C. (1917) rezam: "Este poder é verdadeiramente episcopal, ordinário e imediato não só sobre todas e cada uma das igrejas, como sobre todos e cada um dos Pastores, e independente de qualquer autoridade humana" (c. 218 § 2); "O Romano Pontífice, legitimamente eleito, e tão logo for aceita a eleição, recebe por direito divino a plenitude da jurisdição suprema" (c. 219). 
   Assim sendo, nunca poderá haver apelação nem recurso contra uma sentença ou decreto do Romano Pontífice. Nem mesmo poder-se-á apelar para a autoridade de um Concílio Ecumênico, como se esta autoridade fosse maior do que a do Sumo Pontífice. Ele é, pois, o Superior ordinário de todas as dioceses e igrejas. 
    Pelo cânon 218 § 2 acima citado, já ficou demonstrado que o poder de Jurisdição do Romano Pontífice é verdadeiramente episcopal, ordinário e imediato. 

O PODER DE JURISDIÇÃO DO SUMO PONTÍFICE

   Tese: O Romano Pontífice tem em toda a Igreja um poder de jurisdição pleno e supremo, episcopal e, na verdade imediato sobre todos os bispos e fiéis, tanto tomados cada um separadamente quanto considerados ao mesmo tempo juntos, também naquelas coisas que pertencem à disciplina. (De fé definida). 

   Erros: Os adversários da tese são: 1. Todos aqueles que simplesmente rejeitam o próprio primado do Romano Pontífice. São os fautores do presbiterianismo e do episcopalismo. 
   2. Todos aqueles que mais ou menos restringem este primado do Romano Pontífice: Muitos Galicanos e os Anglicanos, segundo os quais o Romano Pontífice tem uma jurisdição propriamente dita, mas só na diocese de Roma; portanto, em relação a Igreja universal diziam que o Papa teria um poder apenas de inspeção e direção.
   Segundo estes inimigos da Igreja, o Sumo Pontífice pode, na verdade, corrigir extraordinariamente os abusos e negligências dos pastores, mas, em casos ordinários só o poderia fazer mediante os Bispos; e os Bispos reunidos em concílio geral são superiores ao Papa, cujo poder, portanto, seria limitado pelos cânones eclesiásticos. 
   3. Os Modernistas que negam ao Romano Pontífice a verdadeira jurisdição e principalmente o seu poder coativo e atribuem-lhe somente um certo poder de direção, como chamam,  espiritual e moral. 

  Mas a Doutrina católica é a que está expressa na tese acima, que vamos agora explicar e provar. 

  Explicação da tese: O poder de jurisdição do Romano Pontífice é:  
   1. Verdadeiramente episcopal: Isto significa que o poder pastoral que qualquer bispo tem em sua diocese (poder de apascentar, reger e governar o rebanho que lhe é confiado) o Papa possui-o de maneira ordinária e imediata não só sobre todas e cada uma das igrejas, como sobre todos e cada um dos pastores e fiéis. E é independente de qualquer autoridade humana. Embora se chame Bispo de Roma, na verdade, o Papa é o Bispo de todos os fiéis  em toda a Igreja. 
   2.  Poder supremo: Isto significa que não existe outro poder maior ou igual. Portanto, o poder de jurisdição do Sumo Pontífice é maior do que o poder de cada bispo, e até mesmo do poder de todos os bispos tomados conjuntamente. Por exemplo o poder do Papa é maior do que o poder de todos os bispos reunidos em um Concílio geral (é óbvio excluído o Papa). 
   3. Poder pleno: A Jurisdição do Romano Pontífice é por si mesma plena. Isto quer dizer que o poder do Papa é sem limite. O Sumo Pontífice tem, pois, por si só, não somente parte principais do supremo poder, mas tem toda sua plenitude, de tal modo que o supremo poder nele esteja completo e íntegro (tota et indivisa). Portanto, o Papa pode, por si só, fazer qualquer coisa atinente ao governo da Igreja, sem nenhum concurso dos Bispos ou consenso da Igreja. Todo e qualquer outro poder eclesiástico depende dele. Ele, por sua vez, não depende de ninguém ( aqui na terra, é claro, Ele é Vigário de Cristo e deve agir Sub Christo), e seu poder sofre nenhum limite, nem quanto às pessoas, nem quanto aos lugares, nem quanto aos objetos, e se estende a todos os casos inteiramente. 
   Por isto mesmo, merecidamente foram condenados os Galicanos que afirmavam: "Os decretos do Pontífice pertencem a todas e cada uma das igrejas; não é, entretanto, irreformável seu juízo, a não ser com o consentimento da igreja". (Denz. 1325). 
   4. Poder ordinário: Isto é, compete ao Romano Pontífice em virtude do próprio ofício do poder das chaves, do próprio múnus de pastor e confirmador. Portanto, vale para sempre, em todos os casos e em todas as circunstâncias.
   5. Poder imediato: Quer dizer que ele é exercido sobre todos e cada um em particular tanto dos pastores como dos fiéis; e isto como seus próprios súditos, e, por conseguinte, sem intervenção de nenhum outro poder. Portanto o Papa pode exercer todos os poderes episcopais por si mesmo em todas as dioceses, sem ser obrigado a usar o intermédio do bispo da igreja particular. Como o poder de jurisdição do Sumo Pontífice procede imediatamente de Deus, ou seja, é de direito divino, feita legitimamente a eleição, ele o exerce diretamente sobre toda a Igreja, não só em forma de recurso, mas também em qualquer grau ou instância e sem intermediário algum.
   6. Poder universal: Porque se exerce sobre todas e cada uma das igrejas, como também sobre todos e cada um dos fiéis, considerados tanto individualmente como também corporativamente.
   7. Poder independente de qualquer autoridade humana. Em razão da independência do Romano Pontífice atinente à todo poder humano, é conveniente que tenha também soberania civil ou territorial. Os Romanos Pontífices constantemente reclamavam-na e que agora a exercem plenamente no território do Estado da Cidade do Vaticano. A chamada questão romana, suscitada pela usurpação dos Estados Pontifícios no ano 1870, ficou definitivamente resolvida em 11 de fevereiro de 1929 pelo Tratado de Latrão.  A Soberania da Santa Sé deve ser reconhecida em âmbito internacional, como atributo inerente a sua constituição orgânica e em conformidade com sua tradição e seu destino no mundo.
   O Romano Pontífice goza por direito divino de poder indireto porém superior ao poder civil nas coisas temporais, em quanto estas se relacionam com o exercício do poder espiritual.

   Observações finais:

   1.  Como o Primado chega ao Romano Pontífice? 
    Primeiramente, temos que distinguir duas coisas: a) a eleição da pessoa; b) A colação do poder do Primado.
     a) A eleição da pessoa ou do Romano Pontífice pertence à Igreja, ou seja, só aos eleitores (cardeais) que segundo às leis canônicas agem livremente. Nosso Senhor Jesus Cristo deixou a autoridade suprema da Igreja o ofício de designar o modo de escolher a pessoa. Portanto, o modo de eleger o Romano Pontífice é de direito pontifício.
      b) A colação do poder do Primado provém imediatamente de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto é de direito divino. Por conseguinte: a eleição do R. Pontífice não lhe confere o primado, mas é somente a condição que designa o sucessor de Pedro: assim, colocado este fato humano, a pessoa eleita recebe o Primado por direito divino. A colação do Primado de modo nenhum depende do poder civil, do concílio, ou do consenso da Igreja. E este poder do Primado pode cessar de três modos: por uma renúncia voluntária, por amência e por morte. Nunca por deposição.

   2. Qual o nexo do Primado na Igreja com o Episcopado de Roma?
    
   Devemos dizer em primeiro lugar que o episcopado romano e o Supremo Pontificado são duas dignidades distintas entre si, e, portanto, absolutamente falando poderiam se dividir. No entanto, não são em ato, dois episcopados. Na verdade o Sumo Pontificado dá a plenitude do poder eclesiástico de jurisdição; e qualquer episcopado particular por sua própria razão, não dá senão uma participação da plenitude deste poder de jurisdição.

  3. Ensinam, porém, os teólogos, que provabilissimamente, nem o Papa nem um Concílio Ecumênico com o Papa, poderiam separar o primado da Sé Romana, porque isto parece contrário ao direito divino. O Concílio Vaticano I assim se expressa: "Ninguém certamente duvida, pois é um fato notório em todos os séculos, que S. Pedro, príncipe e chefe dos Apóstolos, recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo,... as chaves do reino; o qual (S. Pedro) vive, governa e julga através dos seus sucessores, os bispos da Santa Sé Romana, fundada por Ele e consagrada com o seu sangue. Por isso, todo aquele que suceder nesta cátedra de Pedro, recebe, por instituição do próprio Cristo, o primado de Pedro sobre toda a Igreja."
   É certo, no entanto, que o Primado do Romano Pontífice não se identifica com sua residência na cidade de Roma. O teólogo Padre Tanquerey faz a distinção entre: 1. a sede; 2. o título; 3. a residência. A sede, diz ele, é o lugar onde alguma igreja é fundada: v. g. a Sede Antioquena; o título é o nome da igreja, que comunica o nome à sede: v. g. título antioqueno; residência é a morada no lugar onde deve ser exercido o múnus pastoral.
   Isto posto: devemos dizer que não é necessário que o R. Pontífice resida em Roma (é conveniente e normal). É suficiente que exista a Sede Romana e que o Sumo Pontífice conserve o título de Bispo de Roma. De fato Roma permaneceu a Sede Apostólica não só no tempo das perseguições, mas também quando os Romanos Pontífices foram obrigados a deixar Roma  levados para o  exílio, e também quando ficaram por 70 anos na cidade de Avinhão em França. Nestes tempos e nestes casos os Romanos Pontífices eram eleitos como Bispos de Roma, e conservaram a administração espiritual desta igreja.

   4. A Santa Igreja é monárquica; mas qual é o tipo de monarquia? 
    Por direito divino, a Igreja é uma verdadeira monarquia, porque assim Jesus quis que ela fosse. Com efeito, a plenitude de todo poder espiritual, diz Tanquerey, foi confiada por Jesus Cristo somente a Pedro e ao R. Pontífice.
     Mas a monarquia, quanto ao grau, pode ser pura ou mista. E, com relação à totalidade do poder, pode ser absoluta e não absoluta. Expliquemos os termos: monarquia pura é quando o poder supremo está todo, pleno e indiviso numa só pessoa. Monarquia mista é quando o supremo poder, embora resida em um só, de algum modo se divide ou está ligado e também depende parcialmente de outras pessoas.
   Monarquia absoluta é quando o sujeito goza de todo poder supremo e ordinário, de tal modo que seus súditos são meros delegados. Monarquia não absoluta é quando o supremo poder está em um só total e indiviso, mas ao mesmo tempo, são instituídos outros que se subordinam ao monarca para reger os súditos com poder ordinário.

  Pergunta-se, agora, que tipo de monarquia é a da Igreja? R. Diz Tanquerey que a maior parte dos teólogos afirmam que a Igreja é uma monarquia pura mas não absoluta. Mas, este grande teólogo, prefere dizer que é uma monarquia sui generis, porque, na verdade, é temperada em certo sentido lato: 1. porque o Sumo Pontífice que não é senão o Vigário de Cristo, ele não governa a Igreja pelo próprio arbítrio; mas obedecendo a Cristo, cujas leis nunca pode mudar; 2. porque tem algo de aristocrático, enquanto o Pontífice  deve estar junto dos bispos no que toca à solicitude e governo.

   No próximo post, se Deus quiser, provaremos a tese acima enunciada. 
                 
   

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A CONFISSÃO

   Meus filhos, desde que se tenha uma pequena mancha na alma, deve-se fazer como uma pessoa que tem um belo globo de cristal que guarda cuidadosamente. Se esse globo apanha um pouco de poeira, quando ela o percebe, passa-lhe uma esponja. E eis então o globo claro e brilhante! Do mesmo modo, assim que perceberdes uma manchinha em vossa alma, tomai água benta com respeito, fazei uma dessas boas obras a que está ligada a remissão das penas: uma esmola, uma genuflexão ao Santíssimo Sacramento, a assistência à santa missa.
   Meus filhos, isso é como uma pessoa que tem uma pequena doença; não precisa ir ter com o médico, pode curar-se sozinha. Tem dor de cabeça, basta ir deitar-se; tem fome, basta comer. Porém, se é uma doença grave, se é uma chaga perigosa, faz-se preciso o médico; depois do médico, os remédios... Mesma repetição... Quando caímos num grande pecado, temos que recorrer ao médico, que é padre, e ao remédio, que é a confissão.
   Meus filhos, não podemos compreender a bondade que Deus teve conosco instituíndo esse grande sacramento da Penitência. Se nós tivéssemos uma graça a pedir a Nosso Senhor, nunca pensaríamos em pedir-Lhe essa; mas Ele previu a nossa fragilidade e a nossa inconstância no bem, e o seu amor levou-O a fazer o que nós não teríamos ousado pedir-Lhe.
   Se dissessem àqueles pobres condenados que estão no inferno há tanto tempo: "Vamos pôr um padre à porta do inferno, Todos os que quiserem se confessar terão só que sair"; meus filhos, acreditais que ficaria um só? Os mais culpados não receariam dizer os seus pecados, e mesmo dizê-los diante de toda gente. Oh! como o inferno logo ficaria deserto, e como o céu se povoaria! Pois bem! nós temos os tempos e os meios que aqueles pobres réprobos não têm. Por isso estou bem certo de que aqueles infelizes dizem no inferno: "Maldito padre, se eu nunca te tivesse conhecido, não seria tão culpado!"
   É bem belo, meus filhos, pensar que nós temos um sacramento que cura as chagas de nossa alma! Mas há que recebê-lo com boas disposições. Do contrário, são novas chagas sobre as antigas.
   Que diríeis de um homem que está coberto de ferimentos? Aconselham-lhe que vá ao hospital mostrar seu mal ao médico. O médico cura-o, dando-lhe remédios. Eis, porém, que esse homem pega na faca e se dá grandes golpes, e se faz mais mal do que tinha antes? Pois bem! é o que vós fazeis muitas vezes em saíndo do confessionário.
   Meus filhos, há pessoas que fazem más confissões sem se darem bem conta disto. Essas pessoas dizem: "Não sei o que tenho... " São atormentadas e não sabem por quê... não têm essa agilidade que faz ir direito a Deus; têm não sei que de pesado, de aborrecido, que as fatiga. Meus filhos, são pecados que ficam, muitas vezes mesmo pecados veniais aos quais se tem afeto. Há uns que dizem tudo, mas não têm arrependimento, e fazem a comunhão assim... Eis o sangue de Nosso Senhor profanado!... Vai-se à santa Mesa com um certo tédio. Diz-se: "Entretanto, eu bem acusei todos os meus pecados. Não sei o que tenho". E comunga-se nesta dúvida. Eis aí uma comunhão indigna, sem que se tenha percebido isso!
   Meus filhos, há outros ainda que profanam os sacramentos de outro modo. Terão ocultado pecados mortais há dez anos, há vinte anos. Sempre são atormentados; sempre o seu pecado lhes está presente ao espírito; sempre eles têm o pensamento de dizê-lo, e sempre o enxotam: é um inferno. Quando essas pessoas vêem isso, pedem para fazer uma confissão geral, e dizem os seus pecados como se acabassem de cometê-los; não confessam que os ocultaram durante dez anos, vinte anos. Eis aí uma má confissão! Deve-se dizer ainda que, desde esse tempo, se deixaram as suas práticas de religião, que não mais se sentiu aquele prazer que se tinha de servir a Deus.
   Meus filhos, alguns se expõem ainda a profanar o sacramento quando aproveitam o momento em que fazem barulho ao redor do confessionário para confessar os pecados que mais custam. Esses dizem: "Eu bem os acusei; tanto pior se o confessor nos os ouviu!" Antes tanto pior para vós, que agistes com astúcia!... Outras vezes fala-se depressa, aproveitando o momento em que o padre não está atento, para se aviar em fazer passar os pecados grandes.
   Vede: uma casa onde tiver havido por muito tempo toda sorte de sujeiras e porcarias, por mais que a varram, haverá sempre nela mau cheiro. O mesmo se dá com a nossa alma depois da confissão: para purificá-la são precisas lágrimas.
   Meus filhos, é preciso pedir o arrependimento. É preciso, depois da confissão, plantar um espinho no coração, e nunca perder de vista os próprios pecados. Há que fazer como o Anjo fez a São Francisco de Assis: plantou-lhe cinco dardos que nunca saíram.