- QUE É A MISSA?
- É O SACRIFÍCIO INCRUENTO DO CORPO E DO SANGUE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, OFERECIDO SOBRE NOSSOS ALTARES, DEBAIXO DAS APARÊNCIAS DE PÃO E DE VINHO, EM MEMÓRIA DO SACRIFÍCIO DA CRUZ.
- QUEM CELEBROU A PRIMEIRA MISSA?
- JESUS, NA QUINTA-FEIRA SANTA. FOI O DIA EM QUE ELE INSTITUIU A EUCARISTIA.
Aquela oferta feita a Deus para honrá-Lo como supremo Senhor de tudo quanto é nosso, chama-se sacrifício.
Abel ofereceu um cordeiro do seu rebanho. Abel matou e queimou o cordeiro. O cordeiro não servia mais a Abel. Abel, assim queria dizer com isso a Deus: Senhor, não é meu aquele cordeiro, é vosso. Ele venerava a Deus como o Senhor de todos os bens, destruindo alguns de desses bens. Por outras palavras: Abel oferecia a Deus um sacrifício.
Um sacrifício é a oferta de uma coisa visível, feita a Deus pela destruição daquela coisa para reconhecer a Deus como nosso Supremo Senhor e dono de todos os nossos bens.
Deus aceitava os sacrifícios de Abel e de outros homens bons por causa da boa vontade que tinham. Mas o valor daqueles sacrifícios era pequeno e não chegava para pagar os pecados dos homens, pois o pecado é um mal infinito, uma ofensa infinita contra Deus. Por isso, para pagar a grande dívida dos pecadores, era preciso um sacrifício de valor infinito. Jesus ofereceu na Cruz esse sacrifício de valor infinito.
Abel matou um cordeiro, e assim ofereceu a Deus o corpo e o sangue do cordeiro. Jesus deixou-se matar e assim ofereceu a Deus seu próprio Corpo e Sangue.
O Corpo e Sangue de Jesus tem um valor infinito, pois Jesus é Deus. Por isso, o sacrifício da Cruz tinha um valor infinito e pagou a grande dívida do pecado original e dos outros pecados dos homens.
Assim se representa a separação do Corpo e do Sangue de Jesus na Cruz. Na Missa, o Corpo de Jesus não se separa realmente do seu Sangue. Se fosse assim, Jesus morreria outra vez e haveria um novo sacrifício. Não há um novo sacrifício na Missa; há o mesmo sacrifício que foi oferecido na Cruz. A separação é só nas palavras e nas aparências, que representam a separação mística. Como depois da consagração não há pão, mas só aparências reais de pão, assim na Missa não há morte de Jesus, mas só aparência reais da morte, que representam a morte real de Jesus na Cruz.
Por isso, a Missa não é só uma representação, como numa imagem, ou num teatro se representa a morte de Jesus. Na Missa há mais: o mesmo Jesus , que se sacrificou na Cruz, sacrifica-se também na Missa. Jesus está debaixo de diferentes aparências por diferentes palavras.
Jesus vem inteiro com seu Corpo e Sangue; porém, por palavras reais e separadas, debaixo de aparências reais e separadas. Esta separação do Corpo e Sangue chama-se separação mística do Corpo e Sangue, a morte mística de Jesus. Na Cruz a morte de Jesus, pela separação do Corpo e Sangue, é puramente real: o Sangue saiu do Corpo e derramou-se.
Numa imagem de Jesus Crucificado, a morte, pela separação do Corpo e Sangue, é puramente imaginária: não há corpo, nem sangue, nem palavras, nem aparências separadas: a cor, a figura, e tudo é das tintas e do papel e não tem nada com Jesus a não ser a semelhança da imagem.
Na Missa não há separação do Corpo e Sangue puramente real, como na Cruz. Mas há mais que a morte imaginária, como numa pintura. Pois há verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Jesus e estes se vestiram das aparências reais da separação e morte por palavras de separação e morte. Os sacrifícios tem de ser percebidos pelos sentidos. Mas o Corpo e Sangue de Jesus na Missa não se percebe: percebem-se as aparências e a palavra. É , portanto, só nas aparências e nas palavras que há de haver morte, a separação do Corpo e do Sangue.