SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 13 de dezembro de 2015

HOMILIA DOMINICAL - 3º DOMINGO DO ADVENTO

Fora postado em 2011

   Leituras: Epístola de São Paulo aos Filipenses, IV, 4-7; Evangelho segundo São João, I, 19-28.

    Caríssimos e amados fiéis, em Nosso Senhor Jesus Cristo!
  
   "Alegrai-vos: o Senhor está perto!"

Jesus e São João Batista (Murillo)
   Toda a liturgia deste domingo nos convida a gozar a proximidade do Redentor: A Santa Missa de hoje inicia-se com estas palavras: "Alegrai-vos incessantemente no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos... o Senhor está perto!" O mesmo repete a Epístola. O motivo da alegria é só este: "O Senhor está perto!" E São Paulo nos exorta a não termos outros desejos: "o Senhor está perto, não vos inquieteis com nada... A paz de Deus, que está acima de todo entendimento, guarde os vossos corações". Uma só coisa é necessária: buscar a Deus e em Deus acharemos tudo o que é preciso. Por isso, a proximidade de Nosso Senhor é para nós fonte, não só de viva alegria, mas também de paz. Pois n'Ele temos tudo. Deus nos basta. E São João Batista diz no Evangelho: "O Senhor está no meio de vós e vós não o conheceis". O Batista dirigia estas palavras aos judeus. Mas nós temos também Jesus no meio de nós, nos Tabernáculos pela Eucaristia, temo-Lo dentro de nós pela graça. Mas quem O conhece? Somente aquele que tem fé. Reaviva, pois, a tua fé, porque na medida em que acreditares, acharás e conhecerás a Jesus. 
   Caríssimos e amados fiéis, eis que nos encontramos de novo com aquele filho de Zacarias, cujo nascimento fizera estremecer de gozo as montanhas da Judéia. Uma vida de silêncio, na solidão, naquela solidão de rochas nuas e abruptos barrancos, que se estende por entre os montes do Hebron e a margem ocidental do Mar Morto. Errante à maneira dos antigos profetas, hoje numa gruta, amanhã numa choça, naquele deserto onde apenas alguns arbustos espinhosos podiam resistir aos ardores de uma terra situada a trezentos metros abaixo do nível do mar. João entregava-se às mais duras penitências. Consagrado a Jehová desde o nascimento, era um nazareu. Nunca cortara o cabelo, nunca provara vinho, nem tocara mulher, nem conhecera outro amor além do amor de Deus. Vestia uma pele de camelo, trazia um cinto de couro, bebia água das torrentes e comia mel silvestre e gafanhotos. Não podia esquecer as palavras que o anjo dissera a seu pai diante do véu sagrado: "Caminhará na presença de Deus, com o espírito e a virtude de Elias, para pôr os corações dos pais nos filhos, para infundir nos incrédulos a prudência dos justos, para preparar para o Senhor um povo perfeito".
   O profeta Malaquias fala-lhe do conselheiro que o Senhor enviará para abrir os caminhos do Messias. O profeta Isaías leva até os seus ouvidos os ecos da voz que clama no deserto: "Preparai os caminhos do Senhor; endireitai as suas veredas; todo o vale será levantado e todo o monte aplainado e toda a carne verá a salvação de Deus". Esta voz é a tua, diz o Espírito Santo do fundo do ser; tu és o mensageiro; o reino de Deus aproxima-se, é preciso domar o orgulho dos soberbos; é necessário pregar a penitência, a purificação, o cumprimento da Lei. E, com uma certeza divina, João compreende que é ele o precursor da grande obra preparada durante vários séculos e gerações. Grave, austero, transfigurado pela penitência, queimadas as carnes pelo sol do deserto, abrasada a alma pelo desejo do reino, pupilas relampejantes, longa cabeleira ondulando-lhe pelas costas, barba espessa cobrindo-lhe o rosto, e a boca proferindo palavras penetrantes e inflamadas. Traz ao mesmo tempo esperanças e anátemas, consolações e terrores. O seu gesto domina, a sua presença impõe-se, a sua austeridade espanta, e uma força magnética se lhe desprende dos olhos. Fulmina, exorta, batiza. O seu aparecimento enche toda a Palestina. "Que havemos de fazer, homem de Deus?" - perguntavam-lhe chorosos e aturdidos por aquela palavra de fogo, que caía sobre a multidão como um relâmpago, como se fosse pronunciada pelos lábios de Elias. E ele respondia-lhes, severo: "Fazei penitência, porque se aproxima o reino de Deus". Impressionados por tais palavras, muitos dos ouvintes renunciavam à vida passada e prorrompiam em gritos de dor e arrependimento Então João submetia-os a dois ritos, ambos de clara significação: o batismo e a confissão dos pecados. A primeira coisa que João exigia dos ouvintes era o arrependimento, isto é, uma transformação completa da maneira de pensar e de viver.
  "Vinham até João, diz São Mateus, toda a Jerusalém, toda a Judéia e toda a terra da comarca do Jordão". Severo para com os hipócritas e soberbos, João só se mostrava indulgente para com os corações retos e dóceis: "Que todo aquele que tiver duas túnicas dê uma ao que anda nu, e quem tiver um bocado de pão que o reparta com quem tem fome". Aos publicanos, execrados pelos fariseus, contentava-se com fazer esta recomendação: "Não exijais mais do que vos é lícito exigir". Aos soldados do tetrarca Herodes, inclinados à violência, não os obrigava a deixar a profissão; limitava-se a dar-lhes este conselho: "Não roubeis, não ultrajeis o povo; contentai-vos com o vosso soldo".
   Os fariseus e doutores também iam lá: bisbilhotar, espiar e troçar da missão do Batista, precursor de Jesus, seu amigo, seu parente. O pregador tinha o seu mais terrível anátema reservado para estes orgulhosos. Fazia o mesmo que o Divino Mestre. "Raça de víboras, dizia-lhes João, quem vos ensinou a fugir à cólera que está prestes a cair sobre vós? Produzi frutos dignos de penitência, porque o machado já toca a raiz da árvore. Toda árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo". O profeta adivinhava o pensamento mais íntimo daqueles homens orgulhosos da sua origem, e encontrava uma imagem impressionante para condenar a estabilidade ilusória que se cobre com privilégios de raça. "Não digais para convosco: Abraão é nosso pai, porque vos garanto que até destas pedras Deus pode extrair filhos de Abraão".
   João Batista cumpre com fidelidade a sua missão: procura atrair as atenções para o cumprimento da importante profecia de Isaías que anuncia a vinda do Redentor. "Eu sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor". Que humildade e zelo de São João! Com que amor proclama a vinda e excelência d'Aquele que anuncia! Com que sinceridade se considera puro nada diante d'Ele, como indigno de exercer a seu respeito o ofício do último dos seus servos. É que São João era um homem de fé. Tinha certeza que Jesus era Deus. "Ele existiu antes de mim!"
   Jesus está nos sacrários, está entre nós! Mas  é o grande desconhecido e abandonado! Para terminar, eis um exemplo bíblico: Privado por Davi seu pai da honra de comparecer à sua presença, Absalão não sabe achar paz. De que lhe valeu ter fugido à morte, se, vivo, é-lhe proibido ver o rosto de seu pai? Triste de dia, inquieto de noite, ele gira como uma sombra soluçante em torno do palácio real, penetra furtivamente nas antecâmeras e suplica a alguém que lhe obtenha o suspirado favor. Um dia, não podendo mais, detém Joab e lhe diz:"Vai à presença do rei meu pai, e dize-lhe que há dois anos eu definho. Que ele não me negue mais ver a sua face! E se meu crime é tal que me não deixe esperar perdão, ó Joab, dize-lhe que mais doce me é morrer do que viver sem vê-lo".
  Ó cristãos, que frisante confronto entre nós e esse filho desnaturado e infeliz! No Santo Tabernáculo onde se fez eterno prisioneiro de amor, Jesus não nos proíbe ir a Ele, antes nos convida: "Vós que trabalhais, vós que estais aflitos, sobrecarregados de problemas, vinde a mim, e eu vos aliviarei!" E, contudo, por todo o dia as igrejas estão sempre silenciosas e desertas como um túmulo. Quantas vezes se passa diante da igreja; e por que não se entra ao menos um minuto para saudar Jesus? A resposta é óbvia: são pouquíssimos os precursores de Jesus como foi São João Batista. É triste dizê-lo: muitos que são, ou melhor, deveriam ser precursores de Jesus, não têm fé. Pior: trabalham para arrancá-la dos poucos que ainda  crêem.
  Ó Jesus! Concedei-nos a graça de Vos amar, de Vos servir e de Vos fazer conhecido de todos os povos, com o mesmo amor, a mesma humildade e o mesmo zelo que teve o vosso Precursor! Amém!
  

domingo, 6 de dezembro de 2015

HOMILIA DOMINICAL - 2º DOMINGO DO ADVENTO

   Queridos e amados leitores em Nosso Senhor Jesus Cristo!

   Leituras desta Santa Missa: Epístola (Rom. XV, 4-13); Evangelho (S.Mat. XI, 2-10).

   A Santa Missa de hoje inicia-se com estas palavras: "Povo de Sião, eis que o Senhor vem para salvar as nações". 
   Tenhamos toda confiança em Nosso Senhor Jesus Cristo. Alegremo-nos conforme os desejos de São Paulo: "O Deus da esperança vos encha de todo o gozo e de paz na vossa fé, para que abundeis na esperança" (Rom. XV, 4 e 13). E para que a nossa esperança em Jesus Cristo seja estimulada também por fatos concretos, o Evangelho descreve-nos a grandeza das Suas obras: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados"
   No Evangelho de hoje Jesus Cristo apresenta-nos a figura forte e austera de São João Batista: "Que fostes  ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?... Um homem mole, de luxo, vestido com roupas delicadas? Não!" Mas que fostes ver? Um profeta? Sim! e mais que um profeta. Porque, este é aquele do qual foi escrito: Eis que envio diante de tua face o meu Mensageiro, que preparará o teu caminho adiante de ti".
   Caríssimos e amados irmãos, se queremos preparar os nossos corações para a vinda do Senhor, devemos calcar aos pés os bens terrenos, desapegando inteiramente o nosso coração de nós mesmos e das coisas materiais. Se queremos saborear as doces alegrias do Natal, devemos saber preparar-nos para elas com aquelas disposições que a Igreja hoje nos convida a pedir: "Nós Vos suplicamos, Senhor, que... nos ensineis a desprezar as coisas da terra e a amar as do céu".
   Que alegria para São João Batista ser elogiado pelo próprio Jesus! Mas, também, caríssimos e amados irmãos que alegria para nós sermos instruídos por Jesus com estes mesmos elogios feitos ao Seu Precursor. Sabemos, assim o que Jesus quer que façamos para merecermos também os mesmos elogios. Assim  vamos, com a graça de Deus, procurar guardar e praticar, de acordo com os nossos deveres de estado, as palavras de Jesus elogiando o Seu Precursor.  Mas antes creio ser necessário dissipar uma possível dúvida: João Batista manda dois discípulos perguntar a Jesus se Ele era o Messias ou se deveriam esperar outro. São João estava preso em Maqueronte, nas margens do mar Morto. Sabia que uns dias mais e deixaria de existir. Tinha nascido para ser o Precursor do Messias, aí estava a razão de sua vida. Sentia a cabeça ameaçada e eis que a sua missão não fora ainda coroada com a manifestação solene de Jesus Cristo. João Batista percebia que muitos de seus discípulos ainda estavam presos a ele e não queriam seguir a Cristo. Certamente isto o preocupava. Ele havia dito: "É preciso que Cristo cresça e que eu diminua". "Não sou digno nem sequer de desatar as correias de suas sandálias". Certamente os que iam visitá-lo ali na prisão, falavam-lhe do Taumaturgo, descreviam-lhe os seus milagres, repetiam-lhe suas palavras. São João Batista havia mostrado Jesus às multidões reunidas às margens do Jordão: "Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira os pecados do mundo". Portanto, ele bem sabia que Jesus era o Cristo, o Messias prometido e tão desejado; mas prevendo a sua morte próxima, queria o precursor que os seus discípulos se certificassem, por si mesmos, da divindade de Jesus. Os dois discípulos de João aproximaram-se de Jesus e disseram-lhe: "João envia-nos para te perguntar se és o que há de vir ou se devemos esperar outro". A resposta de Jesus tem uma transcendência enorme para nós. A princípio não diz uma nem duas. Continua a percorrer as fileiras daqueles infelizes doentes; os seus lábios sorriem aos rostos abrasados pela febre; as suas mãos passam sobre as chagas purulentas; os seus olhos inundam de luz os corações ensombrados pela tristeza, o seu hálito cai sobre as feridas como bálsamo de virtude maravilhosa. E os cegos vêem, ouvem os surdos e saltam pelo campo os paralíticos, e todos gritam de alegria incontida pela saúde recobrada.
   "Agora, disse Jesus aos enviados, ide e contai a João o que vistes e ouvistes; os cegos vêem, os surdos ouvem, os coxos andam, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados". Jesus recorre aos mesmos termos que Isaías tinha empregado para descrever os efeitos da aparição do Messias. Este argumento era suficiente para convencer espíritos de boa vontade. Jesus sendo Deus, via outrossim, os espíritos orgulhosos que não se dobrariam diante da evidência dos milagres e da realização dos profecias. Por isso acrescentou: "Bem-aventurado o que não se escandalizar de mim".
   Logo que os emissários desapareceram - assim, ninguém poderia ver a menor sombra de adulação nas suas palavras - Jesus fez do preso de Maqueronte o panegírico mais fervoroso que jamais se fez de algum homem: "Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelos ventos? Não. Que fostes ver? Um homem delicadamente vestido? Não. Os que usam vestidos finos habitam os palácios dos reis". Não era, decerto, uma cana frágil aquele homem coberto de peles, que se alimentava de gafanhotos e se apresentava ao tirano para lhe lançar em rosto o seu adultério e incesto. O que tinha levado o povo ao deserto fora a presença de um profeta, nem mais nem menos que o Precursor acerca do qual Malaquias dissera: "Eis que vos envio o meu mensageiro para preparar os caminhos diante de Mim". "Na verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, disse Jesus,  não há nenhum maior que João Batista".
   Caríssimos e amados irmãos, não nos contentemos em admirar São João Batista. Imitemos sua vida recolhida. Deus não está na agitação e no barulho. O próprio Deus diz: "Conduzirei a alma à solidão e ali lhe falarei ao coração" (Oséas, II, 14). Imitemos o recolhimento de São João Batista sobretudo neste tempo do santo Advento. Imitemo-lhe igualmente a firmeza e constância no bem, seu espírito de penitência e de mortificação. Enfim, sua pureza angélica e seu zelo em glorificar a Nosso Senhor Jesus Cristo, em fazê-Lo conhecido e amado por todos.
   Possamos, nós também, caríssimos e amados irmãos, merecer os elogios de Jesus e sermos um dia participantes de Sua glória no céu!
   Quero terminar, contando um exemplo de fortaleza, de firmeza na fé: Uma menina americana de nome Graça Minford, convertida do protestantismo e tornada freira dominicana. Seu pai, morrendo, deixou-lhe a fabulosa soma de 12 milhões e meio de dólares, com a condição de ela abandonar o convento e a Igreja Católica. E que foi que essa menina respondeu? "Meu Pai do céu é bastante mais rico do que meu pai da terra, e dar-me-á uma recompensa ainda maior". A jovem Minford não era decerto uma cana agitada pelo vento. Sua atitude denota toda a convicção e força de uma alma verdadeiramente cristã.
   Caríssimos e amados irmãos, hoje, mais do que nunca, precisamos dar testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo, no meio desta geração adúltera e pecadora. Peçamos a Jesus esta graça. Ó Senhor, ensinai-nos a desprezar as coisas da terra e a amar as do céu! Amém!