SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O 4º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DOS QUADROS CATEQUÉTICOS

À esquerda o quadro nos mostra na pessoa do Sumo Sacerdote Heli, um exemplo dos terríveis castigos ao quais se expõem os pais que são negligentes em corrigir seus filhos. Heli tinha dois filhos, Ofni e Fineas, que afastavam o povo do culto do Senhor. Muito indulgente para com seus filhos, ele receberá juntamente com os filhos, os efeitos da cólera divina. Ele recebeu um dia a triste notícia de que a Arca tinha sido levada pelos Filisteus, e que seus dois filhos tinham sido mortos com mais trinta mil Israelitas. A esta notícia, o Sumo Sacerdote Heli caiu para trás e rachando a cabeça, expirou. 

Vemos representado no quadro à esquerda o terrível castigo infligido a quarenta e dois meninos que tinham insultado o profeta Eliseu chamando-o de careca; e foram devorados por dois ursos. 

Vemos à direita um quadro representando o Papa, cercado de cardeais, de bispos e de padres, e recebendo as homenagens dos reis, dos magistrados, dos soldados e de pessoas do povo.

Vemos ainda à direita um quadro representando um soberano que recebe as homenagens de seus súditos. 

Neste quadro à esquerda, vemos representados alunos inteligentes e estudiosos que escutam com atenção e respeito as lições de seus professores e professoras. 

Este quadro à esquerda representa Santa Branca de Castela ensinando a São Luiz a rezar e dizendo-lhe: Meu filho, só Deus sabe o quanto te amo. Mas preferiria ver-te morto aos meus pés do que saber que irias cometer um pecado mortal. Este menino foi depois o grande São Luiz IX, Rei de França. 

Este quadro à direita representa Eliézer, servo de Abraão, dando um exemplo admirável de fidelidade e obediência ao seu patrão. Empreende uma viagem longa e penosa e vai à Mesopotâmia procurar uma esposa para Isaac, seu jovem senhor. Carregado de presentes, ele está perto de um poço com seus camelos. Rebeca, filha de Nacor, irmão de Abraão, se encontrava lá com algumas companheiras para apanhar água. Ela oferece a água a Eliézer que, reconhecendo por este sinal a vontade do Senhor, oferece-lhe em troca, da parte de seu patrão, os ricos presentes que havia levado consigo. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O 4º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (continuação)



Vemos á esquerda, um quadro que representa Sant'Ana ensinando a ler a sua filha Maria Virgem ainda  criança. Vemos também São Joaquim, pai de Maria Santíssima, que a contempla com inefável ternura. 
  Com certeza, Sant'Ana já ensina à sua santa filha as profecias do Antigo Testamento.
   Vemos representadas as duas tábuas de pedra do Decálogo.
  
   Vemos os Anjos que sempre acompanharam a sua Rainha.








Temos á direita, um quadro que nos representa Ruth e sua sogra Noemi, que ela acompanhou da terra de Moab até Belém. Ruth nos oferece um exemplo tocante de piedade filial, não se apartando de sua sogra e levando-lhe as espigas de trigo que ela colheu no campo de Booz. A Bíblia no Livro de Rute II, 2 e 3: "E Rute moabita disse à sua sogra: Se o mandas, irei ao campo apanhar as espigas que escapam das mãos dos segadores, onde quer que eu encontre algum pai de família que se mostre clemente para comigo. Ela respondeu-lhe: Vai, minha filha. Foi Rute, pois e apanhava as espigas por de trás dos segadores. Ora aconteceu que aquele campo tinha por dono um homem chamado Booz, que era da família de Elimelec". Deus dispôs tudo para que Rute se casasse com Booz. Nasceu-lhes um filho do qual vai descender Davi e de Davi vai descender o Messias. 

O quadro que temos à esquerda representa igualmente um exemplo tocante de fidelidade aos deveres dos patrões para com os seus servos. É caso do Centurião do Evangelho. Vemos representado o Centurião de joelhos aos pés de Jesus que está cercado dos seus Apóstolos; vemos dois servos que respeitosamente estão atrás de seu senhor, o Centurião. Este Centurião de Cafarnaum foi justamente pedir a Jesus a cura de seu servo paralítico que estava na sua casa e sofria muito. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O 4º MANDAMENTO DA LEI DE DEUS PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO ( I ) CATEQUÉTICO

Quadro catequético sobre o 4º  Mandamento
(parte positiva)
Na parte superior maior do quadro: Vemos representada a Sagrada Família de Nazaré.  Deus nos deu o modelo da família perfeita na Sagrada Família, na qual Jesus Cristo viveu sujeito a Maria Santíssima e a São José até aos trinta anos, isto é, até quando começou a desempenhar a missão que o Pai Eterno Lhe confiara, de pregar o Evangelho. 
  No quadro vemos o Menino Jesus ajudando a Maria Santíssima nos cuidados domésticos e a São José nos trabalho de carpinteiro.

Na parte inferior, à esquerda do quadro: vemos representado o jovem Tobias restituindo a visão ao seu pai em presença do Anjo São Rafael. A mandado do Anjo, Tobias está esfregando os olhos de seu pai com o fel do peixe que havia conseguido em sua viagem. 

Na parte inferior, à direita do quadro:  vemos representado Nosso Senhor Jesus Cristo assistindo São José, seu pai de criação, em seus últimos momentos, e apertando-o afetuosamente contra o Seu Coração Sagrado. São José é patrono da boa morte porque teve esta ventura de ser assistido na hora da morte por Jesus e por Nossa Senhora. 


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

OS DEVERES DOS FILHOS

I. Os deveres dos filhos  para com os pais.
Em virtude da piedade filial, os filhos devem a seus pais:

1. RESPEITO tanto interior como exterior. 
Por isso são pecados contra o quarto mandamento: faltar o respeito com desprezo interior, com palavras ofensivas, desestima, violência. Um mau trato insignificante, mas sério, pode ser pecado grave. Por exemplo: levantar a mão ameaçando os pais. Falta também ao respeito quem se envergonha dos pais, quem os renega por causa de sua baixa condição, de suas vestes pobres etc.  - Não falta, porém, ao respeito quem, com boas intenções e sem desprezo interior, emprega força contra os pais que perderam o uso da razão (p. ex. em casos de loucura, embriaguez etc.), para impedir que façam alguma coisa inconveniente. O mesmo vale do filho que por justo motivo (p. ex. por um crime deles) não quer ter consigo os pais, contanto que lhes dê o conveniente auxílio. 

2. AMOR em pensamentos e obras.
São pecados contra o devido amor: aversão, imprecações, ódio, palavras e ações ofensivas, causar desgosto (um desgosto grande que leve os pais a ficar muito tristes é pecado mortal), não rezar por eles, não os ajudar em suas necessidades espirituais e temporais. - Quando os pais se acham em grave necessidade, os filhos não podem entrar na vida religiosa se lhes puderem valer ficando no mundo. Não está obrigado a pagar, depois da morte dos pais, as dívidas deles quem não herdou nada, nem ainda no caso em que as dívidas tenham sido feitas em prol da educação dos filhos. (Isto só olhando o direito canônico). 

3. OBEDIÊNCIA em todas as coisas lícitas, relacionadas com a sua educação ou com a ordem doméstica.
A desobediência é pecado grave, quando se trata de coisas importantes e os pais deram verdadeira ordem. Em questões educativas, o dever de obedecer perdura até a maioridade. Os filhos são livres na escolha da vocação. - Também os maiores devem obedecer em coisas relativas à ordem doméstica, enquanto moram na casa paterna. Antes de casar os filhos devem pedir conselhos aos pais; não seguir, porém, um conselho prudente dos pais de ordinário é somente pecado leve. 

sábado, 6 de outubro de 2012

QUARTO MANDAMENTO DA LEI DE DEUS ( I )

Segundo o COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo"

O QUARTO MANDAMENTO:
HONRAR TEU PAI E TUA MÃE

P.: O que ordena o quarto mandamento?
R.: Ordena honrar e respeitar os nossos pais e aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu da sua autoridade.

P.: Qual é a natureza da família no plano de Deus?
R.: Um homem e uma mulher unidos em matrimônio formam juntamente com seus filhos uma família. Deus instituiu a família e dotou-a da sua constituição fundamental. O matrimônio e a família são ordenados para o bem dos esposos, para a procriação e para a educação dos filhos. Entre os membros de uma mesma família estabelecem-se relações pessoais e responsabilidades primárias. Em Cristo, a família se torna igreja doméstica, porque é comunidade de fé, de esperança e de amor. 

P.: Que lugar ocupa a família na sociedade?
R.: A família é a célula originária da sociedade humana e antecede qualquer reconhecimento por parte da autoridade pública. Os princípios e os valores familiares constituem o fundamento da vida social. A vida de família é uma iniciação à vida da sociedade. 

P.: Que deveres tem a sociedade em relação à família? 
R.: A sociedade tem o dever de apoiar e consolidar o matrimônio e a família, no respeito também do princípio de subsidiariedade. Os poderes públicos devem respeitar, proteger e favorecer a verdadeira natureza do matrimônio e da família , a moral pública, os direitos dos pais e a prosperidade doméstica.

P.: Quais são os deveres dos filhos em relação aos pais?
R.: Em relação aos pais, os filhos devem respeito (piedade filial), reconhecimento, docilidade e obediência, contribuindo assim, inclusive com as boas relações entre irmãos e irmãs, para o crescimento da harmonia e da santidade de toda a vida familiar. Quando os pais se encontrarem em situações de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda moral e material. 

P.: Quais são os deveres dos pais em relação aos filhos?
R.: Os pais, participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos e os primeiros anunciadores da fé a eles. Têm o dever de amar e respeitar os filhos como pessoas e como filhos de Deus, e de prover, quanto possível, às necessidades materiais e espirituais, escolhendo para eles uma escola adequada e ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e do estado de vida. Em particular têm a missão de os educar na fé cristã. 

P.: Como os pais educam os seus filhos na fé cristã?
R.: Principalmente com o exemplo, a oração, a catequese familiar e a participação na vida eclesial. 

P.: Os laços familiares são um bem absoluto?
R.: Os vínculos familiares, embora importantes, não são absolutos porque a primeira vocação do cristão é de seguir Jesus, amando-o: "Quem ama pai e mãe mais do que a mim, não é digno de mim. E quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10, 37). Os pais devem favorecer com alegria o seguimento de Jesus por parte dos seus filhos, em qualquer estado de vida, mesmo na vida consagrada ou no ministério sacerdotal.

P.: Como deve ser exercida a autoridade nos vários âmbitos da sociedade civil?
R.: Deve ser sempre exercida como um serviço, respeitando os direitos fundamentais do homem, uma justa hierarquia dos valores, das leis, a justiça distributiva e o princípio de subsidiariedade. Cada qual, no exercício da autoridade, deve procurar o interesse da comunidade mais que o próprio, e deve inspirar as suas decisões na verdade sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo.

P.: Quais são os deveres dos cidadãos em relação às autoridades civis?
R.: Os que se submetem à autoridade devem considerar seus superiores como representantes de Deus, oferecendo-lhes leal colaboração para o bom funcionamento da vida pública e social. Isso comporta o amor e o serviço da pátria, o direito e o dever de voto, o pagamento dos impostos, a defesa do país e o direito a uma crítica construtiva. 

P.: Quando o cidadão não deve obedecer às autoridades civis?
R.: O cidadão não deve em consciência obedecer quando as ordens das autoridades civis se opõem às exigências da ordem moral: "É preciso obedecer a Deus antes que aos homens" (At 5,29). 


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O 3º Mandamento pela explicação do quadro catequético ( II )

No alto do quadro, na representação maior: Vemos Moisés ordenando aos Israelitas, da parte de Deus, que apedrejem um homem que havia apanhado lenha num sábado. É o que lemos o livro dos Números XV, 32-36: "Ora aconteceu que, estando os filhos de Israel no deserto, e encontrando um homem que apanhava lenha no dia de sábado, apresentaram-no a Moisés, a Arão e a toda a multidão. E eles puseram-no em prisão, não sabendo o que deviam fazer dele. E o Senhor disse a Moisés: Este homem seja morto, todo o povo o apedreje fora dos acampamentos. E, tendo-o tirado para fora, apedrejaram-no e morreu, como o Senhor tinha mandado." 
  Para certos crimes havia, no Antigo Testamento, pena de morte, ordenada pelo próprio Deus. Na Igreja, isto foi abolido no Novo Testamento. 

Detalhe do quadro: explicação à direita
Em baixo do quadro, à esquerda: Vemos representado Nosso Senhor Jesus Cristo e atrás d'Ele vemos os Apóstolos colhendo espigas de trigo em dia de sábado para matar a fome. Isto não era pecado contra o 7º Mandamento (não furtar). Era permitido a pessoa apanhar e descascar com a mão o que era necessário para matar a fome. De que os Fariseus querem incriminar os Apóstolos é de fazer este trabalho em dia de sábado. Eis o que diz o Santo Evangelho: "Sucedeu que, caminhando o Senhor em dia de sábado, por entre campos de trigo, os seus discípulos, enquanto caminhavam, começaram a colher espigas. Os fariseus diziam-lhe: como é que fazem ao sábado o que não é lícito? Ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando se encontrou em necessidade e teve fome, ele e os que ele estavam? Como entrou na casa de Deus sendo sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, dos quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu aos que com ele estavam? E dizia-lhes: O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Por isso o Filho do homem é senhor também do sábado" (São Marcos, II, 23-28).

Detalhe do quadro: explicação à esquerda
Em baixo do quadro, à direita: Vemos representado aos pés de Jesus Cristo, um homem que tinha uma das mãos seca, e, diante de Jesus vemos também os escribas e fariseus. Eis o que diz o Santo Evangelho: "Outra vez Jesus entrou na Sinagoga e encontrava-se lá um homem, que tinha uma das mãos seca. Observavam-no para ver se curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem. Jesus disse ao homem, que tinha a mão seca: Vem aqui para o meio. Depois disse-lhes: É lícito em dia de sábado fazer bem ou mal? Salvar a vida ou tirá-la? Eles, porém, calavam-se. Olhando-os então em roda com indignação, contristado da cegueira de seus corações, disse ao homem: Estende a tua mão. Ele a estendeu, e foi-lhe restabelecida a mão.. Mas os fariseus, retirando-se, entraram logo em conselho contra ele com os herodianos, para ver como o haviam de perder" (São Marcos III, 1-6). 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O 3º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO ( I )

Explicação do quadro: Vemos neste quadro catequético a representação de um contraste notável entre aqueles que santificam o Domingo e os que o profanam.  

No alto do quadro: Podemos ver a igreja, a casa paroquial, o cemitério, um antigo castelo e algumas mulheres. Vemos que as oficinas e as lojas estão fechadas. O carro de boi e os arados estão abandonados no campo. Outros instrumentos de trabalho servil ou manual, como enxadas, pás etc. estão encostadas nas paredes das casas.
  Vemos também representadas as crianças das escolas conduzidas pelos seus professores e professoras à igreja para assistirem e participarem da Santa Missa. 
  Pessoas de todas as condições sociais encaminham-se também para a igreja para aí assistirem à Santa Missa dominical ou de algum dia santo de guarda. Estas pessoas evitam as tabernas onde estão os beberrões, ímpios e libertinos. 
   Vemos que as pessoas piedosas que se encaminham para à igreja saúdam a cruz tirando o chapéu ao passar por ela. 

Em baixo do quadro à direita: Vemos representado o contraste terrível: Uma fábrica funcionando e muitos operários, exercendo trabalho servil proibido pelo 3º Mandamento e ao mesmo tempo, por causa deste trabalho pecaminoso, deixam de participar da Santa Missa, o que constitui outra falta grave. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Explicação mais ampla do 3º Mandamento da Lei de Deus (parte negativa)

  P. - O que é que nos proíbe o terceiro Mandamento?
  R. - O terceiro Mandamento proíbe-nos os trabalhos servis, nos domingos e festas de guarda e qualquer oba que nos impeça o culto de Deus, nestes dias de preceito. 
  Explicação: Chamam-se trabalhos servis os trabalhos manuais próprios dos artífices e dos operários. Chamam-se trabalhos manuais, porque neles tem parte mais o corpo do que o espírito, como os que ordinariamente são próprios dos servidores, dos operários e dos artífices. 
   Estes trabalhos servis são proibidos nos dias de festa. Logo, todo aquele que, sem necessidade grave, emprega grande parte de tempo a executá-los, peca gravemente contra o terceiro Mandamento. Mas, peca apenas venialmente se o trabalho dura pouco tempo. 

 P. - Direis: nunca são permitidos os trabalhos servis nos dias santos? 
 R. - Nos dias santos (domingos e festas de guarda) são permitidos aqueles trabalhos que são necessários à vida, ou ao serviço de Deus, e os que se fazem por uma causa grave, pedindo licença, se for possível, ao próprio pároco. 
  Explicação: Quando se consegue dispensa do pároco para se fazer algum trabalho servil em dias santos, deve-se ter sempre o cuidado de evitar o escândalo. 
  Uma causa grave que dispensa deste preceito é, por exemplo, o fato de se não poder abandonar um emprego senão com grave incômodo, como seria, ter dificuldade de conseguir logo outro emprego gerando assim obstáculo para sustento próprio e/ou da família. Mesmo assim, sendo possível, deve-se pedir dispensa ao pároco. Por exemplo, alguém que trabalha numa loja e o seu patrão obriga-o a trabalhar no domingo ou em algum dia santo de guarda. Se não for trabalhar, perde o emprego. Então pede dispensa ao pároco até que for possível arranjar emprego em outro lugar. Para evitar o escândalo deve explicar para os outros o motivo de seu agir, e dizer que obteve dispensa do pároco até arranjar outro local de trabalho. 

 Nos dias de festa, procurai evitar todo o divertimento perigoso. Por que os dias de festa são também para  a gente repousar das fadigas, é claro que não é proibido entregar-se a divertimentos honestos. Por outro lado é preciso estarmos sempre lembrados de que o repouso destes dias de festa é dado para descanso do corpo, para proveito da alma, mas, especialmente, para que melhor possamos honrar e servir a Deus. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Explicação mais ampla do 3º Mandamento da Lei de Deus (parte positiva)

  P. - Que é que nos ordena o terceiro Mandamento santificar os domingos e festas de guarda?
  R. - O terceiro Mandamento ordena-nos que honremos a Deus nos domingos e festas de guarda, com atos de culto externo, dos quais para os cristãos o essencial é a Santa Missa. 

  Explicação: 1º - Temos o dever natural de honrar a Deus, porque é nosso Criador e nosso último fim. Daí este mandamento é da Lei natural, em sua parte substancial, isto é, enquanto manda o culto público de Deus. Este dever de culto precedia a qualquer lei positiva. Por isso vemos já os filhos de Adão e Eva oferecendo sacrifícios a Deus.  O terceiro artigo do Decálogo vinha apenas fixar a época em que o homem teria que prestar este culto, e o tempo que a isso consagraria. Com este mandamento, pois,  o próprio Deus no A. T. determina, em particular, o modo e tempo, com que o homem  O deve adorar e reconhecer  como verdadeiro Deus. E, no Novo Testamento, a Igreja, no seu primeiro mandamento determina como devemos honrá-Lo nos dias de festa com os atos de culto externo, dos quais para os cristãos o essencial é a Santa Missa. Na Antiga Lei, eram os sábados e outros dias particularmente solenes para o povo judeu; mas na Nova Lei, são os domingos e outras festividades estabelecidas pela Igreja. Neste sentido, ou seja enquanto determina o modo e o tempo de satisfazer este dever de culto, este mandamento pertence a lei positiva.  Veremos isto melhor quando tratarmos dos Mandamentos da Igreja. 
  Para melhor nos imprimir no espírito este dever, Deus, conforme o relato da criação, mostrou-se-nos como um operário, que trabalhou seis dias e repousou no sétimo e o abençoou. Por isso, a exemplo seu, também nós, depois de seis dias de trabalho, devemos santificar o sétimo. Deus, Nosso Senhor, deu uma importância particular a este mandamento. Com efeito enquanto intimou simplesmente os outros mandamentos com as palavras: farás ou não farás isto e aquilo; para este terceiro empregou as graves palavras: Lembra-te de... como se dissesse: considera bem, presta atenção. Esta importância particular confirmou-a ainda o Senhor com a minuciosa explicação que Ele próprio deu (Conf. Êx. XX, 9 e 10). 
   2º - Nos dias de festa de guarda: São dias de festa para os cristãos, primeiro que tudo, os domingos. A Igreja, em memória da Ressurreição de Jesus Cristo e da descida do Espírito Santo (Pentecostes) que se deram num domingo, mudou a festa do sábado para a do domingo. Além disso, acrescentou alguns outros dias de festa em memória dos mistérios principais de Jesus Cristo e de Maria Virgem e em honra dos Santos. No Brasil, atualmente, os dias de festa ou dias santos de guarda são: o Santo Natal de Nosso Senhor, a oitava do Natal, isto é, Primeiro de Janeiro, Corpus Christi e Imaculada Conceição ( nos Municípios em que 8 de dezembro é feriado). Segundo o cânon 1246 § 2, foram transferidas para os domingos, as seguintes festas: Epifania, Ascensão, Assunção de Nossa Senhora, São Pedro e São Paulo, Todos os Santos. O Breviário é o do dia da festa em curso; e a Santa Missa é a da festa, no domingo. A festa de São José não é mais dia santo: portanto não obriga sob preceito. 

   3º - Nos dias de festa devemos honrar a Deus com atos de culto externo, dos quais, para os cristãos, o essencial é a Santa Missa: Deus, tendo reservado um dia especial para o seu culto, quis que este fosse externo. Convém que o culto seja externo: a) Porque estamos sujeitos a Deus em todo o nosso ser, alma e corpo, e por isso devemos honrar a Deus, não só com a alma, mas também com o corpo. Seria bom filho o que quisesse amar e honrar os pais só com o coração e não também com a palavra e com as obras? Os que pretendem honrar a Deus sem culto externo, mas só com o interno, não querem honrá-Lo de nenhum modo; e, de fato, não o honram, nem externa, nem internamente, digam o que disserem com as palavras. Na verdade nunca pode faltar o culto interno, e é dele que emana o culto externo. O culto externo demonstra o interno. Disse Nosso Senhor Jesus Cristo: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para  que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus" (S. Mat. V, 16). Por exemplo, quanto edifica uma família que sempre está presente participando da Santa Missa nos domingos e dias santos de guarda! b) Justamente a outra razão é dar o bom exemplo: Em geral, os homens imitam mais do que obedecem. Por isso, Deus deseja que quem O ama e serve dê ao próximo o bom exemplo no cumprimento dos mais graves deveres, que são precisamente os que temos para com Ele. c) Porque, de outro modo, se perde o espírito religioso. O ato externo avigora os sentimentos da alma, de forma que, se se omitem os atos externos, enfraquecem-se também os sentimentos internos. A alma realiza as suas principais operações por meio do corpo; por meio dele ainda não só manifesta, mas torna mais fortes os seus sentimentos.
  Para os cristãos o ato essencial do culto é a Santa Missa, a que devem assistir (participar) todos os domingos e dias santos de guarda, que nós chamamos também festas de preceito.
   Mas, além da Santa Missa, que é o essencial, o bom cristão costuma santificar  as festas também:  assistindo ou estudando o catecismo; ouvindo as pregações, assistindo aos ofícios divinos; recebendo com frequência  e com devidas disposições, os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia; dando-se mais à oração e às obras de caridade cristã para com o próximo, especialmente para com os doentes, pobres, aflitos e idosos.

   O primeiro mandamento da Igreja, como veremos depois, determina e especifica a Lei do Senhor: "Aos domingos e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm obrigação de participar da Santa Missa. Atualmente, segundo o cânon 1248, satisfaz ao preceito de participar da missa quem assiste à missa celebrada segundo o rito católico no próprio dia de festa ou à tarde do dia anterior.
   A Santa Missa do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Missa nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor, segundo o cânon 1245. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave. 

   

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Terceiro Mandamento da Lei de Deus

Segundo o COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

O TERCEIRO MANDAMENTO: LEMBRA-TE DE SANTIFICAR AS FESTAS

  Por que Deus "abençoou o dia do sábado e o santificou" (Ex 20,11)?
  Porque no dia de sábado se faz memória do repouso de Deus no sétimo dia da criação, bem como da libertação de Israel da escravidão do Egito e da Aliança que Deus sancionou com o seu povo.

  Como se comporta Jesus com relação ao sábado?
  Jesus reconhece a santidade do sábado e, com autoridade divina, dá sua interpretação autêntica: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado" (Mc 2,27). 

  Por qual motivo, para os cristãos, o sábado foi substituído pelo domingo?
  Porque o domingo é o dia da Ressurreição de Cristo. Como "primeiro dia da semana" (Mc 16,2), ele lembra a primeira criação; como "oitavo dia", que segue o sábado, significa a nova criação inaugurada pela Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim, para os cristãos, o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual ele, com a sua Páscoa, leva a termo a verdade espiritual do sábado hebraico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. 

  Como se santifica o domingo?
  Os cristãos santificam o domingo e as outras festas de preceito participando da Eucaristia do Senhor [participando do Santo Sacrifício da Missa] e abstendo-se também daquelas atividades que impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o necessário descanso da mente e do corpo. São permitidas as atividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do domingo, à vida de família e à saúde. 

  Por que é importante reconhecer civilmente o domingo como dia festivo?
  Para que a todos seja dada a real possibilidade de gozar de suficiente repouso e de tempo livre que lhes permitam cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social; de dispor de um tempo propício para a meditação, a reflexão, o silêncio e o estudo; de dedicar-se às obras de bem, em particular em favor dos doentes e dos idosos. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte positiva)

Quadro catequético sobre o 2º Mandamento (parte positiva)
Explicação do quadro: 
Na parte superior principal maior, vemos representada a Apresentação de Nossa Senhora no Templo de Jerusalém. Segundo à tradição a Virgem Maria com a idade de três anos foi entregue por seus pais São Joaquim e Santa Ana no Templo para se consagrar a Deus pelo voto de virgindade. Nos primeiros degraus , à direita, vemos representados seus pais, Joaquim e Ana; e à esquerda o Sumo Sacerdote que a recebe. No alto, sob o pórtico, vemos representados o santo velho Simeão e a santa profetisa Ana que contemplam  a santa Menina com admiração abrindo os braços para a receber. Os anjos rodeiam-na, fazendo corte à sua Rainha. Os degraus da escadaria do Templo são juncados de rosas para significar as virtudes da Virgem Maria e também estas rosas nos lembram os mistérios de Rosário que se referem à Nossa Senhora.
  




Detalhe do quadro catequético: representa o que está explicado ao lado
Na parte inferior do quadro, à esquerda, vemos representado Jefté, juiz do povo de Deus, voltando vitorioso de uma batalha contra os pagãos Amonitas. Assim lemos nas Sagradas Escrituras: "O espírito do Senhor foi pois sobre Jefté, e ele dando volta por Galaad, pelo país de Manassés, por Masfa de Galaad, e, passando dali até aos filhos de Amon, fez um voto ao Senhor, dizendo: Se entregares nas minhas mãos os filhos de Amon, a primeira pessoa (outros traduzem: aquilo), seja ela qual for, que sair das portas de minha casa, e vier ao meu encontro quando eu voltar vitorioso dos filhos de Amon, eu a oferecerei ao Senhor em holocausto" (Juízes, 11, 29-31). Diz a Bíblia que o Senhor entregou os amonitas nas mãos de Jefté. "Ora, voltando Jefté para sua casa em Masfa, sua filha única, porque não tinha outros filhos, saiu-lhe ao encontro com tímpanos e danças. Quando a viu, (Jefté) rasgou as suas vestes e disse: Ai de mim, minha filha, que me enganaste e te enganaste também a ti; porque eu abri minha boca (fazendo um voto) ao Senhor; e não poderei fazer outra coisa. Ela respondeu-lhe: Meu pai, se abriste a tua boca (fazendo um voto ao Senhor), faze de mim o que prometeste, pois que te concedeu a vingança e a vitória de teus inimigos. E disse a seu pai: Concede-me somente o que te peço: Deixa-me que vá pelos montes durante dois meses, e que chore a minha virgindade, com as minhas companheiras. Ele respondeu-lhe: Pois vai. E deixou-a ir durante dois meses. E, tendo ido com suas companheiras e amigas, chorava a sua virgindade pelos montes. Passados os dois meses, voltou para seu pai, o qual cumpriu o voto que tinha feito, e ela não tinha conhecido varão" (Juízes, 11, 34-39). 
  Como a Bíblia não diz o que Jefté fez para cumprir o voto, há muitas opiniões entre os comentadores das Sagradas Escrituras. São Jerônimo não teme dizer que Jefté foi temerário em fazer este voto; e ímpio em cumpri-lo. Mas muitos outros Santos Padres e exegetas modernos são de opinião que Jefté não cumpriu o voto matando sua filha em holocausto a Deus (era proibido por Deus oferecer-Lhe seres humanos), mas consagrando a Deus por todo a sua vida a virgindade de sua filha. Podemos legitimamente pensar que aqueles dois meses pedidos pela filha foram providenciais para dar tempo a Jafté de pensar e até consultar o próprio Deus de como poderia comutar seu voto. Aliás, São Paulo na Epístola aos Hebreus XI, elogia a fé de Jefté. E devemos levar em conta, por outro lado, que em nenhum lugar da Bíblia há uma palavra de Deus reprovando a atitude deste Juiz do povo de Israel. Pelo contrário, além de São Paulo como acabamos de ver, também o Espírito Santo elogia todos os Juízes, no livro do Eclesiástico, capítulo 46, 13-15, "como homens santos e que não se apartaram do Senhor". 
  Há um estudo maior sobre este voto de Jefté, mas não é aqui o lugar para apresentá-lo e creio ser suficiente o que acabamos de expor.  

Em baixo do quadro, à direita, vemos representados marinheiros de joelho diante dum altar da Santíssima virgem. Eles fizeram um voto, durante uma tempestade, de visitar um santuário de Maria Santíssima se se escapassem da morte. Tendo sido ouvidos, eles veem cumprir seu voto. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO - (ainda a parte negativa)

Quadro catequético representando o que o 2º
Mandamento da Lei de Deus proíbe (ainda a parte
negativa): juramento feito e realizado sem justiça,
isto é, em coisa má; o castigo da blasfêmia e da
imprecação ou praga. 
Na parte superior e maior do quadro: Vemos representado o rei Herodes fazendo um festim para celebrar o seu aniversário de nascimento. "Herodes tinha mandado prender e ligar João; e tinha-o algemado e posto no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe. Porque João dizia-lhe: Não te é lícito tê-la por mulher. Querendo matá-lo, teve medo do povo, porque este o considerava como um profeta. Mas, no dia natalício de Herodes, a filha de Herodíades dançou no meio dos convivas e agradou a Herodes. Por isso, ele prometeu-lhe com juramento dar-lhe tudo o que pedisse. Ela, prevenida por sua mãe; Dá-me, disse, aqui num prato a cabeça de João Batista. O rei entristeceu-se, mas, por causa do juramento e dos comensais, mandou dar-lha. Mandou degolar João no cárcere. Foi trazida a sua cabeça num prato, dada à moça, a qual levou-a a sua mãe" (S; Mat. 14, 3-12). Este crime horrível perpetrado por outro não menos horrível, ou seja, o comprimento de um juramento mau porque feito para realizar uma coisa má. Herodes errou em fazer este juramento e errou em cumpri-lo. À direita de Herodes vemos a moça filha de Herodíades,  amásia de Herodes. À esquerda vemos o carrasco apresentando a cabeça de João Batista num prato.


Em baixo do quadro à esquerda: Vemos representada a lapidação de um homem. Na Antiga Lei, os blasfemadores deviam ser mortos a pedradas. Um homem que havia blasfemado e que Moisés, depois de ter consultado a Deus, fez morrer a pedradas pelo povo. 

Em baixo do quadro à direita: Vemos representado o seguinte: Um homem lavrador estava arando a terra, e proferiu imprecações contra os animais que guiava, dizendo, entre outras coisas: "Que o diabo vos leve!" Sua funesta praga é realizada: os demônios lançam a desordem naquele trabalho que estava sendo realizado por aquele homem: os bois saem correndo e pulando e os diabos carregam um burro daquele homem. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO - (parte negativa)

Explicação do quadro:


Quadro catequético representando o que o segundo
Mandamento da Lei de Deus proíbe.
Aqui mostra um dos pecados contra a 2º Mandamento:
O PERJÚRIO
 Na parte superior e maior: O objetivo principal deste quadro catequético é representar o perjúrio de São Pedro. Os que tinham prendido Jesus levaram-no à casa de Caifás, sumo sacerdote. Pedro seguia-o de longe, até o átrio do príncipe dos sacerdotes. E, tendo entrado, sentou-se com os servos para ver o fim. Estavam os servos e os soldados junto ao fogo e se aqueciam; e Pedro estava também com eles se aquecendo. Chegou então uma das criadas do Sumo Pontífice e vendo Pedro que se aquecia, olhou para ele atentamente e disse: "Tu estavas também com Jesus de Nazaré". Com mentira respondeu Pedro: "Não conheço este homem". Viu-o uma outra criada e disse aos que ali estavam: "Este também estava com Jesus Nazareno". E Pedro negou de novo e agora com juramento falso: "Não conheço este homem".





Detalhe do quadro catequético: explicação ao lado. 
Em baixo do quadro à esquerda: vemos representados sete homens pregados nas cruzes. Foi um castigo em consequência de um juramento violado pelo rei Saul. Assim narra a História Sagrada: "Josué, tomando posse da terra de Canaã, havia jurado aos habitantes de Gabaon que não lhes seria feito nenhum mal. Mas o rei Saul matou muitos habitantes de Gabaon. Deus então puniu este perjúrio afligindo todo o povo de Israel com uma fome que durou três anos. O rei David, (que sucedeu  ao rei Saul), perguntou aos Gabaonitas como ele poderia reparar o ultraje que lhes tinha sido feito pelo povo de Israel na pessoa de seu Rei. Os Gabaonitas, então exigiram que Davi lhes entregasse nas suas mãos os sete filhos do rei Saul. E assim fez Davi. E os Gabaonitas crucificaram os sete filhos de Saul numa montanha para assim satisfazer, segundo eles, a justiça divina".

Detalhe do quadro: Esaú faz um juramento sem necessidade
e troca assim o seu direito de primogenitura por um
prato de lentilhas
Em baixo do quadro à direita; Vemos representados os dois filhos de Isaac: Jacó e Esaú. Este último gostava da caça. Um dia voltava da caçada muito fatigado e com muita fome. Pediu a seu irmão Jacó o prato de lentilhas que acabara de preparar. Jacó apresenta a Esaú o prato de lentilhas pedindo que Esaú jurasse que lhe cederia o direito de primogenitura. Esaú levantando a mão, fez, sem necessidade, o juramento que Jacó lhe havia pedido; e Esaú perde assim seu direito de primogenitura. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 2º Mandamento da Lei de Deus - (parte positiva)

P. Que é que nos ordena o segundo Mandamento?
R. O segundo Mandamento ordena-nos que honremos o Santo Nome de Deus, e que cumpramos, além dos votos, também as promessas juradas.
Explicação: 1º) Honrar o Santo Nome de Deus, ou seja ter sempre respeito a ele. Diz-se que o nome é a pessoa, que, por isso, quem vitupera o nome, vitupera a pessoa. Devemos, portanto, ter pelo nome de Deus o mesmo respeito que temos por Ele. 
                     2º) Que cumpramos os votos: Voto é uma promessa feita a Deus, de uma coisa boa, para nós possível, e melhor que a coisa contrária, a que nós nos obrigamos, como se nos fosse preceituada. Se a observância do voto se nos tornasse no todo ou em parte muito difícil, podia-se pedir a comutação ou a dispensa ao Bispo próprio ou ao Sumo Pontífice, conforme a qualidade do voto. 
   Pelo voto obriga-se uma pessoa a fazer uma boa obra por motivo de religião, isto é, assume para si por meio dele um dever sagrado, em virtude da religião. De onde resulta quão grave seja a obrigação de satisfazer os votos. A transgressão, pois, de um voto é pecado, e por isso não devemos fazer votos sem madura reflexão, e ordinariamente sem o conselho do confessor, ou de outra pessoa prudente, para não nos expormos ao perigo de pecar.
   Os votos mais perfeitos são os de pobreza, de castidade e de obediência, que fazem os religiosos e as religiosas. 
   Os votos fazem-se só a Deus; mas podem-se fazer a Deus em honra de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos. 
                      3º) Que cumpramos as promessas juradas: Subtende-se sempre que alguém, com o juramento, se tenha obrigado a coisa lícita. Quem promete uma coisa, deve fazê-la em cumprimento da promessa; mais grave é o dever, se a promessa foi jurada, isto é, feita com juramento. Ela é uma espécie de voto porquanto a promessa jurada é um dever assumido em virtude da religião. 

EXEMPLO DE VOTO

  Numa expedição contra os Lombardos, o irmão de São Bento, ao atravessar a cavalo uma torrente, foi arrastado pela rapidez das águas. Estava para perecer, quando seu irmão, que o seguia, se lançou ao rio, sem atentar no perigo a que se expunha. Nesse momento fez Bento voto de que, se o Senhor o salvasse com seu irmão, consagraria o resto da vida ao seu serviço. O voto foi deferido; ambos se salvaram. Apenas se concluiu a expedição, apressou-se a cumprir o voto; entrou num convento, de que veio a ser depois, bem depressa, o reformador. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 2º Mandamento - (parte negativa)

P. Que nos proíbe os segundo Mandamento: não tomar seu Santo Nome em vão?
R. O segundo Mandamento: não tomar seu Santo Nome em vão, PROÍBE-NOS: 1º pronunciar o nome de Deus sem respeito; 2º blasfemar contra Deus, contra a Santíssima Virgem ou contra os Santos; 3º fazer juramentos falsos ou não necessários, ou proibidos desta ou daquela maneira.
Explicação dos termos:
1º) Pronunciar o nome de Deus sem respeito: quer dizer pronunciar este Santo Nome, e tudo o que se refere em modo especial ao próprio Deus (como o Nome de Jesus Cristo, de Maria e dos Santos) com ira, por escárnio, ou de outro modo pouco reverente.
Infelizmente há pessoas que têm sempre nos lábios o nome de Deus, não como uma oração jaculatória, mas como uma interjeição de ira. Não são capazes de dizer nada, sem interpor a exclamação: ó meu Deus! Meu Jesus! Pela circunstâncias, entonação da voz, momentos de aborrecimento inesperado,  vê-se claramente que não se trata de oração. Os Santíssimos Nomes de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo são nestas circunstância pronunciados com desrespeito. Outras pessoas, enfim, imprecando mal contra si ou contra os outros, põem de permeio o nome de Deus: Deus te dê a morte, etc. Nestes casos nomeia-se em vão o nome de Deus e peca-se contra o segundo Mandamento. É o que chamamos de imprecação ou praga. 
  Por nome de Deus entende-se ainda qualquer outro nome por que Deus se possa chamar e qualquer outra pessoa e coisa que tenha relação direta com Ele, como: Nossa Senhora, Santos, Sacramentos, etc. 

2º) Que é a blasfêmia? R. A blasfêmia é um pecado horrível que consiste em palavras ou atos de desprezo ou maldição contra Deus, contra a Virgem Santíssima, contra os Santos, ou contras as coisas sagradas. 
Explicação dos termos: Vimos acima o que é imprecação ou praga. Há diferença entre praga e blasfêmia, porque com a blasfêmia se amaldiçoa ou se deseja mal a Deus, ou a Nossa Senhora, ou aos Santos; ao passo que, com a imprecação ou praga, se amaldiçoa ou se deseja mal a si mesmo ou ao próximo. 
  Não são necessárias palavras para vos fazer compreender a enormidade da blasfêmia, É um pecado que não tem nenhuma atenuante, e contém uma malícia diabólica: não se comete o pecado de blasfêmia por fraqueza humana, mas por puro ódio ou irreverência a Deus! O blasfemador não ofende a Deus, transgredindo por fraqueza, por paixão, as suas leis, mas ultraja-O diretamente por puro desprezo. 

3º) Fazer juramentos falsos, inúteis ou ilícitos: P. Que é jurar? R. Jurar é tomar a Deus em testemunho da verdade do que se afirma ou se promete. 
  O juramento não é sempre proibido, mas é lícito e até honroso para Deus, quando há necessidade, e se jura com verdade, discernimento (=prudência) e justiça. Não se jura com VERDADE  quando se afirma com juramento o que se sabe ou se julga ser falso, e quando com juramento se promete o que não se tem a intenção de cumprir. Não se jura com DISCERNIMENTO quando se jura sem prudência e sem madura ponderação, ou por coisas fúteis, isto é, por coisas de pequena importância. Não se jura com JUSTIÇA quando se jura fazer uma coisa que não é justa ou permitida, como jurar vingar-se, roubar e outras coisas parecidas. 
  Não só não somos obrigados a cumprir o juramento de fazer coisas injustas ou proibidas mas pecaríamos fazendo-as, porque são proibidas pela lei de Deus ou da Igreja. 

 Gravidade do juramento falso: Quem jura falso comete pecado mortal, porque desonra gravemente a Deus, verdade infinita, chamando-O em testemunho do que é falso.                                            
     


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O SEGUNDO MANDAMENTO

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

           Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Ex 20,7).
               
              Foi dito aos antigos: "Não perjurarás'... Eu, porém, vos digo, não jureis em hipótese alguma (Mt 5,33-34).

   I. O nome do Senhor é santo
       "Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão" (Ex 20,7). O segundo mandamento pertence, como o primeiro, ao âmbito da virtude da religião e regula mais particularmente o uso que fazemos da palavra nas coisas santas. 
        Entre todas as palavras da revelação há uma, singular, que é a revelação do nome de Deus. Deus confia seu nome àqueles que creem n'Ele; revela-se-lhes em seu mistério pessoal. O dom do nome pertence à ordem da confiança e da intimidade. "O nome do Senhor é santo". Eis porque o homem não pode abusar dele. Deve guardá-lo na memória num silêncio de adoração amorosa (Zc 2,17). Não fará uso dele a não ser para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo.(Sl 29,2; 96,2; 113,1-2).
       A deferência para com o nome de Deus exprime o respeito que é devido ao mistério do próprio Deus e a toda a realidade sagrada que ele evoca. O sentido do sagrado faz parte do âmbito da religião:
       
        Os sentimentos de temor e do sagrado, diz Newman, são ou não são sentimentos cristãos? Ninguém pode em sã razão duvidar disso. São sentimentos que teríamos, em grau intenso, se tivéssemos a visão do Deus soberano. São sentimentos que teríamos se nos apercebêssemos claramente de sua presença. Na medida em que cremos que Ele está presente, devemos tê-los. Não tê-los  é não perceber, não crer que Ele está presente.

      O fiel deve testemunhar o nome do Senhor, confessando sua fé sem ceder ao medo. O ato da pregação e o ato da catequese devem estar penetrados de adoração e de respeito pelo nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo. 
      O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos.
      As promessas feitas a outrem em nome de Deus empenham a honra, a fidelidade, a veracidade e a autoridade divinas. Devem, pois, em justiça, ser respeitadas. Ser-lhes infiel é abusar do nome de Deus e, de certo modo, fazer de Deus um mentiroso (Cf. 1Jo 1,10).
       A blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Ela consiste em proferir contra Deus - interior ou exteriormente - palavras de ódio, de ofensa, de desafio, em falar mal de Deus, faltar-Lhe deliberadamente com o respeito ao abusar do nome de Deus. São Tiago reprova "os que blasfemam contra o nome sublime (de Jesus) que foi invocado sobre eles" (Tg 2,7). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas. É também blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir povos à servidão, torturar ou matar. O abuso do nome de Deus para cometer um crime provoca a rejeição da religião.
       A blasfêmia é contrária ao respeito devido a Deus e a seu santo nome. É em si um pecado grave.     
      As pragas, que fazem intervir o nome de Deus, sem intenção de blasfêmia, são uma falta de respeito para com o Senhor.
      O segundo mandamento proíbe também o uso mágico do nome divino.
        Diz Santo Agostinho:  "O nome de Deus é grande lá onde for pronunciado com o respeito devido à sua grandeza e à sua majestade. O nome de Deus é santo lá onde for proferido com veneração e com temor de ofendê-lo."

   II. O nome do Senhor pronunciado em vão
         O segundo mandamento proíbe o juramento falso. Fazer juramento ou jurar é invocar a Deus como testemunha do que se afirma. É invocar a veracidade divina como garantia de nossa própria veracidade. O juramento empenha o nome do Senhor. "É ao Senhor teu Deus que temerás, a Ele servirás e pelo seu nome jurarás" (Dt 6,13).
          Abster-se de jurar falsamente é um dever para com Deus. Como Criador e Senhor, Deus é a regra de toda verdade. A palavra humana está de acordo com Deus ou em oposição a Ele, que é a própria verdade. Quando é verídico e legítimo, o juramento põe à luz a relação da palavra humana com a verdade de Deus. O juramento falso invoca Deus para ser testemunha de uma mentira.
        É perjuro aquele que, sob juramento, faz uma promessa que não tem intenção de manter ou que, depois de ter prometido algo sob juramento, não o cumpre. O perjúrio constitui uma grave falta de respeito para com o Senhor de toda palavra. Comprometer-se por juramento a praticar uma obra má é contrário à santidade do nome divino.
           Jesus expôs o segundo mandamento no Sermão da Montanha: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor'. Eu, porém, vos digo: não jureis em hipótese nenhuma... Seja o vosso 'sim', sim, e o vosso 'não', não. O que passa disso vem do Maligno" (Mt 5,33-34,37). Jesus ensina que todo juramento implica uma referência a Deus e que a presença de Deus e de sua verdade deve ser honrada em toda palavra. A discrição em recorrer a Deus na linguagem caminha de mãos dadas com a atenção respeitosa à sua presença, testemunhada ou desprezada, em cada uma de nossas afirmações.
          Seguindo São Paulo (Cf. 2Cor 1,23; Gl 1,20), a Tradição da Igreja entendeu que as palavras de Jesus não se opõem ao juramento quando é feito por uma causa grave e justa (por exemplo, perante um tribunal). "O juramento, isto é, a invocação do nome de Deus como testemunha da verdade, não se pode fazer, a não ser na verdade, no discernimento e na justiça".
             A santidade do nome divino exige que não se recorra a ele para coisas fúteis e não se preste juramento em circunstâncias suscetíveis de interpretá-lo como uma aprovação do poder que o exigisse injustamente. Quando o juramento é exigido por autoridades civis ilegítimas, pode-se recusá-lo. Deve ser recusado quando é pedido para fins contrários à dignidade das pessoas ou à comunhão da Igreja.


         

         
          

   

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O 1º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte negativa)

Quadro catequético representando o que Deus
proíbe pelo 1º Mandamento (parte negativa)
   Explicação do quadro: Este quadro representa três gravíssimos pecados contra o Primeiro Mandamento da Lei de Deus:
   A parte principal representa os Israelitas adorando o bezerro de ouro no deserto. Moisés entretinha-se com Deus no alto do Monte Sinai. Mas o povo  vendo que Moisés tardava em descer do monte, juntou-se contra Arão e disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque não sabemos o que aconteceu a Moisés. Arão acedeu ao pedido do povo e, com o ouro dos brincos arrecadados, Arão fez um bezerro de ouro. E os Israelitas prostram-se diante deste ídolo adorando-o; imolaram-lhe hóstias e disseram: Estes são, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. À moda dos pagãos, fizeram festa: assentaram-se para comer e beber e depois, levantaram-se para dançar em torno do ídolo. 
   E o Senhor disse a Moisés: "Desce, pois teu povo pecou. Fez um bezerro de ouro para o adorar. Moisés desceu do monte, trazendo na mão as duas tábuas da Lei. Chegando perto do acampamento enxergou o bezerro de ouro e os grupos dos dançarinos. Possuído de violenta cólera, quebrou as tábuas da Lei, arremessando-as por terra. Apanhou depois o bezerro de ouro, reduzindo-o a pó. Misturou este pó com água e obrigou a povo a bebê-la. Deus quis aniquilar este povo. Mas Moisés intercedeu por ele, e Deus mandou que fossem mortos somente 3.000. Deus atendeu a oração de Moisés e renovou os mandamentos, pela segunda vez, em duas outras tábuas de pedra. Moisés permaneceu no Sinai 40 dias e 40 noites sem comer nem beber. 

Detalhe do quadro: Heliodoro castigado por causa do
pecado de sacrilégio roubando no Templo sagrado
   Na parte inferior do quadro à esquerda, vemos representado o sacrilégio de Heliodoro, que tentava roubar os tesouros do templo. Seleuco, rei da Síria, ouviu falar das grandes riquezas do Templo. Enviou, por isso, Heliodoro, seu primeiro ministro, a Jerusalém, para trazer o tesouro. Heliodoro dirigiu-se à sala do tesouro. Mas, nesse momento, aproximou-se um cavaleiro montado em um cavalo magnificamente ajaezado. O cavalo atirou-se contra Heliodoro pisando-o várias vezes com as patas dianteiras. Ao mesmo tempo, dois jovens de grande beleza puseram-se a flagelar o intruso. Heliodoro caiu e depois foi levado para fora como morto. 

  
Detalhe do quadro: O rei Saul comete um grave pecado
de superstição ao consultar uma necromante.
 Na parte inferior do quadro à direita, vemos representado o pecado de superstição cometido pelo rei Saul quando foi consultar uma necromante que habitava em Endor. Saul queria que ela fizesse aparecer Samuel, que já havia morrido há algum tempo. Samuel apareceu e a mulher necromante aterrorizada, soltou um grande grito; o que mostra que nem ela esperava por esta. De acordo com a maioria dos exegetas, o profeta Samuel realmente apareceu, não, porém, por força das palavras da necromante (a qual ficou aterrorizada), mas por obra de Deus, que quis anunciar por boca de Samuel o grande castigo: Saul perderia a guerra contra os Filisteus, e morreria ele e os seus filhos no outro dia; e o Senhor entregaria também nas mãos dos filisteus o acampamento de Israel. Ao ouvir o anúncio, Saul caiu por terra espantado pelas palavras de Samuel. 
   

O 1º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte positiva)

Quadro catequético representando o que Deus ordena
no Primeiro Mandamento (parte positiva)
   Explicação do quadro: Este quadro representa pessoas de todas as idades, de ambos os sexos e de todas as condições que adoram a Deus em uma humilde postura, e que contemplam a Deus em uma atitude cheia de amor. Deus, Nosso Senhor, abre-lhes os braços e os olha com complacência mostrando assim com que ternura Ele acolhe nossas homenagens e aceita nossas humildes súplicas. 
   
   No alto do quadro, á esquerda, vemos representada a Santíssima Virgem Maria cercada de anjos. 

   No alto do quadro à direita, vemos representados vários santos, estando à frente deles São José.

   Na verdade, o Primeiro Mandamento da Lei de Deus não proíbe honrar e invocar os Anjos e os Santos, e até o devemos fazer, porque é coisa boa e útil, e altamente recomendada pela Igreja, já que eles são amigos de Deus e nossos intercessores junto d'Ele.
   Jesus Cristo é o nosso Mediador junto de Deus, enquanto, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, só Ele, em virtude dos próprios merecimentos, nos reconciliou com Deus, e d'Ele nos obtém todas as graças. Mas, a Santíssima Virgem e os Santos, em virtude dos merecimentos de Jesus Cristo, e pela caridade que os une a Deus e a nós, auxiliam-nos com a sua intercessão a alcançar as graças que pedimos. E este é um dos grandes bens da Comunhão dos Santos.
   Podemos também honrar as sagradas imagens de Jesus Cristo e dos Santos porque a honra que se tributa às sagradas imagens de Jesus e dos Santos, refere-se às suas mesmas pessoas. 
  E assim também as relíquias dos Santos podem e devem horar-se porque os seus corpos foram membros vivos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo, e devem ressurgir gloriosos para a vida eterna. 
  No entanto há muita diferença entre o culto que prestamos a Deus, e o culto que prestamos aos Santos. A Deus, adoramo-Lo pela sua infinita excelência, pois é o Senhor supremo; ao passo que aos Santos não os adoramos, mas só os honramos e veneramos como amigos de Deus e nossos intercessores junto d'Ele. O culto que prestamos a Deus chama-se latria, isto é, adoração, e o culto que prestamos aos Santos chama-se dulia, isto é, de veneração aos servos de Deus; enfim o culto especial que prestamos a Maria Santíssima chama-se hiperdulia, isto é, de especialíssima veneração, como Mãe de Deus. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 1º Mandamento (parte negativa)

   Como já vimos, a parte negativa de um mandamento é o que ele proíbe. A parte positiva, é o que ele ordena.
   Que é que nos proíbe o primeiro Mandamento da Lei de Deus? 
  R.: O primeiro Mandamento proíbe-nos tudo quanto seja contrário à verdadeira Religião, a saber: a impiedade, a idolatria, a superstição, a irreligiosidade (cujo ato principal é o sacrilégio), a heresia, a ignorância das verdades da fé, e todo e qualquer pecado contra a religião, como, por exemplo todo o comércio ou trato com o demônio, e o filiar-se às seitas anticristãs.
   Explicação: 1- Que é impiedade? R.: Em geral dizemos ímpio o que é malvado; mas em sentido estrito é o que recusa todo o culto a Deus. Infelizmente, não são poucos também os cristãos que em nossos dias se tornam culpados de impiedade. Não são aqueles que deixam de prestar a Deus a honra devida, mas os que positivamente, com vontade deliberada, recusam, negam a Deus o culto, a honra que Lhe compete, isto é, recusam honrá-Lo como Ele tem direito e quer ser honrado, visto que é nosso supremo Senhor e último fim.
   Deus não precisa do nosso culto; mas nós temos esse dever como homens, como cidadãos, como cristãos; e temos necessidade dele porque é o único meio pelo qual podemos tornar-nos dignos do fim celeste a que Deus nos destinou. 

   2- Que é a idolatria? R.: Chama-se idolatria o prestar a alguma criatura, por exemplo a uma estátua, a uma imagem, a um homem, o culto supremo de adoração, devido só a Deus.
   Explicação: Na Sagrada Escritura está expressa a proibição da idolatria com as palavras: "Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima, no céu, e do que há embaixo , na terra. E não adorarás tais coisas, nem lhes darás culto" (Êxodo, 20, 3, 4 e 5). É claro que com estas palavras Deus não está proibindo toda espécie de imagens, mas só as das falsas divindades, feitas com intuito de adoração, como faziam os idólatras. E tanto isto é verdade, que o próprio Deus deu ordem a Moisés para fazer algumas, como as duas estátuas de querubins que estavam sobre a arca, e a serpente de bronze no deserto. Muito tempo depois, o rei Ezequias, mandou destruir esta escultura da serpente porque o povo passara a prestar a ela um culto de adoração. Por isso, embora, Deus mesmo a tenha mandado esculpir, aprovou a atitude de Ezequias. A Santa Igreja tem nos seus templos sagrados e os fiéis em suas casas imagens: umas para enfeite e outras para venerar os santos que representam, mas nunca para odorar. Quando os protestantes dizem que os católicos adoram  imagens, ou falam por ignorância ou por calúnia.

3 - Que é superstição? R.: Chama-se superstição toda e qualquer devoção (ou melhor dizendo sandice) contrária à doutrina e ao uso da Igreja, bem como o atribuir a uma ação ou alguma coisa uma virtude sobrenatural que ela não tem. Na verdade, é um desvio do sentimento religioso, é uma compreensão errônea, falha, do culto e da sua prática.
   Superstições são, por exemplo: as vãs observâncias nas quais, no fundo, se confia numa intervenção superior, quer de Deus, quer dos espíritos, bons ou maus; a adivinhação, isto é, querer descobrir o futuro, por meio de cerimônias totalmente inadequadas. Consultam-se médiuns, pitonisas etc. Lemos na Bíblia que o rei Saul foi ter com a pitonisa de Endor, para conhecer o desfecho da guerra que ele tinha empreendido (Conf, 1Samuel 28, 7-21); a magia, isto é, pretender produzir fenômenos extraordinários, ultrapassando as forças comuns da natureza; o espiritismo enquanto é invocação dos espíritos, no intuito de aprender coisas ocultas. Mesas chamadas falantes ou escreventes, consultas à almas dos mortos são práticas do Espiritismo, supersticiosas e muitas vezes não estão isentas de intervenção diabólica, e por isso são justamente interditas pela Santa Igreja.
Obs.:   Sobre o caso de Saul consultando a pitonisa de Endor, devemos dizer que foi um ato condenável porque a necromancia é proibida por Deus no Livro do Levítico 19, 31; e 20, 6. De acordo com a maioria dos exegetas, Samuel apareceu realmente, não, porém, por força das palavras da pitonisa (ou necromante) a qual inclusive ficou aterrorizada. A aparição do profeta Samuel, foi por obra de Deus que quis anunciar por boca de Samuel o grande castigo.

4 - Que é irreligiosidade? R.: É a falta de respeito a Deus, ou diretamente, ou nas coisas e pessoas que lhe são consagradas. Por isso, o principal ato de irreligiosidade é o sacrilégio, que consiste em tratar com irreverência e desdém o que é consagrado ao Senhor. Por isso, também, o sacrilégio mais grave é o cometido contra a Santíssima Eucaristia.
   Que é sacrilégio? R.: É a profanação de um lugar, de uma pessoa ou de uma coisa consagrada a Deus ou destinada ao seu culto.

5 - Que é heresia? R.: É um erro culpável de inteligência, pelo qual se nega com pertinácia alguma verdade de fé. A heresia equivale a não crer na autoridade de Deus, como se Ele ou não merecesse fé ou não tivesse assegurado a veracidade da doutrina que, em seu nome, a Igreja nos ensina.

6 - Que é ignorância das verdades da fé? R.: É desconhecer por culpa própria as verdades de fé. A criança não conhece, ignora as verdades da fé, mas a sua ignorância não é culposa porque acabou de chegar ao uso da razão. O adulto, pelo contrário, tem culpa se não conhece as verdades da fé, ou porque não tem querido aprendê-las, não indo ao catecismo, ou porque já se esqueceu do que tinha aprendido, não tendo voltado às instruções. No que não se conhece não pode ele crer; e, não crendo naquilo que Deus nos propõe por meio da Igreja, comete pecado: ofende a Deus porque não o reconhece, não o ama e não o serve, como é seu dever. Tal ignorância é, em nossos dias, mais culposa ainda, porque são maiores e mais fáceis os meios de instrução, e é maior o seu dever e necessidade, pois a religião é mais combatida com preconceitos, calúnias e erros, que são tão largamente difundidos por todos os meios modernos. Se os maus empregam a Internet para o mal, devemos empregá-la para o bem.
   Caríssimos, guardemo-nos da impiedade prática, tão espalhada em nossos dias. Procuremos que o nosso coração seja sempre de Deus; e nunca levantemos nele um altar a qualquer paixão. Devemos ter muito cuidado em evitar o grande pecado do sacrilégio. Procuremos receber os sacramentos com as devidas disposições. Receber os sacramentos dos vivos sempre na graça de Deus. Cresçamos sempre mais no amor à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, estudemos o catecismo, ouçamos com atenção os sermões, e não deixemos passar um dia sem fazer a nossa Leitura Espiritual, sobretudo dos Santos Evangelhos.
 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 1º Mandamento (parte positiva)

  Em todo mandamento devemos considerar a parte positiva, isto é, o que Deus ordena; e a parte negativa, ou seja, o que Deus proíbe. 
   Neste post vamos explicar mais amplamente o que Deus ordena pelo primeiro Mandamento de sua Lei. 
  O primeiro Mandamento adorar a Deus e amá-Lo sobre todas as coisas, ordena-nos que sejamos religiosos, isto é, que pratiquemos devidamente a Santa Religião: CRER EM DEUS, ADORÁ-LO E SERVI-LO.
   Explicação: Ser religioso, isto é, praticar fiel e exatamente a Religião significa cumprir o primeiro Mandamento com o exercício do culto interno e externo. 
   Culto interno é a honra que se presta a Deus só com as faculdades da alma, isto é, com a inteligência e com a vontade. 
    Culto externo é a homenagem que se presta a Deus por meio de atos exteriores e de objetos sensíveis. É claro que não basta adorar a Deus internamente, só com o coração, mas é necessário adorá-LO também exteriormente, com a alma e com o corpo juntamente, porque Ele é Criador e Senhor absoluto de uma e de outro. Não pode, porém, de forma alguma, haver culto externo sem o interno, porque aquele, desacompanhado deste, fica privado de vida, de merecimento e de eficácia, como corpo sem alma. 
    Ao promulgar os dez mandamentos, no alto do Sinai, Deus proferiu estas palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus". Quando os monarcas, os chefes de estado, os comandantes de exércitos publicam as suas leis ou fazem as suas proclamações, começam por dizer: "Nós, Imperador, Rei etc. ordenamos, mandamos..." isto é, põem à frente das leis e decretos o título da sua autoridade.
    Deus, Senhor dos senhores, fez exatamente assim: promulgando sua lei, recordou-nos  os seus direitos de Deus Criador e os nossos deveres de criaturas com estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus. 
    Estabelecido o título de direito, de autoridade, com que Deus nos impõe os mandamentos, Ele pelo primeiro que é odorá-Lo e amá-Lo sobre todas as coisas, ordena-nos que havemos de ser religiosos, isto é, crer em Deus, amá-Lo, adorá-Lo e servi-Lo. Em substância, impõe-nos o primeiro mandamento que pratiquemos a Religião, que consiste em crer em Deus, amá-lo, adorá-lo e servi-lo como único Deus verdadeiro, Criador e supremo Senhor de todas as coisas e Criador de nós mesmos. 
    Deus é Criador de tudo, é o nosso Criador. De nós, como criaturas inteligentes, Ele exige essencialmente quatro coisas: a) que creiamos nele, isto é, que Ele é Deus, e creiamos quando, como suprema Verdade, nos revela as verdades e no-las propõe por intermédio da Igreja; b) que o amemos, porque Ele é o sumo Bem e o nosso último fim; c) que o adoremos: adorar a Deus quer dizer reconhecer que Ele, como Criador, é o nosso supremo e absoluto Senhor e lhe pertencemos inteiramente, totalmente. Só Ele, porque é Deus, merece adoração. Diversa é a honra que na sociedade se rende aos grandes; suprema, máxima é a que se rende ao soberano. Honramos os superiores e os grandes da terra; honramos os Anjos, os Santos, Maria Santíssima no céu. Honramo-los, mas não os adoramos. A adoração (pela qual se reconhece o supremo domínio do adorado e a dependência total para com Ele) rende-se somente a Deus; d) finalmente, Deus quer que o sirvamos, isto é, que se observem os mandamentos que Ele nos deu; e que, com essa observância, se reconheça também a sua autoridade e a nossa dependência d'Ele. 
    Que há de mais justo, de mais racional do que tudo isto? Que coisa há, portanto, mais obrigatória do que a Religião? 
    Destas observações se deduz como a prática da Religião é um dever para todos, para as crianças já com o uso da razão, para os adultos, para as mulheres, como para os homens, pois Deus é supremo Senhor de todos. Além disto, a prática fiel e exata da Religião é o único meio para conseguirmos o fim da nossa vida, isto é, a bem-aventurança eterna. Visto que todos devem salvar-se, todos devem praticar a Religião. Deus não acolhe no céu os que recusam praticar a Religião na terra. 

EXEMPLO
A Religião é um dever

   Uma mulher mundana, que quase não sabia o que é religião e a considerava uma coisa convencional, lamentava-se vivamente de sua filha na presença dum missionário. - Mas, senhora, respondeu-lhe este, admitis porventura relações entre Mãe e filha, de modo que esta seja obrigada a respeitar a sua Mãe e a obedecer-lhe?  - Como! reverendo, respondeu a senhora, pois não sou eu sua mãe? Seja qual for sua idade, não é ela minha filha? Não é de mim que recebeu tudo? Não é sempre obrigada a amar-me e honrar-me?  -  Mas, tornou o missionário, estas relações de superioridade da vossa parte e de dependência de vossa filha, não poderiam ser coisas convencionais e sujeitas a mudanças?  -  A mudanças? dizeis vós. Mas V. Revma está a supor então que eu deixo de ser mãe, e que ela deixa de ser minha filha; os direitos duma mãe são imutáveis, porque se fundam na sua natureza de mãe.  -  Credes, então, senhora, acrescentou o missionário, que entre vós e vossa filha há relações necessárias; que tendes o direito de mandar, e ela a obrigação de obedecer-vos, respeitar-vos e amar-vos; que, se ela faltar a este dever, se torna culpada; que nada disto é uma questão de convenção, mas uma coisa imutável e sagrada, fundada no vosso título de mãe e na sua qualidade de filha; a senhora crê isto, não é verdade?  - Sim, creio, respondeu ela.  -  Ora bem, senhora, mudai os nomes: em vosso lugar ponde Deus, no de vossa filha ponde vós mesma, e aí tendes a Religião.