A. O PÃO DE TRIGO. a) Para a validade, o pão deve ser de trigo puro e bastante recente para afastar qualquer perigo de corrupção.
b) Para a liceidade, na Igreja latina o pão deve ser ázimo, isto é, não fermentado; quanto a forma, a hóstia deve ser redonda, e maior para o padre que celebra do que para os fiéis que comungam.
Nosso Senhor usou na Última Ceia o pão de trigo e não fermentado, porque instituiu este Sacramento no primeiro dia dos ázimos, no qual não era permitido aos judeus terem em casa coisa alguma fermentada.
B. O VINHO DE UVA. a) Para validade, o vinho deve ser natural, isto é, exclusivamente fruto da vinha, sem mistura de qualquer outro liquido, e não deve estar estragado (vinagre).
b) Para liceidade, não serve o vinho novo, nem o que começa a ficar azedo.
Nosso Senhor e Salvador empregou vinho na instituição deste Sacramento, pois Ele mesmo havia dito; "Doravante, não tornarei a beber do fruto da videira, até o dia em que o beberei de novo no Reino de Deus".
A Igreja sempre conservou o costume de deitar no vinho algumas gotas de água. O Concílio de Trento tornou-o obrigatório, baseando-se nas 3 razões seguintes: 1ª - Nosso Senhor assim terá feito, conforme o uso dos judeus. 2ª - Esta mistura lembra o sangue e água que jorraram do lado de Cristo. 3ª - Significa igualmente a união das duas naturezas em Jesus Cristo: a divina e a humana, e ainda: a união do povo fiel com o seu Chefe, Nosso Senhor Jesus Cristo.
II - FORMA. A forma da Eucaristia consiste nas palavras pronunciadas por Nosso Senhor, e que nós chamamos palavras da Consagração.
Para a consagração do pão: "ISTO É O MEU CORPO".
Para a consagração do vinho: "ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, MISTÉRIO DA FÉ, O QUAL POR VÓS E POR MUITOS SERÁ DERRAMADO, EM REMISSÃO DOS PECADOS".
Destas palavras, muitas foram tiradas da Sagrada Escritura; algumas, porém, se conservam na Igreja, por Tradição Apostólica. Destas palavras na consagração do vinho somente são essenciais para que haja o sacramento as seguintes: "ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE".
III - SIMBOLISMO DA MATÉRIA. Os símbolos de pão e de vinho apresentam-nos, em primeiro lugar, Jesus Cristo como verdadeira vida dos homens. Disse o Senhor: "Minha Carne é verdadeiramente comida, e meu Sangue é verdadeiramente bebida". Ora, se o Corpo de Nosso senhor é alimento da vida eterna para os que recebem seu Sacramento com o coração puro, de muito acerto é que tenha como símbolo as matérias que conservam nossa vida terrena.
Estes mesmos elementos também concorrem para que os homens venham a reconhecer que o Sacramento encerra, de fato, o Corpo e o Sangue do Senhor. Pois, ao vermos todos os dias como o pão e o vinho, por um processo natural, se convertem em carne e sangue do homem, mais facilmente somos levados a crer, mediante esta comparação, que a substância do pão e do vinho se convertem, pela bênção do céu, na verdadeira Carne de Jesus e no Seu verdadeiro Sangue.
Além disto, sendo a Igreja um corpo que se compõe de muitos membros, nenhuma coisa é mais adequada para fazer ressaltar essa união, do que o pão e o vinho. O pão se compõe de muitos grãos, e o vinho se espreme de muitos cachos. Desta maneira, simbolizam também nós, que apesar de sermos muitos, nos unimos estreitamente pelos laços deste divino Mistério, e constituímos, por assim dizer, a unidade de um só corpo.