SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Terceiro Mandamento da Lei de Deus

Segundo o COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

O TERCEIRO MANDAMENTO: LEMBRA-TE DE SANTIFICAR AS FESTAS

  Por que Deus "abençoou o dia do sábado e o santificou" (Ex 20,11)?
  Porque no dia de sábado se faz memória do repouso de Deus no sétimo dia da criação, bem como da libertação de Israel da escravidão do Egito e da Aliança que Deus sancionou com o seu povo.

  Como se comporta Jesus com relação ao sábado?
  Jesus reconhece a santidade do sábado e, com autoridade divina, dá sua interpretação autêntica: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado" (Mc 2,27). 

  Por qual motivo, para os cristãos, o sábado foi substituído pelo domingo?
  Porque o domingo é o dia da Ressurreição de Cristo. Como "primeiro dia da semana" (Mc 16,2), ele lembra a primeira criação; como "oitavo dia", que segue o sábado, significa a nova criação inaugurada pela Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim, para os cristãos, o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual ele, com a sua Páscoa, leva a termo a verdade espiritual do sábado hebraico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. 

  Como se santifica o domingo?
  Os cristãos santificam o domingo e as outras festas de preceito participando da Eucaristia do Senhor [participando do Santo Sacrifício da Missa] e abstendo-se também daquelas atividades que impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o necessário descanso da mente e do corpo. São permitidas as atividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do domingo, à vida de família e à saúde. 

  Por que é importante reconhecer civilmente o domingo como dia festivo?
  Para que a todos seja dada a real possibilidade de gozar de suficiente repouso e de tempo livre que lhes permitam cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social; de dispor de um tempo propício para a meditação, a reflexão, o silêncio e o estudo; de dedicar-se às obras de bem, em particular em favor dos doentes e dos idosos. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte positiva)

Quadro catequético sobre o 2º Mandamento (parte positiva)
Explicação do quadro: 
Na parte superior principal maior, vemos representada a Apresentação de Nossa Senhora no Templo de Jerusalém. Segundo à tradição a Virgem Maria com a idade de três anos foi entregue por seus pais São Joaquim e Santa Ana no Templo para se consagrar a Deus pelo voto de virgindade. Nos primeiros degraus , à direita, vemos representados seus pais, Joaquim e Ana; e à esquerda o Sumo Sacerdote que a recebe. No alto, sob o pórtico, vemos representados o santo velho Simeão e a santa profetisa Ana que contemplam  a santa Menina com admiração abrindo os braços para a receber. Os anjos rodeiam-na, fazendo corte à sua Rainha. Os degraus da escadaria do Templo são juncados de rosas para significar as virtudes da Virgem Maria e também estas rosas nos lembram os mistérios de Rosário que se referem à Nossa Senhora.
  




Detalhe do quadro catequético: representa o que está explicado ao lado
Na parte inferior do quadro, à esquerda, vemos representado Jefté, juiz do povo de Deus, voltando vitorioso de uma batalha contra os pagãos Amonitas. Assim lemos nas Sagradas Escrituras: "O espírito do Senhor foi pois sobre Jefté, e ele dando volta por Galaad, pelo país de Manassés, por Masfa de Galaad, e, passando dali até aos filhos de Amon, fez um voto ao Senhor, dizendo: Se entregares nas minhas mãos os filhos de Amon, a primeira pessoa (outros traduzem: aquilo), seja ela qual for, que sair das portas de minha casa, e vier ao meu encontro quando eu voltar vitorioso dos filhos de Amon, eu a oferecerei ao Senhor em holocausto" (Juízes, 11, 29-31). Diz a Bíblia que o Senhor entregou os amonitas nas mãos de Jefté. "Ora, voltando Jefté para sua casa em Masfa, sua filha única, porque não tinha outros filhos, saiu-lhe ao encontro com tímpanos e danças. Quando a viu, (Jefté) rasgou as suas vestes e disse: Ai de mim, minha filha, que me enganaste e te enganaste também a ti; porque eu abri minha boca (fazendo um voto) ao Senhor; e não poderei fazer outra coisa. Ela respondeu-lhe: Meu pai, se abriste a tua boca (fazendo um voto ao Senhor), faze de mim o que prometeste, pois que te concedeu a vingança e a vitória de teus inimigos. E disse a seu pai: Concede-me somente o que te peço: Deixa-me que vá pelos montes durante dois meses, e que chore a minha virgindade, com as minhas companheiras. Ele respondeu-lhe: Pois vai. E deixou-a ir durante dois meses. E, tendo ido com suas companheiras e amigas, chorava a sua virgindade pelos montes. Passados os dois meses, voltou para seu pai, o qual cumpriu o voto que tinha feito, e ela não tinha conhecido varão" (Juízes, 11, 34-39). 
  Como a Bíblia não diz o que Jefté fez para cumprir o voto, há muitas opiniões entre os comentadores das Sagradas Escrituras. São Jerônimo não teme dizer que Jefté foi temerário em fazer este voto; e ímpio em cumpri-lo. Mas muitos outros Santos Padres e exegetas modernos são de opinião que Jefté não cumpriu o voto matando sua filha em holocausto a Deus (era proibido por Deus oferecer-Lhe seres humanos), mas consagrando a Deus por todo a sua vida a virgindade de sua filha. Podemos legitimamente pensar que aqueles dois meses pedidos pela filha foram providenciais para dar tempo a Jafté de pensar e até consultar o próprio Deus de como poderia comutar seu voto. Aliás, São Paulo na Epístola aos Hebreus XI, elogia a fé de Jefté. E devemos levar em conta, por outro lado, que em nenhum lugar da Bíblia há uma palavra de Deus reprovando a atitude deste Juiz do povo de Israel. Pelo contrário, além de São Paulo como acabamos de ver, também o Espírito Santo elogia todos os Juízes, no livro do Eclesiástico, capítulo 46, 13-15, "como homens santos e que não se apartaram do Senhor". 
  Há um estudo maior sobre este voto de Jefté, mas não é aqui o lugar para apresentá-lo e creio ser suficiente o que acabamos de expor.  

Em baixo do quadro, à direita, vemos representados marinheiros de joelho diante dum altar da Santíssima virgem. Eles fizeram um voto, durante uma tempestade, de visitar um santuário de Maria Santíssima se se escapassem da morte. Tendo sido ouvidos, eles veem cumprir seu voto. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO - (ainda a parte negativa)

Quadro catequético representando o que o 2º
Mandamento da Lei de Deus proíbe (ainda a parte
negativa): juramento feito e realizado sem justiça,
isto é, em coisa má; o castigo da blasfêmia e da
imprecação ou praga. 
Na parte superior e maior do quadro: Vemos representado o rei Herodes fazendo um festim para celebrar o seu aniversário de nascimento. "Herodes tinha mandado prender e ligar João; e tinha-o algemado e posto no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe. Porque João dizia-lhe: Não te é lícito tê-la por mulher. Querendo matá-lo, teve medo do povo, porque este o considerava como um profeta. Mas, no dia natalício de Herodes, a filha de Herodíades dançou no meio dos convivas e agradou a Herodes. Por isso, ele prometeu-lhe com juramento dar-lhe tudo o que pedisse. Ela, prevenida por sua mãe; Dá-me, disse, aqui num prato a cabeça de João Batista. O rei entristeceu-se, mas, por causa do juramento e dos comensais, mandou dar-lha. Mandou degolar João no cárcere. Foi trazida a sua cabeça num prato, dada à moça, a qual levou-a a sua mãe" (S; Mat. 14, 3-12). Este crime horrível perpetrado por outro não menos horrível, ou seja, o comprimento de um juramento mau porque feito para realizar uma coisa má. Herodes errou em fazer este juramento e errou em cumpri-lo. À direita de Herodes vemos a moça filha de Herodíades,  amásia de Herodes. À esquerda vemos o carrasco apresentando a cabeça de João Batista num prato.


Em baixo do quadro à esquerda: Vemos representada a lapidação de um homem. Na Antiga Lei, os blasfemadores deviam ser mortos a pedradas. Um homem que havia blasfemado e que Moisés, depois de ter consultado a Deus, fez morrer a pedradas pelo povo. 

Em baixo do quadro à direita: Vemos representado o seguinte: Um homem lavrador estava arando a terra, e proferiu imprecações contra os animais que guiava, dizendo, entre outras coisas: "Que o diabo vos leve!" Sua funesta praga é realizada: os demônios lançam a desordem naquele trabalho que estava sendo realizado por aquele homem: os bois saem correndo e pulando e os diabos carregam um burro daquele homem. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O 2º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO - (parte negativa)

Explicação do quadro:


Quadro catequético representando o que o segundo
Mandamento da Lei de Deus proíbe.
Aqui mostra um dos pecados contra a 2º Mandamento:
O PERJÚRIO
 Na parte superior e maior: O objetivo principal deste quadro catequético é representar o perjúrio de São Pedro. Os que tinham prendido Jesus levaram-no à casa de Caifás, sumo sacerdote. Pedro seguia-o de longe, até o átrio do príncipe dos sacerdotes. E, tendo entrado, sentou-se com os servos para ver o fim. Estavam os servos e os soldados junto ao fogo e se aqueciam; e Pedro estava também com eles se aquecendo. Chegou então uma das criadas do Sumo Pontífice e vendo Pedro que se aquecia, olhou para ele atentamente e disse: "Tu estavas também com Jesus de Nazaré". Com mentira respondeu Pedro: "Não conheço este homem". Viu-o uma outra criada e disse aos que ali estavam: "Este também estava com Jesus Nazareno". E Pedro negou de novo e agora com juramento falso: "Não conheço este homem".





Detalhe do quadro catequético: explicação ao lado. 
Em baixo do quadro à esquerda: vemos representados sete homens pregados nas cruzes. Foi um castigo em consequência de um juramento violado pelo rei Saul. Assim narra a História Sagrada: "Josué, tomando posse da terra de Canaã, havia jurado aos habitantes de Gabaon que não lhes seria feito nenhum mal. Mas o rei Saul matou muitos habitantes de Gabaon. Deus então puniu este perjúrio afligindo todo o povo de Israel com uma fome que durou três anos. O rei David, (que sucedeu  ao rei Saul), perguntou aos Gabaonitas como ele poderia reparar o ultraje que lhes tinha sido feito pelo povo de Israel na pessoa de seu Rei. Os Gabaonitas, então exigiram que Davi lhes entregasse nas suas mãos os sete filhos do rei Saul. E assim fez Davi. E os Gabaonitas crucificaram os sete filhos de Saul numa montanha para assim satisfazer, segundo eles, a justiça divina".

Detalhe do quadro: Esaú faz um juramento sem necessidade
e troca assim o seu direito de primogenitura por um
prato de lentilhas
Em baixo do quadro à direita; Vemos representados os dois filhos de Isaac: Jacó e Esaú. Este último gostava da caça. Um dia voltava da caçada muito fatigado e com muita fome. Pediu a seu irmão Jacó o prato de lentilhas que acabara de preparar. Jacó apresenta a Esaú o prato de lentilhas pedindo que Esaú jurasse que lhe cederia o direito de primogenitura. Esaú levantando a mão, fez, sem necessidade, o juramento que Jacó lhe havia pedido; e Esaú perde assim seu direito de primogenitura. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 2º Mandamento da Lei de Deus - (parte positiva)

P. Que é que nos ordena o segundo Mandamento?
R. O segundo Mandamento ordena-nos que honremos o Santo Nome de Deus, e que cumpramos, além dos votos, também as promessas juradas.
Explicação: 1º) Honrar o Santo Nome de Deus, ou seja ter sempre respeito a ele. Diz-se que o nome é a pessoa, que, por isso, quem vitupera o nome, vitupera a pessoa. Devemos, portanto, ter pelo nome de Deus o mesmo respeito que temos por Ele. 
                     2º) Que cumpramos os votos: Voto é uma promessa feita a Deus, de uma coisa boa, para nós possível, e melhor que a coisa contrária, a que nós nos obrigamos, como se nos fosse preceituada. Se a observância do voto se nos tornasse no todo ou em parte muito difícil, podia-se pedir a comutação ou a dispensa ao Bispo próprio ou ao Sumo Pontífice, conforme a qualidade do voto. 
   Pelo voto obriga-se uma pessoa a fazer uma boa obra por motivo de religião, isto é, assume para si por meio dele um dever sagrado, em virtude da religião. De onde resulta quão grave seja a obrigação de satisfazer os votos. A transgressão, pois, de um voto é pecado, e por isso não devemos fazer votos sem madura reflexão, e ordinariamente sem o conselho do confessor, ou de outra pessoa prudente, para não nos expormos ao perigo de pecar.
   Os votos mais perfeitos são os de pobreza, de castidade e de obediência, que fazem os religiosos e as religiosas. 
   Os votos fazem-se só a Deus; mas podem-se fazer a Deus em honra de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos. 
                      3º) Que cumpramos as promessas juradas: Subtende-se sempre que alguém, com o juramento, se tenha obrigado a coisa lícita. Quem promete uma coisa, deve fazê-la em cumprimento da promessa; mais grave é o dever, se a promessa foi jurada, isto é, feita com juramento. Ela é uma espécie de voto porquanto a promessa jurada é um dever assumido em virtude da religião. 

EXEMPLO DE VOTO

  Numa expedição contra os Lombardos, o irmão de São Bento, ao atravessar a cavalo uma torrente, foi arrastado pela rapidez das águas. Estava para perecer, quando seu irmão, que o seguia, se lançou ao rio, sem atentar no perigo a que se expunha. Nesse momento fez Bento voto de que, se o Senhor o salvasse com seu irmão, consagraria o resto da vida ao seu serviço. O voto foi deferido; ambos se salvaram. Apenas se concluiu a expedição, apressou-se a cumprir o voto; entrou num convento, de que veio a ser depois, bem depressa, o reformador. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 2º Mandamento - (parte negativa)

P. Que nos proíbe os segundo Mandamento: não tomar seu Santo Nome em vão?
R. O segundo Mandamento: não tomar seu Santo Nome em vão, PROÍBE-NOS: 1º pronunciar o nome de Deus sem respeito; 2º blasfemar contra Deus, contra a Santíssima Virgem ou contra os Santos; 3º fazer juramentos falsos ou não necessários, ou proibidos desta ou daquela maneira.
Explicação dos termos:
1º) Pronunciar o nome de Deus sem respeito: quer dizer pronunciar este Santo Nome, e tudo o que se refere em modo especial ao próprio Deus (como o Nome de Jesus Cristo, de Maria e dos Santos) com ira, por escárnio, ou de outro modo pouco reverente.
Infelizmente há pessoas que têm sempre nos lábios o nome de Deus, não como uma oração jaculatória, mas como uma interjeição de ira. Não são capazes de dizer nada, sem interpor a exclamação: ó meu Deus! Meu Jesus! Pela circunstâncias, entonação da voz, momentos de aborrecimento inesperado,  vê-se claramente que não se trata de oração. Os Santíssimos Nomes de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo são nestas circunstância pronunciados com desrespeito. Outras pessoas, enfim, imprecando mal contra si ou contra os outros, põem de permeio o nome de Deus: Deus te dê a morte, etc. Nestes casos nomeia-se em vão o nome de Deus e peca-se contra o segundo Mandamento. É o que chamamos de imprecação ou praga. 
  Por nome de Deus entende-se ainda qualquer outro nome por que Deus se possa chamar e qualquer outra pessoa e coisa que tenha relação direta com Ele, como: Nossa Senhora, Santos, Sacramentos, etc. 

2º) Que é a blasfêmia? R. A blasfêmia é um pecado horrível que consiste em palavras ou atos de desprezo ou maldição contra Deus, contra a Virgem Santíssima, contra os Santos, ou contras as coisas sagradas. 
Explicação dos termos: Vimos acima o que é imprecação ou praga. Há diferença entre praga e blasfêmia, porque com a blasfêmia se amaldiçoa ou se deseja mal a Deus, ou a Nossa Senhora, ou aos Santos; ao passo que, com a imprecação ou praga, se amaldiçoa ou se deseja mal a si mesmo ou ao próximo. 
  Não são necessárias palavras para vos fazer compreender a enormidade da blasfêmia, É um pecado que não tem nenhuma atenuante, e contém uma malícia diabólica: não se comete o pecado de blasfêmia por fraqueza humana, mas por puro ódio ou irreverência a Deus! O blasfemador não ofende a Deus, transgredindo por fraqueza, por paixão, as suas leis, mas ultraja-O diretamente por puro desprezo. 

3º) Fazer juramentos falsos, inúteis ou ilícitos: P. Que é jurar? R. Jurar é tomar a Deus em testemunho da verdade do que se afirma ou se promete. 
  O juramento não é sempre proibido, mas é lícito e até honroso para Deus, quando há necessidade, e se jura com verdade, discernimento (=prudência) e justiça. Não se jura com VERDADE  quando se afirma com juramento o que se sabe ou se julga ser falso, e quando com juramento se promete o que não se tem a intenção de cumprir. Não se jura com DISCERNIMENTO quando se jura sem prudência e sem madura ponderação, ou por coisas fúteis, isto é, por coisas de pequena importância. Não se jura com JUSTIÇA quando se jura fazer uma coisa que não é justa ou permitida, como jurar vingar-se, roubar e outras coisas parecidas. 
  Não só não somos obrigados a cumprir o juramento de fazer coisas injustas ou proibidas mas pecaríamos fazendo-as, porque são proibidas pela lei de Deus ou da Igreja. 

 Gravidade do juramento falso: Quem jura falso comete pecado mortal, porque desonra gravemente a Deus, verdade infinita, chamando-O em testemunho do que é falso.                                            
     


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O SEGUNDO MANDAMENTO

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

           Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Ex 20,7).
               
              Foi dito aos antigos: "Não perjurarás'... Eu, porém, vos digo, não jureis em hipótese alguma (Mt 5,33-34).

   I. O nome do Senhor é santo
       "Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão" (Ex 20,7). O segundo mandamento pertence, como o primeiro, ao âmbito da virtude da religião e regula mais particularmente o uso que fazemos da palavra nas coisas santas. 
        Entre todas as palavras da revelação há uma, singular, que é a revelação do nome de Deus. Deus confia seu nome àqueles que creem n'Ele; revela-se-lhes em seu mistério pessoal. O dom do nome pertence à ordem da confiança e da intimidade. "O nome do Senhor é santo". Eis porque o homem não pode abusar dele. Deve guardá-lo na memória num silêncio de adoração amorosa (Zc 2,17). Não fará uso dele a não ser para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo.(Sl 29,2; 96,2; 113,1-2).
       A deferência para com o nome de Deus exprime o respeito que é devido ao mistério do próprio Deus e a toda a realidade sagrada que ele evoca. O sentido do sagrado faz parte do âmbito da religião:
       
        Os sentimentos de temor e do sagrado, diz Newman, são ou não são sentimentos cristãos? Ninguém pode em sã razão duvidar disso. São sentimentos que teríamos, em grau intenso, se tivéssemos a visão do Deus soberano. São sentimentos que teríamos se nos apercebêssemos claramente de sua presença. Na medida em que cremos que Ele está presente, devemos tê-los. Não tê-los  é não perceber, não crer que Ele está presente.

      O fiel deve testemunhar o nome do Senhor, confessando sua fé sem ceder ao medo. O ato da pregação e o ato da catequese devem estar penetrados de adoração e de respeito pelo nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo. 
      O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos.
      As promessas feitas a outrem em nome de Deus empenham a honra, a fidelidade, a veracidade e a autoridade divinas. Devem, pois, em justiça, ser respeitadas. Ser-lhes infiel é abusar do nome de Deus e, de certo modo, fazer de Deus um mentiroso (Cf. 1Jo 1,10).
       A blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Ela consiste em proferir contra Deus - interior ou exteriormente - palavras de ódio, de ofensa, de desafio, em falar mal de Deus, faltar-Lhe deliberadamente com o respeito ao abusar do nome de Deus. São Tiago reprova "os que blasfemam contra o nome sublime (de Jesus) que foi invocado sobre eles" (Tg 2,7). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas. É também blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir povos à servidão, torturar ou matar. O abuso do nome de Deus para cometer um crime provoca a rejeição da religião.
       A blasfêmia é contrária ao respeito devido a Deus e a seu santo nome. É em si um pecado grave.     
      As pragas, que fazem intervir o nome de Deus, sem intenção de blasfêmia, são uma falta de respeito para com o Senhor.
      O segundo mandamento proíbe também o uso mágico do nome divino.
        Diz Santo Agostinho:  "O nome de Deus é grande lá onde for pronunciado com o respeito devido à sua grandeza e à sua majestade. O nome de Deus é santo lá onde for proferido com veneração e com temor de ofendê-lo."

   II. O nome do Senhor pronunciado em vão
         O segundo mandamento proíbe o juramento falso. Fazer juramento ou jurar é invocar a Deus como testemunha do que se afirma. É invocar a veracidade divina como garantia de nossa própria veracidade. O juramento empenha o nome do Senhor. "É ao Senhor teu Deus que temerás, a Ele servirás e pelo seu nome jurarás" (Dt 6,13).
          Abster-se de jurar falsamente é um dever para com Deus. Como Criador e Senhor, Deus é a regra de toda verdade. A palavra humana está de acordo com Deus ou em oposição a Ele, que é a própria verdade. Quando é verídico e legítimo, o juramento põe à luz a relação da palavra humana com a verdade de Deus. O juramento falso invoca Deus para ser testemunha de uma mentira.
        É perjuro aquele que, sob juramento, faz uma promessa que não tem intenção de manter ou que, depois de ter prometido algo sob juramento, não o cumpre. O perjúrio constitui uma grave falta de respeito para com o Senhor de toda palavra. Comprometer-se por juramento a praticar uma obra má é contrário à santidade do nome divino.
           Jesus expôs o segundo mandamento no Sermão da Montanha: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor'. Eu, porém, vos digo: não jureis em hipótese nenhuma... Seja o vosso 'sim', sim, e o vosso 'não', não. O que passa disso vem do Maligno" (Mt 5,33-34,37). Jesus ensina que todo juramento implica uma referência a Deus e que a presença de Deus e de sua verdade deve ser honrada em toda palavra. A discrição em recorrer a Deus na linguagem caminha de mãos dadas com a atenção respeitosa à sua presença, testemunhada ou desprezada, em cada uma de nossas afirmações.
          Seguindo São Paulo (Cf. 2Cor 1,23; Gl 1,20), a Tradição da Igreja entendeu que as palavras de Jesus não se opõem ao juramento quando é feito por uma causa grave e justa (por exemplo, perante um tribunal). "O juramento, isto é, a invocação do nome de Deus como testemunha da verdade, não se pode fazer, a não ser na verdade, no discernimento e na justiça".
             A santidade do nome divino exige que não se recorra a ele para coisas fúteis e não se preste juramento em circunstâncias suscetíveis de interpretá-lo como uma aprovação do poder que o exigisse injustamente. Quando o juramento é exigido por autoridades civis ilegítimas, pode-se recusá-lo. Deve ser recusado quando é pedido para fins contrários à dignidade das pessoas ou à comunhão da Igreja.


         

         
          

   

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O 1º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte negativa)

Quadro catequético representando o que Deus
proíbe pelo 1º Mandamento (parte negativa)
   Explicação do quadro: Este quadro representa três gravíssimos pecados contra o Primeiro Mandamento da Lei de Deus:
   A parte principal representa os Israelitas adorando o bezerro de ouro no deserto. Moisés entretinha-se com Deus no alto do Monte Sinai. Mas o povo  vendo que Moisés tardava em descer do monte, juntou-se contra Arão e disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque não sabemos o que aconteceu a Moisés. Arão acedeu ao pedido do povo e, com o ouro dos brincos arrecadados, Arão fez um bezerro de ouro. E os Israelitas prostram-se diante deste ídolo adorando-o; imolaram-lhe hóstias e disseram: Estes são, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. À moda dos pagãos, fizeram festa: assentaram-se para comer e beber e depois, levantaram-se para dançar em torno do ídolo. 
   E o Senhor disse a Moisés: "Desce, pois teu povo pecou. Fez um bezerro de ouro para o adorar. Moisés desceu do monte, trazendo na mão as duas tábuas da Lei. Chegando perto do acampamento enxergou o bezerro de ouro e os grupos dos dançarinos. Possuído de violenta cólera, quebrou as tábuas da Lei, arremessando-as por terra. Apanhou depois o bezerro de ouro, reduzindo-o a pó. Misturou este pó com água e obrigou a povo a bebê-la. Deus quis aniquilar este povo. Mas Moisés intercedeu por ele, e Deus mandou que fossem mortos somente 3.000. Deus atendeu a oração de Moisés e renovou os mandamentos, pela segunda vez, em duas outras tábuas de pedra. Moisés permaneceu no Sinai 40 dias e 40 noites sem comer nem beber. 

Detalhe do quadro: Heliodoro castigado por causa do
pecado de sacrilégio roubando no Templo sagrado
   Na parte inferior do quadro à esquerda, vemos representado o sacrilégio de Heliodoro, que tentava roubar os tesouros do templo. Seleuco, rei da Síria, ouviu falar das grandes riquezas do Templo. Enviou, por isso, Heliodoro, seu primeiro ministro, a Jerusalém, para trazer o tesouro. Heliodoro dirigiu-se à sala do tesouro. Mas, nesse momento, aproximou-se um cavaleiro montado em um cavalo magnificamente ajaezado. O cavalo atirou-se contra Heliodoro pisando-o várias vezes com as patas dianteiras. Ao mesmo tempo, dois jovens de grande beleza puseram-se a flagelar o intruso. Heliodoro caiu e depois foi levado para fora como morto. 

  
Detalhe do quadro: O rei Saul comete um grave pecado
de superstição ao consultar uma necromante.
 Na parte inferior do quadro à direita, vemos representado o pecado de superstição cometido pelo rei Saul quando foi consultar uma necromante que habitava em Endor. Saul queria que ela fizesse aparecer Samuel, que já havia morrido há algum tempo. Samuel apareceu e a mulher necromante aterrorizada, soltou um grande grito; o que mostra que nem ela esperava por esta. De acordo com a maioria dos exegetas, o profeta Samuel realmente apareceu, não, porém, por força das palavras da necromante (a qual ficou aterrorizada), mas por obra de Deus, que quis anunciar por boca de Samuel o grande castigo: Saul perderia a guerra contra os Filisteus, e morreria ele e os seus filhos no outro dia; e o Senhor entregaria também nas mãos dos filisteus o acampamento de Israel. Ao ouvir o anúncio, Saul caiu por terra espantado pelas palavras de Samuel. 
   

O 1º MANDAMENTO PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO (parte positiva)

Quadro catequético representando o que Deus ordena
no Primeiro Mandamento (parte positiva)
   Explicação do quadro: Este quadro representa pessoas de todas as idades, de ambos os sexos e de todas as condições que adoram a Deus em uma humilde postura, e que contemplam a Deus em uma atitude cheia de amor. Deus, Nosso Senhor, abre-lhes os braços e os olha com complacência mostrando assim com que ternura Ele acolhe nossas homenagens e aceita nossas humildes súplicas. 
   
   No alto do quadro, á esquerda, vemos representada a Santíssima Virgem Maria cercada de anjos. 

   No alto do quadro à direita, vemos representados vários santos, estando à frente deles São José.

   Na verdade, o Primeiro Mandamento da Lei de Deus não proíbe honrar e invocar os Anjos e os Santos, e até o devemos fazer, porque é coisa boa e útil, e altamente recomendada pela Igreja, já que eles são amigos de Deus e nossos intercessores junto d'Ele.
   Jesus Cristo é o nosso Mediador junto de Deus, enquanto, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, só Ele, em virtude dos próprios merecimentos, nos reconciliou com Deus, e d'Ele nos obtém todas as graças. Mas, a Santíssima Virgem e os Santos, em virtude dos merecimentos de Jesus Cristo, e pela caridade que os une a Deus e a nós, auxiliam-nos com a sua intercessão a alcançar as graças que pedimos. E este é um dos grandes bens da Comunhão dos Santos.
   Podemos também honrar as sagradas imagens de Jesus Cristo e dos Santos porque a honra que se tributa às sagradas imagens de Jesus e dos Santos, refere-se às suas mesmas pessoas. 
  E assim também as relíquias dos Santos podem e devem horar-se porque os seus corpos foram membros vivos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo, e devem ressurgir gloriosos para a vida eterna. 
  No entanto há muita diferença entre o culto que prestamos a Deus, e o culto que prestamos aos Santos. A Deus, adoramo-Lo pela sua infinita excelência, pois é o Senhor supremo; ao passo que aos Santos não os adoramos, mas só os honramos e veneramos como amigos de Deus e nossos intercessores junto d'Ele. O culto que prestamos a Deus chama-se latria, isto é, adoração, e o culto que prestamos aos Santos chama-se dulia, isto é, de veneração aos servos de Deus; enfim o culto especial que prestamos a Maria Santíssima chama-se hiperdulia, isto é, de especialíssima veneração, como Mãe de Deus. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 1º Mandamento (parte negativa)

   Como já vimos, a parte negativa de um mandamento é o que ele proíbe. A parte positiva, é o que ele ordena.
   Que é que nos proíbe o primeiro Mandamento da Lei de Deus? 
  R.: O primeiro Mandamento proíbe-nos tudo quanto seja contrário à verdadeira Religião, a saber: a impiedade, a idolatria, a superstição, a irreligiosidade (cujo ato principal é o sacrilégio), a heresia, a ignorância das verdades da fé, e todo e qualquer pecado contra a religião, como, por exemplo todo o comércio ou trato com o demônio, e o filiar-se às seitas anticristãs.
   Explicação: 1- Que é impiedade? R.: Em geral dizemos ímpio o que é malvado; mas em sentido estrito é o que recusa todo o culto a Deus. Infelizmente, não são poucos também os cristãos que em nossos dias se tornam culpados de impiedade. Não são aqueles que deixam de prestar a Deus a honra devida, mas os que positivamente, com vontade deliberada, recusam, negam a Deus o culto, a honra que Lhe compete, isto é, recusam honrá-Lo como Ele tem direito e quer ser honrado, visto que é nosso supremo Senhor e último fim.
   Deus não precisa do nosso culto; mas nós temos esse dever como homens, como cidadãos, como cristãos; e temos necessidade dele porque é o único meio pelo qual podemos tornar-nos dignos do fim celeste a que Deus nos destinou. 

   2- Que é a idolatria? R.: Chama-se idolatria o prestar a alguma criatura, por exemplo a uma estátua, a uma imagem, a um homem, o culto supremo de adoração, devido só a Deus.
   Explicação: Na Sagrada Escritura está expressa a proibição da idolatria com as palavras: "Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima, no céu, e do que há embaixo , na terra. E não adorarás tais coisas, nem lhes darás culto" (Êxodo, 20, 3, 4 e 5). É claro que com estas palavras Deus não está proibindo toda espécie de imagens, mas só as das falsas divindades, feitas com intuito de adoração, como faziam os idólatras. E tanto isto é verdade, que o próprio Deus deu ordem a Moisés para fazer algumas, como as duas estátuas de querubins que estavam sobre a arca, e a serpente de bronze no deserto. Muito tempo depois, o rei Ezequias, mandou destruir esta escultura da serpente porque o povo passara a prestar a ela um culto de adoração. Por isso, embora, Deus mesmo a tenha mandado esculpir, aprovou a atitude de Ezequias. A Santa Igreja tem nos seus templos sagrados e os fiéis em suas casas imagens: umas para enfeite e outras para venerar os santos que representam, mas nunca para odorar. Quando os protestantes dizem que os católicos adoram  imagens, ou falam por ignorância ou por calúnia.

3 - Que é superstição? R.: Chama-se superstição toda e qualquer devoção (ou melhor dizendo sandice) contrária à doutrina e ao uso da Igreja, bem como o atribuir a uma ação ou alguma coisa uma virtude sobrenatural que ela não tem. Na verdade, é um desvio do sentimento religioso, é uma compreensão errônea, falha, do culto e da sua prática.
   Superstições são, por exemplo: as vãs observâncias nas quais, no fundo, se confia numa intervenção superior, quer de Deus, quer dos espíritos, bons ou maus; a adivinhação, isto é, querer descobrir o futuro, por meio de cerimônias totalmente inadequadas. Consultam-se médiuns, pitonisas etc. Lemos na Bíblia que o rei Saul foi ter com a pitonisa de Endor, para conhecer o desfecho da guerra que ele tinha empreendido (Conf, 1Samuel 28, 7-21); a magia, isto é, pretender produzir fenômenos extraordinários, ultrapassando as forças comuns da natureza; o espiritismo enquanto é invocação dos espíritos, no intuito de aprender coisas ocultas. Mesas chamadas falantes ou escreventes, consultas à almas dos mortos são práticas do Espiritismo, supersticiosas e muitas vezes não estão isentas de intervenção diabólica, e por isso são justamente interditas pela Santa Igreja.
Obs.:   Sobre o caso de Saul consultando a pitonisa de Endor, devemos dizer que foi um ato condenável porque a necromancia é proibida por Deus no Livro do Levítico 19, 31; e 20, 6. De acordo com a maioria dos exegetas, Samuel apareceu realmente, não, porém, por força das palavras da pitonisa (ou necromante) a qual inclusive ficou aterrorizada. A aparição do profeta Samuel, foi por obra de Deus que quis anunciar por boca de Samuel o grande castigo.

4 - Que é irreligiosidade? R.: É a falta de respeito a Deus, ou diretamente, ou nas coisas e pessoas que lhe são consagradas. Por isso, o principal ato de irreligiosidade é o sacrilégio, que consiste em tratar com irreverência e desdém o que é consagrado ao Senhor. Por isso, também, o sacrilégio mais grave é o cometido contra a Santíssima Eucaristia.
   Que é sacrilégio? R.: É a profanação de um lugar, de uma pessoa ou de uma coisa consagrada a Deus ou destinada ao seu culto.

5 - Que é heresia? R.: É um erro culpável de inteligência, pelo qual se nega com pertinácia alguma verdade de fé. A heresia equivale a não crer na autoridade de Deus, como se Ele ou não merecesse fé ou não tivesse assegurado a veracidade da doutrina que, em seu nome, a Igreja nos ensina.

6 - Que é ignorância das verdades da fé? R.: É desconhecer por culpa própria as verdades de fé. A criança não conhece, ignora as verdades da fé, mas a sua ignorância não é culposa porque acabou de chegar ao uso da razão. O adulto, pelo contrário, tem culpa se não conhece as verdades da fé, ou porque não tem querido aprendê-las, não indo ao catecismo, ou porque já se esqueceu do que tinha aprendido, não tendo voltado às instruções. No que não se conhece não pode ele crer; e, não crendo naquilo que Deus nos propõe por meio da Igreja, comete pecado: ofende a Deus porque não o reconhece, não o ama e não o serve, como é seu dever. Tal ignorância é, em nossos dias, mais culposa ainda, porque são maiores e mais fáceis os meios de instrução, e é maior o seu dever e necessidade, pois a religião é mais combatida com preconceitos, calúnias e erros, que são tão largamente difundidos por todos os meios modernos. Se os maus empregam a Internet para o mal, devemos empregá-la para o bem.
   Caríssimos, guardemo-nos da impiedade prática, tão espalhada em nossos dias. Procuremos que o nosso coração seja sempre de Deus; e nunca levantemos nele um altar a qualquer paixão. Devemos ter muito cuidado em evitar o grande pecado do sacrilégio. Procuremos receber os sacramentos com as devidas disposições. Receber os sacramentos dos vivos sempre na graça de Deus. Cresçamos sempre mais no amor à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, estudemos o catecismo, ouçamos com atenção os sermões, e não deixemos passar um dia sem fazer a nossa Leitura Espiritual, sobretudo dos Santos Evangelhos.
 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Explicação mais ampla do 1º Mandamento (parte positiva)

  Em todo mandamento devemos considerar a parte positiva, isto é, o que Deus ordena; e a parte negativa, ou seja, o que Deus proíbe. 
   Neste post vamos explicar mais amplamente o que Deus ordena pelo primeiro Mandamento de sua Lei. 
  O primeiro Mandamento adorar a Deus e amá-Lo sobre todas as coisas, ordena-nos que sejamos religiosos, isto é, que pratiquemos devidamente a Santa Religião: CRER EM DEUS, ADORÁ-LO E SERVI-LO.
   Explicação: Ser religioso, isto é, praticar fiel e exatamente a Religião significa cumprir o primeiro Mandamento com o exercício do culto interno e externo. 
   Culto interno é a honra que se presta a Deus só com as faculdades da alma, isto é, com a inteligência e com a vontade. 
    Culto externo é a homenagem que se presta a Deus por meio de atos exteriores e de objetos sensíveis. É claro que não basta adorar a Deus internamente, só com o coração, mas é necessário adorá-LO também exteriormente, com a alma e com o corpo juntamente, porque Ele é Criador e Senhor absoluto de uma e de outro. Não pode, porém, de forma alguma, haver culto externo sem o interno, porque aquele, desacompanhado deste, fica privado de vida, de merecimento e de eficácia, como corpo sem alma. 
    Ao promulgar os dez mandamentos, no alto do Sinai, Deus proferiu estas palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus". Quando os monarcas, os chefes de estado, os comandantes de exércitos publicam as suas leis ou fazem as suas proclamações, começam por dizer: "Nós, Imperador, Rei etc. ordenamos, mandamos..." isto é, põem à frente das leis e decretos o título da sua autoridade.
    Deus, Senhor dos senhores, fez exatamente assim: promulgando sua lei, recordou-nos  os seus direitos de Deus Criador e os nossos deveres de criaturas com estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus. 
    Estabelecido o título de direito, de autoridade, com que Deus nos impõe os mandamentos, Ele pelo primeiro que é odorá-Lo e amá-Lo sobre todas as coisas, ordena-nos que havemos de ser religiosos, isto é, crer em Deus, amá-Lo, adorá-Lo e servi-Lo. Em substância, impõe-nos o primeiro mandamento que pratiquemos a Religião, que consiste em crer em Deus, amá-lo, adorá-lo e servi-lo como único Deus verdadeiro, Criador e supremo Senhor de todas as coisas e Criador de nós mesmos. 
    Deus é Criador de tudo, é o nosso Criador. De nós, como criaturas inteligentes, Ele exige essencialmente quatro coisas: a) que creiamos nele, isto é, que Ele é Deus, e creiamos quando, como suprema Verdade, nos revela as verdades e no-las propõe por intermédio da Igreja; b) que o amemos, porque Ele é o sumo Bem e o nosso último fim; c) que o adoremos: adorar a Deus quer dizer reconhecer que Ele, como Criador, é o nosso supremo e absoluto Senhor e lhe pertencemos inteiramente, totalmente. Só Ele, porque é Deus, merece adoração. Diversa é a honra que na sociedade se rende aos grandes; suprema, máxima é a que se rende ao soberano. Honramos os superiores e os grandes da terra; honramos os Anjos, os Santos, Maria Santíssima no céu. Honramo-los, mas não os adoramos. A adoração (pela qual se reconhece o supremo domínio do adorado e a dependência total para com Ele) rende-se somente a Deus; d) finalmente, Deus quer que o sirvamos, isto é, que se observem os mandamentos que Ele nos deu; e que, com essa observância, se reconheça também a sua autoridade e a nossa dependência d'Ele. 
    Que há de mais justo, de mais racional do que tudo isto? Que coisa há, portanto, mais obrigatória do que a Religião? 
    Destas observações se deduz como a prática da Religião é um dever para todos, para as crianças já com o uso da razão, para os adultos, para as mulheres, como para os homens, pois Deus é supremo Senhor de todos. Além disto, a prática fiel e exata da Religião é o único meio para conseguirmos o fim da nossa vida, isto é, a bem-aventurança eterna. Visto que todos devem salvar-se, todos devem praticar a Religião. Deus não acolhe no céu os que recusam praticar a Religião na terra. 

EXEMPLO
A Religião é um dever

   Uma mulher mundana, que quase não sabia o que é religião e a considerava uma coisa convencional, lamentava-se vivamente de sua filha na presença dum missionário. - Mas, senhora, respondeu-lhe este, admitis porventura relações entre Mãe e filha, de modo que esta seja obrigada a respeitar a sua Mãe e a obedecer-lhe?  - Como! reverendo, respondeu a senhora, pois não sou eu sua mãe? Seja qual for sua idade, não é ela minha filha? Não é de mim que recebeu tudo? Não é sempre obrigada a amar-me e honrar-me?  -  Mas, tornou o missionário, estas relações de superioridade da vossa parte e de dependência de vossa filha, não poderiam ser coisas convencionais e sujeitas a mudanças?  -  A mudanças? dizeis vós. Mas V. Revma está a supor então que eu deixo de ser mãe, e que ela deixa de ser minha filha; os direitos duma mãe são imutáveis, porque se fundam na sua natureza de mãe.  -  Credes, então, senhora, acrescentou o missionário, que entre vós e vossa filha há relações necessárias; que tendes o direito de mandar, e ela a obrigação de obedecer-vos, respeitar-vos e amar-vos; que, se ela faltar a este dever, se torna culpada; que nada disto é uma questão de convenção, mas uma coisa imutável e sagrada, fundada no vosso título de mãe e na sua qualidade de filha; a senhora crê isto, não é verdade?  - Sim, creio, respondeu ela.  -  Ora bem, senhora, mudai os nomes: em vosso lugar ponde Deus, no de vossa filha ponde vós mesma, e aí tendes a Religião. 
   
  
   
   
   

Duas observações sobre o 1º Mandamento

OBSERVAÇÕES

   Primeira observação: Nem todas as religiões são boas. 
   Visto que ouvimos hodiernamente  a afirmação de que todas as religiões são boas, é necessário que conheçais quão falsa e péssima é esta máxima. Argumentos:
   1º - Que diríeis se se afirmasse que todas as moedas são boas? As que são falsificadas não são boas. E até diria que as mais parecidas com a verdadeira são mais perigosas. Assim é com a religião. Somente é boa a verdadeira; as que são falsificadas, isto é, fundadas pelos homens, não podem ser verdadeiras e, por isso, nem boas sequer. 
   2º - Doutrinas que se contradizem não podem ser todas verdadeiras. Assim se dá com as religiões que ensinam doutrinas diversas e opostas. Eis o pagão que reconhece muitas divindades; eis outros povos que reconhecem um só Deus: idolatria e adoração dum Deus excluem-se mutuamente. O judeu não reconhece Jesus Cristo como Messias. Que elogio pode o judeu merecer quando diz que Jesus Cristo era um homem muito espiritual? Este elogio é moeda falsa e muito perigosa. Não podemos levar em conta só a palavra "homem espiritual", temos que condenar a ausência da palavra "Deus". O muçulmano ou islamita honra a Jesus como um profeta. Mas diz que o Messias era Maomé. Cristo era um precursor de Maomé. O cristão, no entanto, adora a Jesus Cristo como o Filho de Deus. Fez-se homem, sem deixar de ser Deus, justamente porque é o único Messias, o único Altíssimo, o único Salvador. Por isso não entendo e nunca vou entender os elogios que o Concílio Vaticano II faz destes hereges. Isto não converte ninguém. Enquanto, antes do Vaticano II havia muitas conversões, depois dele temos a tristeza de ver como crescem estas falsas religiões! Nunca pensemos que ofendendo a Jesus vamos converter seus inimigos! 
   A razão humana deveria, para reconhecer boas todas as religiões, admitir que estejam na verdade tanto os judeus, como os muçulmanos e os cristãos. Como diz a Filosofia, isto repugna a razão. E o mesmo devemos dizer com relação a todas as outras religiões ou melhor seitas: como Protestantismo, Espiritismo, Budismo etc.
   3º - Se todas as religiões fossem boas, para que teria Jesus Cristo fundado a sua Igreja, por meio da qual nos ensina como quer ser honrado? Além disto, cada qual poderia formar para si uma religião a seu gosto. E este é o precedente que abriu o Vaticano II com a Liberdade Religiosa. 
   4º - Dizer que todas as religiões são boas equivaleria a dizer que não existe religião. Levaria, portanto, esta máxima à negação de todas as religiões.E, de fato, os que dizem que são boas todas as religiões, na prática não observam nenhuma; dizem por palavras, respeitam todas; mas depois, nos fatos, são inimigos jurados e desprezadores do Catolicismo; das outras religiões não se preocupam, não temem nenhuma: só têm medo do Catolicismo, porque é a única religião verdadeira, por ser a religião de Cristo; porque só ela tem uma fé e uma lei irreformáveis, irreconciliáveis com o mal, sob qualquer forma que se apresente e seja qual for o pretexto com que se queira desculpar. 

   Segunda observação: Como se pode reconhecer a verdadeira religião. 
   Se uma só é verdadeira, como é possível conhecê-la? Argumentos:
   1º - Com um meio simplicíssimo: querer conhecê-la e buscá-la com reta vontade. O Sol brilha para todos, exceto para os que fecham os olhos; pode acontecer que se façam maravilhas por esta ou por aquela luz artificial, podem-se chamar ainda pelo nome de sóis as lâmpadas de incandescência, mas ao engano só pode ser induzido um cego de ambos os olhos; o sol é um só e brilha tanto, acima de todas as outras luzes, que é impossível confundi-lo com qualquer outra. Como o sol, a Igreja pode sofrer eclipses. São as crises por que passa, dado o elemento humano. Mas toda eclipse passa. Como a verdadeira Igreja é divina, o Sol da verdade sempre volta a brilhar e com mais intensidade.
   2º - Também a Religião Católica, a verdadeira, a única que Deus quer, aquela só que conduz à salvação, brilha com luz tão viva sobre todas as outras, que não é possível o engano. E vede a contradição! Os primeiros a estar persuadidos de que a religião católica é a única verdadeira, são os que a não seguem, pois a perseguem e combatem. E ela é a única perseguida e combatida. 
    São Pio X chamou os modernistas "os mais perigosos inimigos da Igreja", máxime por estarem dentro da Igreja. Isto enfraquece, em verdade, a evidência e a força dos argumentos acima enunciados. Mas como a Igreja é divina, um dia serão novamente condenados e não estarão em postos elevados da Igreja. 
  

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PRIMEIRO MANDAMENTO DA LEI DE DEUS

Explanação do Primeiro Mandamento da Lei de Deus segundo o COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA


   "Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento"

   O PRIMEIRO MANDAMENTO: EU SOU O SENHOR TEU DEUS. NÃO TERÁS OUTROS DEUSES ALÉM DE MIM

    O que implica a afirmação de Deus: "Eu sou o Senhor teu Deus" (Ex 20,2)?
        Implica, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que a elas se opõem. A crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia, o cisma. A esperança espera com confiança a bem-aventurada visão de Deus e a sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus acima de tudo; recusam-se, portanto, a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acídia ou preguiça espiritual, o ódio de Deus, que nasce do orgulho.

   O que comporta a Palavra do Senhor: "Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto" (Mt 4,10)?
        Comporta: adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-lhe o culto devido individual e comunitariamente; orar a ele com expressões de louvor, de agradecimento e de súplica; oferecer-lhe sacrifícios, sobretudo o espiritual, da nossa vida, unido ao sacrifício perfeito de Cristo; manter as promessas e os votos feitos a Ele.
         Todo homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, especialmente no que diz respeito a Deus  e à sua Igreja e, uma vez conhecida, abraçá-la fielmente, prestando a Deus um culto autêntico.

   O que proíbe Deus quando manda: "Não terás outros deuses além de mim" (Ex 20,2)?
   Este mandamento proíbe:
   a) o politeísmo e a idolatria que diviniza uma criatura, o poder, o dinheiro, até o demônio;
   b) a superstição, que é um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus e se exprime também nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo;
   c) a irreligião, que se exprime em tentar a Deus com palavras ou atos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas, sobretudo a Eucaristia, na simonia, que pretende adquirir ou vender as realidades espirituais;
  d) o ateísmo, que rejeita a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção da autonomia humana; 
   e) o agnosticismo, para o qual nada se pode saber sobre Deus, e que compreende o indiferentismo e o ateísmo prático. 

   O mandamento de Deus: "Não farás para ti imagens esculpidas..." (Ex 20,3) proíbe o culto das imagens?
   No Antigo Testamento, esse mandamento proíbe representar o Deus absolutamente transcendente. A partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das sagradas imagens é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), pois se fundamenta no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual o Deus transcendente se torna visível. Não se trata de uma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem, os Anjos, e os Santos.  




terça-feira, 4 de setembro de 2012

PECADO ATUAL: mortal e venial

   O pecado atual é de duas espécies: mortal e venial.
   I- PECADO MORTAL: 
a) Noção: Pecado mortal é uma desobediência à lei de Deus em matéria grave, feita com plena advertência e consentimento deliberado.
   Por esta transgressão da Lei Divina se falta gravemente aos deveres para com Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos. 
   b) Males que causa o pecado mortal: 1º priva a alma da graça e da amizade de Deus; 2º fá-la perder o Céu; 3º priva-a dos merecimentos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos merecimentos; 4º torna a alma escrava do demônio; 5º faz a alma merecer o inferno e também castigos nesta vida. 
O pecado mortal faz a alma perder a graça santificante:
Em cima, vemos representada uma alma na graça
de Deus; em baixo, vemos uma alma representada
em pecado mortal, como o Judas Iscariotes que,
como disse Jesus, estava com o demônio. 
   c) Explicação da definição de pecado mortal: Chama-se mortal porque dá a morte à alma, fazendo-a perder a graça santificante, que é a vida da alma como a alma é a vida do corpo.
    Todo pecado é uma transgressão voluntária da lei de Deus; mas para que ele seja mortal, é necessário que essa transgressão corresponda a três condições; faltando ainda que seja uma só delas, já não é mortal. Quais são estas três condições para que haja pecado mortal? A transgressão deve ser: 
1º. Em matéria grave. Isto sucede quando se viola um ponto importante da lei de Deus. A coisa pode ser grave: a) em si mesma, como blasfemar, pecar contra a castidade etc.; b) nas circunstâncias, como falar uma mentira que cause um grande prejuízo ao próximo; c) no fim que se tem em vista, como se alguém trabalhasse só 15 minutos no domingo, mas por desprezo da lei de Deus; d) na nossa estimação, isto é, enquanto a julgamos grave, mesmo  que, na realidade, o não seja. Obrando, pois, segundo o conhecimento que dela temos, para nós seria grave. Daí a necessidade de termos a consciência sempre bem esclarecida. Nos casos particulares podemos julgar se uma coisa é grave ou não, recordando a doutrina dos mandamentos, dos catecismos, das pregações e escutando a voz da consciência que sempre acusa, pelo menos nos princípios gerais graves.
2º. Com plena advertência. Há plena advertência quando sabemos que o que estamos para fazer ou para omitir é gravemente proibido ou ordenado. Não é necessário pensar no mal do pecado; basta saber que se faz coisa gravemente má. Falta a plena advertência quando se obra por distração, com o espírito confuso, ou entre o sono e a vigília (semi-vigília), etc. Nestes casos o pecado já não é mortal. Se a advertência falta completamente, não há já pecado algum.
3º. Com consentimento deliberado: Quando se sabe que uma coisa é má, e, todavia, se faz voluntariamente. As paixões e especialmente o temor, a ira, a provocação grave, que podem diminuir o consentimento deliberado da vontade, atenuam facilmente a culpa e, às vezes, tornam-na apenas venial. Falta, porém, o consentimento deliberado quando alguém, obra constrangido pela violência física. Por exemplo: uma moça que é vítima de estupro, porque não consente em momento nenhum no pecado. 

II -O PECADO VENIAL: 
a) Noção: O pecado venial é uma desobediência à lei de Deus em matéria leve, ou em matéria grave, mas sem toda a advertência e consentimento.
b) Explicação da definição: Há certas coisas que por sua natureza são graves e outras que por sua natureza são leves. Por exemplo: por sua natureza, a blasfêmia é grave. A mentira, porém, por sua natureza é leve. Só se torne grave por alguma circunstância, como por exemplo, quando a mentira causa um prejuízo grave ao próximo. 
   Também não é pecado mortal, mas simplesmente venial, uma desobediência à lei de Deus em matéria grave quando essa desobediência se dê sem toda a advertência ou sem o perfeito consentimento; como, por exemplo, se se pratica o ato não estando perfeitamente acordado ou simplesmente sob o impulso duma paixão repentina e violenta.
    O pecado venial não priva a alma da graça de Deus, nem do direito ao Paraíso, e não merece o inferno. 
c) Males que causa o pecado venial: O pecado venial é, todavia, grande mal, porque: a) esfria a alma no amor de Deus. É entre nós e Deus como uma nuvem entre a terra e o sol, que não tira a luz, mas a atenua; é para a alma o que seria uma ferida para o corpo (o pecado mortal é semelhante à morte, o venial a uma ferida), é como uma contenda entre dois amigos que não destrói por completo a sua amizade, mas a esfria bastante; b) dispõe a alma para o pecado mortal, como a doença dispõe para a morte. Pelo pecado venial perde-se o horror ao pecado em geral, fica a pessoa mais fraca para resistir às paixões e ao demônio. O demônio não nos tenta logo a princípio em coisas graves, mas em coisas pequenas, e depois tenta fazer-nos cair em coisas gradualmente mais graves; c) torna a alma digna de penas temporais nesta vida e na outra. O pecado venial é irreverência, ofensa a Deus. Assim como também neste mundo um ultraje, posto que não mortal, ao soberano, merece grave punição, assim o pecado venial, se bem que não tente aniquilar a Deus, todavia desgosta-O, ultraja-O e merece castigo grave. Ou se expia com a penitência voluntária nesta vida, ou se satisfará com as penas do Purgatório. 
   Quando dizemos que o pecado venial é leve, empregamos um termo relativo, ou seja, dizemos que o pecado venial é leve em comparação com o mortal. Mas, em si mesmo, como ofende a Deus, que é infinito, nunca se poderá dizer que é coisa leve. Comparando: dizemos que a Terra é pequena, mas em comparação com o Sol. Sabemos que em si mesma a Terra não é pequena. 
   Por isso devemos temer também o pecado venial, que depois do pecado mortal, é o maior mal que existe no mundo, porque é ofensa a Deus, que devemos amar sobre todas as coisas, como nosso amorosíssimo Pai, como munificente Benfeitor e nosso supremo Bem.



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ESPÉCIES DE PECADO

   O pecado é de duas espécies: original e atual. O pecado atual, por sua vez, é de duas espécies, tendo em conta a sua gravidade: mortal e venial. 
   I - O PECADO ORIGINAL: O pecado original é aquele com o qual todos nascemos, exceto a Santíssima Virgem Maria, e que contraímos pela desobediência do nosso primeiro pai Adão. 
     Dizemos que o pecado original  é um pecado por nós "contraído" e não por nós "cometido". É portanto, uma condição de nascimento e não um ato pessoal. Em virtude da unidade de origem de todos os homens, ele se transmite com a natureza humana aos descendentes de Adão, por "propagação". 
     O pecado original, de origem, foi cometido por Adão, que era a cabeça ou chefe da humanidade. Todo homem, como descendente de Adão o contrai no princípio da própria vida. É como uma herança de nosso primeiro pai Adão. É por sua culpa que nascemos com este pecado. 
     EXPLICAÇÃO:  Deus, criando o primeiro homem, não lhe deu só o corpo e a alma com as faculdades naturais, mas conferiu-lhe a graça, uma como que nobreza sobrenatural, que Adão deveria transmitir a seus filhos. Rebelando-se contra Deus, perdeu-a e, por isso, não no-la pôde já transmitir. Vindo ao mundo privados da graça que por disposição divina deveríamos ter, não possuímos aquela nobreza que nos havia de tornar caros a Deus, filhos de Deus e dar-nos o direito ao Paraíso. Esta privação constitui como que uma mancha: é falta de beleza sobrenatural; é o que denominamos pecado original. Por isso entendei que o pecado original, posto que nos separe de Deus, não nos condena, porém, ao inferno: priva-nos da graça e, por isso, do direito ao paraíso, visto que a graça é condição necessária para o merecermos. Privados dela, privados estamos também de todos os dons e de todos os direitos que lhe eram ligados. 
   O pecado original se apaga com o santo Batismo. 
   O pecado original foi um pecado cometido por Adão e Eva. Não é uma culpa nossa voluntária; e, por isso, como por ele não merecemos nenhuma pena, nenhum castigo, também para o apagar da nossa alma, não temos que nos sujeitar a nenhum sacrifício, nem mesmo à confissão. É-nos apagado por meio do batismo, que confere à alma a graça santificante que deveríamos, por disposição de Deus, possuir, mas que não temos, por sermos privados dela pelo pecado de Adão. Toda riqueza da graça que Adão recebeu, recebeu não só para ele, mas para deixar em herança para a humanidade. Tendo perdido esta riqueza, nós seus filhos, descendentes, não herdamos. Daí a necessidade do batismo.

   II - O PECADO ATUAL: É aquele que comete voluntariamente a pessoa que tem o uso da razão
   O pecado atual comete-se de quatro modos, isto é: por pensamentos, por palavras, por atos e por omissões.
    EXPLICAÇÃO: 1º - O pecado original (que consiste na simples privação da graça santificante) não fomos nós que o cometemos. O que cometemos, desobedecendo à lei de Deus, denomina-se atual, isto é, o que praticamos agora, durante a vida. 
    Diz-nos o catecismo que é atual o pecado que comete voluntariamente a pessoa que tem o uso da razão. Quem não tem o uso da razão não pode pecar, porque não é capaz de ter vontade própria, e por conseguinte, não sendo capaz de conhecer e querer nem o bem nem o mal, não tem responsabilidade dos seus atos; não pode querer a desobediência a Deus. As crianças que não têm ainda o uso da razão, e as pessoas que ou nunca o atingiram ou o perderam, não são capazes de pecar. Mesmo se cometem um ato que, que de si, é pecaminoso, não têm culpa dele, por lhes faltar a vontade de praticar coisa contrária à lei de Deus. - Com a palavra voluntariamente mostra-nos, pois, o catecismo que só é pecado a desobediência voluntária à lei de Deus. A Teologia chama isto de pecado material. Quando é voluntário, e, portanto, com culpa, chama-se pecado formal. 

  2º-  EXPLICAÇÃO DOS MODOS DE PECAR: Peca-se: 1) por pensamento: quando se pensa voluntariamente, isto é, sabendo que se pensa e comprazendo-se em pensar numa coisa má, ou se deseja fazê-la embora se saiba que é má, proibida. Por exemplo, hoje é dia de abstinência. Tício pensa: Oh! se tivesse uma boa costela, como a comeria com todo gosto, se bem que seja proibido. Ele, portanto, pensa, compraz-se, deseja uma coisa má. Por isso, perante Deus, é culpado. Ao contrário, outro pensa e diz: Oh! se hoje não fosse dia de abstinência, como eu comeria carne com todo gosto. Este não comete pecado, porque não pensa transgredir a lei, antes mostra querer observá-la; manifesta o que faria hoje se não houvesse a lei de abstinência.. -  2) por palavras: quando se proferem palavras proibidas, que ofendem a Deus, ao próximo etc., como: blasfêmia, calúnias, maledicências, palavras e canções desonestas, discursos maus, etc. - 3) por obras: quando se praticam atos proibidos, ou, por outra, contrários aos preceitos negativos, isto é, que nos proíbem fazer uma coisa: por exemplo, roubar, matar, etc - por omissões: quando voluntariamente se deixa de fazer o que é mandado. Desobedece-se não com uma obra má, mas por não fazer o que não só é bem, mas um bem que é mandado. 
  
   Na próxima postagem, se Deus quiser, veremos as duas espécies de pecado atual: mortal e venial
   
                                                                            

sábado, 1 de setembro de 2012

PECADO

   Somos obrigados a observar os mandamentos da Lei de Deus, porque são impostos por Ele, Nosso Senhor supremo, e ditados pela natureza e pela sã razão. 
   Que é o pecado? O pecado é uma ofensa feita a Deus, desobedecendo voluntariamente à sua Lei. 
   Explicação: O homem é uma criatura de Deus; possui uma inteligência, com que conhece a Deus e a sua lei, e é dotado de livre vontade; tem por isso, a faculdade de se submeter à vontade de Deus, assim como a faculdade (mas não o direito) de se não submeter. Em tal caso, porém, desobedece-Lhe e, por conseguinte, ofende-O, negando-Lhe a submissão que Lhe deve como a seu supremo Senhor. Tem um pai o direito de ser obedecido dos filhos; e justamente se reputa ofendido pela desobediência deles. Não deveria, então Deus, que tem supremos e infinitos direitos sobre o homem, sua criatura, reputar-se ofendido pela desobediência do homem? 
    Diz o catecismo que os mandamentos são não só impostos por Deus, nosso supremo Senhor, mas também ditados pela natureza e pela sã razão: Pois Deus imprimiu-os também na alma humana, e por isso o homem que seja verdadeiramente reto mediante a simples luz da sua razão, descobre e conhece os seus ditames, pelo menos os mais gerais, e, se os transgredir, a sua consciência remorde-o, condenando-lhe o que praticou. A sã razão diz-nos que nada há de mais racional e justo que os mandamentos. De fato, eles regulam as nossas relações com Deus, nosso Criador e Senhor supremo, e com os homens, nossos irmãos. Pelos três primeiros, Deus intima-nos o cumprimento dos deveres que temos para com Ele. Ele é Deus Criador e, por isso, devemos ser-Lhe fiéis (1º Mandamento); é Pai e, por isso, devemos respeitar o seu nome e amá-Lo (2º Mandamento); é Senhor Supremo e, por isso, devemos servi-Lo, honrá-Lo (3º Mandamento.
   Os outros Mandamentos regulam as relações que temos para com o próximo. Há superiores na família, na sociedade e na Igreja e devemos honrá-los e respeitá-los (4º Mandamento); há o nosso próximo e devemos amá-lo e respeitá-lo na vida (5º Mandamento): na sua e na nossa honra e na vida de família (6º Mandamento); nos haveres (7º Mandamento); no bom nome (8º Mandamento); pelo contrário, não devemos nem sequer pensar ou desejar fazer coisa contrária a estes deveres (9º e 10º Mandamentos).
   O dever de guardar os Mandamentos é tão rigoroso que, quem voluntariamente, isto é, com plena advertência e consentimento deliberado transgredir um só que seja dos Mandamentos em matéria grave, peca gravemente contra Deus, e, por isso, merece o inferno. Tal transgressão, pois, é grave desobediência a Deus, é desprezo da autoridade daquele que os deu. 
    O Decálogo obriga gravemente porque enuncia os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo. E em cada Mandamento deve-se considerar o parte positiva e a parte negativa; isto é, o que nos é ordenado e o que nos é proibido. 
    Podemos, sem dúvida, observar os Mandamentos da Lei de Deus, porque Deus não nos manda nenhuma coisa impossível, e dá a graça para os observar a quem a pede devidamente. Sem Nosso Senhor Jesus Cristo não podemos nada; mas tudo podemos n'Ele que nos dá a força.