Somos obrigados a observar os mandamentos da Lei de Deus, porque são impostos por Ele, Nosso Senhor supremo, e ditados pela natureza e pela sã razão.
Que é o pecado? O pecado é uma ofensa feita a Deus, desobedecendo voluntariamente à sua Lei.
Explicação: O homem é uma criatura de Deus; possui uma inteligência, com que conhece a Deus e a sua lei, e é dotado de livre vontade; tem por isso, a faculdade de se submeter à vontade de Deus, assim como a faculdade (mas não o direito) de se não submeter. Em tal caso, porém, desobedece-Lhe e, por conseguinte, ofende-O, negando-Lhe a submissão que Lhe deve como a seu supremo Senhor. Tem um pai o direito de ser obedecido dos filhos; e justamente se reputa ofendido pela desobediência deles. Não deveria, então Deus, que tem supremos e infinitos direitos sobre o homem, sua criatura, reputar-se ofendido pela desobediência do homem?
Diz o catecismo que os mandamentos são não só impostos por Deus, nosso supremo Senhor, mas também ditados pela natureza e pela sã razão: Pois Deus imprimiu-os também na alma humana, e por isso o homem que seja verdadeiramente reto mediante a simples luz da sua razão, descobre e conhece os seus ditames, pelo menos os mais gerais, e, se os transgredir, a sua consciência remorde-o, condenando-lhe o que praticou. A sã razão diz-nos que nada há de mais racional e justo que os mandamentos. De fato, eles regulam as nossas relações com Deus, nosso Criador e Senhor supremo, e com os homens, nossos irmãos. Pelos três primeiros, Deus intima-nos o cumprimento dos deveres que temos para com Ele. Ele é Deus Criador e, por isso, devemos ser-Lhe fiéis (1º Mandamento); é Pai e, por isso, devemos respeitar o seu nome e amá-Lo (2º Mandamento); é Senhor Supremo e, por isso, devemos servi-Lo, honrá-Lo (3º Mandamento.
Os outros Mandamentos regulam as relações que temos para com o próximo. Há superiores na família, na sociedade e na Igreja e devemos honrá-los e respeitá-los (4º Mandamento); há o nosso próximo e devemos amá-lo e respeitá-lo na vida (5º Mandamento): na sua e na nossa honra e na vida de família (6º Mandamento); nos haveres (7º Mandamento); no bom nome (8º Mandamento); pelo contrário, não devemos nem sequer pensar ou desejar fazer coisa contrária a estes deveres (9º e 10º Mandamentos).
O dever de guardar os Mandamentos é tão rigoroso que, quem voluntariamente, isto é, com plena advertência e consentimento deliberado transgredir um só que seja dos Mandamentos em matéria grave, peca gravemente contra Deus, e, por isso, merece o inferno. Tal transgressão, pois, é grave desobediência a Deus, é desprezo da autoridade daquele que os deu.
O Decálogo obriga gravemente porque enuncia os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo. E em cada Mandamento deve-se considerar o parte positiva e a parte negativa; isto é, o que nos é ordenado e o que nos é proibido.
Podemos, sem dúvida, observar os Mandamentos da Lei de Deus, porque Deus não nos manda nenhuma coisa impossível, e dá a graça para os observar a quem a pede devidamente. Sem Nosso Senhor Jesus Cristo não podemos nada; mas tudo podemos n'Ele que nos dá a força.
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