SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 20 de novembro de 2011

A CRISMA PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO

QUADRO CATEQUÉTICO Nº 21 SOBRE O SACRAMENTO DA CRISMA
   Este quadro catequético nº 21 represnta o Sacramento da Confirmação ou Crisma.
   No alto deste quadro, à esquerda, vemos um soldado que combate contra um dragão de sete cabeças. Quer mostrar com isto que nós recebemos na Confirmação, a fortaleza necessária para vencermos os sete vícios capitais.
   À direita, vemos representada uma criança, fiel às lições de sua mãe, se declarar cristã na presença de um juiz pagão que a queria fazer renunciar à fé em Jesus Cristo. Com isto a representação do quadro quer mostrar que a Confirmação nos dá a força de permanecermos fiéis a Jesus Cristo no meio das perseguições.
   No centro, vemos o objeto principal deste quadro: representa São Pedro e São João dando a Confirmação aos fiéis de Samaria. Eles lhes impõem as mãos e rogam por eles a fim de que recebam o Espírito Santo. À direita de São Pedro vemos um homem que traz na mão uma sacola: é Simão Mago, que vem pedir ao Apóstolo para lhe vender o poder de dar o Espírito Santo. São Pedro o repreende severamente por ele querer comprar o dom de Deus com dinheiro. Por isto este tipo de pecado chama-se simonia.
   O Espírito Santo é representado neste quadro pairando em forma de pomba sobre aqueles que são confirmados, e lhes distribuindo os seus sete dons.
   Em baixo do quadro, vê-se um bispo que administra a Confirmação às crianças da primeira comunhão. É precedido do pároco que lhe diz os nomes daqueles que devem ser crismados a medida que vão se apresentando; é seguido de um outro padre que segura uma bandeja sobre a qual se encontra o depósito do santo óleo do crisma. Um terceiro padre, com sobrepeliz e estola, limpa com um pouco de algodão a testa daqueles que acabam de ser crismados.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CRISMA (continuação)

   I - SUJEITO E DISPOSIÇÕES.
   Qualquer pessoa BATIZADA, e ainda NÃO CRISMADA,  seja qual for sua idade, com uso da razão ou sem ele, pode receber o Sacramento da Confirmação. (O adulto precisa ter intenção).
   De acordo com a legislação atual da Igreja, a Crisma deve ser conferida na idade de 7 anos mais ou menos, de preferência antes da Primeira Comunhão, após uma instrução catequética conveniente (pelo menos: o conhecimento dos principais mistérios da nossa fé.)
   Além disso, para que o Sacramento produza frutos abundantes, é preciso: ACHAR-SE EM ESTADO DE GRAÇA ( por isso, se exige a confissão para os crismandos de mais de 7 anos) e APRESENTAR-SE ao BISPO com RESPEITO E DEVOÇÃO.
   NOTA: No Brasil, dada a extensão territorial, a Igreja permite a administração da Crisma às crianças antes de chegarem ao uso da razão.

   II - PADRINHOS. Na Crisma exige-se um padrinho ou madrinha que, com a palavra e com o exemplo, dirija o afilhado ou afilhada pelo caminho da salvação e o ajude nas lutas espirituais.
   O padrinho deve:
                    a) ter 14 anos de idade.
                    b) ser do mesmo sexo que o afilhado;
                    c) não ser o mesmo do Batismo;
                    d) ser crismado, católico, de bons costumes e instruído nas coisas mais necessárias da religião.
                    e) tocar no afilhado na hora da Crisma.

   III - CERIMÔNIAS.  Para administrar o Sacramento da Crisma, o Bispo: 1º - estende as mãos sobre os que se vão crismar, indicando assim que o Espírito Santo quer tomar posse deles e arrebatá-los do poder do demônio. Ao mesmo tempo, faz uma oração em que pede para eles os sete dons do Espírito Santo. 2º- Em seguida, com o Santo Crisma, o Bispo faz uma unção em forma de cruz, na testa de cada um, para significar que o católico jamais se deve envergonhar da Cruz de N. S, Jesus Cristo. É, então, que o Bispo pronuncia as palavras do rito sacramental.
   No Antigo Testamento, eram ungidos: a) os sacerdotes; assim como Moisés ungiu Aarão; b) os reis; assim como Samuel ungiu Saul; c) e os profetas, assim como Elias ungiu Eliseu. CRISTO é a tradução grega da palavra hebraica MESSIAS, e significa UNGIDO, designando antes de tudo a junção sacerdotal, real e profética do Senhor. A unção, nos Sacramentos, exprime também a dignidade do cristão.
   O crisma, como já dissemos, é uma mistura de azeite e bálsamo. O azeite significa a abundância da graça que se difunde na alma do cristão, fortificando-o e confirmando-o na fé; o bálsamo, pela sua fragrância e virtude de preservar os corpos da corrupção, significa que o cristão, fortalecido por essa graça, se torna capaz de espalhar o odor e a fragrância das virtudes cristãs e de se preservar da corrupção dos vícios. 3º - Logo após a unção, o Bispo bate de leve na face do crismado, enquanto diz: "A paz esteja contigo!" Significa que ele deve estar preparado para sofrer qualquer afronta e trabalho pela fé cristã. A recompensa desta sua coragem será a paz. 4º - Por fim, o Bispo dá a bênção a todos os crismandos e a cerimônia termina com a recitação do CREDO, do PAI-NOSSO e da AVE-MARIA.
   A cerimônia se realiza com as portas da igreja trancadas - não só para que ninguém se retire antes da bênção final, mas para recordar o Primeiro PENTECOSTES, no Cenáculo de Jerusalém. Assim como o Mistério da Paixão é revivido no Batismo da cada cristão, assim o mistério de Pentecostes é revivido no dia em que recebemos o sacramento da CONFIRMAÇÃO.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O LIMBO DAS CRIANÇAS

   Introdução: Como recebi algumas dúvidas a respeito da sorte eterna das crianças que morrem sem o batismo, achei por bem, antes de passar a falar sobre o Sacramento da Confirmação, dizer alguma coisa sobre o Limbo das crianças que, antes do uso da razão, morrem sem o Batismo.
   Primeiramente, é necessário lembrar duas coisas: 1) A existência do Limbo das crianças, embora até ao presente, não tenha sido definido como dogma, também não foi definido que não exista. A Santa Madre Igreja inclusive continua a exortar aos pais que batizem seus filhos e o façam quanto antes. 2) O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA apresentado em 1992 pela CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA "FIDEI DEPOSITUM" do Papa João Paulo II, parece inclinar-se mais para uma direção inversa daquela que até então, durante séculos a Santa Igreja defendeu.
   Vejamos, então, o que a Santa Igreja ensinou (sem definir como dogma) a este respeito, até 1992: O Papa Inocêncio III (+ 1216): "A pena devida ao pecado original é a privação da visão beatífica; a que se deve ao pecado atual (mortal) é o tormento da geena perpétua". (Cf. Denz. 410). O Papa Pio VI em 1794, condenando os jansenistas de Pistóia, disse o seguinte: "É falsa, temerária e injuriosa às escolas católicas a doutrina que rejeita, como se fosse fábula pelagiana, o lugar inferior (pelos fiéis geralmente chamado Limbo das crianças), onde as almas dos que morrem apenas com o pecado original são punidas pela pena do detrimento sem algum tormento do fogo". (Constituição "Auctorem fidei"; Denz. 1526). "Pena do detrimento" é a privação da visão beatífica de Deus. Todos os catecismos até o de 1992 sempre falam da existência do Limbo das crianças.
   Mas, o que diz o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA? No nº 1261 assim se expressa: "Quanto às crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, "que quer que todos os homens se salvem" (1Tim, 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que O levou a dizer: "Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais" (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo". No nº 1257 diz: "Deus vinculou a salvação ao sacramento do Batismo, mas ele mesmo não está vinculado a seus sacramentos". No nº 1250, no entanto, diz: "A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento".
    A conclusão que tiramos é: A Igreja até ao presente não definiu como dogma nem a existência nem a não existência do Limbo. Portanto devemos aguardar a definição da Igreja. A outra conclusão é que, enquanto não houver a definição infalível da Igreja, os teólogos têm a liberdade de expor suas opiniões, não porém o direito de impô-las. Cabe somente à Igreja dar a última palavra.
   Assim sendo vejamos as várias opiniões pró ou contra a existência do Limbo das crianças.

A) OPINIÕES QUE DEFENDEM A EXISTÊNCIA DO LIMBO DAS CRIANÇAS

   Os teólogos que defendem a existência do Limbo das crianças se baseiam não só no ensinamento comum da Igreja, principalmente nas declarações de Inocêncio III e Pio VI; mas também nos catecismos.No século XX são muitos os teólogos que tentam provar a existência do Limbo. São teólogos célebres e abalizados como Journet, Diekamp, La Branc, Amann, Bellamy e outros. Todos se baseiam nas palavras do próprio Divino Mestre: "Se alguém não renascer da água e do Espirito Santo, não pode entrar no reino de Deus". (S. Jo. III, 5). A tradição cristã, baseando-se principalmente no conceito da justiça perfeitíssima de Deus, chegou aos poucos a formular a noção do Limbo. Na verdade não há nenhuma passagem na Bíblia que fale do Limbo das crianças. Jesus Cristo em S. Lucas, XVI, 22 fala do seio de Abraão. Trata-se do lugar onde as almas justas do Antigo Testamento esperaram a vinda do Redentor. É chamado também Limbo, mas para se distinguir do Limbo das crianças, é denominado "Limbo dos Pais". Este, a partir da Ascensão de Jesus, deixou de existir.

B) OPINIÃO DOS QUE NÃO ADMITEM A EXISTÊNCIA DO LIMBO

   No século passado e mesmo antes, são muitos os teólogos que não admitem a existência do Limbo. É claro que até a publicação do novo CATECISMO DA DOUTRINA CATÓLICA, procuravam falar com prudência, e expondo suas teses como simples hipóteses e submetendo-se sempre ao que a Igreja definir. Entre estes o mais famoso é o Cardeal Caetano que morreu em 1534. Na verdade o Cardeal Caetano evitava afirmar categoricamente que não existia Limbo das crianças; mas sua tese diminuia consideravelmente o número de seus habitantes. Propunha uma tese que sempre encontrou fautores, e hoje em dia, sobretudo. Eis o que dizia: "Em caso de necessidade, para assegurar a salvação das crianças, parece suficiente o Batismo expresso pelo desejo dos progenitores apenas, principalmente se a este desejo se acrescenta algum sinal exterior".
   A argumentação deste grande teólogo realmente impressiona. Senão vejamos: A razão principal que ele alegava: "No Antigo Testamento os pequeninos recebiam a remissão do pecado original primariamente mediante a fé de seus pais, que ofereciam os filhinnhos a Deus. Para a prole masculina era, sim, necessário que, oito dias depois de nascida, se lhe administrasse o rito da circuncisão; mas, na opinião mais provável, mesmo os meninos que morressem antes do oitavo dia, salvavam-se mediante a fé de seus pais. Ora, não se pode admitir que, após a vinda do Redentor, os meios de salvação se tenham tornado mais exíguos e menos acessíveis aos homens. Logo, a Fé continua a desempenhar um papel primordial na recepção dos sacramentos de Cristo, meios de salvação do Novo Testamento. No caso do Batismo das crianças é mesmo a fé da Igreja e (quando esta existe) a dos pais cristãos (não, porém, a fé do sujeito batizado) que possibilita o efeito do sacramento. Pergunta-se, então: será que a fé cristã na revelação consumada, messiânica, tem menos valor salvífico do que a fé nos tipos e nas figuras do Antigo Testamento? Parece conveniente que a Misericórdia Divina, em nossos tempos, lhe atribua ao menos a mesma eficácia que antigamente. Ora, se sob a Lei Mosaica a fé dos pais de uma criancinha podia salvar por si só, na impossibilidade de se administrar o rito exterior da circuncisão, será que hoje não pode salvar a uma criancinha a fé de pais cristãos que a ofereçam a Deus, impossibilitados de lhe proporcionar o sacramento? O Batismo de desejo concebido pelos pais não poderia suprir o desejo inconcebível por parte da criancinha?
   Como já foi dito, vários grandes teólogos seguiram esta opinião do Cardeal Caetano. E alguns deles até ampliaram cada vez mais as possibilidades de salvação das crianças que morrem sem o batismo. Dentre eles avulta o teólogo Gumpel, professor de Teologia em Roma. E ele enumera nada menos do que 48 teólogos ou institutos de Teologia que não só defendem a tese de Caetano mas a ampliam sempre mais. A Santa Igreja não só não se pronunciou contra esta tendência mas no Catecismo de 1992, fomenta-a, embora  não haja nada ainda definido como dogma. O Santo Padre, gloriosamente reinante Bento XVI declarou que não se pode ainda resolver esta questão às pressas. É preciso ainda muito estudo.

 Para terminar apresento as teorias de mais dois teólogos: E. Boudes e H. Schell. Em resumo Boudes diz o seguinte: as criancinhas sem o Batismo se salvam pela lei da solidariedade. Baseia-se em Rom. V, 12, 21: por nossa união com o primeiro Adão, prevaricador, fomos todos constituídos pecadores e réus de morte; e por nossa comunhão com Cristo fomos dotados de nova santidade e vida. Note-se, porém, que "onde abundou o delito, aí superabundou a graça" (v. 20); o primeiro Adão e nossa solidariedade com ele não eram senão tipo do segundo Adão e da nossa comunhão com Ele (cf. Rom. V, 18). O que quer dizer que a solidariedade com Cristo é muito mais benéfica para todos os homens do que maléfica foi a solidariedade com Adão. Ora, este princípio deve influir também na maneira de se apreciar a sorte eterna das criancinhas que morram sem batismo. Se as julgarmos relegadas para o Limbo, não deveremos confessar que a sua solidariedade com o primeiro Adão foi muito mais íntima do que a sua comunhão com Cristo? E assim o teólogo Boudes propõe a seguinte opinião: a solidariedade de tais almas com Cristo implica que o poder intercessor da Igreja, Corpo Místico, em que Cristo continua a obra da Redenção, valha a essas criancinhas a purificação e a entrada no céu. De fato, a Igreja, na sua liturgia, principalmente na celebração da Santa Missa, apresenta a Deus preces pela salvação de todos os homens, pela redenção do mundo inteiro (cf. as orações do ofertório da Missa, as do Ofício dos Pré-santificados na sexta-feira santa). Ora, uma tal universalidade de intenções não pode deixar de beneficiar também os pequeninos que faleçam sem Batismo. Por consequinte, conclui Boudes, é plausível admitir que a intercessão jamais interrompida da Igreja supra, em favor dessas criancinhas, os efeitos do Batismo, merecendo-lhes a visão beatífica. Esta teoria, ainda observa Boudes, não implica que a Redenção seja automaticamente aplicada às ditas almas, pois ela requer a intercessão da Igreja, a qual, consciente e livremente, estende os frutos da Cruz aos indivíduos.
   A teoria de H. Schell: Da nossa solidariedade com Cristo, Schell deduzia que o sofrimento e a morte das criancinhas não batizadas são, em virtude da paixão voluntária de Jesus, um "quase-sacramento" de reconciliação, um certo Batismo de penitência, que supre o Batismo de água. Ora, sendo este quase-sacramento a sorte comum dos mortais, segue-se que todas as crianças, mesmo impossibilitadas de receber o Batismo, são purificadas a admitidas à visão beatífica.
   Estes teólogos interpretam as palavras de Jesus em São João III, 5 como se referindo só aos adultos. E as palvras de Jesus: "Deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o reino dos céus" se referem, segundo eles, não só às crianças batizadas mas também às não batizadas.
   Uma coisa é certa: A Santa Madre Igreja sempre exorta os pais a batizar os filhos ainda crianças e o quanto antes. Isto porque, mesma na hípotese de as criancinhas mortas sem o Batismo poderem se salvar, é certo que neste caso, teriam eternamente menos glória do que aquela criança que tenha recebido o Santo Batismo.  
  
 

domingo, 2 de outubro de 2011

QUESTÕES GERAIS SOBRE OS SACRAMENTOS

   Sete são os sacramentos. SUJEITOS: são os que os recebem (os homens). MINISTROS: os que os conferem. ELEMENTOS que os constituem: matéria e forma.
   POR QUE SÃO SETE? 1º - Porque Deus assim o quis. Soberano Senhor e dispensador de seus dons, só a Ele cabe regular sua distribuição e fixar a medida que convém a seus desígnios. 2º - Porque este número de sete sacramentos corresponde maravilhosamente às diversas necessidades da alma diversificadas com a idade, a situação e as circunstâncias. Podemos mostrar isto, fazendo uma comparação entre a vida natural e a sobrenatural. Para viver, conservar-se, levar vida útil a si mesmo e a sociedade, precisa o homem de sete coisas:
VIDA NATURAL                                                   VIDA SOBRENATURAL  
   Nascer................................................................................  Batismo
   Crescer...............................................................................  Crisma
   Nutrir-se.............................................................................  Eucaristia
   Curar-se quando adoece.....................................................  Confissão
   Recuperar as forças perdidas...............................................  Extrema-Unção
   Ser guiado na vida pública por chefes revestidos
    de poder e autoridade.........................................................  Ordem
   Conservar-se a si mesmo e ao gênero humano pela
   legítima propagação da espécie............................................   Matrimônio

   Os sacramentos MAIS NECESSÁRIOS  para a salvação: para todos - é o BATISMO; para os que cometeram pecado mortal após o Batismo: a CONFISSÃO.
   O MAIOR, MAIS EXCELENTE E MAIS PRECIOSO dos sacramentos é a EUCARISTIA, porque não só contém a graça, mas também o autor da graça e dos Sacramentos que é Nosso Senhor Jesus Cristo.

   Há  TRÊS (3) Sacramentos que se recebem UMA SÓ VEZ: o BATISMO, a CRISMA e a ORDEM, porque estes Sacramentos imprimem caráter.
   O CARÁTER, nestes sacramentos, é um sinal espiritual que nunca mais se apaga. Fica eternamente gravado na alma: para sua alegria, se se salvar; para sua vergonha e tormento, se se condenar.
   Este caráter indelével consiste numa união especial com Jesus Cristo e numa consagração aos atos do culto cristão. O caráter do Batismo nos marca como filhos de Deus e membros de Jesus Cristo; o da Crisma, como seus soldados; o da Ordem, como seus ministros.

   DIFERENÇA ENTRE GRAÇA E CARÁTER. Ambos são efeitos dos sacramentos, mas não se identificam. a) O caráter é inamissível, isto é, não se pode perder. A graça, como vimos, perde-se com o pecado mortal.
   b) O caráter, por si só, não santifica. Só a graça torna agradável a Deus. O caráter é sempre produzido; a graça é conferida na medida das disposições de quem recebe os Sacramentos.
   c) A graça é efeito comum a todos os sacramentos; o caráter é privativo de três sacramentos: Batismo; Crsima e Ordem, como vimos acima.

   Ainda que o MINISTRO do Sacramento seja INDIGNO, as graças do Espírito Santo são produzidas pelo Sacramento, pois este tira sua eficácia dos merecimentos de JESUS CRISTO, e não dos do ministro. O ministro não é mais que o instrumento de Jesus Cristo.

   DISPOSIÇÕES: Os adultos, para alcançarem a graça dos Sacramentos, devem preparar-se convenientemente para os receber: preparar-se para o Batismo e para a Confissão por séria emenda de vida, e para os outros Sacramentos purificando-se de todo o pecado mortal. QUEM RECEBE UMA SACRAMENTO INDIGNAMENTE COMETE UM SACRILÉGIO.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A PALAVRA DE DEUS

   Meus filhos, não é pouca coisa a palavra de Deus! As primeiras palavras de Nosso Senhor aos seus Apóstolos foram estas: "Ide e instruí..." para fazer-nos ver que a instrução passa à frente de tudo.
   Meus filhos, que é que nos faz conhecer a nossa religião? São as instruções que ouvimos. Que é que nos dá o horror ao pecado?... nos faz enxergar a beleza da virtude?... nos inspira o desejo do céu? As instruções. Que é que faz conhecer aos pais e às mães os deveres que têm a cumprir para com seus filhos, aos filhos os deveres que têm para com seus pais? As instruções.
   Meus filhos, por que se costuma ser tão cego e tão ignorante? Porque não se faz caso da palavra de Deus. Há alguns que não dizem sequer um Pai-Nosso e uma Ave-Maria para pedir a Deus a graça de bem ouvi-la e aproveitá-la.
   Eu creio, meus filhos, que uma pessoa que não ouve a palavra de Deus como é preciso, não se salvará; não saberá o que é preciso fazer para isso. Mas com uma pessoa instruída há sempre recurso. Por mais que se extravie por toda sorte de maus caminhos, pode-se sempre esperar que ela torne ao bom Deus cedo ou tarde, ainda quando só fosse na hora da morte. Ao passo que uma pessoa que não é instruída é como uma pessoa que definha, como um doente em agonia que não tem mais conhecimento: não conhece nem a grandeza do pecado, nem a beleza da alma, nem o preço da virtude, arrasta-se de pecado em pecado como um trapo que arrastam na lama.
   Vede, meus filhos, a estima que Nosso Senhor tem da palavra de Deus; àquela mulher que grita: "Bem-aventurados os peitos que vos criaram e o ventre que vos trouxe!" Ele responde: "Quão mais felizes aqueles que escutam a palavra de Deus e a põem em prática!"
   ... Meus filhos, sai-se durante as instruções, passa-se a instrução a rir, não se escuta, acredita-se ser sábio demais para vir ao catecismo...acreditais, meus filhos, que isso passará assim? Oh! não, por certo! Deus disporá as coisas bem diversamente.
   Reparai, como é triste! pais e mães ficaram fora durante as instruções; entretanto, eles são obrigados a instruir os filhos, mas que quereis que eles lhes ensinem? Eles próprios não são instruídos. Tudo isso corre risco de levar para o inferno... É pena!
   Meus filhos, tenho notado que não há momento em que se tenha mais vontade de dormir do que durante as instruções... Dir-me-eis: "Tenho sono demais..."Se eu tomasse um violino, ninguém pensaria em dormir, tudo se mexeria, tudo ficaria alerta...
   Há uns que se vão embora repetindo em todos os tons: "Os padres dizem bem o que querem". Não, meus filhos, os padres não dizem o que querem; dizem o que há no Evangelho. Os padres que vieram antes de nós disseram o que nós dizemos; os que vierem depois de nós deverão dizer a mesma coisa. Nós só devemos dizer o que Nosso Senhor ensinou.
   Meus filhos, vou citar-vos um exemplo que mostra o que é  não crer no que os padres dizem. Havia dois soldados que passavam por um local onde se fazia uma missão. Um deles propôs ao camarada irem ao sermão; e foram. O missionário pregava sobre o inferno: "Acreditais tudo o que diz esse cura? perguntou o menos mau dos dois. - Oh! não, respondeu o outro, acredito que são besteiras  para fazer medo ao mundo.- Pois bem! eu acredito; e para te provar que acredito vou deixar o estado militar e vou entrar num convento. - Vai para onde quiseres! eu, eu continuo o meu caminho". E eis que, continuando o seu caminho, cai doente e morre. O outro, que estava no convento, sabe da morte dele e se põe em orações, para que Deus lhe faça conhecer em que estado morrera o companheiro. Um dia, estando a rezar, aparece-lhe o companheiro; ele reconhece e pergunta-lhe: "Onde estás tu?" - No inferno, estou condenado! - Infeliz! crês agora no que disse o missionário? - Sim, creio. Os missionários só têm uma falta, é dizerem só uma centésima parte das penas que se sofrem aqui".
   Meus filhos, penso muitas vezes que o maior número dos cristãos que se condenam, condenam-se por falta de instrução... Entende-se mal a religião... Tinham condição de saber e não sabem.
   ...Uma pessoa instruída tem sempre dois guias que marcham na sua frente: o conselho e a obediência.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A SANTÍSSIMA VIRGEM

   O Pai compraz-se em olhar o coração da Santíssima Virgem como obra-prima das suas mãos; ama-se sempre a própria obra, sobretudo quando é bem feita; o Filho, compraz-se em olhar o coração de sua Mãe como a fonte na qual hauriu o sangue que nos remiu; o Espírito Santo, como seu templo.
   Os profetas publicaram a glória de Maria antes do seu nascimento; comparam-na ao sol. De fato, a aparição da Santíssima Virgem bem pode comparar-se a um belo sol num dia de névoas.
   Antes da sua vinda, a cólera de Deus estava suspensa sobre as nossas cabeças como uma espada prestes a nos ferir. Logo que a Santíssima Virgem apareceu na terra, essa cólera foi aplacada... Ela não sabia que devia ser a Mãe de Deus, e, quando era pequena, dizia: "Quando verei essa bela criatura que deve ser a Mãe de Deus?"
   A Santíssima Virgem gerou-nos duas vezes, na encarnação e ao pé da cruz: é pois duas vezes nossa mãe.
   Compara-se com freqüência a Santíssima Virgem a uma mãe, porém ela é ainda muito melhor do que a melhor das mães; porquanto a melhor das mães castiga às vezes o filho que lhe dá desgosto; e julga fazer bem. Mas a Santíssima Virgem não faz assim: é tão boa que nos trata sempre com amor e nunca nos castiga.
   O Coração dessa boa Mãe é só amor e misericórdia; ela só deseja é ver-nos felizes. Basta só volvermo-nos para ela para sermos atendidos...
   O Filho tem a sua justiça, a Mãe tem só o seu amor.
   Deus amou-nos até ao ponto de morrer por nós; mas no Coração de Nosso Senhor há a justiça, que é um atributo de Deus; no da Santíssima Virgem há só misericórdia... Seu Filho estava prestes a punir um pecador, Maria se lança, detém o gládio, impetra graça para o pobre culpado: "Minha Mãe, diz-lhe Nosso Senhor, eu não vos posso recusar nada. Se o inferno pudesse arrepender-se, vós lhe alcançaríeis o perdão".
   A Santíssima Virgem conserva-se entre seu Filho e nós. Quanto mais pecadores somos, tanto mais compaixão e ternura tem ela por nós. O filho que mais lágrima custou a sua mãe é o mais caro ao coração dela. Uma mãe não corre sempre ao mais fraco e mais exposto? Um médico, num hospital, não tem mais atenção para os mais doentes?
   O Coração de Maria é tão terno para nós que o de todas as mães reunidas não passa dum pedaço de gelo  em comparação com o dela.
   Vede como a Santíssima Virgem é boa! O seu grande servo São Bernardo dizia-lhe muitas vezes: Ave, Maria... Um dia essa boa mãe respondeu-lhe: Ave, meu filho Bernardo...
   A Ave Maria é uma oração que nunca fatiga.
   Quando se fala dos objetos da terra, do comércio, da política... cansa-se, mas quando se fala da Santíssima Virgem, é sempre coisa nova.
   A devoção à Santíssima Virgem é untuosa, doce, nutritiva.
   Todos os santos têm grande devoção à Santíssima Virgem; nenhuma graça vem do céu sem passar pelas mãos dela. Ninguém entra numa casa sem falar ao porteiro: pois bem! a Santíssima Virgem é a porteira do céu.
   Quando se quer oferecer uma coisa a um grande personagem, faz-se apresentar esse objeto pela pessoa que ele prefere, a fim de que a homenagem lhe seja mais agradável. Assim as nossas preces, apresentadas pela Santíssima Virgem, têm merecimento muito maior, porque a Santíssima Virgem é a única criatura que nunca ofendeu a Deus. Só a Santíssima Virgem foi quem cumpriu o primeiro mandamento: Um só Deus adorarás e amarás perfeitamente.Ela o cumpriu integralmente...Tudo o que  a Mãe pede ao Filho é-lhe igualmente concedido.
   Quando as nossas mãos tocaram aromas, embalsamam tudo o que tocam; façamos passar as nossas preces pelas mãos da Santíssima Virgem, e ela as embalsamará.
   Eu penso que no fim do mundo a Santíssima Virgem estará bem tranqüila; mas enquanto durar o mundo, ela será puxada para todos os lados... A Santíssima Virgem é como uma mãe que tem muitos filhos. Está continuamente ocupada em correr de um a outro.
   

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE AS VIRTUDES CARDEAIS

   ...A prudência faz-nos discernir o que será mais agradável a Deus e mais útil à salvação de nossa alma. Apresentam-se duas boas obras por fazer, uma em favor de uma pessoa a quem amamos, outra em favor de alguém que nos fez mal; pois bem! é a esta última que se deve dar preferência. Pois não há grande mérito em fazer bem a alguém que no-lo leva a bem, que nos agradece, que se mostra penhorado. Há pessoas que acham que nunca as tratam bastante bem; parece que tudo lhes é devido. Não agradecem o que se faz por elas; pagam a todos com ingratidão...Pois bem! é a essa que se deve fazer bem de preferência. Há que usar de prudência em todas as nossas ações, procurar não o nosso gosto, mas o que mais agrada a Deus. Suponho que tenhais certa quantia que destinais a mandar dizer uma missa; vedes uma pobre família que está na miséria, a que falta pão; mais vale dar o vosso dinheiro a esses infelizes, porque o santo sacrifício se celebrará sempre; o padre não deixará de dizer a santa missa; ao passo que aquela pobre gente pode morrer de fome... Tendes vontade de rezar a Deus, de passar o vosso dia na igreja; pensais, porém, que seria bem útil trabalhar para alguns pobres que conheceis que estão em grande necessidade; isto é muito mais agradável a Deus do que o vosso dia passado ao pé dos santos tabernáculos.
   Outra virtude cardeal é a temperança: é temperar a própria imaginação, não deixar galopar tão depressa quanto quereria... temperar os olhos, temperar a boca; há uns que têm constantemente na boca algo de doce, de agradável... temperar os ouvidos: não se lhes permite ouvirem cantigas e discursos inúteis... temperar o olfato: há pessoas que se perfumam a ponto de enjoar os que lhe estão em redor... temperar as mãos: há outras que estão sempre a se lavar quando faz calor, que procuram manejar coisas macias ao tato... Enfim, temperar todo o corpo, esta pobre máquina! não o deixar ir como um cavalo fugido, sem bridão nem freio, mas retê-lo e domá-lo. Há uns que estão perdidos lá no seu leito... que estão contentes de não dormir para melhor sentirem o bem-estar. Os santos não eram assim. Não sei como nos vamos achar ao lado deles... mais eis aqui!... Se nos salvarmos , iremos ficar um tempo infinito no purgatório, ao passo que eles voarão imediatamente para o céu para verem a Deus. São Carlos Borromeu, esse grande santo, tinha no seu aposento um belo leito de cardeal que todos viam; mas, ao lado, havia um que não se via, que era feito de gravetos de pau: era o de que ele se servia. Ele nunca se aquecia; quando vinham visitá-lo, notavam que ele se conservava de modo que não sentisse o fogo. Eis como eram os santos. Viviam para o céu e não para a terra; eram todos celestes; e nós, nós somos todos terrestres.
   Oh! como gosto dessas pequenas mortificações que não são vistas por ninguém, como levantar-se um quarto de hora mais cedo, levantar-se um momentinho para rezar durante a noite; mas há muitos que só pensam em dormir.
   Havia uma vez um solitário que construíra para si um palácio real num tronco de carvalho: colocara espinhos dentro; amarrara três pedras por cima da cabeça, a fim de que, quando se encostasse ou se virasse, sentisse os espinhos ou as pedras. E nós, nós só pensamos em achar boas camas para dormir nelas á nossa vontade.
   Podemos privar-nos de nos aquecermos; se estamos mal sentados, não procurar colocarmo-nos melhor; se passeamos no jardim, privarmo-nos de alguns frutos que fariam prazer; cuidando da casa, podemos não comer algumas coisinhas que se apresentam, privar-nos de ver alguma coisa que atrai o olhar e que é bonito, nas ruas das grandes cidades principalmente. Há um senhor que vem às vezes aqui. Vem com dois pares de óculos, para não ver nada... Mas há dessas cabeças sempre em movimento, desses olhos que estão sempre no ar... Quando formos pelas ruas, fixemos os nossos olhares em Nosso Senhor carregando a cruz na nossa frente, na Santíssima Virgem que nos olha, no nosso anjo da guarda que está ao nosso lado. Como é bela esta vida interior! Dá-nos a união com Deus. Por isto, quando o demônio vê que uma alma procura chegar a ela, trata de desviá-la enchendo-lhe a imaginação de mil quimeras. Um bom cristão não escuta isso; vai sempre avante na perfeição, como um peixe que mergulha no fundo dos mares... Nós, ai! arrastamo-nos como uma sanguessuga.
   Havia duas santas no deserto que se tinham cosido todas de espinhos: e nós que só procuramos o bem-estar! Entretanto queremos ir para o céu, mas com todas as nossas comodidades, sem nos molestarmos em nada: não é assim que fazem os santos. Eles buscavam todos os meios de se mortificarem, e no meio de todas as privações provavam um sabor infinito. Como os que amam a Deus são felizes! não perdem uma só ocasião de fazer o bem. Os avarentos empregam todos os meios para aumentar o seu tesouro; eles, os que amam a Deus, fazem assim para as riquezas do céu: juntam-nas sempre... Ficaremos surpresos, no dia do juízo, de ver almas tão ricas!

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A ESPERANÇA

   Meus filhos, vamos agora falar sobre a esperança; é ela que faz toda felicidade do homem na terra. Há uns neste mundo que esperam demais, e outros que não esperam bastante. Há uns que dizem: "Vou ainda cometer este pecado. Não me custará mais confessar quatro do que confessar três". É como se um menino dissesse ao pai: "Vou dar no sr. quatro bofetadas; não me custará mais do que dar uma; ficarei quite com o sr. pedindo-lhe perdão".
   Aí está como se age para com Deus. Diz-se: "Vou ainda me divertir este ano, ir à dança, ao cabaré, e no ano próximo me converterei. Quando eu quiser voltar a ele, o bom Deus por certo me receberá. Ele não é tão mau quanto os padres dizem". Não, o bom Deus não é mau, porém é justo. Julgais que Ele se acomodará a todas as vossas vontades? Acreditais que, depois de o desprezares toda a vossa vida, Ele se vos vá lançar ao pescoço? Oh! não!... Há uma medida de graça e de pecado no fim da qual Deus se retira. Que diríeis de um pai que tratasse do mesmo modo um filho bem procedido e outro que não fosse tanto? Haveríeis de dizer: "Esse pai não é justo". Pois bem! Deus não seria justo se não fizesse diferença entre os que o servem e os que o ofendem.
   Meus filhos, presentemente há tão pouca fé no mundo, que ou se espera demais ou se desespera. Há uns que dizem: "Tenho feito demasiado mal; Deus não me pode perdoar". Meus filhos, é uma grossa blasfêmia; é pôr limite à misericórdia de Deus, e ela não tem limites; é infinita. Ainda quando tivésseis feito tanto mal quanto preciso para perder uma paróquia, se vos confessardes, se estiverdes pesarosos de haver feito esse mal e não quiserdes tornar a fazer, o bom Deus vo-lo perdoará.
   Havia um padre que pregava sobre a esperança e sobre a misericórdia de Deus. Tranqüilizava os outros, mas ele próprio se desesperava. Depois do sermão apresentou-se um moço que lhe disse: "Meu padre, venho confessar-me". O padre lhe disse: "Estou pronto para confessá-lo". O outro fez-lhe a confissão das culpas, depois do que acrescentou: "Meu padre, eu cometi muito mal, estou perdido!...- Que está dizendo, meu amigo? nunca se deve desesperar..." O jovem levanta-se: "Meu padre, o sr. não quer que eu desespere; e o sr.? ..." Foi um raio de luz; o padre, todo admirado, enxotou aquele pensamento de desespero, fez-se religioso e foi um grande santo... O bom Deus lhe enviara um anjo sob a forma de um jovem, para lhe fazer ver que não se deve desesperar.
   O bom Deus é tão pronto em nos conceder o perdão, quando nós lho pedimos, como uma mãe é pronta em retirar o filho do fogo.
   Reparai, meus filhos, Nosso Senhor é na terra como uma mãe que carrega o filho nos braços. Esse filho é mau, dá pontapés na mãe, morde-a, arranha-a, porém, a mãe nem sequer presta atenção; sabe que, se o largar, ele cairá, não poderá andar só... Aí tendes como é Nosso Senhor... atura todos os nossos maus tratos; suporta todas as nossas arrogâncias; perdoa-nos todas as tolices; tem pena de nós contra a nossa vontade.

domingo, 28 de agosto de 2011

CATECISMO E CATECISMO

Padre Ascânio Brandão
   Nunca me canço de bater a tecla e tocar o meu realejo: - Catecismo! Catecismo! Precisamos de Catecismo!
   Nossa boa gente brasileira infelizmente é muito ignorante das mais elementares noções do catecismo, do be-á-bá da doutrina Cristã.
   É o nosso mal. Aliás não é só nosso. Em países hipercivilizados, e que se orgulham das luzes de uma grande cultura e das suas tradições milenares de fé reina tanta ignorância como entre nós.
  - Mons. Olgiatti no seu admirável livro: - "O Silabário do Cristianismo" agora traduzido, divide em três categorias os católicos. Primeira a dos que nada sabem do catecismo nem frequentam a Igreja ou recebem os sacramentos.
    A segunda é dos que se julgam bons cristãos e se gabam do seu catolicismo tradicional de família.
    E a terceira, finalmente, a dos que pertencem às inumeráveis Irmandades, Confrarias, Congregações e Associações paroquiais.
            Sabem todos eles o catecismo?
            Infelizmente... nem sempre.
    Os analfabetos do catecismo
   O analfabetismo religioso, domina hoje homens cultos e eruditos em muitos ramos da ciência e das artes. Não só o caboclo, o roceiro analfabeto, dizem disparates em matéria religiosa. Muito doutor aí bonito, elegante, sabido, quando abre a boca e fala em religião é uma calamidade!
    Um deles pergunta si não seria mais higiênico batizarem-se as crianças na Pia ... com alcool?!
    Um político de nomeada perguntou a um Vigário: - Sr. Vigário, o Santíssimo Sacramento daqui veio de Roma?
    Um Prefeito municipal desejava comemorar uma data solene com a Missa Campal às... oito horas da noite!
    - À noite com a iluminação, a Missa é mais bonita, não acha Seu Vigário?, perguntava o homenzinho. (É bom saber que isto foi escrito em 1942, quando nem de longe se imaginava poder haver um dia luz elétrica nas roças).
        Uma senhora elegante e culta da alta sociedade recebeu um têrço oferecido gentilmente pelo seu Prelado.
        - Está já com as indulgências -, diz-lhe o Bispo.
        Madame toma nas mãozinhas o Têrço de madrepérolas e o contempla toda curiosa. - Sr. Bispo, pergunta ela -, as indulgências são estas três continhas aqui antes da cruz? Que três indulgenciazinhas engraçadinhas! Agradeço muito à V. Excia. o Têrço principalmente por causa destas gracinhas de indulgências!
              Segunda categoria
    Esta é formada dos que se gabam de católicos mas não admitem o que denominam - fanatismo... exagero.
    Sou católico, mas não sou beato, carola, devoto... diz lá cada um deles - todo cheio de si.
    Quando meninos, estes católicos fizeram a Primeira Comunhão. Ouvem Missa, às vezes. Casam-se na Igreja. Nasce-lhes um filhinho? Levam-no à pia batismal.
    Morre alguém em casa? Funerais católicos, Missa de 7º - de 30º dia.
    E que mais é preciso? Para que mais exigências religiosas e católicas e fanatismos?
    Não querem em matéria de religião que se passem os limites ... deles.
    Não lhes falem em apostolado, em dedicação à Igreja, em comunhão dos Santos...
    É linguagem que não entendem. Deixai-os! São católicos da vida pacata, pertencem àquela célebre Confraria de que falava Montalembert: a Confraria dos braços cruzados. E com braços cruzados naturalmente não tomam entre as mãos o catecismo.
     E cada vez mais pedantes, cada vez mais ignorantes das coisas da Fé.
     Terceira categoria
    - Finalmente a terceira classe é dos muitos católicos de Irmandades, Congregações e Associações e Confrarias, etc.
      Alguns e algumas têm fitas de todas as cores do Arco-iris (no bom sentido).
      Mas... sabem o catecismo? Já leram um bom compêndio de doutrina cristã?
      Também não.
      Pouco se lhes dá, escreve Mons. Olgiatti que as Pessoas da Trindade Santíssima sejam três ou cinco.
      Ficam olimpicamente indiferentes diante dos mistérios mais adoráveis da nossa Fé.
      Como hão de amar o que não conhecem ou conhecem tão mal.
        CONCLUSÃO: - Chega-se à conclusão pois de que as três categorias de católicos apontados por Mons. Olgiatti no seu Silabário do Cristianismo tem isso de comum - a ignorância religiosa, a pura ignorância religiosa...
     E para esta só há um remédio - CATECISMO.

   Até aqui o artigo do Padre Ascânio Brandão. Agora, antes de fechar o post gostaria de acrescentar algo.
Primeiramente, com toda certeza, alguém deverá perguntar: Por que colocar na Internet uma situação da década de 40 para os dias de hoje, já na segunda década do século XXI? Em plena era do Computador e da Internet. Bom! primeiro, devemos reconhecer que graças justamente ao progresso da Internet o nosso povo é muito mais instruído. Mas permitam-me uma pergunta: será que o nosso povo católico está assim tão bem instruído na doutrina cristã como nas coisas profanas? Creio que não. E se a ignorância do catecismo há 70 anos atrás certamente era maior, não menos certo é afirmar que era muito menos culpada  esta ignorância. Até digo mais: se a ignorância religiosa daquela época nos faz rir, a de hoje nos faz chorar. Hoje, talvez justamente em virtude do progresso o povo está mais infeccionado por idéias errôneas atinentes à Religião. O modernismo, o liberalismo, o naturalismo, o relativismo, o materialismo são miasmas que infeccionam as mentes na sua maioria. Mais do que nunca se faz mister o ensino religioso e este lidimamente tradicional.

sábado, 27 de agosto de 2011

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE A IMPUREZA

   Para compreender o quanto é horrível e detestável este pecado que os demônios fazem cometer mas não cometem eles próprios, haveria que saber o que é um cristão. Um cristão criado à imagem de Deus, remido pelo sangue de um Deus! Um cristão filho de um Deus, irmão de um Deus, herdeiro de um Deus! Um cristão, objeto da complacência das três pessoas divinas! Um cristão, cujo corpo é o templo do Espírito Santo: eis aí o que o pecado desonra!...
   Nós somos criados para irmos um dia reinar no céu, e se temos a desdita de cometer esse pecado, tornamo-nos o alvo dos demônios. Nosso Senhor disse que nada de impuro entrará no seu reino. Com efeito, como quereis que uma alma que se rolou nessas sujeiras vá comparecer perante um Deus tão puro e tão santo?
   Nós somos todos como pequenos espelhos em que Deus se contempla. Como quereis que Deus se reconheça numa alma impura?
   Há almas que estão tão mortas, tão apodrecidas, que marasmam na sua infecção sem o perceber e não podem mais desvencilhar-se dela. Tudo as leva ao mal, tudo lhes lembra o mal, mesmo as coisas mais santas; elas têm sempre essas abominações diante dos olhos: semelhante ao animal imundo que se habitua à porcaria, que se agrada nela, que se rola nela, que nela dorme, que ronca na sujice... essas pessoas são um objeto de horror aos olhos de Deus e dos santos anjos.
   Vede, meus filhos, Nosso Senhor foi coroado de espinhos para expiar os nossos pecados de orgulho; mas por esse maldito pecado Ele foi flagelado e posto em pedaços, visto como Ele próprio diz que depois da flagelação podiam-se-Lhe contar os ossos.
   Ó meus filhos, se não houvesse algumas almas puras para indenizar a Deus e lhe desarmar a juntiça, haveríeis de ver como seríamos punidos... Porque agora esse crime é tão comum no mundo que faz tremer. Pode-se dizer, meus filhos, que o inferno vomita suas abominações sobre a terra, como os canos de vapor vomitam a fumaça.
   O demônio faz tudo quanto pode para sujar a nossa alma, e no entanto nossa alma é tudo... o nosso corpo não é mais que um monte de podridão: ide ver ao cemitério o que é que se ama quando se ama o próprio corpo.
   Como vos hei dito muitas vezes, não há nada de tão ruim como a alma impura. Houve uma vez um santo que pediu a Deus lhe mostrasse uma: viu essa pobre alma como um animal rebentado de podre que arrastaram durante oito dias, em pleno sol pelas ruas.
   Só em ver uma pessoa reconhece-se se ela é pura. Há nos seus olhos um ar de candura e de modéstia que leva a Deus. Vêem-se outras, ao contrário, que têm um ar todo inflamado... Satanás pôe-se-lhes nos olhos para fazer cair os outros e arrastá-los ao mal.
   Os que perderam a pureza são como uma peça de pano molhada em azeite: lavai-a, fazei-a secar, a mancha volta sempre; assim, também, é preciso um milagre para lavar a alma impura.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE O PECADO ( II )

   O que vive no pecado toma os hábitos e a forma dos animais. O animal, que não tem razão, só conhece os seus apetites; do mesmo modo, o homem que se torna semelhante aos animais perde a razão e deixa-se guiar pelos movimentos do seu cadáver. Põe o seu prazer em beber bem, em comer bem e gozar das vaidades do mundo, que passam como o vento. Eu lastimo os pobres infelizes que correm atrás desse vento... Ganham bem pouco; dão muito por um proveito bem pequeno; dão a sua eternidade pela mísera fumaça do mundo.
   Meus filhos, como é triste quando uma alma está em estado de pecado! Pode morrer neste estado, e então tudo o que fez já não tem mérito diante de Deus. É por isso que o demônio fica tão contente quando uma alma está no pecado e persevera nele; porque ele pensa que ela trabalha para ele e que, se ela viesse a morrer, ele a teria... No pecado a nossa alma é toda sarnenta, toda pobre; faz pena... O pensamento de que o bom Deus a olha deveria fazê-la entrar em si mesma... E depois, que prazer temos nós no pecado? Nenhm. Temos sonhos medonhos... de que o demônio nos carrega... de que caímos em precipícios... Ponde-vos bem com Deus, recorrei ao sacramento da penitência: dormireis tranqüilos como um anjo. Ficamos contentes de acordar à noite para falar ao bom Deus... só temos na boca ações de graças; elevamo-nos com grande facilidade para o céu, como uma águia que fende os ares.
   Vede, meus filhos, como o pecado degrada o homem! De um anjo criado para amar a Deus ele fez um demônio que o amaldiçoará por toda a eternidade... Ah! se Adão, nosso primeiro pai, não tivesse pecado, e se nós não pecássemos todos os dias, como seríamos felizes! Seríamos tão felizes como os santos no céu. Não haveria mais infelizes na terra. Oh! como seria belo!...
   Efetivamente, meus filhos, é o pecado que atrai sobre  nós todas as calamidades, todos os flagelos: a guerra, a peste, a fome, os terremotos, os incêndios, a geada, a saraiva, as tempestades, tudo quanto nos desola, tudo o que nos infelicita.
   Vede, meus filhos, uma pessoa que está em estado de pecado é sempre triste. Por mais que faça, está aborrecida, entediada de tudo, ao passo que a que está em paz com Deus, está sempre contente, sempre alegre... Ó bela vida!... e bela morte!...
   Meus filhos, nós temos medo da morte... bem creio! É o pecado que nos faz ter medo da morte; é o pecado que torna a morte horrorosa, pavorosa; é o pecado que assusta o mau na hora do terrível trânsito. Ai! meu Deus! há bem que ficar assustado... Pensar que se está amaldiçoado! e amaldiçoado por Deus!... isto faz tremer... Amaldiçoado por Deus! e por que? por que é que os homens se expõem a ser amaldiçoados por Deus? ... Por uma blasfêmia, por um mau pensamento, por uma garrafa de vinho, por dois minutos de prazer!... Por dois minutos de prazer perder a Deus, a própria alma, o céu, para sempre!... Ver-se-á subir ao céu, em corpo e alma, esse pai, essa mãe, essa irmã, esse vizinho, que estava junto de nós, com quem havemos vivido, mas que não imitamos; ao passo que nós desceremos em corpo e alma ao inferno para arder nele. Os demônios rolar-se-ão sobre nós. Todos os demônios cujos conselhos houvermos seguido virão atormentar-nos...
   Meus filhos, se vísseis um homem levantar uma grande fogueira, empilhar gravetos uns sobre os outros, e, perguntando-lhe o que estava fazendo, ele vos repondesse: "Estou preparando o fogo que me deverá queimar", que pensaríeis? E se vísseis esse mesmo homem aproximar a chama da fogueira, e, quando está acesa, atirar-se dentro... que diríeis? Cometendo o pecado, é assim que nós fazemos. Não é Deus que nos lança ao inferno, somos nós que nos lançamos nele pelos nossos pecados. O condenado dirá: "Perdi a Deus, minha alma e o céu: foi por minha culpa, por minha culpa, por minha máxima culpa!... Elevar-se-á do braseiro para tornar a cair nele... Sentirá sempre a necessidade de se elevar, porque era criado para Deus, o maior, o mais alto dos seres, o Altíssimo... como uma ave num aposento voa até o teto e torna a cair... a justiça de Deus é o teto que detém os condenados.
   Não há necessidade de provar a existência do inferno. O próprio Nosso Senhor fala dele quando conta a história do mau rico que clamava: "Lázaro! Lázaro!"Bem se sabe que há um inferno, mas vive-se como se não houvesse; vende-se a própria alma por algumas moedas.
   Adiamos a nossa conversão  para a morte; mas quem nos assegura que teremos o tempo e a força nesse momento temível que todos os santos recearam, em que o inferno se congrega para desferir-nos um último assalto, vendo que é o instante dicisivo?
   Muitos há que perdem a fé, e só vêem o inferno, entrando nele.
   Não, verdadeiramente, se os pecadores pensassem na eternidade, nesse terrível sempre!... haveriam de se converter imediatamente... Há perto de seis mil anos que Caim está no inferno, e mal acabou de entrar nele.

O CATECISMO DO SANTO CURA D'ARS SOBRE O PECADO ( I )

   O pecado é o verdugo de Deus e o assassino da alma. É ele que nos arranca do céu para nos precipitar no inferno. E nós gostamos dele!... que loucura! Se pensássemos bem nisto, teríamos tão vivo horror do pecado, que não poderíamos cometê-lo.
   Ó meus filhos, como somos ingratos! Deus quer fazer-nos felizes, bem certo! só nos deu sua lei para isto. A lei de Deus é grande, é larga. O rei Davi dizia que achava nela as suas delícias e que era um tesouro mais precioso para ele do que as maiores riquezas. Dizia ainda que andava num caminho espaçoso porque tinha procurado os mandamentos do Senhor (Salmo XVIII, 14 15). O bom Deus quer, pois, fazer-nos felizes, e nós não o queremos! Desviámo-nos d'Ele e damo-nos ao demônio! Fugimos do nosso amigo e buscamos o nosso carrasco!...Cometemos o pecado, afundamo-nos na lama. Uma vez metidos neste lodaçal, não sabemos mais sair dele. Se isso tivesse que ver com a nossa fortuna, nós bem saberíamos safar-nos deste mau passo; mas como só tem que ver com a nossa alma, ficamos nele...
   Nós nos vamos confessar todos preocupados com a vergonha que vamos sentir. Acusamo-nos a vapor. Dizem que há muitos que se confessam e poucos que se convertem. Bem o creio, meus filhos; é que poucos há que se confessam com as lágrimas do arrependimento.
   Vede: a desgraça é que não se reflete. Se se dissesse a esses que trabalham no domingo, a uma jovem que acaba de dançar, duas ou três horas, a um homem que sai bêbado do "cabaret": "Que é que acabais de fazer? acabais de crucificar a Nosso Senhor". Eles ficariam muito admirados: é que não pensam nisso. Meus filhos, se pensássemos nisso, ficaríamos horrorizados; ser-nos-ia impossível fazer o mal. Porquanto, que fez Deus para o magoarmos assim, para o fazermos morrer de novo, a ele que nos remiu do inferno? Seria mister que todos os pecadores, quando vão aos seus prazeres culpados, encontrassem no caminho, como São Pedro, Nosso Senhor que lhes dissesse: "Eu vou a este lugar onde tu vais também, para ser nele crucificado de novo". Talvez que isso os fizesse refletir.
   Os santos compreendiam a grandeza do ultraje que o pecado faz a Deus. Há alguns que passaram a vida a chorar seus pecados. São Pedro chorou toda a vida; chorava ainda na morte. São Bernardo dizia: "Senhor, Senhor! fui eu quem vos pregou na cruz!"
   Pelo pecado nós desprezamos a Deus, crucificamos a Deus! Que pena perderem-se almas que custaram tantos sofrimentos a Nosso Senhor!... Que mal nos fez Nosso Senhor para o tratarmos desse modo?... Se os pobres condenados pudessem voltar à terra!... se estivessem em nosso lugar!...
   Ó como somos insenatos! O bom Deus nos chama a si, e nós lhe fugimos! Ele quer fazer-nos felizes, e nós não queremos saber da sua felicidade! Ele nos manda amá-Lo, e nós damos o nosso coração ao demônio! Empregamos em perder-nos um tempo que Ele nos propiciou para nos salvarmos. Fazemos-Lhe guerra com os meios que Ele nos deu para servi-Lo!...
   Quando ofendemos a Deus, se olhássemos para o nosso crucifixo, ouviríamos Nosso Senhor dizer-nos no fundo da alma: "Quereis, então, pôr-te também ao lado de meus inimigos? Queres então crucificar-Me de novo?" Lançai os olhos sobre Nosso Senhor pregado na cruz, e dizei-vos: "Eis o que custou a meu Salvador para reparar a injúria que os meus pecados fizeram a Deus!..." Um Deus que desce à terra para ser vítima dos meus pecados, um Deus que sofre, um Deus que morre, um Deus que atura todos os tormentos porque quis carregar o peso dos nossos crimes!... À vista da cruz, compreendemos a malícia do pecado e o ódio que lhe devemos ter. Reetremos em nós mesmos; vejamos o que temos a fazer para reparar a nossa pobre vida!...
   Deus nos dirá na  morte: "Por que foi que me ofendeste, a mim que te amava tanto?"...  Como é pena! ofender o bom Deus, que nunca nos fez senão bem! contentar o demônio, que só mal nos pode fazer!... que loucura!
   Não é verdadeira loucura podermos gozar desde esta vida as alegrias do céu, unindo-nos a Deus pelo amor, e querermos tornar-nos dignos do inferno, ligando-nos com o demônio?... Não se pode compreender bastante esta loucura; não se pode chorá-la bastante!... Parecem que os pobres pecadores não querem esperar pela sentença que os condenará à sociedade dos demônios; condenam-se eles próprios.
   O paraíso, o inferno e o purgatório têm uma espécie de antegosto desde esta vida. O purgatório está nas almas que não estão mortas em si mesmas; o inferno está no coração dos ímpios; o paraíso no coração dos perfeitos, que estão bem unidos a Nosso Senhor.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PREGAÇÃO

Padre Ascânio Brandão
   Contam que no tempo de Luiz XIV. Outros que no de Luiz XIII. E Vieira fala simplesmente que na côrte...
   Pregavam dois oradores sacros de renome, sucessivamente. Perguntaram depois ao rei: Majestade, qual deles pregou melhor? "Não o saberia dizer, meus amigos. Posso entretanto afirmar que, ouvindo o primeiro, saí da Igreja contente com o pregador. Que retórica! Que eloqüência! E saí contente comigo mesmo. Ouvindo, porém, o outro, saí contente com o pregador, mas descontente comigo mesmo e com a minha vida e resolvido a me converter".
      Qual deles foi o melhor pregador?
   O fim da pregação como o da retórica, é convencer. Melhor prega, portanto, quem melhor convence. E convencer é tocar o coração e mover a vontade para o bem e a verdade, na eloquência sagrada.
   Pregadores sem convicções não convenceriam a ninguém. Seriam o sino qe bate, o bronze que soa, no espressivo dizer de São Paulo.
   Conta Rousie, de um pregador, afamado, bom literato e bom sociólogo. Pregava numa igreja humilde e rural. Pôs-se a falar da crise da sociedade moderna. A um dado momento se inflamou levantando os braços para o alto a exclamar: - Ó anarquia das inteligências! Ó anarquia das inteligências! O povo se põe de joelhos e responde a toda força: Rogai por nós! Rogai por nós!
   Julgavam talvez que se tratava de alguma nova santa...
   Ai pregadores! Até aqui o Padre Ascânio Brandão. Aliás foi um padre santo e um grande escritor.
 Do espirituoso queria passar para algo mais sério: "Senhor, mandai -nos sacerdotes heróicos! A terra tem sede deles! O mundo lhes sorverá as palavras. Mandai-nos santos sacerdotes! (Pe. Eduardo Poppe).

domingo, 3 de julho de 2011

AVISO

   Pela graça de Deus,  entrarei hoje em retiro. Só a partir do dia 12, se Deus quiser, é que voltarei a colocar postagens nos Blogs "ZELO ZELATUS SUM" e "VIA-VERITAS-VITA". Peço desculpas a todos os meus caríssimos visitantes e seguidores. Mas, peço sobretudo as suas valiosas orações para que eu faça um santo Retiro e me torne menos indigno de tão sublime vocação, e possa fazer maior bem às almas remidas pelo preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
   Embora seja um retiro especificamente sacerdotal, pelo menos algumas meditações ou conferências poderão ajudar também, "mutatis mutandis", os leigos. Por isso deixo aqui a pergunta: Você, caríssimo(a) leitor(a), acha que seria proveitoso colocar na Internet através do Blog, pelo menos algumas destas meditações ou conferências?
   Pode dar sua opinião aqui mesmo nos comentários ou mandar sua mensagem através do meu e-mail: pemurucci@gmail.com.
                                                     Muito obirgado!    
                                                                                        Padre Elcio Murucci