O Santo Evangelho da Missa em honra de São Pedro (Mateus XVI, 13-19) lembra-nos a grande jornada de Cesareia em que Jesus, pela primeira vez, proclamou Pedro fundamento da Igreja: "Eu digo-te que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Estas palavras tiveram uma repercussão grandiosa através dos séculos e que ainda hoje testemunham o primado de Pedro e de todos os seus sucessores sobre a cristandade inteira. Não sobre Igrejas várias, mas sobre uma única: a Igreja Católica, Apostólica e Romana. Uma única Igreja cujo único fundador é Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus quis ter em São Pedro o Seu representante. "Onde está Pedro aí está a Igreja" (Santo Ambrósio). Isto significa que: onde está o Papa, aí está a Igreja. O Papa é o sucessor de São Pedro. Por isso, a festa de São Pedro deve ser considerada a festa da Igreja e também a festa do Papa. Esta festa, portanto, deve despertar em nós, cristãos pela graça de Deus, o sentimento profundo da nossa pertença à Igreja e da nossa devoção ao Sumo Pontífice. "Sou filha da Igreja, repetia Santa Teresa d'Ávila no momento da morte. Depois de ter trabalhado tanto por Deus e pela almas, era este o único título que lhe dava a garantia da misericórdia divina. Sermos filhos da Igreja, eis o nosso titulo de salvação, eis a nossa glória. Nossa maior glória, é claro, é a de sermos filhos de Deus. Estas duas glórias, aliás, se fundem, porque "não pode ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe" (São Cipriano). Não é verdadeiro católico quem não vibra pela Igreja e pelo Papa, quem não está pronto a sentir com a Santa Madre Igreja.
Terminemos com uma oração de Santa Catarina de Sena: "Ó Trindade eterna e infinita, não tardeis mais, pelos merecimentos de São Pedro, socorrei a Vossa Esposa, a Santa Igreja... Elevo hoje o meu clamor até Vós, Amor meu e Deus eterno, para que tenhais misericórdia deste mundo e deis luz ao Vosso Vigário, a fim de que todo o mundo o siga. Iluminai ainda os adversários da Igreja que resistem ao Espírito Santo, para que se convertam a Vós, Deus meu. Convidai, excitai os seus corações, ó Amor inestimável, e que a Vossa caridade Vos constranja a vencer a sua dureza. Que se convertam a Vós a fim de que não pereçam. E já que Vos ofenderam, Deus de suma clemência, castigai em mim os seus pecados. Eis o meu corpo que de Vós recebi: eu Vo-lo ofereço; que se torne uma bigorna para eles, para que sejam destruídas as suas culpas".