I - QUANDO FOI INSTITUÍDA? Não sabemos ao certo quando Jesus instituiu a Crisma. Alguns colocam a instituição deste Sacramento também no dia do Batismo de Jesus no Jordão. Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito Santo, desde a Encarnação. No Jordão houve, entretanto, nova unção do Espírito Santo, para manifestar publicamente a tríplice missão de Jesus: como Sacerdote, como Rei e como Profeta. É possível que nesse momento tenha Jesus instituído o Sacramento da Confirmação, como complemento do Batismo.
Outros preferem a opinião de que a instituição teria sido quando Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo. (S. Luc. XXIV, 49 - S. Jo. XIV, 15-17).
Em qualquer hipótese, a IGREJA, guiada pelo Espírito Santo, desde o princípio, pelo Seu ensinamento e Sua prática, nos assegura e atesta a instituição divina deste Sacramento.
II - PRÁTICA DA IGREJA. - Os Atos dos Apóstolos nos referem a existência de um rito sagrado que confere o Espírito Santo, distinto do Batismo. "Descendo à cidade de Samaria, Filipe pregava-lhes a respeito de Cristo. As multidões ficavam atentas ao que Filipe lhes dizia, escutando-o em união de sentimentos e presenciando os milagres que realizava. (...) Quando acreditaram em Filipe, que lhes anunciava o reino de Deus e o nome de Jesus Cristo, homens e mulheres receberam o batismo. (...) Quando os Apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria tinha recebido a palavra de Deus, enviaram para lá PEDRO E JOÃO. Estes desceram e rezaram por eles, PARA QUE RECEBESSEM O ESPÍRITO SANTO, pois ainda não descera sobre nenhum deles. Tinham somente sido BATIZADOS em nome do Senhor Jesus. IMPUNHAM-LHES AS MÃOS E ELES RECEBIAM O ESPÍRITO SANTO." (Atos, VIII, 5-17).
Nestes versículos encontramos uma demonstração clara da existência do Sacramento da Confirmação, independente do Sacramento do Batismo. O Batismo fora administrado pelo diácono Filipe. A imposição das mãos, para receberem o Espírito Santo, foi feita pelos Apóstolos Pedro e João.
Outro trecho dos Atos: "Paulo chegou a Éfeso. Encontrou ali alguns discípulos e perguntou-lhes: Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé? Responderam: Mas nem sequer ouvimos dizer que existe Espírito Santo. Perguntou-lhes: Qual foi, então, o batismo que recebestes? O batismo de João, responderam. E Paulo explicou-lhes: João batizou com o batismo de penitência, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus. Ouvindo isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus. E quando PAULO LHES IMPÔS AS MÃOS , veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO: falavam em diversas línguas e profetizavam". (Atos, XIX, 1-6).
Mais uma vez, notamos a distinção dos dois sacramentos: o batismo e a crisma. No primeiro como no segundo trecho ficou claro também que a administração da Crisma é privilégio dos Apóstolos, isto é, dos Bispos.
III - TRADIÇÃO. Seguindo a doutrina e a prática dos Apóstolos, os Padres da Igreja sempre ensinaram e administraram, sendo Bispos, este Sacramento. Eis o testemunho de São Cipriano: "Dois sacramentos presidem ao perfeito nascimento cristão, um regenerando o homem - é o Batismo - o outro comunicando-lhe o Espírito Santo". (Ep. 72,1) "Os que foram batizados na Igreja, devem ser apresentados aos pastores da Igreja, a fim de que, por nosso oração e a imposição das mãos, eles recebam o Espírito Santo e sejam consumados pelo selo do Senhor".
Santo Urbano: "Todos os fiéis devem, depois do Batismo, receber o Espírito Santo pela imposição das mãos, a fim de se tornarem cristãos perfeitos".
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