SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 24 de junho de 2018

SÃO JOÃO BATISTA É MODELO DOS SACERDOTES



Toda a grandeza e santidade do Precursor vêm das suas relações com o Messias: é Seu Precursor. Precederá a Jesus Cristo no espírito e virtude de Elias. Preparará o caminho para Jesus. É predestinado e consagrado por Deus para a obra de Jesus Cristo. João Batista será sempre pequeno aos seus próprios olhos e fará de tudo para sê-lo na estimação dos homens: "É preciso que Cristo cresça e que eu diminua" (S. João, III, 30). Ele será grande, sim, mas só diante do Senhor. Este, aliás, foi o belíssimo elogio que dele fez o Arcanjo S. Gabriel: "Ele será grande diante do Senhor" (S. Lucas I, 15). O seu nascimento e a sua vida, as suas palavras e ações, a sua glória e as suas virtudes referem-se a Jesus, como ao seu centro, e é principalmente sob este aspecto que João Batista oferece para os sacerdotes um modelo a seguir: Tudo deve ser para Jesus; tudo é de Jesus.

Qual foi o ministério que Deus confiou ao Precursor? Fazer conhecer o Filho de Deus encarnado, e com isto lançar os fundamentos de reino de Cristo na terra. Podemos dizer que esta foi precisamente o VOCAÇÃO  de João Batista. Zacarias, pai de João Batista, profetizou iluminado pelo Espírito Santo ao dizer no seu "Benedictus": "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel!... E tu, menino, serás chamado o profeta do Altíssimo, porque irás 'adiante da face do Senhor a preparar os seus caminhos'; para dar aos seu povo o conhecimento da salvação, para remissão dos seus pecados, pelas entranhas da misericórdia de nosso Deus, graças à qual nos visitou do alto o Sol nascente, 'para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra do morte'; para dirigir os nossos pés no caminho da paz" (S. Lucas I, 68 e 76-79). E diz o Evangelista S. João: "Houve um homem enviado por Deus que se chamava João. Este veio por testemunha para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da Luz (o Verbo)" (S. João I, 6-8). 

S. João Batista confessará e não negará e confessará que ele não era o Messias, a Luz, que haveria de salvar o mundo. Ele, na verdade, nasceu com esta missão sublime: mostrar a Luz ao mundo, Jesus receberá dele não a sua missão, mas a autenticidade da sua missão. Mostrará Jesus Cristo ao povo como sendo o verdadeiro Messias para salvar a humanidade do pecado: "Eis Aquele que tira o pecado do mundo" (S. João I, 29). Que missão sublime a de João Batista! Por isso é que o Anjo assegurou: "Ele será grande diante do Senhor". E o próprio Jesus dirá de seu Precursor: "Na verdade vos digo que entre os nascidos das mulheres não veio ao mundo outro [profeta] maior que João Batista" (S. Mateus XI, 11). Na verdade, como precursor anunciado por Malaquias III, 1, é o maior profeta, porque enquanto os outros anunciaram o Cristo, ele com sua mão batizou-O, apontou-O com seu dedo e preparou os corações para recebê-Lo.

E assim, os sacerdotes devem reconhecer a sublimidade de sua missão e procurar fazer jus à ela. O sacerdote é o homem de Jesus Cristo, encarregado de O manifestar ao mundo e de Lhe franquear a entrada dos corações. Tenho cumprido esta sublime missão?

E para realizar esta tão sublime missão, que fez o Precursor? Levou uma vida santa. Quando Deus chama alguém para determinada missão, dá ao seu enviado os meios e graças necessárias para cumpri-la. Jesus concede-lhe a autoridade de missão capaz de dominar os espíritos e a autoridade de virtudes e santidade para comover os corações. Pois bem! as maravilhas que acompanham o seu nascimento dispuseram-no para influir eficazmente nos espíritos. Não fará milagres, porque os do seu nascimento serão suficientes para estabelecer a verdade do seu testemunho. João Batista, apenas nasce, é conhecido e respeitado, como o enviado de Deus; fale ele, e os povos o acreditarão.

Mas, era mister, outrossim, mover os corações, arrancá-los da paixões e trazê-los para Nosso Senhor Jesus Cristo. Para tanto, precisava de uma SANTIDADE que atraísse os olhares e a admiração. O retiro é o ambiente propício para a santidade; e ele retira-se desde bem novo ainda, para os desertos e aí se conserva até ao dia em que o Espírito Santo mandou que pregasse: "O Senhor, falou a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele foi por toda a terra do Jordão, pregando o batismo de penitência para remissão dos pecados" (S. Lucas III, 2 e 3). Naquele santo retiro, em que se ocupou? Conversar com Deus e praticar rigorosa penitência. Ele já fora santificado no seio materno e, como diz o Espírito Santo: "Ora o menino crescia e se fortificava no espírito" (S. Luc. I, 30). Fazia penitências para aplacar a Deus em favor dos pecadores, aos quais ele havia de anunciar o Messias.

Ó Jesus! todas as graças por mim recebidas na qualidade de sacerdote, tiveram por fim, fazer de mim um digno ministro de Jesus Cristo, e, por que não dizê-lo? um santo, já que "sancta sanctis". Ó meu Deus! como me pesa não ter eu correspondido aos vossos desígnios tão fielmente como o vosso precursor!... Felizes dos sacerdotes que foram santos e que são santos imitando fielmente o Precursor!!! Mas para Deus nunca é tarde! Empreguemos, pelo menos, o resto de nossas vidas, procurando tudo só para Jesus, e que tudo em nossas pessoas seja de Jesus exclusivamente. Devemos, caríssimos colegas no sacerdócio, banir dos nossos corações toda tentação de vaidade, vício este infelizmente não tão raro.

S. João Batista, obtém os mais felizes resultados. É tido por Elias, ou por um dos antigos profetas ressuscitado; é tido pelo próprio Messias. Diante desta glória, O Batista confunde-se, humilha-se: "É preciso que Jesus cresça e que eu diminua". Dizia também: "Eu na verdade batizo-vos com água, mas virá um mais forte do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia dos sapatos; Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo".

Muitos poderiam pensar que a humildade de João Batista torná-lo-ia complacente na presença dos grandes. Mas assim agiria um orgulhoso que só pensa em si. João Batista disse a verdade nas margens do Jordão, e di-la-á em face do rei Herodes: "NON LICET", "NÃO TE É LÍCITO". Com esta palavra arrojada, combate o escândalo intrepidamente. Prendem-no; degolam-no. E assim, no seio materno, no nascimento, na vida e na morte, o precursor de Jesus Cristo, dá testemunho d'Ele. Tudo nele é de Jesus Cristo, como tudo é para Jesus Cristo.

Ó Jesus, Vós desejais agora como então, entrar nas almas, para lhes levar a paz e a salvação; dai-nos, pois, santos sacerdotes, que vos preparem o caminho. Fazei de todos os vossos ministros, como de João Batista, lâmpadas acesas, para que à luz que alumia, juntem sempre a caridade que abrasa. Amém!


quarta-feira, 13 de junho de 2018

SANTO ANTÔNIO

SANTO ANTÔNIO 

                                                                                                                                                         Dom Fernando Arêas Rifan*

            

             No mês de junho, temos as tradicionais festas juninas. Ao menos originalmente, elas existem para comemorar três santos de grande importância, exemplo para nós, e cuja memória se celebra neste mês: Santo Antônio, dia 13, São João Batista, dia 24, e São Pedro, dia 29. Infelizmente, como muitas outras festas religiosas, as festas juninas são também um pouco desvirtuadas, ficando-se nos acessórios e esquecendo-se do principal. Hoje vamos nos deter no primeiro deles, Santo Antônio, cuja festa celebramos hoje. 
            Santo Antônio de Pádua é também chamado, sobretudo pelos portugueses, Santo Antônio de Lisboa. Ele nasceu em Lisboa, chamava-se Fernando, foi cônego da Ordem da Cruz em Lisboa e, depois, em Coimbra. Ali, como hospedeiro, recebeu alguns franciscanos que estavam de partida para Marrocos, na África, onde iriam trabalhar na evangelização dos muçulmanos. Lá foram martirizados e seus corpos foram trazidos para Coimbra, onde foram vistos pelo Cônego Fernando, que, assim, concebeu um grande desejo de ser também franciscano para também receber a palma do martírio. Entrou, pois, na Ordem Franciscana, recém fundada por São Francisco de Assis, recebendo o nome de Antônio. Foi, como era seu desejo, enviado à África, mas seu navio passou por grande tempestade e foi atirado nas costas da Itália. Lá teve oportunidade de conhecer São Francisco pessoalmente. 
            Frei Antônio ficou obscuro até que um dia, tendo faltado um pregador numa grande festa, pediram-lhe que fizesse a homilia. Então se revelou o grande gênio da oratória que ele era e seu profundo conhecimento das Sagradas Escrituras, fruto dos seus estudos e da sua vida de oração. Foi então nomeado o pregador oficial dos Franciscanos e professor de Teologia. 
            Pregou na Itália e na França, recebendo as alcunhas de “Doutor Evangélico” e “Martelo dos hereges”. Deus o abençoou com muitos milagres que confirmavam sua pregação. É chamado “o santo dos milagres”, tal a quantidade de fatos extraordinários e sobrenaturais que acompanhavam o seu ministério. Sua língua está miraculosamente conservada em Pádua, há mais de 700 anos. 
            Um dos grandes milagres da sua vida aconteceu em Rimini, na Itália, quando, ao pregar na praça, percebeu o total desinteresse dos ouvintes. Então lhes disse: “já que não me dais atenção, vou pregar aos peixes”. E foi fazer o seu sermão na praia. Ao começar, os peixes acorreram em profusão, ficando em ordem de altura, e balançando a cabeça em sinal de atenção. É claro que o povo todo o acompanhou admirado e daí por diante acudiu atento à sua pregação. 
            Os últimos seis meses da sua vida, passou em Pádua, na Itália, pregando sempre o Evangelho. Ali, exausto, aos 36 anos de idade, veio a falecer. Seu corpo ali se conserva, objeto de veneração de peregrinos de todo o mundo. Foi canonizado em menos de um ano após sua morte. Sua devoção está espalhada por toda a Igreja e seus exemplos são dignos de memória e imitação por todos os cristãos.

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

domingo, 3 de junho de 2018

EVANGELHO DO 2º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES


S. Lucas XIV, 16-24
O BANQUETE NO REINO DE DEUS

Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Na casa de um dos principais fariseus, Jesus estava à mesa e pregava sobre a necessidade da humildade e da caridade; e eis que um dos convivas exclamou: "Bem-aventurado o que participar do banquete no reino de Deus". E Jesus respondeu com a parábola da Grande Ceia.

"Um homem fez uma grande ceia e convidou muitos". Aqui na terra Deus preparou um grande banquete: o da Religião Católica que nos alimenta com a Fé, com a Palavra da Verdade e com a Eucaristia; no Céu será o banquete eterno em que seremos plenamente saciados, porque veremos a Deus como é em si mesmo. Na verdade, podemos dizer que o festim é um só: o Reino do Céu ou da Glória, reino este que é preparado aqui na terra pela Igreja que Jesus fundou, que nos concede a Graça, gérmen da  Glória.

 Aqui na terra  e depois no Céu este festim é chamado GRANDE, pois diante dele, todos os festins dos reis não são nada. Este festim é grande, outrossim, pelo número dos convidados, a saber, todos os homens; porque Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. A mesa eucarística é tão grande que nos é dado como alimento o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus-Homem. Grande também pela liberalidade sem limites d'Aquele que o oferece, isto é, Deus, o rico por excelência, a quem pertencem tudo o que existe; grande pelo preço e abundância das iguarias que aí são servidas. Aqui na terra, são os méritos de Jesus Cristo, seu Corpo e seu Sangue; no Céu, é a vista e posse de Deus mesmo. Podemos resumir: aqui na terra é o festim da graça; no Céu é o da glória e ambos são um só e grande Banquete. Em outra parábola,o do Banquete das Bodas, Jesus Cristo mostra que quem não se apresentar com a veste nupcial da graça, não poderá participar do banquete celestial da glória, mas será lançado nas trevas exteriores, onde haverá chora e ranger de dentes (Cf. S. Mateus XXII, 11 e 12).

Deus fez vários apelos desde o início do mundo relativamente a este festim. O primeiro convite foi endereçado a universalidade dos homens na pessoa de Adão e de seus primeiros descendentes. Advertidos sobre a vinda futura do Redentor, eles foram convidados a se nutrirem de antemão das suas graças e a se apropriarem de seus méritos pela fé. Esta vocação foi várias vezes renovada pelos patriarcas, pelos profetas, seja em relação aos judeus, seja em relação a alguns povos pagãos, vizinhos da Judéia; e  até podemos dizer que, pelo menos qual eco enfraquecido, este convite chegou a todos os povos então conhecidos.

"À hora da ceia, mandou o Pai de família um seu servo dizer aos convidados: Vinde, porque tudo está preparado".  O servidor, ou seja, Jesus Cristo, igual a seu Pai, Deus como Ele, mas Seu servidor enquanto homem: "Eu sou teu servo e filho de tua escrava" (Salmo CXV, 16). Depois de Jesus Cristo, os apóstolos, os bispos, os padres, receberam igualmente d'Ele a missão que Ele mesmo havia recebido de Seu Pai, missão esta de chamar os povos para o Banquete terrestre e através dele, ao Festim Celeste. A hora da grande Ceia havia sido adrede fixada nos desígnios da sabedoria e da misericórdia divinas. Depois de quatro mil anos de preparação Deus declara que tudo está pronto, que a mesa está posta. O Verbo Eterno desceu e se revestiu de carne; Ele se oferece como Hóstia a Deus, seu Pai. O fogo da tribulação queimou a Vítima e a mesa mística da cruz recebeu-A. Tudo está preparado. Vem Nação escolhida; vinde povos, vinde tomar parte no Festim!

Os Judeus, o povo escolhido, os primeiros convidados infelizmente não corresponderam a este convite misericordioso. 

"E todos, à uma começaram a escusar-se. O primeiro disse-lhe: Comprei um campo, é-me necessário ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado. Disse também outro: Casei-me por isso não posso ir. E voltando o servo, referiu estas coisas ao seu senhor".

Caríssimos, por que esta recusa dos convidados? A causa não é tanto o menosprezo do banquete mas as três terríveis paixões às quais a humanidade está presa: a concupiscência dos olhos, o orgulho da vida ou ambição; e a concupiscência da carne, "uxorem duxi" = tomei mulher, casei-me. A sensualidade torna a pessoa tão grosseira que nem desculpas pede. Estas três paixões, orgulho, avareza e luxúria, prendem suas vítimas à terra, são espinhos que sufocam a palavra de Deus e  impedem as pessoas de olhar para o Céu, lá onde está preparado o Festim Eterno. Na verdade, estas razões aduzidas parecem suficientes para os convidados indignos, mas diante de Deus não, pois Jesus disse: "Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus..."

Diante desta indigna e mesquinha recusa, o pai de família, irritado, embora misericordioso também, diz ao seu servo, isto é, aos apóstolos, à Igreja: "Vai já pelas praças e pelas ruas da cidade; traze aqui os pobres, aleijados, cegos e coxos". SAÍ, saí do meio desta nação judia, endurecida e rebelde, desta nação carnal e unicamente preocupada com os bens da terra. Ide para os gentios, pela praças públicas, onde gastam inutilmente suas vidas na agitação da política, nas vãs procuras de uma curiosidade pueril; ide pela ruas de suas barulhentas cidades, nestas ruas populosas que eles percorrem incessantemente mas sem finalidade séria; pois, correm atrás de quimeras, após uma vã dominação, após o brilho enganador e caduco da glória, após os bens efêmeros que o vento do tempo leva. Chamai os pobres, isto é, as almas vazias dos tesouros da graça; os aleijados, isto é, os que não sabem ou não podem se mover e agir pelo bem; os cegos, ou seja, aqueles que não podem conhecer a verdade; os coxos que não podem trilhar o caminho do céu. E a todos estes que forem dóceis ao convite divino, Jesus lhes dará a força, a saúde e a vida!

"Disse o servo: Senhor, está feito como mandaste e ainda há lugar. Disse o senhor ao servo: Vai pelos caminhos e ao longo dos cercados; força-os a vir, para que se encha a minha casa". Realmente sempre haverá lugar nas entranhas da misericórdia de Deus; Ele tem aí  um lugar infinito, um lugar no seio da Igreja e um lugar no Céu.  O coração do Pai de família não estará satisfeito enquanto houver algum lugar vazio; só estará contente quando vir ocupados todos os tronos preparados por Ele para seus escolhidos. "Ide, portanto, diz o Mestre ao servidor, ide pelos caminhos e ao longo dos cercados; força-os a vir, para que se encha a minha casa. Porque eu vos digo que nenhum daqueles que foram convidados provará a minha ceia". Jesus quer que a voz dos seus ministros seja ouvida até os confins do universo. E Ele não se contenta só em convidar; manda que, de algum modo, forcem a entrar; ou antes o próprio Deus haverá de forçar a entrar aqueles que Ele quer ver assentados a sua mesa. Como geralmente Deus força? Pelas tribulações, pelas doenças, às vezes dolorosas, mostrando-lhes o nada e a instabilidade das coisas humanas. Assim Deus os lança em seus braços. Os ministros de Jesus, principalmente os missionários devem pregar com intrepidez, pregar sempre, atravessar os mares e transpor as montanhas. Os servidores de Deus, de alguma maneira, devem forçar pela persuasão da palavra de Deus, pela insistência e sobretudo atraindo as almas pelo bom odor de Jesus Cristo, isto é, pelo bom exemplo, pela santidade de vida.  

"Eu vos digo que nenhum daqueles que foram convidados provará a minha ceia. Eu os convidei, dirá o supremo Juiz, e eles recusaram meu convite; eles tornaram-se indignos do banquete da graça, e não terão parte no festim da glória. Permanecerão fora da sala do banquete, tomados de uma fome devoradora, excluídos da visão divina, única capaz de satisfazer seus desejos e de corresponder à sua insaciável necessidade de felicidade.

Estando no domingo após a festa do Santíssimo Sacramento, não podemos deixar de fazer uma menção especial ao Banquete Eucarístico. Para este festim Jesus oferece como iguaria o seu Corpo como alimento e seu Sangue como bebida. E a liberalidade divina os oferece aos povos até o fim dos tempos. No entanto, quantos  recusam este convite! A Igreja, em nome de Deus, de quem é aqui na terra a esposa e a mandatária, reitera cada ano este convite e endereça-o aos fiéis pela voz dos pastores em todos os templos do universo. Jesus dissera: "Quem não comer a minha carne e não beber o meu sangue não terá a vida eterna", ou seja, quem recusar o convite não gozará do festim supremo.

Obedeçamos, portanto, caríssimos irmãos, aos ternos e prementes convites do Salvador. Aqui na terra participemos com as devidas disposições da mesa eucarística, afim de podermos lá no Céu, assentarmos à mesa do banquete da felicidade e da glória. Amém!