TOLERÂNCIA E MAL MENOR
No próximo dia 28 de abril, ocorrerão importantes eleições na Espanha e, devido às grandes repercussões na vida de todos os cidadãos e às graves consequências para toda a sociedade, a pedido de amigos espanhóis, escrevi umas ponderações, dando-lhes algumas pistas para que saibam se posicionar e escolher os melhores candidatos ou, se esses não existem ou não são viáveis, os menos maus entre os que são viáveis, os que possam fazer menos mal à sociedade. Como muitas vezes nós também nos encontramos nas mesmas situações, não só em eleições, mas em diversas ocasiões, trago citações de autoridades competentes e respeitáveis sobre a doutrina da tolerância e a possibilidade de se escolher um mal menor.
Recordo que “tolerância” vem do latim tolerare, suportar algo pesado, negativo ou mal, com o qual não concordamos, aturar. “A tolerância só existe com relação ao mal” (Santo Agostinho). Mal que não aprovamos, mas suportamos, em vista de um bem maior. “Dizemos que são toleradas as coisas que admitimos sem resistência, enquanto não podemos ou não devemos por graves razões proibir ou retirar, ainda que em nosso julgamento não possam ser aprovadas” (Cardeal Ottaviani). Tolerância é “a permissão negativa de um mal” (F. Cappello). Permissão negativa, por oposição à autorização positiva, ou seja, a que supõe uma aprovação. É assim que Deus tolera o mal.
“... não se opõe a Igreja, entretanto, à tolerância por parte dos poderes públicos de algumas situações contrárias à verdade e à justiça para evitar um mal maior ou para adquirir ou conservar um maior bem. Deus mesmo, em sua providência, mesmo sendo infinitamente bom e todo-poderoso, permite, entretanto, a existência de alguns males no mundo, em parte para que não se impeçam maiores bens e em parte para que não se sigam maiores males (Santo Agostinho)” (Papa Leão XIII, Encíclica Libertas, 23).
“Votar é um dever. É compreensível que alguns se sintam inclinados a abster-se de emitir seu voto, quando comprovam que nenhum partido oferece o programa que eles desejariam. Embora nenhuma das ofertas políticas seja também plenamente conforme com o ideal evangélico, nem sequer com o ideal racional de uma ordem social plenamente justa, no entanto, umas o são mais e outras o são menos. É necessário fazer um esforço e optar pelo bem possível” (Conferência Episcopal Espanhola - Nota para as eleições de 2004).
“Deus, embora seja onipotente e sumamente bom, permite que sucedam males no universo, podendo impedi-los, para que não sejam impedidos maiores bens ou para evitar males piores. De igual maneira, os que governam, na gestão humana, corretamente toleram alguns males para que não sejam impedidos outros bens ou para evitar males maiores” (Santo Tomás).
Em situações difíceis e perplexas, quando não se tem outra opção, escolher algo menos mal, para que seja excluído o pior, tem razão de bem. A intenção é em direção ao bem, o bem possível, e em evitar maiores males para a sociedade.
Recordo que “tolerância” vem do latim tolerare, suportar algo pesado, negativo ou mal, com o qual não concordamos, aturar. “A tolerância só existe com relação ao mal” (Santo Agostinho). Mal que não aprovamos, mas suportamos, em vista de um bem maior. “Dizemos que são toleradas as coisas que admitimos sem resistência, enquanto não podemos ou não devemos por graves razões proibir ou retirar, ainda que em nosso julgamento não possam ser aprovadas” (Cardeal Ottaviani). Tolerância é “a permissão negativa de um mal” (F. Cappello). Permissão negativa, por oposição à autorização positiva, ou seja, a que supõe uma aprovação. É assim que Deus tolera o mal.
“... não se opõe a Igreja, entretanto, à tolerância por parte dos poderes públicos de algumas situações contrárias à verdade e à justiça para evitar um mal maior ou para adquirir ou conservar um maior bem. Deus mesmo, em sua providência, mesmo sendo infinitamente bom e todo-poderoso, permite, entretanto, a existência de alguns males no mundo, em parte para que não se impeçam maiores bens e em parte para que não se sigam maiores males (Santo Agostinho)” (Papa Leão XIII, Encíclica Libertas, 23).
“Votar é um dever. É compreensível que alguns se sintam inclinados a abster-se de emitir seu voto, quando comprovam que nenhum partido oferece o programa que eles desejariam. Embora nenhuma das ofertas políticas seja também plenamente conforme com o ideal evangélico, nem sequer com o ideal racional de uma ordem social plenamente justa, no entanto, umas o são mais e outras o são menos. É necessário fazer um esforço e optar pelo bem possível” (Conferência Episcopal Espanhola - Nota para as eleições de 2004).
“Deus, embora seja onipotente e sumamente bom, permite que sucedam males no universo, podendo impedi-los, para que não sejam impedidos maiores bens ou para evitar males piores. De igual maneira, os que governam, na gestão humana, corretamente toleram alguns males para que não sejam impedidos outros bens ou para evitar males maiores” (Santo Tomás).
Em situações difíceis e perplexas, quando não se tem outra opção, escolher algo menos mal, para que seja excluído o pior, tem razão de bem. A intenção é em direção ao bem, o bem possível, e em evitar maiores males para a sociedade.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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