25 de março
AS LADAINHAS DE SÃO JOSÉ
São Francisco de Sales escrevera para Santa Joana de Chantal uma piedosa ladainha ao Santo Patriarca e recomendava, com instância, esta forma de invocações ao grande santo das mais agradáveis e tocantes.
E, na verdade, como incentiva a nossa devoção repetir os belos títulos de glória e os privilégios do Santo Esposo de Maria. Procuremos recitá-las sempre com fervor. Ajudam tanto a crescer em nossa alma a devoção a São José! A Santa Igreja a colocou entre as principais ladainhas.
É um meio poderoso para aumentar nossa devoção ao Santo Patriarca, recitar todos os dias, sendo possível (pelo menos todas as quartas-feiras), a fórmula tão bela dos seus louvores. Nas aflições, nos perigos, nas horas em que tivermos necessidade de uma proteção especial de São José, recitemos com pausa e reflexão as suas ladainhas. Elas inspiram tanta confiança!
EXEMPLO
São José e a confiança dos pobres
São José é bom ecônomo. Toda instituição ou obra, entregue ao chefe e provedor da Sagrada Família, jamais perece. Poderá sofrer dificuldades, mas a confiança no querido patrono a salva de todo perigo.
Uma Congregação religiosa , as Pequenas Irmãzinhas dos Pobres nomeou São José seu provedor de todas as casas.
Estabeleceram um Asilo de mendigos e velhos. Um dia, a Irmã da despensa notou que a manteiga já não existia mais nos potes. E lá prefeririam passar sem pão que sem manteiga. Os velhinhos ficaram desolados. Haviam pedido tanto a São José que nada lhe deixasse faltar no Asilo, principalmente a manteiga. A boa Madre Superiora, alma simples e caridosa, não perdeu a confiança. Ao ver que nem o dinheiro nem a manteiga apareciam, imaginou um expediente devoto, para tocar o coração de São José. Mandou que alguns velhos trouxessem da capela a imagem de São José e a transportassem em procissão, entre velas acesas, até à despensa. Lá, colocam a imagem entre os potes de manteiga vazios e acendem duas velas. "Pois, diziam eles, São José não volta para a capela enquanto não nos socorrer!" E puseram-se a rezar, em turmas sucessivas, ante aquele altar improvisado e original. Chega a noite e... os potes vazios! Alguns velhos, de vez em quando, olhavam curiosos para dentro dos potes e sacudiam a cabeça, desolados: "Nada! Nada! São José não mandou até agora a manteiga!" Julgavam que, por milagre, os potes se haviam de encher sozinhos. À noite, foram se deitar sem manteiga. No dia seguinte, logo pela madrugada, acendem de novo as velas e recomeçam as orações e a guarda de São José, entre os potes vazios. Mal se abriram, de manhã, as portas do Asilo e um capitalista da cidade se apresenta à Madre Superiora, dizendo:
- Madre, aqui venho pela primeira vez. Não conheço o Asilo e sou obrigado hoje a visitá-lo.
- Obrigado?! pergunta a religiosa algo surpreendida.
- Sim. Durante esta noite toda sonhei com esta casa, com os velhos, e alguém me repetia: "É preciso visitar o Asilo! Depressa, visita o Asilo!" E nisto passei toda a noite em sonhos que me importunaram. Levantei-me e aqui estou. Permita-me um visita ao estabelecimento.
A Superiora leva-o à capela, aos salões, dormitórios e demais dependências. Chegam à despensa. Lá estavam os velhos, em oração, diante de São José e dos potes vazios.
- Que é isto, Madre Superiora?
- Os velhinhos imploram a São José um pouco de manteiga para os potes vazios. Desde ontem rezam sempre.
O capitalista riu-se e depois exclamou, algo impressionado:
- Agora compreendo por que sonhei tanto esta noite e por que me diziam: "É preciso visitar o Asilo!" São José me trouxe aqui. Pois mandem encher os potes de boa manteiga e pagarei as despesas. Não deixem faltar manteiga para os velhos.
Os velhinhos, felizes, e as boas irmãs, de joelhos, agradeceram o favor a São José.
- Agora você pode voltar para a capela! Muito agradecido, meu São José! murmurou um dos velhos, ingenuamente.
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