16 de março
SÃO JOSÉ E A FAMÍLIA
O Verbo Encarnado quis viver no seio de uma família para dar exemplo e regenerar a família humana. Um Pai, São José; Mãe, a Virgem Maria, e um Filho - o próprio Filho do Eterno Pai, Deus Humanado - Jesus Cristo!
E Jesus, que pregou durante três anos apenas, quis permanecer oculto, obediente na vida de família trinta anos completos! Deus quis dar ao gênero humano um só tronco, uma só origem comum para a propagação da espécie humana. Quis também um tronco único para a propagação da graça restauradora. A família do paraíso pecou e trouxe a ruína do gênero humano. A família santa de Nazaré trouxe a salvação e a graça ao mundo. Que glória a do Santo Patriarca! Chefe da Sagrada Família! No seio desta família a mais singular, inefável e santa da terra, foi O Santo Patriarca o Chefe obedecido e amado. E o céu lhe reconhece o direito sagrado de Chefe. Pois, a ele se dirige o anjo para revelar o segredo do mistério da Encarnação e que não teme receber Maria como esposa; à ele fala o anjo da perseguição de Herodes e ordena a fuga para o Egito. Assim o próprio Deus trata a José sempre como Chefe da Família Sagrada. Jesus lhe foi sempre obediente, embora São José fosse Pai Adotivo.
EXEMPLO
A imagem de São José
Dois pedreiros se entregavam ao duro trabalho de abrir os alicerces de uma nova casa entre as ruínas de velho edifício, cujos entulhos afastavam.
De repente um deles encontra, em meio de um entulho de pedras e madeiras, uma bela imagem de São José.
- Então você achou aí um santo? Vai ficar devoto e carola, companheiro? diz o amigo, a zombar.
E propôs se quebrasse a imagem e a enterrassem ali mesmo.
- Não, isso não faço! Vou guardá-la. Eu não sou devoto. De há muito nem piso mesmo na igreja. Entretanto, respeito as coisas de Deus. Quebrar esta imagem me parece que há de atrair muita desgraça sobre nós. Não acha?
- Pode ser... então você levará o santo!
Passaram-se alguns anos. O velho pedreiro caiu gravemente enfermo. Lá estava em sua casa de pobre, em uma mesinha tosca, a imagem de São José, sempre com flores. Uma netinha de treze anos, menina piedosa e aluna do catecismo paroquial, ao ver o estado gravíssimo do avô, ousou falar-lhe:
- Vovô, não quer o senhor, a visita do nosso padre da paróquia?
- Não, minha filhinha, eu não estou para morrer...
Diversas vezes o mesmo pedido da netinha e a mesma resposta: - Não estou para morrer... Não quero o padre...
A menina se pôs a rezar a São José com fervor. Desejava tanto a conversão do avô! Numa das noites de insônia e de terríveis sofrimentos, o velho pedreiro recordou a cena do encontro da velha imagem de São José. E passou a noite a pensar naquilo. Pela manhã chamou a netinha:
- Maria, eu quero... a minha imagem de São José... Quero falar com meu São José.
A menina chorou: Coitadinho do vovô! Já está delirando!...
Trouxe-lhe a estátua. O velho a contemplou durante algum tempo em silêncio. Examinou-a e São José lhe parecia tão belo, radiante, e o comovia profundamente. Chorou muito. Sentia-se abalado nas profundezas da alma.
- Minha netinha, eu quero um padre...
- Quer falar ao nosso padre, não é, vovô?
- Falar só?! Não, minha filhinha, quero confessar-me.
A pequena saiu como flecha rumo à casa paroquial. Dentro em breve lá estava o bom pároco, e o velho pedreiro se confessou, banhado em lágrimas. Recebeu a Extrema Unção e o Viático. Depois mandou chamar os filhos e netos e os antigos companheiros, e lhes disse comovido, ofegante e entre lágrimas:
- Não façam vocês como eu! Vão à missa cada domingo e cumpram os deveres religiosos; sejam fiéis à religião. E se vocês algum dia encontrarem alguma imagem de São José, não a quebrem! Guardem bem a imagem de São José. Ela lhes há de trazer felicidade. Desde que encontrei meu São José, fui sempre feliz!
E pouco tempo depois expirou abraçado à imagem de São José.
Nenhum comentário:
Postar um comentário