7 março
SÃO JOSÉ NO TEMPLO
As circunstâncias da Apresentação no Templo nos mostram, naquelas cenas tocantes, como estaria a alma de São José. Inundada de consolações e transpassada de dor. Foi um mistério de alegria e de dor. Simeão toma nos braços o Menino e vê realizado o que desejou ardentemente ver: a Redenção de Israel. É a imagem do Sacerdote da Nova Lei. O primeiro Ministro do Altar que recebe nas mãos o Filho de Maria. Depois da bênção, do cântico de alegria, a profecia dolorosa: Este Menino será ruína e ressurreição de muitos em Israel, será alvo de contradição e uma espada de dor há de atravessar a tua alma.
Não se pode compreender a dolorosa e profunda impressão causada na alma de São José ao contemplar sua Castíssima Esposa naquela hora. Parecia já contemplar o quadro horroroso do Calvário, ver o Sangue de Jesus e as lágrimas de Maria. É certo que compreendeu toda a profecia e a via cumprida desde então. A presença tão amável do Menino Jesus, o doce convívio de Maria ainda tornavam mais amarga a lembrança do que se havia de cumprir. Toda a vida de José, desde aquela hora, foi um misto de felicidade e amargura. A paz e o encanto da Sagrada Família não se podem imaginar e nunca houve maiores na terra. Porém, conhecer o futuro de sua Esposa ao pé da cruz e saber que os encantos adoráveis do seu Filho Adotivo seriam transformados como um verme dilacerado pelos açoites e coberto de chagas numa cruz no Calvário! "Estou como um verme e não homem", dissera o Profeta de Jesus. José tinha diante de si este quadro ao ter nos braços seu Filho querido, e ao contemplar Maria, via-a transpassada pela espada cruel.
Assim, o Santo Patriarca é nosso Protetor seguro nas aflições desta vida terrena.
EXEMPLO
São José salva uma agonizante
Uma jovem de 27 anos cai enferma, em estado grave, com uma tuberculose que a levava à sepultura, consumindo-a dia a dia. Recebera outrora, esta moça boa educação religiosa, e até à idade de 18 anos fora bem fiel à prática dos sacramentos. Depois, as más leituras e más companhias a arrastaram a uma vida mundana e perdera a fé. No estado lastimoso em que se achava, rejeitava todo conforto espiritual. O mal fazia-lhe rápido progresso no organismo. Estava às portas da morte.
Alguém lhe falou em sacramentos.
- Não e não! É inútil falar-me nisso. Não tenho fé, não me confesso, e se Deus existe, há de ter misericórdia de mim!
Algumas pessoas amigas e os parentes da infeliz tuberculosa lembraram-se do poder de São José, e começaram, todos, uma novena ao Patrono dos agonizantes.
No segundo dia da novena falaram à doente se desejava a visita de um sacerdote.
- Não me falem em padre! Deixem-me sossegada. Não tenho fé! Retirem-se! replica, toda indignada.
A novena continua e a enferma parecia ainda mais obstinada que antes. Uma jovem piedosa, da família, exclama:
- É inútil! São José, desta vez, não nos quer ouvir, Ela morre sem sacramentos!
- Não fales assim, diz uma amiga; é falta de confiança. Pois já que entregamos a São José esta pobre alma, fiquemos tranquilas. Prometi ao santo uma novena de ação de graças e tenha certeza que ele me ouvirá!
Quarto, quinto, sexto dia da novena. A doente sempre pior de corpo e de alma.
No sexto dia a enfermeira não se conteve. Foi à capela queixar-se a São José: Ó meu santo protetor, por que ficar surdo a tanta oração? A doente agoniza e está cada vez pior. Como dizem que quem recorre a São José sempre é atendido! Como Santa Teresa nos garante o poder e a eficácia da proteção vossa, meu grande santo, em todas as aflições? Pois não se trata de uma alma?
E as lágrimas lhe corriam pela face, numa queixa dolorosa.
Não havia terminado a queixa, quando a enferma chama-a e lhe diz, ofegante: "Sinto-me muito mal, muito mesmo... Mande chamar o padre..."
Veio logo o sacerdote. Confessou-se com grandes sinais de dor e recebeu piedosamente o Viático. Sentia voltar em sua pobre alma toda aquela vida de outrora. Expirou resignada e contente, a invocar os nomes de Jesus, Maria e José.
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