19 de março
FESTA DE SÃO JOSÉ
O dia da morte do justo é chamado pela Igreja "dies natalis", dia do nascimento. Sim, porque verdadeiramente se começa a viver quando se deixa o exílio, que é esta vida semeada de tristezas e perigos.
José foi o Justo, como o chama o próprio Espírito Santo. Teve a morte preciosa dos santos. Diz a Escritura: "É preciosa diante do Senhor a morte dos seus santos". Como o não será a do maior dos santos, depois de Maria Virgem. José, como vimos ontem, morreu nos braços de Jesus e Maria. Ali começa a glória do Santo Patriarca. E esta morte bem-aventurada nos lembra a festa de 19 de março.
A Liturgia destas solenidades é eloquente e bela. A oração fala do poder intercessor do grande Patriarca: Senhor, nós Vos suplicamos, permiti que sejamos auxiliados pelos méritos do Esposo da vossa Santíssima Mãe, a fim de que aquelas graças que não temos a possibilidade de obter por causa da nossa fraqueza, as alcancemos por sua intercessão.
É a súplica fervorosa ao poder de São José. E no dia em que o Santo Patriarca é invocado no triunfo da sua morte bendita e gloriosa, procuremos honrá-lo com toda sorte de homenagens e obséquios piedosos. Festejemos com entusiasmo e devoção o dia de São José. É uma festa que não nos pode encontrar indiferentes e frios. E é certo que muitas graças, milagres e prodígios tem feito São José no dia 19 de março. A festa do Patriarca fora estabelecida para honrarmos o poder e a glória do Santo Patriarca como Protetor especial da Santa Igreja, de todas as classes sociais e de toda a cristandade, enfim. A oração fala-nos desta missão sublime de São José: "Ó Deus, que por uma providência inefável Vos dignastes escolher o Bem-aventurado José para Esposo de vossa Santíssima Mãe, concedei-nos, vos imploramos, que, venerando-o como nosso Protetor na terra, mereçamos alcançar a sua intercessão no céu".
Afinal, a alma verdadeiramente devota de São José o acompanha, através do Ano Litúrgico, em todas as solenidades em que se comemoram os mistérios admiráveis de nossa Redenção e em que encontramos, unidos, Jesus, Maria e José.
EXEMPLO
São José tarda mas não falha
Conta um missionário redentorista, o Padre H, Santrain, autor de um belo livro - "O Glorioso São José" - o fato seguinte: Corria o ano de 1862, quando pregava um dia sobre São José, na missão de uma cidade. Logo após o sermão, veio me procurar uma viúva, muito queixosa e amargurada por um seu filho de vinte e cinco anos dar-se à ociosidade e ao vício. Havia feito uma novena fervorosa a São José, a fim de obter uma boa colocação já em vista para o moço. Para melhor obter a graça, deixou a tibieza em que vivia; resolveu confessar-se e comungar. o que já não fazia há vários anos, e preparou-se fervorosamente para a festa de 19 de março. Três dias depois da festa voltou ao missionário, verdadeiramente desolada e aflita.
- Ó meu padre, V. Revma. pode pregar quanto quiser e a quem quiser que São José não recusa favor alguma a quem lho suplica, tanto no temporal como no espiritual. Quanto a mim, sou uma desiludida de São José. Pedi com tanta confiança, e mil vezes, a graça da colocação de meu filho. Nunca rezei e fiz tanto na piedade e com tamanha confiança... ai! e São José me faz esta! Não rezo mais a São José! Não, mil vezes, não! São José não me atende!...
- Então, minha filha, que aconteceu?
- Meu filho ia ser colocado no emprego que tanto desejei e pedi para ele. tudo já estava preparado. E, na hora, rejeita, abandona, continua no vício, na vadiação e, ainda pior do que antes!
A pobre mãe soluçava:
- Ai! meu São José! Não quisestes me ouvir. Todo mundo recorre a São José e alcança o que pede. Só eu não sou atendida. Não creio no poder de São José para comigo!...
O missionário calou-se um instante; depois, com energia, replicou:
- Não seja ingrata nem fale assim, como insensata, minha senhora! Pois não vê que São José atendeu o pedido? Não conseguiu o emprego? Então, só porque seu filho recusa a graça, tem a culpa São José? Cale-se, peça perdão a São José e volte a lhe pedir humildemente a conversão do rapaz.
A pobre mãe caiu em si, humilhou-se e voltou a rezar de novo ao Santo Patriarca. E na semana seguinte, antes do final das pregações, veio alegre dar a boa nova:
- Meu bom padre, perdoe-me a queixa insensata que fiz de São José! Meu filho se converteu; foi ele mesmo procurar o emprego e ainda, felizmente, o achou. Trabalha contente, é outro rapaz. Bendito seja meu São José! Hoje somos felizes, eu e meu filho, graças à proteção de São José!...
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