9 de março
É OPINIÃO ATÉ DE SANTOS: SÃO JOSÉ TERIA SIDO SANTIFICADO NO SEIO MATERNO.
Esta prerrogativa, isto é, ser preservado do pecado original antes de nascer, foi possuída pelo Profeta Jeremias e São João Batista. Daquele se lê na Sagrada Escritura: "Antes de saíres do seio de tua mãe, eu te santifiquei" (Jeremias, I, 5). E de São João Batista diz o Evangelho: "Será cheio do Espirito Santo desde o seio de sua mãe" (São Lucas, I, 15).
Ora, José, maior que João Batista pela união com Cristo e incontestavelmente mais santo e maior que Jeremias, não teria o privilégio da santificação no seio materno? Santo Afonso Maria de Ligório aceita e defende esta opinião que, aliás foi defendida pela primeira vez por Gerson, o sábio chanceler da Universidade de Paris. Ele apresentou esta tese ante a venerável assembleia do Concílio de Constança.
O Cardeal Lepicier diz que: José nunca manchou a sua alma com a mais leve sombra de pecado em toda a sua vida mortal. Assim o exigiam o lugar que ocupou na Sagrada Família e enfim as ligações mais estreitas com Deus e com a Mãe de Deus. Portanto, segundo a opinião de muitos santos e teólogos, São José teria sido confirmado em graça, pela missão sublime que recebeu de Deus.
EXEMPLO
Milagre de confiança em São José
Um noviço da Companhia de Jesus, cheio de esperança pela sua piedade e inteligência, via-se atacado de tuberculose. A moléstia fez rápido progresso. Magro, pálido, reduzido a extrema fraqueza, estava para deixar o noviciado e voltar para o seio da família. A decisão do médico o abalou até nas profundezas da alma. Pediu ao Superior apenas que o deixasse ficar em religião mais uns dias.
- Quero fazer uma novena a São José. Sei que não há para mim remédio algum e nenhuma esperança na terra. Todavia, diz-me o coração que São José dará remédio a tudo. Quero só ficar aqui mais o tempo de uma novena. Meu padre, conceda-me esta graça por amor de São José!
O Superior, comovido até às lágrimas, o consentiu e fez mais: pôs toda a comunidade em orações a São José durante a novena, naquela mesma intenção. O enfermo estava tão convencido de que obteria a graça da cura, que começa a escrever um panegírico a São José durante a novena, para ser recitado no refeitório do Noviciado na festa do Patrocínio.
E, no entanto, as forças lhe iam faltando e a febre sempre mais alta. A laringe afetada pelo mal, com a característica rouquidão, tornava-lhe a voz quase sumida.
Na véspera da festa de São José, levanta-se cambaleante e vai à procura do Padre Superior:
- Quero pregar, amanhã, meu panegírico a São José!
- Não é possível, meu filho! Seria um absurdo!
- Permita-me, Sr. Padre Superior, a experiência, custe-me o que custar. Tenho aqui comigo uma convicção, uma certeza de que terei forças para fazer e serei feliz.
A custo obteve a licença. Sobe ao púlpito com surpresa geral da comunidade, compadecida de o ver assim ofegante, pálido e febril. As primeiras palavras do orador não são quase percebidas, tal a rouquidão e a tosse que o perturbam. Depois, a voz se torna mais clara, inteligível e mais sonora. E, enfim, era a pregação eloquente, piedosa, edificante, a ponto de comover todo o auditório entusiasmado. A graça estava alcançada.
São José fez o prodígio. O noviço repentinamente sentiu-se curado e um vigor novo lhe passa por todo corpo. Desce do púlpito tão forte e sadio como antes da enfermidade, e puderam todos celebrar com santo delírio de entusiasmo, naquele ano, a festa do Patrocínio de São José.
Este moço, ordenado mais tarde sacerdote, foi enviado às Missões de Madagascar, e só veio a falecer depois de longos anos de rudes trabalhos missionários num péssimo clima. Cheio de méritos, partiu para a eternidade após uma heroica vida nas Missões.
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