LEITURA ESPIRITUAL - Dia 16 de outubro
"29. Certamente, nem a todos é dada a possibilidade,
nem todos têm a obrigação de fazer o mesmo; mas cada um é obrigado, segundo o
seu poder, a mortificar a sua vida e os seus costumes. Exige-o a justiça
divina, à qual é dada estrita satisfação das culpas cometidas; e é preferível
dar essa satisfação enquanto se está em vida, com penitências voluntárias,
porque assim também se tem o mérito da virtude. Além disto, já que nós todos
estamos unidos e vivemos no corpo místico de Cristo, que é a Igreja, daí se segue,
consoante S. Paulo, que, tal como os gozos, assim também as dores de um membro
são comuns a todos os outros membros: quer dizer que os irmãos cristãos devem
vir voluntariamente em auxílio dos outros irmãos nas suas enfermidades
espirituais ou corporais, e, na medida em que estiver em seu poder, cuidar da
cura deles; "os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros; e, se
um membro sofre, sofrem com ele todos os membros; ou, se tem glória um membro,
todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois corpo de Cristo, e
particularmente sois membros deste" (1 Cor. 12, 25-27). Nesta prova que a
caridade nos pede, de expiarmos as culpas de outrem, a exemplo de Jesus Cristo,
que com imenso amor deu a sua vida para redimir todos do pecado, está este
grande vínculo de perfeição que une estreitamente os fiéis entre si, com os
Santos e com Deus.
30. Em suma, o espírito da santa mortificação é tão vário,
industrioso e extenso, que qualquer um
- desde que animado de piedade e
de boa vontade - pode praticá-lo com muita freqüência e sem
esforço excessivo.
31. [...] Oh! como será belo e vantajoso o espetáculo de
milhões de fiéis que, em todo o orbe católico
- nas cidades, nas aldeias, nos
campos, em terra e no mar, - fundindo juntos seus louvores e as suas
preces, os seus pensamentos e as suas vozes, saudarem a todas as horas do dia
Maria, invocarem Maria, e tudo esperarem de Maria! Roguem-lhe todos, com
confiança, queira Ela obter de seu Filho que a nações transviadas voltem às
instituições e aos princípios cristãos, nos quais assenta a base do bem-estar
público, e da qual jorram os benefícios da desejada paz e da verdadeira
felicidade. Porém ainda mais insistentemente lhe peçam aquilo que deve estar no
ápice dos desejos de todos os bons, ou seja a liberdade da Igreja e a pacífica
posse dessa liberdade, de que ela não se serve senão para proporcionar aos
homens o bem supremo. Desta liberdade, nem indivíduos nem Estados sofreram jamais
dano algum; antes, dela hauriram sempre inúmeros e inestimáveis
benefícios".
(Encíclica "OCTOBRI MENSE" de Leão XIII).
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