LEITURA
ESPIRITUAL - Dia 26 de outubro
Passamos agora a transcrever alguns textos da Encíclica
"JUCUNDA SEMPER" também escrita por Leão XIII, em 8/9/1894.
"4. O nosso suplicante recurso ao patrocínio de Maria
funda-se no seu ofício de Mediadora da graça divina; ofício que ela -
agradabilíssima a Deus pela sua dignidade e pelos seus méritos e de
longe superior em poder a todos os Santos
- continuamente exerce por nós
junto ao trono do Altíssimo. Ora, este seu ofício talvez por nenhum outro
gênero de oração seja tão vivamente expresso como pelo Rosário, onde a parte
tida pela Virgem na Redenção dos homens é posta tão em evidência que parece
desenrolar-se agora ante o nosso olhar; e isto traz um singular proveito à piedade,
seja na sucessiva contemplação dos sagrados mistérios, seja na recitação
repetida das preces.
Nos mistérios gozosos
5. Primeiramente se nos apresentam os mistérios gozosos. O
Filho eterno de Deus abaixa-se até aos homens, feito Ele próprio homem; mas com
o assentimento de Maria, "que concebe do Espírito Santo". Daí ser
João, por uma graça especial "santificado" no seio materno e
enriquecido de escolhidos dons "para preparar os caminhos do Senhor".
Mas isto sucede em seguida à saudação de Maria, que, por divina inspiração, vai
visitar sua parenta. Finalmente vem à luz o Cristo, "o esperado das
nações", e vem à luz do seio da Virgem. Os pastores e os Magos, primícias
da fé, dirigem-se com ânsia pressurosos ao seu berço, e "acham o Menino com
Maria sua Mãe". Depois Ele quer ser levado em pessoa ao templo para se
oferecer publicamente em holocausto a Deus Pai. Mas é por obra da Mãe que ali
"é apresentado ao Senhor". É sempre ela que, na misteriosa perda do
Filho, o procura com ansiosa solicitude e o reencontra com alegria imensa.
Nos mistérios
dolorosos
6. No mesmo sentido falam os mistérios dolorosos. É verdade
que Maria não está presente no horto de Getsêmani, onde Jesus treme e está
triste até à morte, e no pretório, onde é flagelado, coroado de espinhos,
condenado à morte, Mas já desde tempo ela conhecera e vira claramente todas
estas coisas, Com efeito, quando ela se ofereceu a Deus como escrava, para
depois se tornar sua mãe, e quando no templo se consagrou inteiramente a Ele,
juntamente com o Filho, já desde então, em virtude destes dois fatos, ela se
tornou participante da dolorosa expiação de Cristo, para vantagem do gênero
humano. Não há, pois, dúvida alguma de que, mesmo por tal razão, durante as
cruéis angústias e torturas do Filho ela experimentou no seu coração as mais
agudas dores. Aliás, na sua própria presença e sob seus olhos devia consumar-se
aquele divino sacrifício para o qual, com o próprio leite, ela generosamente criara
a vítima. Isto se contempla no último e mais comovente destes mistérios.
"Estava junto à Cruz de Jesus Maria sua Mãe", a qual, movida por um imenso
amor a nós, para nos ter como seus filhos ofereceu, ela mesma, seu Filho à
justiça divina, e com Ele morreu no seu coração, traspassada pela espada da
dor".
(Encíclica "JUCUNDA SEMPER" de Leão XIII).
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