Os Sacrifícios da Lei Antiga eram imperfeitos. Não podiam satisfazer plenamente a Majestade Divina ultrajada. Pois a ofensa feita a Deus pelo pecado era, sob certo aspecto, infinita; e, para satisfazer por ela exigia-se uma vítima de merecimento infinito.
Além disso, ao passar dos séculos, os sacrifícios oferecidos pelos judeus perderam o seu valor. Eram ritos externos apenas, aos quais não correspondiam sentimentos internos de adoração, de penitência, de amor. Não agradavam mais a Deus.
Era necessário um sacerdote santo, justo, digno de seu papel e agradável a Deus; era preciso uma vítima pura, imaculada, cujo sacrifício aplacasse a Divindade ofendida.
Logo no momento da queda de Adão, compreendendo a Sua infinita Sabedoria que jamais pelas próprias forças poderia o homem reconciliar-se, DEUS PROMETE A REDENÇÃO.
Para executar este maravilhoso plano de sua Misericórdia e Bondade, a SEGUNDA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE - o FILHO ETERNO DO PAI CELESTE, vem ao mundo, toma uma natureza humana, formada no puríssimo seio de Maria Santíssima, faz-se HOMEM.
Ele é Deus - como o Pai e o Espírito Santo, mas desde o primeiro instante da Encarnação, ficou sendo ao mesmo tempo VERDADEIRO HOMEM. Por essa união numa só PESSOA, a Pessoa do Filho, das DUAS NATUREZAS, a divina e a humana, tornou-se possível ao homem oferecer a Deus um sacrifício aceitável.
A finalidade da Redenção era: reparar a desordem causada pelo pecado de nossos primeiros pais, satisfazer a Justiça Divina irritada pela desobediência do homem, reatar a amizade entre o Céu e a terra.
Semelhante reparação, satisfação e reconciliação realizou Jesus Cristo com o SACRIFÍCIO DA CRUZ - no qual ofereceu-se (oblação) e imolou-se a Si mesmo (imolação), a DEUS, como vítima imaculada, purificando nossas almas com Seu Sangue inocente, a fim de que pudéssemos servir ao Deus vivo.
Jesus Cristo, com seu sacrifício, satisfez por todos os homens, padecendo e morrendo, como homem, e dando, como Deus, um valor infinito a seus padecimentos.
Os antigos holocaustos consumia-os o fogo natural, o HOLOCAUSTO DO CALVÁRIO foi devorado pelo incompreensível AMOR DE DEUS.
"Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho Unigênito" (S. João, 3, 16).
"Cristo nos amou e se entregou a Si mesmo por nós a Deus, como oferenda de suave odor" (Ef. 5, 2).
Eis o que é o SACRIFÍCIO DA CRUZ: holocausto, homenagem de adoração sumamente agradável a Deus; sacrifício expiatório, que redime todos os pecados; sacrifício pacífico que agradece perfeitamente a Deus e nos impetra os seus bens: a graça e a vida eterna. Culto perfeito prestado ao Pai Eterno pelo Sumo Sacerdote do Novo Testamento: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Podemos em resumo assinalar quatro excelências do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo: 1º) Na antiga lei, as vítimas eram animais, oferecidos pelos donos; aqui é um Homem, capaz de vontade livre, que se oferece a si mesmo. 2º) A vítima não é apenas homem, senão HOMEM-DEUS. O derramamento de seu sangue revestirá pois infinito valor. 3º) A vontade do Pai determina todas as circunstâncias do Sacrifício perfeito, como anteriormente fixara o ritual dos sacrifícios figurativos. 4º) Jesus é, a um tempo, SACERDOTE E VÍTIMA. Ele mesmo oferece, Ele mesmo é a vítima oferecida.
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