LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
O supremo Sacrifício do Salvador foi consumado na Cruz. No
Santo Sacrifício do Altar, a imolação de Jesus é renovada, mas sem derramamento
de sangue. A imolação é real, mas a morte de Jesus é mística ou sacramental,
pelo sinal sensível da Consagração separadamente do pão e do vinho. Portanto,
depois da Consagração na Missa, estão no Altar o verdadeiro Corpo e o
verdadeiro Sangue de Jesus. Jesus renova
realmente sua imolação do Calvário, e nós, para participarmos realmente deste
sacrifício, temos que nos unirmos a Jesus na qualidade de vítimas. Devemos
entregarmo-nos como Jesus, ao cumprimento pleno da vontade de Deus. Devemos
estar na atitude profundamente sincera, de dar tudo a Deus, de fazer atos de
desprendimento e de sacrifício, de aceitar os sofrimentos, as tristezas e os
desgostos cotidianos, por amor d'Ele. Isto significa oferecermo-nos a Jesus,
nos unirmos a Ele, ao Sangue de seu Coração com aquelas mesmas disposições que
O animavam na Cruz, com as mesmas disposições que tem no Altar do Santo
Sacrifício da Missa.
Na verdade, quando, com profunda reverência, fé viva, amor
ardente e verdadeira contrição dos nossos pecados, nos unimos a Jesus Cristo,
Pontífice e Vítima do seu sacrifício, quando está vivendo em nós pela graça,
Ele toma em seu Coração todas as nossas intenções e apresenta, por nós a seu
Pai uma adoração perfeita, uma satisfação plena; dá-Lhe dignas ações de graças,
e a sua oração é toda poderosa. Assim, caríssimos, todos estes atos do
Pontífice eterno, que renova no Altar a sua imolação do Calvário, tornam-se
nossos.
Dentro do Cálice está o Sangue de Jesus... aquele mesmo
Sangue que na hora do grande sacrifício do Calvário, foi derramado pela
redenção do mundo. Assim: Sacrifício... Cálice... Sangue... constituem a
trilogia sublime da vida cristã. Todos somos chamados a sacrificar-nos, todos devemos
derramar o sangue, se não o das veias, pelo menos o da alma; mas nem todos
sabem e nem todos recordam que sacrifício e sangue fora do Cálice de Jesus não
têm valor. Quando se chora, quando o coração consuma as suas misteriosas
imolações, quando se arrasta uma cruz, Jesus aproxima-se e estende o seu Cálice
para receber dentro as nossas lágrimas de sangue, as nossas dores, os nossos
sacrifícios, e oferecê-los por nós a seu Pai. É então, que os sofrimentos
cristãos têm junto de Deus um valor expiatório e adquirem um direito à vida
eterna. Desventurados, pois, aqueles que bebem um Cálice que não é sombreado
pelas Oliveiras do Getsêmani, aqueles que, trilhando o caminho dum calvário,
não procuram encontrar-se com Jesus, aqueles que morrem sobre uma cruz que não
é a de Jesus!
Oremos! Ó Cálice do Sangue adorável de Jesus, recolhei as
lágrimas que viemos derramando nas horas já demasiado longas da nossa
peregrinação, os suores da nossa fronte humilhada, os gemidos do nosso coração
cansado, as dores ignoradas do nosso espírito, os sacrifícios ocultos e
esquecidos da nossa vida inteira; purificai tudo com o Sangue do meu Jesus, e
depois desça um Anjo a tomar-te e a levar-te sobre o altar sublime do Céu à
presença do infinita Majestade. E Vós, ó grande e Eterno Deus, aceitai benigno
a oblação da vossa pobre criatura, as sua orações, as suas fadigas, as suas
dores, porque se tornaram um só coisa com a oblação do vosso Filho, Jesus.
Amém!
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