"Efetivamente eu
tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a
glória vindoura, que se manifestará em nós. Pelo que este mundo criado espera
ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. De fato, o mundo criado foi sujeito
à vaidade, não por seu querer, mas pelo daquele que o sujeitou com a esperança
de que também o mundo criado será livre da sujeição à corrupção, para
participar da liberdade gloriosa dos filhos de Deus, Porque sabemos que todas
as criaturas gemem e estão como que com dores de parto até agora. E não só
elas, mas também nós mesmos, que temos as primícias do espírito; também nós
gememos dentre de nós mesmos, esperando a adoção de filhos de Deus, a redenção
do nosso corpo" (Rom. VIII, 18-23).
Ideia geral de todo o
capítulo 8º: S. Paulo estabelece um contraste entre a carne e o espírito na
vida moral. Os que são da carne, gostam das coisas materiais; os que são do
espírito, apreciam o que é espiritual. A prudência da carne é morte, a do
espírito é vida.
Jesus Cristo presente
na alma é quem realiza esta vida segundo o espírito: "Ele está em vós
dando vida ao vosso corpo mortal". "Somos filhos de Deus. Filhos e
herdeiros. Herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, desde que padeçamos com
Ele para sermos glorificados com Ele", prossegue. E depois faz uma
digressão: "Tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não têm
proporção com a glória vindoura, que se manifestará em nós". E nos que
sofrem, o Apóstolo procura excitar a esperança da posse da felicidade no reino
do Pai, de quem somos filhos adotivos. E, afim de nos ajudar em nossa fraqueza,
o Espírito Santo pedirá por nós orando como convém.
"Aos que amam a Deus, tudo contribui para o seu bem; e
são os chamados santos, segundo os desígnios do Eterno". Portanto, quem
ama verdadeiramente a Deus corre a passos de gigante nos caminhos da perfeição.
Este amor é a caridade que é "o vinculo da perfeição.
E São Paulo dá a explicação de tudo isso: "Os que Ele conheceu na sua presciência, predestinou-os para
fazê-los semelhantes à imagem de seu Filho, para que este seja o Primogênito dentre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; e aos que chamou,
também justificou; e aos que justificou também glorificou". Assim, o
esforço em imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo é a maior segurança de conquistar
o Céu. É sinal de predestinação. "Se
Deus é por nós, quem será contra nós? Se Deus não poupou seu próprio Filho e O
entregou por nós, não nos dará com Ele tudo o mais? Quem ousará acusar os
escolhidos de Deus? Se Deus os justifica, quem os condenará". E assim
conclui com toda lógica: "Quem nos
separará da caridade de Cristo? a tribulação, a angústia, a fome, a nudez, o
perigo, a perseguição, a espada?" e prossegue: "Eu estou certo de que
nem a morte, nem a vida, nem os Anjos, nem os Principados, nem as Virtudes, nem as coisas presentes, nem
as futuras, nem a violência, nem a altura, nem a profundidade, nem coisa alguma
poderá separar-nos da caridade de Deus, que está em Jesus Cristo Senhor
Nosso".
Conclusão: Caríssimos, os sofrimentos da vida presente, se
aceitos em união com Jesus Cristo, por amor a Ele, são as moedas para comprarmos
a glória celeste. São Paulo foi arrebatado ao Céu e depois disse: "Nem
olho viu, nem ouvido ouviu, nem entrou no coração do homem, o que Deus preparou
para aqueles que o amam". E aí compreendemos a exclamação do Apóstolo: "Sinto alegria em meus
sofrimentos": é que sabia a glória imensa que o aguardava no Paraíso.
Amém!
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