OS OUTROS QUATRO PEDIDOS
Dizemos: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje". Pedimos nestas palavras: pão, café, carne, peixe, pirão, água, ar, casa, roupa, saúde. Mas Jesus não quis especificar tudo isso no Pai-Nosso. Por isso resumiu tudo numa palavra: "O pão nosso". Em quase todos os países, o pão é a comida principal do povo. Por isso o "pão de cada dia" quer dizer "tudo quanto nos é preciso para o nosso corpo". Quando, por exemplo, um homem tem alguns bens guardados para a velhice, dizemos: "Ele já tem pão para a velhice".
Pedindo o pão de cada dia, pedimos o sustento necessário para o nosso corpo: comida, bebida, casa, roupa e tudo de que precisamos.
Quem não pede ao Pai do céu o pão de cada dia, não deve admirar-se quando este lhe falta. Mas o homem não precisa só de alimento para o seu corpo, também para sua alma. Por isso, dizendo: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje", de certo podemos também pedir o alimento de que a nossa alma tem fome, isto é, as verdades que Jesus ensinou, o Santíssimo Sacramento e tudo quanto é necessário à salvação de nossa alma.
Dizemos: "Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
As nossas ofensas são os nossos pecados. Os que nos têm ofendido são aqueles que nos fizeram qualquer mal. Pedimos a Deus perdão dos nossos pecados. Mas Deus não quer perdoar os nosssos pecados, se nós não perdoamos àqueles que nos ofenderam.
Certa vez, perguntou o Duque de Guise a um protestante: "Que mal te fiz para que quisesses matar-me"? - "Não me fizeste nenhum mal, respondeu o protestante, mas a minha religião ordenava-me que te matasse". - "Se a tua religião, replicou o duque, te impunha assassinar-me, a minha ordena-me que te perdoe."
Dizemos: "Não nos deixeis cair em tentação". Tentar quer dizer chamar para o pecado. O demônio trabalha para que nós cometamos pecado. Isso é tentar. As nossas inclinações más chamam-nos ao pecado; isto é também tentação. Mas o demônio não nos pode fazer mal algum, se nós não consentirmos. O demônio é como um leão preso na jaula. O leão só morde quem entra na jaula. Assim também, o demônio só nos pode fazer mal, se nós quisermos.
Manuel vai à casa de José e vê algum dinheiro na gaveta. Ouve uma voz no seu coração: "Tira este dinheiro para comprar doce". É uma tentação. Se Manuel faz o que o demônio quer, caiu na tentação. Mas Manuel diz: "Não, Deus mandou não furtar! Eu não toco no alheio". Manuel não caiu na tentação; Manuel venceu a tentação.
Dizemos no Pai-Nosso: "Livrai-nos do mal." Com estas palavras pedimos que Deus nos livre de tudo o que prejudique ao corpo e à alma. Pedimos que Deus nos livre de doenças, enchentes, incêndios, perseguição de inimigos, perda de nossos bens, guerra e outras misérias e catástrofes. Mas, antes disso pedimos que Deus nos livre do maior mal do mundo, do pecado, principalmente do pecado mortal e dos castigos do pecado; do inferno, do purgatório. Destes e de todos os outros males do corpo e da alma, pedimos a Deus que nos livre, enquanto estes males não sejam necessários para a salvação da alma e para os planos da Providência divina. Acabamos o Pai-Nosso com a palavra "Amém". Quer dizer: "Assim seja".
EXEMPLO
Jesus Cristo ensinou o Pai-Nosso no monte das Oliveiras. No local foi construída uma igreja e depois um Carmelo. Nas paredes da Igreja vemos o Pai-Nosso escrito em todas as línguas do mundo. Inclusive em português está escrito em português antigo e no português atual. E é claro, está escrito com todo destaque na língua de Jesus, ou seja, no aramaico e também no hebraico.
Estive lá em agosto do ano 2000. Nosso guia era da religião judaica. Mas pedimos a ele que lesse o Pai-Nosso em aramaico e hebraico para que a gente tivesse uma idéia de como Jesus ensinou o Pai-Nosso. O Judeu, então, leu. Mas percebemos que ele não falou a Amém. E é claro, lá estava o Amém. Perguntamos a ele porque ele não quis falar o Amém. Ele respondeu: "Eu sou da religião judaica e, se eu disser Amém estarei confirmando o que Jesus ensinou. Mas nós judeus não aceitamos a Jesus.
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