Observações preliminares dos vários posts sobre a assunto:
1 - Estas páginas serão extraídas do Livro "O RENO SE LANÇA NO TIBRE", escrito por Ralph Wiltgen S.B.D.
2 - No prefácio de seu livro o autor assim se auto-apresenta: "Na minha qualidade de padre, jornalista poliglota e membro da Sociedade Missionária, Internacional e Inter-Racial Sociedade do Verbo Divino, tinha inúmeras ocasiões de entrar em contato direto com os Padres Conciliares. Eles não demoraram em descobrir a imparcialidade de meus noticiários, o que me permitiu obter informações de primeira mão, tanto da parte dos conservadores como dos liberais. De fato, as correntes minoritárias procuraram muitas vezes entrar em contato comigo e me forneceram informações com exclusividade. Para escrever a presente história tive acesso a todos os documentos oficiais comunicados aos Padres Conciliares, durante as quatro sessões. Além disso, pude tomar conhecimento de cartas particulares ou oficiais, das atas das sessões e de numerosos documentos difundidos pelas Conferências Episcopais. Minha permanência em Roma durante toda a redação desta obra revelou-se extremamente útil, pois me permitiu obter, depois do Concílio, informações suplementares".
3 - Achei esta uma fonte muito segura, exatamente pela imparcialidade do autor, que, sendo padre, também tinha uma maior facilidade em conseguir as informações, sobretudo tendo em vista, que o Padres Conciliares discutiam as questões em latim. O Padre Ralph, talvez mais do que ninguém, tinha todas as condições para dar uma história exata do Concilio Vaticano II. É evidente que o ideal seria ler todo o livro. Mas, sabemos que nem todos têm condições de fazê-lo. Assim, no intuito de ajudar muitos pessoas, pensei em apresentar , pelo menos algumas páginas de tão precioso livro.
O Papa João XXIII que iniciou o Concílio Vaticano II. Era uma quinta-feira, 11 de outubro de 1962, festa da Maternidade Divina da Bem-Aventurada Virgem Maria. |
"Mons. Dante, Secretário da Congregação dos Ritos, se pronunciou com força contra o esquema sobre a liturgia. A legislação sobre o assunto, disse, deveria continuar como prerrogativa exclusiva da Santa Sé. O latim deveria continuar a ser a língua da liturgia e as línguas vulgares não deveriam ser usadas a não ser para as instruções e para certas orações. Sua intervenção foi apoiada por três outros membros da Cúria: o Cardeal Bacci, da Congregação dos Ritos, que era considerado o mais eminente latinista do Vaticano; Mons. Parente, Consultor da Congregação dos Ritos e primeiro assessor do Cardeal Ottaviani no Santo Ofício; e Mons. Staffa, Secretário da Congregação dos Seminários e Universidades. O Cardeal Siri, Arcebispo de Gênova, um dos chefes do movimento conservador, sugeriu a criação de uma Comissão Mista composta de membros das Comissões de Teologia e de Liturgia, com a incumbência de fazer a revisão de todo o esquema.
No dia 30 de outubro, dia seguinte a seu 72º aniversário, o Cardeal Ottaviani interveio para protestar contra as modificações radicais a que se estava propondo submeter a Missa. "Estamos procurando suscitar o espanto, até o escândalo no povo cristão, introduzindo modificações em um rito tão venerável que foi aprovado através de tantos séculos e que continua sendo tão familiar? Não está certo tratar o rito da Santa Missa como se fosse um pedaço de pano que se submete à moda, segundo a fantasia de cada geração". Falando sem ler; em razão de sua cegueira parcial, ele ultrapassou os dez minutos a que se tinha pedido que todos se limitassem. O Cardeal Tisserant, decano dos Presidentes do Concílio, mostrou seu relógio ao Cardeal Alflink que presidia a sessão. Quando o Cardeal completou quinze minutos com a palavra, o Cardeal Alflink tocou a sineta. Mas o orador estava tão empolgado com o assunto que não a escutou - a não ser que a tenha deliberadamente ignorado. A um sinal do Cardeal Alflink, um técnico desligou o microfone. O Cardeal Ottaviani verificou o fato apalpando seu microfone, e humilhado teve que voltar a seu lugar. O mais poderoso Cardeal da Cúria tinha sido reduzido ao silêncio e os Padres Conciliares aplaudiram com alegria.
Repetidas vezes os oradores seguintes pediram que o texto integral do esquema sobre a liturgia fosse distribuído aos Padres Conciliares como sugerira o Cardeal Frings. Estava generalizada a impressão de que altas influências, agindo por trás dos bastidores, eram responsáveis pela redução do texto original. Finalmente a situação foi esclarecida pelo Cardeal Confalonieri, membro da Cúria e presidente da subcomissão de emendas, seção da Comissão Central Pré-Conciliar a quem todos os projetos tinham que ser submetidos. No dia 5 de novembro, ele anunciou aos Padres Conciliares que sua subcomissão era a única responsável pelas modificações levadas a efeito.
Esta declaração pública foi considerada como um novo triunfo para os liberais. Ela foi seguida de um outro triunfo ainda mais impressionante: a reinclusão da maior parte dos trechos - inclusive as "Declarações" - que tinham sido cortadas do projeto original".
No dia 30 de outubro, dia seguinte a seu 72º aniversário, o Cardeal Ottaviani interveio para protestar contra as modificações radicais a que se estava propondo submeter a Missa. "Estamos procurando suscitar o espanto, até o escândalo no povo cristão, introduzindo modificações em um rito tão venerável que foi aprovado através de tantos séculos e que continua sendo tão familiar? Não está certo tratar o rito da Santa Missa como se fosse um pedaço de pano que se submete à moda, segundo a fantasia de cada geração". Falando sem ler; em razão de sua cegueira parcial, ele ultrapassou os dez minutos a que se tinha pedido que todos se limitassem. O Cardeal Tisserant, decano dos Presidentes do Concílio, mostrou seu relógio ao Cardeal Alflink que presidia a sessão. Quando o Cardeal completou quinze minutos com a palavra, o Cardeal Alflink tocou a sineta. Mas o orador estava tão empolgado com o assunto que não a escutou - a não ser que a tenha deliberadamente ignorado. A um sinal do Cardeal Alflink, um técnico desligou o microfone. O Cardeal Ottaviani verificou o fato apalpando seu microfone, e humilhado teve que voltar a seu lugar. O mais poderoso Cardeal da Cúria tinha sido reduzido ao silêncio e os Padres Conciliares aplaudiram com alegria.
Repetidas vezes os oradores seguintes pediram que o texto integral do esquema sobre a liturgia fosse distribuído aos Padres Conciliares como sugerira o Cardeal Frings. Estava generalizada a impressão de que altas influências, agindo por trás dos bastidores, eram responsáveis pela redução do texto original. Finalmente a situação foi esclarecida pelo Cardeal Confalonieri, membro da Cúria e presidente da subcomissão de emendas, seção da Comissão Central Pré-Conciliar a quem todos os projetos tinham que ser submetidos. No dia 5 de novembro, ele anunciou aos Padres Conciliares que sua subcomissão era a única responsável pelas modificações levadas a efeito.
Esta declaração pública foi considerada como um novo triunfo para os liberais. Ela foi seguida de um outro triunfo ainda mais impressionante: a reinclusão da maior parte dos trechos - inclusive as "Declarações" - que tinham sido cortadas do projeto original".
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