SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

OS SOFRIMENTOS


"Então um dos anciãos, tomando a palavra, disse-me: Estes que estão revestidos de vestimentas brancas, quem são? e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele disse-me: estes são aqueles que vieram da grande tribulação, lavaram os seus vestidos e os embranqueceram no sangue do Cordeiro" (Apocalipse VII, 13 e 14).

Deus o sumo Bem, criou o homem para ser feliz, já neste mundo. E de onde vêm os sofrimentos? A dor é filha do pecado. A finalidade, pois, dos sofrimentos é primeiramente reparar a honra divina ultrajada pelo pecado, e, portanto é uma punição. Tem, outrossim, como finalidade, destruir as consequentes corrupções que vieram do pecado. Na verdade, só  fora introduzida a dor no mundo, em seguida ao pecado. O pecado desmoronou toda a ordem da natureza. Agora, as rosas que tanto nos encantam, estão cercadas de espinhos, aptos a ferir quem as quiser colher.

Aqui, caríssimos, sob o termo "SOFRIMENTOS",  queremos incluir também os interiores que, por vezes, ficam ocultos no mais íntimo da alma, mas não menos pungentes que os exteriores, e até mais do que estes! Pois bem, o fogo da dor visa igualmente punir o pecado e, ao mesmo tempo, depurar a alma dessas impurezas. Deus quer consumir em nós o que Lhe ofende a pureza do olhar, e, sobre as cinzas dos nossos defeitos, fazer germinar belas virtudes. "Contraria contrariis curantur": os nossos defeitos serão curados pelas virtudes contrárias a eles. A sensualidade será destruída pela dor física; a avareza, pela perda ou diminuição dos bens; o orgulho, pelos desprezos, pelas críticas, ou até pelas calúnias; o egoísmo, pelo abandono, pela indiferença do próximo etc.. Assim, naturalmente, a dor é terrivelmente pungente e viva nas almas cheias ainda de imperfeições. Quanto às almas já mais purificadas e livres de apegos terrenos, e, consequentemente cheias de amor de Deus, estão bem dispostas a tudo aceitar de suas mãos paternais aquilo que outrora lhes fazia sofrer. Não quero dizer que não sofram tais almas, mas que nelas a dor é geralmente suscitada por causas mais nobres e assim sofrem pelas ofensas feitas a Deus. Demais, a esses sofrimentos une-se uma paz cheia de doçura, uma resignação total que alivia, que torna amáveis as próprias dores.

Já que em Deus a Justiça e a Misericórdia se osculam e ambas andam de perto, depois do pecado, a dor não é somente fruto da Justiça divina, mas também de sua misericórdia: Deus, enviando a dor aos homens, se esses souberem aproveitar, podem dela  auferir inapreciáveis vantagens. Vamos, pois, com a graça de Deus, considerar aqui os grandes benefícios dos sofrimentos:

1º - Desprender nosso coração da terra, dirigi-lo ao Céu e torná-lo apto a receber a graça divina:

Sem o sofrimento preparado pela Providência, ninguém seria bastante corajoso para aplicar a si mesmo o ferro e o fogo que suprimem e consomem os apegos imperfeitos, as afeições puramente naturais, esses inúmeros laços que encadeiam as almas, impedindo-as de voar para as alturas da perfeição que leva ao Céu. Assim, o Divino Espírito Santo, através de cruzes e tribulações procura desprender nosso coração da terra, dirigi-lo ao Céu, e torná-lo apto a receber a graça divina. Deus, que é infinitamente bondoso, está sempre disposto a derramar com profusão Suas graças entre os homens, as quais são semelhantes a um líquido sumamente precioso. Deus tem um reservatório inesgotável em que conserva suas graças e bênçãos: é a sua infinita liberalidade. Nossos corações são como vasilhas nas quais Deus deseja derramar as torrentes de suas graças. Podemos, comparando, dizer que três são as classes de pessoas que se aproximam de Deus no intuito de receber em seus corações o líquido preciosíssimo de suas graças: as primeiras vão a Nosso Senhor com o coração verdadeiramente desprendido, ou seja, vazio de todas as coisas terrenas. Deus, então, enche estes corações de Suas graças. Outras pessoas apresentam corações quem têm uma boa vontade, mas entulhados de afetos e apegos ao mundo, isto é, com vaidade, vanglória, comodidade, caprichos e vontade própria. Tais corações não possuem senão pequeno espaço para receber e conservar a graça divina. Deus só pode derramar neles muito pouco. Finalmente, a terceira espécie de pessoas são aqueles que apresentam a Deus o coração cheio inteiramente das coisas deste mundo, completamente mundanizado e terreno. Tais pessoas nada podem receber. Jesus quer comunicar-lhes Suas graças, mas não há lugar para Ele no albergue de seus corações.

2º - Servem para nossa santificação, devem ser meios para nos unir mais intimamente a Deus:

Sabemos que a essência da santidade consiste na mais perfeita conformidade da nossa vontade com a de Deus. Deus tem todo direito de exigir de nós, Suas criaturas, nos submetamos e subordinemos, sem restrição, à Sua santíssima vontade. Mas esta submissão em todas as coisas torna-se extremamente difícil. Temos mais facilidade em renunciar as coisas que temos, mas grande dificuldade em renunciar o que somos, ou seja, à nossa vontade. Pois bem! Nada mais próprio para submeter a nossa vontade à vontade divina do que as provações e contrariedades que por permissão de Deus vêm sobre nós. Estas provações são quase sempre contra a nossa vontade e o nosso gosto. E também constatamos que em tempo de sofrimentos não podemos compreender que a cruz nos possa ser proveitosa; de modo que, para não sucumbir debaixo do seu peso, devemos empregar todas as energias da nossa fé e todas as forças da nossa vontade para nos curvarmos humildemente e beijarmos a mão que nos fere, dizendo com toda sinceridade: "Senhor, seja feita a vossa vontade". Ademais, se na escola do sofrimento chegarmos a ponto de aceitar a cruz inteiramente resignados, isso será para nós um meio preciosíssimo de santificação. Então o sofrimento nos elevará mais alto na virtude e santidade em um só dia, do que muitas semanas e, talvez meses, quando tudo nos corria às mil maravilhas, sem cruz nem dores quer externas quer internas.

3º - As cruzes e os sofrimentos nos garantem um grau elevado na eterna glória:

São João Evangelista escreve no Apocalipse que um dia viu o céu aberto e, contemplando os bem-aventurados, chamou-lhe a atenção uma multidão que se distinguia entre os demais, por sua beleza e glória. "Então um dos anciãos falou e me disse: quem são estes que estão trajados de vestes alvas? e donde vieram? Eu lhe respondi: Senhor meu, tu o sabes. E volveu-me: Estes são os que vieram de uma grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as puseram alvas com o Sangue do Cordeiro" (Apoc. VII, 13 e 14). Eis a glória e recompensa dos sofrimentos suportados com paciência. Todas as vezes que aceitamos sem revolta uma cruz, por amor de Jesus, oferecemos um sacrifício a Deus; e todo sacrifício feito em estado de graça santificante aumenta também essa graça. Ora, quanto maior, for em nós a graça santificante, tanto maior também a glória eterna no Céu. Portanto, toda cruz que alegremente abraçamos e suportamos em união com o divino Salvador aumenta a nossa glória celeste.

Caríssimos, quando as ondas revoltosas de um mar de sofrimentos nos assaltarem, para onde devemos correr? Para diante de Jesus Crucificado, e, melhor ainda, do Sacrário. O amorosíssimo Salvador ou vos tirará a cruz ou, o que muito melhor, fortalecerá os vossos fracos ombros, para que possam carregá-la com alegria e amor. Na verdade, a cruz é a nossa esperança porque será a chave de ouro que nos abrirá as portas do Céu.

"Na cruz está a salvação; na cruz, a vida; na cruz, amparo contra os inimigos; na cruz, a abundância da divina suavidade; na cruz, a fortaleza da alma; na cruz, o gozo do coração; na cruz, o compêndio das virtudes; na cruz, a perfeição e santidade" (Livro da Imitação de Cristo).

Não poderia terminar este artigo sobre o sofrimento sem salientar um detalhe importantíssimo: a dor é a pedra de toque das virtudes. A provação ilumina a alma sincera, desvenda-lhe o mal oculto nas dobras de seu coração. Faz mais, porém, que revelar o mal, ataca-o, contanto que saibamos tirar proveito de sua ação benfazeja. A dor, humilhando-nos, torna-nos melhores. Faz-nos sentir mais vivamente nossa incapacidade e nosso nada. Quantas vezes a dor aproximou de Deus homens que a prosperidade d'Ele afastara? Abençoado o sofrimento que leva o filho pródigo ao lar paterno! E as almas já fervorosas são ainda mais santificadas pelos sofrimentos. No sofrimento, a fé se ilumina, a esperança se torna ardente e inabalável, o amor se fortifica e se dilata. E muitas outras virtudes acompanham estas três virtudes teologais: a paciência, a renúncia, a suavidade etc..

Senhor Jesus Crucificado, fazei que eu leve a cruz de boa vontade para que ela possa me conduzir ao termo desejado que é a Pátria do Repouso Eterno! Amém!


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