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LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

MORTIFICAÇÃO É MEIO INDISPENSÁVEL DE SANTIFICAÇÃO


"Quotidie morior" . Morro todos os dias (1 Cor. XV, 31).

Pela aceitação generosa dos sofrimentos e tribulações, pela contínua mortificação (= mortem facere) e renúncia da própria vontade, procurava S. Paulo morrer sempre mais ao velho homem, a fim de se revestir do homem novo, formado pela santidade. E assim pode dizer: "Eu vivo, mas não sou eu já o que vive e sim é Cristo que vive em mim". Disse também: "A minha vida é Cristo". A nossa vida espiritual deve chegar até a estas alturas sublimes. Mas para tanto faz-se mister a mortificação, ou seja, devemos lutar sempre contra nós mesmos para chegarmos a uma vitória total sobre o nosso egoísmo. Podemos então dizer que a mortificação é o lento morrer do homem velho, para ressurgir daí o homem novo, com uma vida nova, vida segundo o espírito, vida, enfim, em Deus e para Deus. Na natureza nos deparamos com esta lei: "da morte brota a vida". A semente que morre na terra, encerra o germe de novas plantas. E dos resíduos apodrecidos da semente decomposta, sorve o germe a força de que necessita para se desenvolver, e expandir, deitar folhas  e produzir frutos. Também as folhas caídas e mortas no solo são ao mesmo tempo adubo e alimento para as árvores.

Pois bem! Esta lei da natureza refere-se também à vida espiritual. É o que Jesus Cristo explicou: "Em verdade, em verdade, vos digo, se o grão de trigo cair na terra e não morrer, ficará só; mas, quando morrer, dará abundantes frutos" (S. João XII, 24 ).

Quão importante e necessária é a mortificação, isto é, a renúncia da própria vontade em coisas espontaneamente escolhidas, nos pequenos sacrifícios voluntários que fazemos. Assim, a mortificação deve acompanhar-nos através de toda a nossa vida. Ela é necessária como arma no combate contra o inimigo da salvação; mas é também necessária como meio de virtude. Já resumimos em outro post sobre este tema, os efeitos benéficos da mortificação. Mas, em se tratando de algo indispensável para a santificação, e, tendo em vista o desleixo em que esta virtude é encarada hoje, talvez mais do que em outros tempos, mister se faz incutir nas almas os seus abençoados efeitos. É o que aqui faremos, com a graça de Deus. Os padres, sabendo que seus fiéis levam bem à serio a vida de oração e de mortificação, podem ficar tranquilos de que os verão um dia no Paraíso. 

Primeiro efeito: A mortificação faz que Deus seja cheio de liberalidade para conosco.

Se nos mortificamos por amor a Deus em coisas voluntariamente escolhidas, Deus o recebe como um presente. E Ele nunca se deixa vencer em generosidade. Os pequenos presentes mas feitos com grande amor a Deus, exercem grande, irresistível poder sobre o Nosso Pai que está no Céu. Forçado pela bondade do Seu Coração, abre Nosso Senhor as comportas da Sua liberalidade. Na verdade, Deus não se cansa de cumular com bênçãos aqueles que se mostram generosos para com Ele. Sim estes "presentes da mortificação" fazem o bom Deus liberal. Sumamente agradável aos olhos de Deus é a oração unida aos sacrifícios.

Segundo efeito: A mortificação merece-nos a graça da oração, isto é, a graça de orarmos com recolhimento e unidos a Deus.

Talvez estranhe alguém esta seguinte afirmação: ORAR BEM, É MUI DIFÍCIL. Caríssimos, na verdade, é uma arte que só conseguiremos aprender à força de grandes sacrifícios. O corpo odeia a atitude forçada que se lhe impõe na quietação e no recolhimento; o espírito gosta da liberdade sem restrições, quando o pensamento pode vaguear à vontade. Assim, é necessária a mortificação, porque, enquanto estes inconvenientes não forem combatidos, não podemos esperar uma devoção verdadeira na oração. A mortificação acostuma o corpo a guardar os sentidos debaixo de rigorosa disciplina e a suportar prontamente os incômodos. Ela habitua também o espírito a dirigir os pensamentos a determinado ponto e acaba com os devaneios desregrados.

Caríssimos, se os santos souberam orar horas e horas com grande recolhimento, só conseguiram isto por meio das muitas e grandes mortificações em que se exercitavam constantemente. Na presença de Santo Inácio de Loiola referiu alguém que um conhecido servo de Deus era um homem de oração. O santo respondeu: "Neste caso ele é também homem mortificado, pois sem isto seria impossível".

Terceiro efeito: A mortificação constante dá-nos grande domínio sobre nós mesmos. 

Em se tratando de coisas materiais constatamos os incríveis esforços e sacrifícios a que os homens se impõem. Manifestam uma força de vontade incomum. Desenvolvem uma coragem e renúncia surpreendentes e que até, por vezes, nos assombram. Por exemplo, imaginai um homem a quem o médico diz que está irremediavelmente perdido, se não observar rigorosa dieta. Prescreve-lhe, então, privações muito difíceis. O doente obedece escrupulosamente. Na verdade é exato em seguir à risca tudo o que o médico ordenou! E por que? Por causa da vida natural. Outro exemplo: Imaginai um negociante que tem sede de dinheiro ou um ambicioso que só deseja postos importantes na política. Que sacrifícios não fazem! Não recuam diante de qualquer trabalho ou perigo, contanto que consigam os seus intentos.

Infelizmente, quando se trata da vida espiritual, em conseguir a santidade, ou seja, um tesouro no Céu, tesouro este que o ladrão da morte não rouba; quando há ocasião de ajuntar imensas riquezas para a Eternidade, então o homem mostra-se horrivelmente covarde. Acha mil desculpas para deixar de fazer alguma coisa por amor de Deus. Ora é a saúde fraca, ora o cansaço e fadiga, às vezes, o receio de outros prejuízos. É a fraqueza nas coisas espirituais, e para combatê-la energicamente não se tem coragem. Esta fraqueza é uma das chagas que o pecado nos infligiu. Daí, caríssimos, a necessidade da mortificação. Quando nos acostumamos a vencer-nos em coisas pequenas, a vontade torna-se mais forte. Eis a palavra do Livro da Imitação de Cristo: "Só progredirás na virtude em proporção da violência que fizeres a ti mesmo" (Será por isso que hoje andam dizendo que este Livro é complicado!?). Que não fizeram os santos para robustecer a sua vontade! Aproveitavam toda ocasião para fazer pequenos sacrifícios de renúncia da própria vontade a fim de ajuntar merecimentos para o céu. E aqui nos lembramos especialmente da grande Santa Teresinha do Menino Jesus!

Quarto efeito: A mortificação conduz à paz do coração.

Para tanto, a prática da mortificação deve ser assídua. Esta paz do coração consiste em que os diferentes acontecimentos da vida cotidiana se aproximem do coração, mas não entrem nele, nem lhe perturbem o equilíbrio. Verdadeiramente, a paz do coração pressupõe grande domínio sobre si mesmo. Podemos afirmar a respeito da maior parte dos homens  que o seu comportamento diário é o resultado das diferentes  influências que no correr do dia atuam sobre eles. Quando essas impressões são agradáveis, favoráveis ao amor próprio, sentimo-nos no céu; estamos de bom humor, brincamos, e uns até pulam de alegria. Se, porém, essas impressões forem desagradáveis e tristes; se ofenderem a nossas inclinações prediletas, logo nos invade o interior pesada tristeza. Neste caso, nem se pode pensar no cumprimento alegre dos próprios deveres. Tudo é desarmonia. O interior da maior parte dos homens é semelhante a um mar agitado. Ora estão bem alto, ora na mais rasa apatia; ora entusiasmados por qualquer coisa, ora frios e insensíveis de tal modo que queriam deixar tudo. Podemos dizer que por detrás destas disposições interiores não há uma piedade sincera. Deus não quer habitar num coração onde não reina a paz.

Portanto, só por meio de constantes mortificações poderemos conseguir que o nosso coração conserve o equilíbrio em todas as circunstâncias. A serenidade e paz reinante sempre nas almas dos santos vêm dos inúmeros atos de mortificação. Vamos dar um exemplo: Santo Inácio de Loiola fundara a Companhia de Jesus e amava-a com todas as veras de sua alma. Perguntaram-lhe um dia se não ficaria terrivelmente abalado se soubesse que a sua congregação fora dissolvida. Respondeu o santo: "Se eu tiver quinze minutos para orar, aceitarei o golpe com toda a calma".

Quinto efeito: A mortificação dispõe nosso coração para receber as divinas inspirações.

Cada inspiração da parte de Deus encerra sempre um sacrifício para o homem natural, pois a inspiração atrai para cima, ao passo que a nossa natureza arrasta para baixo. Quando Deus nos estende a mão, só poderemos agarrá-la fazendo violência a nós mesmos. Por que Nosso Senhor visita tão poucas vezes certas almas? Porque elas têm medo de fazer sacrifícios. Pois, Deus sabe muito bem que vão responder: "Dura é esta linguagem; quem a pode ouvir?" Falta, portanto, a estas almas a prontidão que, por sua vez, somente poder-se-á adquirir pela mortificação.

Mas, se por meio dos exercícios diários, fizermos sacrifícios de boa vontade, por amor a Deus, Ele falará interiormente conosco para nos ajudar a progredir na vida espiritual. Diremos com  o profeta Isaías: "Eis-me aqui; podeis mandar-me". Ou com Davi: "Meu coração está preparado". Ou enfim com o profeta Samuel: "Falai, Senhor, porque o vosso servo escuta".

Caríssimos, na verdade, o assíduo exercício da mortificação faz-nos dóceis e os homens imortificados são surdos às inspirações de Deus. Deus gosta das almas generosas, como foram os Reis Magos: "Vimos a estrela"  - foi o chamamento da graça divina - "e viemos", isto é, o ânimo e a coragem de progredirem, por mais difícil que isso lhes fosse. Já o jovem rico que queria ser perfeito, não teve a generosidade de abandonar toda sua riqueza e assim afastou-se triste e deixou de receber a graça insigne de ser apóstolo. Faltou-lhe coragem para vencer a si mesmo.

Sexto efeito: A mortificação é o melhor meio de aumentar a virtude do amor de Deus, rainha das virtudes.

Disse o divino Mestre: "Eu vim trazer fogo à terra; e que quero senão que ele se acenda? (S. Lucas XII, 49). Este fogo que Jesus queria acender é o fogo do amor de Deus. Ele o acende pelo Espírito Santo quando recebemos os santos sacramentos. Depende, porém, de nós, fazermos que este fogo de amor produza sempre mais elevadas chamas. Isto se consegue por meio de oração e mortificação, especialmente pelos sacrifícios voluntariamente escolhidos que fazemos por amor de Deus. Cada mortificação, é como uma acha de lenha que jogamos às labaredas para que o fogo mais vivamente se acenda.

Ao mesmo tempo são os pequenos sacrifícios um sinal de que amamos verdadeiramente a Deus, pois o amor não pode ficar inativo. Amor quer dizer sacrifício. É da sua natureza. Os sacrifícios são realmente, a linguagem do amor. Assim são eles, duma parte, prova de que amamos a Deus, e, de outra, um meio para aumentar esse amor. Todas as vezes que oferecemos a Jesus um sacrifício, dizemos com S. Pedro: "Senhor, vós conheceis todas as coisas, vós sabeis que Vos amo" (S. João XXI, 17). Lendo a vida dos santos, constatamos que todos procuravam aproveitar todas as ocasiões para dar a Deus provas de seu amor por meio de sacrifícios voluntários.

Sétimo efeito: A mortificação é um meio para merecer a bênção divina sobre os nossos trabalhos.

"Sem efusão de sangue, não há redenção", diz S. Paulo na sua Epístola aos Hebreus IX, 22. Como a obra da redenção só se efetuou entre indizíveis dores, assim também só entre penas e mortificações podem ser conseguidos os frutos da mesma. Tudo deve ser regado com o suor do sacrifício. Todas as obras de Deus devem ser batizadas com o fogo das provações e só florescem à sombra da árvore da Cruz. Se os santos conseguiram realizar tão grandes coisas pela salvação das almas, devemos saber que os grandes sacrifícios e as constantes mortificações foram a causa principal da bênção de Deus sobre seus trabalhos. Lembrem-se de um exemplo: Santa Teresa d'Ávila.


Caríssimos, felizes se na hora da morte pudermos olhar para uma vida mortificada. Com certeza, foi abençoada por Deus. Amém! 

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