Extraído do Livro "JESUS, REI DE AMOR" do Beato Padre Mateo Crawley-Boevey, SS. CC.
São três pessoas, cuja atuação, no entanto, se apresenta com valores litúrgicos muito diferentes.
Em primeiro lugar, o Pontífice adorável, o Cristo Jesus, o "Sumo Sacerdote segundo a Ordem de Melquisedech" - Oficiante Divino e ao mesmo tempo Oblação Sacramental Sacrossanta.
Em segundo lugar - por Ele, com Ele e n'Ele - o sacerdote, esse "outro Cristo", oficialmente tornado ministro expressamente para oferecer o Santo Sacrifício. Sacerdotium propter sacrificium: o sacerdote foi criado para oferecer o Sacrifício; o Padre, ao executar no altar esta "ação máxima", o faz investido do Sacerdócio e do poder de Cristo, segundo a palavra do Salvador na última Ceia: "Fazei isto em memória de Mim".
E finalmente - de certo modo em concomitância espiritual - os fiéis, embora restrita e discretamente, também oferecem o Sacrifício da Vítima. E, sendo a Missa essencialmente um culto social e público, exige sempre a Igreja a presença, no altar, de um representante do povo: é aquele que ajuda à Missa. Este, na sua função oficial de "deputado" do povo, deve apresentar ao celebrante o vinho e a água, e manter com o sacerdote o diálogo estabelecido desde os primeiros séculos como forma litúrgica para a celebração do Santo Sacrifício.
Notamos com satisfação imensa que desde algum tempo muito se tem pregado e escrito sobre a Santa Missa. E por esse meio - forçoso é reconhecê-lo - têm os fiéis avançado muito na estrada que conduz ao Altar, e com fé mais viva e esclarecida. Confessamos, entretanto, que estamos longe ainda do ideal da Igreja nesse sentido...
São ainda demasiado numerosos os bons aos quais falta uma sólida instrução religiosa... São legião aqueles que vêm à Missa quase que somente para comungar - de certo que não para participarem do Santo Sacrifício, para glorificarem a Santíssima Trindade... Quantas e quantas almas piedosas reduzem a Divina Eucaristia ao Pão consagrado que se distribui na Santa Mesa!
A Santa Missa é, para esses, uma bela cerimônia litúrgica durante a qual, segundo o uso estabelecido, é permitido comungar... A Missa não é, para esses, o grande Sacrifício, verdadeiro centro da Igreja: é apenas a chave de ouro que lhes abre o Tabernáculo quando, por devoção toda particular, pessoal, desejam receber a Jesus-Hóstia... São esses que, durante toda a Missa, rezam terços e novenas, sem consciência do divino drama que se desenvolve no Altar... São esses os que separam o Sacrifício do Sacramento.
Como tinha razão o grande teólogo que escreveu: "Aquele que não sabe apreciar a Santa Missa não será jamais uma alma verdadeiramente eucarística; jamais saberá apreciar a Santa Comunhão, mesmo que a receba todos os dias..." De fato, a ignorância, de par com a rotina, desempenha, neste caso, um papel nefasto, transformando o Santíssimo Sacramento em devoção insípida e sem substância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário