LEITURAS: Epístola, Profeta Isaías 60, 1-6.
Evangelho segundo São Mateus 2, 1-12:
"Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, nos dias do Rei Herodes, eis que do Oriente vieram uns Magos a Jerusalém, perguntando: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo. Ouvindo isto, o rei Herodes turbou-se e com ele toda Jerusalém. E convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, indagava deles onde Cristo nasceria. E eles disseram: Em Belém de Judá, porque assim está escrito pelo Profeta: E tu, Belém. terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia, que há de governar o meu povo de Israel. Então Herodes chamando secretamente os Magos, inquiriu cuidadosamente deles o tempo em que lhes aparecera a estrela. E enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide e perguntai diligentemente pelo Menino, e assim que O achardes, avisai-me para que eu vá também e O adore. Tendo eles ouvido as palavras do rei, foram-se. E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que chagando, parou sobre o lugar em que estava o Menino. Vendo a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. E entraram na casa, e, prostrando-se, O adoraram. E abertos os seus tesouros ofereceram-Lhe como presentes ouro, incenso e mirra. E, sendo avisados em sonho que não voltassem a Herodes regressaram por outro caminho a seu país".
Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!
Hoje celebra a Santa Madre Igreja a grande Festa da Epifania, palavra de origem grega que significa manifestação. São Paulo, referindo-se ao Natal de Jesus, disse na Epístola a Tito III, 4: "Manifestou-se a benignidade e a humanidade de Deus, nosso Salvador". O Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós. Primeiro manifestou-se aos pobres e humildes pastores através de um Anjo. Depois manifestou-se aos povos gentios na pessoa dos Magos através de uma estrela.
Mas quem eram estes Magos? A palavra Mago não deve ser tomada no mau sentido que hoje tem. Então significava pessoa poderosa, honrada com o sacerdócio no seu país e muito considerada pela sua ciência, principalmente pelos seus conhecimentos de astronomia. A tradição apresenta-no-los como reis. O texto sagrado na verdade não diz quantos eram. Mas a tradição aponta três e dá-lhes os nomes de Melchior, Baltasar e Gaspar. Diz ainda a tradição que eles foram mais tarde batizados e elevados ao episcopado pelo Apóstolo São Tomé, e finalmente martirizados. As suas relíquias são conservadas e honradas na Catedral de Colônia na Alemanha. O texto sagrado diz simplesmente que vinham do Oriente. Mas de que parte do Oriente? Uns autores assinalam a Caldeia, outros a Arábia, outros ainda a Pérsia. Muitos acham que eram descendentes de Balaão. Provavelmente chegaram a Jerusalém pouco antes ou pouco depois da Purificação.
Mas, caríssimos e amados irmãos, o mais importante é o exemplo belíssimo de fidelidade à graça que os Magos nos oferecem. "Vimos a estrela e viemos". Esta estrela é o sinal da graça, é a inspiração de Deus. Os Magos seguem, portanto, a luz da graça com prontidão e com grande constância. Quantos viram a estrela e se contentaram com admirar o seu brilho, sem tratarem de descobrir o seu mistério? Quantos certamente compreenderam em vão o ensinamento que lhes dava? Só os Magos se aproveitaram da graça oferecida a todos. Deus chama-os ao berço de Seu Filho; obedecerão, quaisquer que sejam os sacrifícios que lhes pedir: Sacrifício de seu descanso: que fadigas preveem numa tão longa viagem e em semelhante estação! Sacrifício das suas inclinações mais queridas: família, pátria, amigos. Sacrifício da sua reputação: eles eram tidos por sábios, e o seu proceder é qualificado de loucura. E tudo isto fazem homens que são noviços na fé! Que lição para aqueles que são mestres, pregadores, guardas da fé! Os sacerdotes judeus que instruem a Herodes e aos Magos, onde se deve ir para achar o Salvador do Mundo e eles mesmos não vão. Mostram o caminho da verdade e não o seguem!.
Os Magos seguem a luz da graça com prontidão. Apenas viram a estrela e ouviram a voz interior, apressam-se a obedecer. Vimos, graça que alumia e fala ao coração; e viemos, é a correspondência a essa graça. Nenhum intervalo entre conhecer o dever e cumpri-lo. Passam num instante da convicção ao desejo, do desejo à resolução, da resolução à prática. É nisto mesmo, diz Santo Tomás que consiste a verdadeira devoção. Que sabedoria há nesta prontidão, que perigos nas demoras da indolência! Se os Magos demorassem sua partida por alguns dias, teriam achado o adorável Menino? Quando Deus fala, uma simples irresolução é uma infidelidade, a menor demora um perigo. A graça tem o seu tempo. Diferir obedecer-lhe, é correr o risco de nunca lhe obedecer; perdida a ocasião, voltará ela? Terá Deus obrigação de esperar que eu queira receber os dons do seu amor? Não é a mim que me compete esperar que Ele se digne concedermos? Ó Jesus, aquele que cede à vossa graça senão o mais tarde possível, mostra bem que só cede com repugnância. Sua obediência é uma flor murcha.
Os Magos seguem a luz da graça com grande constância. Como nada pôde impedir que tomassem a resolução que Deus queria, também nada os desanima na sua execução. Quantos obstáculos porém, quantas contradições capazes de destruir uma resolução menos firme! Tinham andado uma grande parte do caminho, estavam perto de Jerusalém; de repente a estrela desaparece: ei-los sem guia num país estrangeiro; quantos motivos de temor! Pensam acaso em voltar para a sua terra? Não, continuam a caminhar, apoiando-se não já no que veem, mas no que viram; a verdade é imutável, como o mesmo Deus: Se no meio de Jerusalém encontram um povo indiferente que mostra não se importar com o seu Rei e Salvador recém-nascido; se os doutores e sacerdotes lhes declaram friamente o lugar do seu nascimento, e não falam em ir com eles adorá-Lo; se Herodes se contenta com enviá-los para que O procurem, tudo isto os espanta, sem dúvida e os aflige, mas não os desalenta.
As provações fazem parte essencial do plano divino. As obras de Deus só florescem à sombra da árvore da cruz. Devo conservar-me sempre pronto a seguir a vontade de Deus, apenas a estrela da fé ma tiver feito conhecer.
Ó meu Deus, eu quero obedecer à vossa graça, sem escusas, sem demoras, sem cansaços, seguindo pelo caminho dos vossos mandamentos, pois sei perfeitamente que só neles se encontra a verdadeira vida.
Com Santo Ambrósio digamos a Jesus: "Oh! que bom Mestre eu sirvo"! Oh! como é bom procurá-Lo a ele unicamente, e servi-Lo de todo o nosso coração! Oh! como um homem, repousando no seio da Providência, está justamente em paz e em toda a segurança! Que não devo eu esperar da sua bondade, se não ponho obstáculo algum à sua graça? Amém!
Mas quem eram estes Magos? A palavra Mago não deve ser tomada no mau sentido que hoje tem. Então significava pessoa poderosa, honrada com o sacerdócio no seu país e muito considerada pela sua ciência, principalmente pelos seus conhecimentos de astronomia. A tradição apresenta-no-los como reis. O texto sagrado na verdade não diz quantos eram. Mas a tradição aponta três e dá-lhes os nomes de Melchior, Baltasar e Gaspar. Diz ainda a tradição que eles foram mais tarde batizados e elevados ao episcopado pelo Apóstolo São Tomé, e finalmente martirizados. As suas relíquias são conservadas e honradas na Catedral de Colônia na Alemanha. O texto sagrado diz simplesmente que vinham do Oriente. Mas de que parte do Oriente? Uns autores assinalam a Caldeia, outros a Arábia, outros ainda a Pérsia. Muitos acham que eram descendentes de Balaão. Provavelmente chegaram a Jerusalém pouco antes ou pouco depois da Purificação.
Mas, caríssimos e amados irmãos, o mais importante é o exemplo belíssimo de fidelidade à graça que os Magos nos oferecem. "Vimos a estrela e viemos". Esta estrela é o sinal da graça, é a inspiração de Deus. Os Magos seguem, portanto, a luz da graça com prontidão e com grande constância. Quantos viram a estrela e se contentaram com admirar o seu brilho, sem tratarem de descobrir o seu mistério? Quantos certamente compreenderam em vão o ensinamento que lhes dava? Só os Magos se aproveitaram da graça oferecida a todos. Deus chama-os ao berço de Seu Filho; obedecerão, quaisquer que sejam os sacrifícios que lhes pedir: Sacrifício de seu descanso: que fadigas preveem numa tão longa viagem e em semelhante estação! Sacrifício das suas inclinações mais queridas: família, pátria, amigos. Sacrifício da sua reputação: eles eram tidos por sábios, e o seu proceder é qualificado de loucura. E tudo isto fazem homens que são noviços na fé! Que lição para aqueles que são mestres, pregadores, guardas da fé! Os sacerdotes judeus que instruem a Herodes e aos Magos, onde se deve ir para achar o Salvador do Mundo e eles mesmos não vão. Mostram o caminho da verdade e não o seguem!.
Os Magos seguem a luz da graça com prontidão. Apenas viram a estrela e ouviram a voz interior, apressam-se a obedecer. Vimos, graça que alumia e fala ao coração; e viemos, é a correspondência a essa graça. Nenhum intervalo entre conhecer o dever e cumpri-lo. Passam num instante da convicção ao desejo, do desejo à resolução, da resolução à prática. É nisto mesmo, diz Santo Tomás que consiste a verdadeira devoção. Que sabedoria há nesta prontidão, que perigos nas demoras da indolência! Se os Magos demorassem sua partida por alguns dias, teriam achado o adorável Menino? Quando Deus fala, uma simples irresolução é uma infidelidade, a menor demora um perigo. A graça tem o seu tempo. Diferir obedecer-lhe, é correr o risco de nunca lhe obedecer; perdida a ocasião, voltará ela? Terá Deus obrigação de esperar que eu queira receber os dons do seu amor? Não é a mim que me compete esperar que Ele se digne concedermos? Ó Jesus, aquele que cede à vossa graça senão o mais tarde possível, mostra bem que só cede com repugnância. Sua obediência é uma flor murcha.
Os Magos seguem a luz da graça com grande constância. Como nada pôde impedir que tomassem a resolução que Deus queria, também nada os desanima na sua execução. Quantos obstáculos porém, quantas contradições capazes de destruir uma resolução menos firme! Tinham andado uma grande parte do caminho, estavam perto de Jerusalém; de repente a estrela desaparece: ei-los sem guia num país estrangeiro; quantos motivos de temor! Pensam acaso em voltar para a sua terra? Não, continuam a caminhar, apoiando-se não já no que veem, mas no que viram; a verdade é imutável, como o mesmo Deus: Se no meio de Jerusalém encontram um povo indiferente que mostra não se importar com o seu Rei e Salvador recém-nascido; se os doutores e sacerdotes lhes declaram friamente o lugar do seu nascimento, e não falam em ir com eles adorá-Lo; se Herodes se contenta com enviá-los para que O procurem, tudo isto os espanta, sem dúvida e os aflige, mas não os desalenta.
As provações fazem parte essencial do plano divino. As obras de Deus só florescem à sombra da árvore da cruz. Devo conservar-me sempre pronto a seguir a vontade de Deus, apenas a estrela da fé ma tiver feito conhecer.
Ó meu Deus, eu quero obedecer à vossa graça, sem escusas, sem demoras, sem cansaços, seguindo pelo caminho dos vossos mandamentos, pois sei perfeitamente que só neles se encontra a verdadeira vida.
Com Santo Ambrósio digamos a Jesus: "Oh! que bom Mestre eu sirvo"! Oh! como é bom procurá-Lo a ele unicamente, e servi-Lo de todo o nosso coração! Oh! como um homem, repousando no seio da Providência, está justamente em paz e em toda a segurança! Que não devo eu esperar da sua bondade, se não ponho obstáculo algum à sua graça? Amém!
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