SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sábado, 10 de setembro de 2016

O SACRAMENTO DA ORDEM PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO

Quadro catequético representando
o Sacramento da Ordem
   No centro  está o objetivo deste quadro que é de representar São Pedro conferindo o sacramento da Ordem aos sete primeiros diáconos. 

   No alto à esquerda, vemos representadas duas ordens menores: Ostiário e Leitor. Vemos representado, em primeiro lugar a Ordem de Ostiário. O Bispo faz o candidato tocar as mãos nas chaves da igreja. No momento o Bispo pronuncia as palavras que conferem a guarda das chaves. 
   Ainda no alto à esquerda bem perto, vemos representada a Ordem menor de Leitor, cuja função é de ler na igreja, em voz alta, o Antigo e o Novo Testamento. Por isso, o Bispo faz o candidato tocar o Missal pronunciando as palavras que lhe conferem o poder de ler a palavra de Deus.

   No alto à direita, vemos representado o Bispo conferindo a Ordem menor de Acólito, cuja função é servir os ministros sagrados no altar. Por isso, o Bispo faz o candidato tocar um castiçal com a vela, depois as galhetas vazias. O Bispo dá-lhe o poder de acender as velas da igreja e de apresentar ao celebrante o vinho e a água durante a Missa. 
   O quadro não representa a Ordem menor de Exorcista. Como ele recebe o poder de expulsar o demônio do corpo dos possessos, o Bispo faz o candidato tocar o livro dos Exorcismos, dando-lhe o poder de impor as mãos sobre os possessos do demônio.

   Em baixo à esquerda, vemos representada a Ordem maior do Subdiaconato, cuja função é de servir ao diácono no altar e de cantar a Epístola. Para tanto, o Bispo faz aquele que deve receber o subdiaconato tocar o cálice, a patena e o livro das Epístolas, dando-lhe, assim, o poder de ler na Igreja. Ele coloca água no vinho destinado ao Sacrifício. Compromete-se a guardar a castidade e a rezar o Breviário. 

   Em baixo à direita, vemos representada a Ordem maior do Diaconato, cuja função é de assistir ao Padre no altar, cantar o Evangelho nas Missas Solenes, distribuir a comunhão, em caso de necessidade, pregar, com autorização do Bispo, administrar o Batismo solene, com licença do Bispo ou do Pároco.Pode também fazer encomendação. Vemos no quadro o Bispo impondo-lhe as mãos para lhe conferir estes poderes. No momento, o Bispo diz: "Recebe o Espírito Santo, para teres a força de resistir ao demônio e às suas tentações". 

Detalhe do quadro representando o Sacerdócio ou
Plesbiterato
   Em baixo no meio do quadro, vemos representado o Bispo conferindo o Sacerdócio, cujos poderes são: celebrar a Santa Missa, pregar e administrar os sacramentos, menos o da Crisma e o da Ordem. O sacerdote também administra a Crisma em caso de morte quando na hora não há bispo. Vemos representado no quadro o Bispo impondo as mãos sobre a cabeça dos diáconos ( e com ele todos padres presentes). O Bispo faz uma unção com óleo santo sobre as mãos, e faz tocar o cálice com vinho, e a patena com uma hóstia. No momento o Bispo diz: "Recebei o poder de oferecer a Deus o sacrifício e de celebrar a Missa pelos vivos e defuntos". Observamos que o Bispo e todos os padres presentes, depois de imporem as mãos sobre a cabeça do(s) candidato(s), permanecem com as mãos estendidas sobre ele(s). 

   

  

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O MINISTRO DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

   Em todas as Missas JESUS CRISTO, Vítima e Sacerdote, Se oferece pessoalmente a DEUS na Consagração, renovando os sentimentos de obediência de que estava possuído no Calvário. Na Consagração, o ministro humano apenas "empresta a Cristo a sua língua e lhe cede as suas mãos". Vê-se, com bastante clareza, que JESUS CRISTO intervém atualmente para Se imolar de modo incruento, oferecendo ao eterno Pai o Sacrifício, através de seus sacerdotes.

Consideremos o MINISTRO DA MISSA, de que Nosso Senhor se serve como instrumento.
   A) MINISTRO.
   Só os sacerdotes são ministros do Sacrifício da Missa. Nosso Senhor dirigia-se aos Apóstolos, e sucessores deles no Sacerdócio quando disse, após a instituição da Eucaristia: "FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM". (Luc. XXII, 19). A prática da Igreja, aliás, nenhuma dúvida deixa no assunto. Desde os tempos mais antigos, são os Bispos e os Padres que CELEBRAM o Santo Sacrifício da Missa.
   Quando dizemos que a Missa é o Sacrifício de toda a Igreja, afirmamos que todos os fiéis nela devem tomar parte; não queremos, contudo, significar que o Sacrifício da Missa seja obra de todos os membros da Igreja.
   Na sociedade sobrenatural, criada por Jesus Cristo, somente os Sacerdotes são os SACRIFICADORES, somente eles podem realizar o Sacrifício da Missa.
   "Só aos Apóstolos, diz Pio XII, e aos que deles e dos seus sucessores receberam a imposição das mãos, é conferido o PODER SACERDOTAL, por cuja virtude, assim como representam, perante o povo que lhes é confiado, a pessoa de Jesus Cristo, assim também, representam esse mesmo povo perante Deus". (Mediator Dei). 
   Contudo, também no ato sublime e singular da oblação sacrifical, o povo tem sua participação, com seu voto, com sua aprovação. Eis o que diz Inocêncio III: "O que em particular se cumpre pelo ministério dos sacerdotes, universalmente é cumprido pelo voto dos fiéis". Mas o fato de participarem no Sacrifício eucarístico NÃO CONFERE aos fiéis NENHUM PODER SACERDOTAL.
   "A imolação incruenta, por meio da qual, depois de pronunciadas as palavras da Consagração, Jesus Cristo torna-se presente sobre o altar no estado de vítima, é levada a cabo somente pelo SACERDOTE, ENQUANTO REPRESENTANTE DA PESSOA DE CRISTO,  e não enquanto representante da pessoa dos fiéis." (Pio XII - Mediator Dei).

   B) CONDIÇÕES REQUERIDAS:
   1º) para que o Sacrifício seja VÁLIDO: a) o poder da ORDEM;
                                                                b) intenção de fazer o que faz a Santa Igreja.

   2º) para que o Sacrifício seja LÍCITO:  O ministro deve:
                                               a)  possuir o estado de graça;
                                               b) estar em jejum;
                                               c) observar as cerimônias prescritas.

  
   Os padres ao celebrar, devem trazer as disposições mais santas, subindo o Altar com os sentimentos da maior pureza e caridade, piedade viva e profunda, como o exige função tão sublime.

   "Oh! quão grande e venerável é o ministério dos sacerdotes, aos quais é dado consagrar com palavras santas o SENHOR de majestade, bendizê-Lo com os lábios, tocá-Lo com as mãos, recebê-Lo em sua boca, distribuí-Lo aos outros!" (Imitação de Cristo).

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Sacrifícios

   OS SACRIFÍCIOS DA LEI MOSAICA.
   Após a saída do Egito, Deus intervém diretamente, ditando a MOISÉS o ritual do culto. No Sinai, logo após a promulgação do decálogo, manda que se erga um altar de pedras não lavradas, para os sacrifícios. Sobre esse altar selou-se a ALIANÇA entre Deus e o povo escolhido. (Ex. 24, 2-8).
   Nos dez primeiros capítulos do LEVÍTICO, encontramos o ritual do culto da Antiga Lei. Os judeus praticavam 4 espécies de sacrifícios:
   A) O HOLOCAUSTO. Era o sacrifício por excelência, perfeito porque completo. Nele, a vítima era integralmente consumida pelo fogo, e não repartida, após a imolação. A finalidade deste sacrifício era o reconhecimento do domínio absoluto de Deus sobre as suas criaturas e expressava também o dom total que Lhe fazia o ofertante. Devia ser realizado todos os dias. Constava de quatro partes principais:
   a) a imposição das mãos do ofertante sobre a vítima para se identificar a ela;
   b) o derramamento de sangue, princípio de vida, como símbolo do sacrifício da vida do ofertante;
   c) a combustão da vítima, simbolizando o nada da criatura diante do Criador;
   d) a oblação: para testemunhar reverência, temor, arrependimento, desejo de purificação, súplica, amor...

   B) OS SACRIFÍCIOS EXPIATÓRIOS.

O bode expiatório
   Os sacrifícios expiatórios, também chamados "sacrifícios pelos pecados" e "pelo delito". Por eles os Israelitas pretendiam expiar seus erros, desagravar a Deus e reconciliar-se com Ele. O rito consistia na apresentação da vítima, imposição das mãos do transgressor sobre a cabeça da vítima, como para transferir-lhe o pecado, substitui-la ao pecador. Seguia-se a imolação da vítima, com numerosas libações de sangue - significando a vida que se dava para expiar. Enfim, a destruição parcial pelas chamas. As vítimas eram parcialmente queimadas, parcialmente comidas pelos sacerdotes.
   Todos os anos, os judeus celebravam a grande festa da Expiação. Nessa cerimônia, o sumo Sacerdote imolava um touro e um carneiro. Depois carregava um bode com todos os pecados do povo e expulsava-o para o deserto. Era o "bode expiatório".

   C) OS SACRIFÍCIOS PACÍFICOS.
   Eram oferecidos para render graças a Deus ou obter benefícios. Queimados o sangue e as gorduras, em honra de Deus, o resto era comido pelos doadores num banquete ritual, à mesa do Senhor.

   D) A OBRAÇÃO.
    Era a oferta de produtos agrícolas.

   Contudo, com o correr dos séculos  o culto vai se tornando apenas formalismo vão. Desaparece a adoração, a penitência, o amor. Ora, não basta fazer um sacrifício externamente; é preciso que ele corresponda aos sentimentos internos da alma e Deus o tenha por bom, perdoando o pecado e reconciliando consigo o pecador. Já dissera a Escritura que Deus não aceitou as oblações de Caim. Também não agradaram a Deus os sacrifícios do povo de Israel. Pela boca dos profetas, Deus fez ouvir as mais solenes censuras. Porém Malaquias, o último dos profetas, veio projetar um raio de esperança. Anteviu o advento de um novo Sacrifício, agradável ao Senhor, oferecido em todo lugar: "Desde o nascer do sol até o poente, será grande entre as nações o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso e uma OBLAÇÃO PURA; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos". (Malaquias, 1, 10-11).

sábado, 3 de setembro de 2016

O SACRAMENTO DA ORDEM

   I - DEFINIÇÃO: Ordem é um sacramento que dá o poder de desempenhar as funções eclesiásticas e a graça de o fazer santamente.
   A Ordem é um sacramento que confere: a) o PODER de desempenhar as funções eclesiásticas, isto é, celebrar o Santo Sacrifício da Missa, administrar os Sacramentos e pregar a Palavra de Deus. O fim da Ordem não é como o dos outros Sacramentos. Os cinco primeiros têm por fim a santificação individual. A Ordem é para benefício espiritual da comunidade. Por meio deste Sacramento, o Padre torna-se medianeiro entre Deus e os homens. Cabe-lhe duplo encargo: de um lado, em nome da sociedade que representa, tem de prestar a Deus o devido culto; de outro lado, é obrigado a comunicar aos homens  - por meio dos sacramentos - as graças que Deus lhes destina, e a ensinar a doutrina cristã, o que é preciso crer e praticar. 
                                                                  b) Este Sacramento confere também a graça de desempenhar santamente as funções eclesiásticas. São tão sublimes as funções do padre, e muito particularmente a de consagrar e oferecer o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, são funções tão santas que exigem socorro especial. 

   II - HIERARQUIA DE ORDEM E HIERARQUIA DE JURISDIÇÃO.
   (hierarquia quer dizer: ordem e subordinação dos poderes eclesiásticos).
   A) HIERARQUIA DE ORDEM:
   O sacerdócio é um verdadeiro sacramento que se apresenta de forma especial. Consta de vários graus que têm o mesmo nome: ORDENS, e se encaminham todos para a dignidade suprema do sacerdócio. Estes graus ou ordens são sete, agrupados em duas classes: ordens menores e ordens maiores. 
   TONSURA: Não é ordem especial. É uma cerimônia eclesiástica preparatória para as ordens. O tonsurado passa a ser CLÉRIGO (que vem de clero: partilha ou quinhão): ele toma a Deus por dote e herança. Renuncia ao mundo e entrega-se ao serviço de Deus. Usa os trajes eclesiásticos, indicando sua separação do mundo. Nas cerimônias da Igreja usa sobrepeliz , símbolo da pureza.
   ORDENS MENORES: São quatro: OSTIÁRIO, toma conta das chaves e da porta do templo; LEITOR, lê a Sagrada Escritura na Igreja e ensina a doutrina; EXORCISTA: recebe a faculdade de expulsar os demônios; ACÓLITO: levar as velas acesas na Missa e preparar o pão e o vinho para o Santo Sacrifício.
   ORDENS MAIORES ou SACRAS: denominam-se maiores, por causa da sua importância; sacras, porque consagram de modo definitivo aos serviço de Deus a pessoa que as recebe. São três: O SUBDIACONATO: o subdiácono ajuda o diácono no altar. Prepara o cálice e a patena. Coloca água no vinho destinado ao Sacrifício. Lê a Epístola. Lava os panos consagrados. Compromete-se a rezar o breviário e a guardar sempre a castidade.
   O DIACONATO: esta ordem confere o poder de assistir ao padre no altar, cantar o Evangelho nas Misas Solenes, distribuir a comunhão, em caso de necessidade. Fazer encomendação; administrar o batismo solene, com licença do Bispo ou do Pároco. Pregar, com autorização do Bispo.
   O SACERDÓCIO ou PRESBITERATO: confere o poder de oferecer o Sacrifício da Missa e de administrar todos os sacramentos, menos os da Crisma e da Ordem.
   O EPISCOPADO: é o grau mais elevado da hierarquia de ordem. O bispo recebe a plenitude do sacerdócio; tem poder de administrar todos os sacramentos e de reger a porção da Igreja confiada à sua jurisdição.

   B) HIERARQUIA DE JURISDIÇÃO: 
   É independente da hierarquia de ordem. Esta é sempre comunicada pela ordenação, aquela provém da vontade do superior. A jurisdição resulta da Missão que Jesus Cristo confiou aos Apóstolos e a seus sucessores, de governar a Igreja. Em primeiro lugar, nesta hierarquia, está o PAPA: tem jurisdição sobre todos os fiéis e todos os pastores; a seguir os BISPOS: têm poder de governar suas respectivas dioceses, sob a autoridade do Papa.
   Para administração válida dos sacramentos, basta o poder de Ordem, menos para o sacramento da Confissão. Quanto à liceidade da administração, a jurisdição é sempre requerida. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O SACRIFÍCIO

   Extraído do Livro "JESUS, REI DE AMOR" escrito pelo Beato Padre Mateo Crawley-Boevey SS. CC.

   "Foi em um 25 de Março que o Espírito Santo, adaptando um corpo ao Verbo de Deus no seio virginal de Maria, ungiu-O Sumo Sacerdote para a glória da Trindade e constituiu-O Vítima redentora de Adão e da sua descendência... Assim o afirma a Igreja na oração da Missa, tão bela, do Sacerdócio de Jesus Cristo: "Ó Deus, que, para a glória de tua Majestade e para a redenção do gênero humano, constituíste Sumo e Eterno Sacerdote o Teu Filho Unigênito..."

   Pela Encarnação tornou-se o Filho de Deus, como Filho do homem, capaz de sofrer, de agonizar e de morrer, Ele, a Imortalidade e a Vida! E, encarnado-se para cumprir a vontade do Pai, o Verbo entregou-se à morte "porque Ele mesmo o quis".

   Com efeito, Ele descera como Messias e Salvador "para salvar o que tinha perecido".

  Viera para oferecer-se em holocausto de valor infinito, sacrifício por excelência, sacrifício da Nova Aliança.

   Ah! como é perturbadora e emocionante a consideração de que, podendo salvar-nos em um Tabor resplandecente de glória e de delícias, preferiu, por puro amor, a loucura e a ignomínia da Cruz!

   Dito isto, entremos em matéria, a alma cheia de júbilo. Queira Deus que por meio desta meditação se deixem as almas arrebatar pelo Mistério augusto de que tratamos. Mais do que nunca, esteja conosco o Espírito Santo!

   Que é a Santa Missa segundo a doutrina da Igreja?

   O Sacrifício é a Adoração de Jesus Cristo, Deus-Homem, que louva a Trindade no Altar, como no Calvário. Ele O glorifica, assim como O glorificava no Céu, "antes que houvesse mundo".

   Sim! o Filho de Deus, Pontífice e Hóstia, o próprio Deus, adora a Deus, Seu Pai. 

   Sua adoração é divina!

   Que é, em essência, o drama eucarístico? O Sacrifício é a Expiação perfeita que Jesus Cristo, Deus e Homem, oferece no Altar ao Pai, gravemente ofendido pela revolta criminosa do pecado. Ele é portanto o Cordeiro Imaculado que se imola, da aurora ao ocaso, oferecendo o seu preciosíssimo Sangue em holocausto por nossos inúmeros pecados, para salvação dos pecadores.

   Sua Ação de Graças é divina!

   Que é, teologicamente, a Missa? O Santo Sacrifício é a Eucaristia, isto é, a Ação de Graças que Jesus Cristo, Deus e Homem, oferece ao Pai em nome de seus filhos, cumulados de benefícios, porém ingratos!... Sem esta suprema ação de graças, nossa negra ingratidão atrairia o raio da justiça divina. 

   Ah! quantos benefícios temporais e espirituais devemos agradecer ao Céu! O Batismo de água; o batismo de sangue no Calvário; o batismo de fogo no Cenáculo, no maravilhoso Pentecostes; a nossa filiação divina, filhos adotivos que somos do Pai. 

   O oceano de graças dos Sacramentos.

   A arca de salvação que é a Igreja, e, nela, a rocha que é o Pontífice Romano. A Maternidade divina e a Mediação Universal de Maria, e todos os seus privilégios, que são outras tantas graças para nós. 

   O dom dos dons que é a Eucaristia-Sacrifício e a Eucaristia-Sacramento, até a consumação dos séculos: "Amou-os até o fim!"

   Sua Impetração é divina!

   Em que consiste ainda este indizível prodígio do Altar? O Santo Sacrifício é a Impetração do Cristo Jesus que, no pleno conhecimento de nossa grande indigência moral, roga ao Pai, com sabedoria tão grande quão misericordiosa, uma chuva de bênçãos e de graças que somente Ele conhece, e somente Ele nos pode obter... Pois disse: "O Pai me ouve sempre!"

   Ele permanece nosso Advogado, cujo clamor incessante em nosso favor se eleva até o Trono do Altíssimo... Incomparavelmente melhor do que Moisés, Jesus Cristo no Altar eleva Suas mãos suplicantes, perfuradas, e nos protege contra os rigores da justiça. E desta forma os favores que Ele nos obtém excedem de muito o número das nossas ofensas.

   Sua Expiação é divina!

   Melhor fecho não poderíamos encontrar, para tão graves e comoventes reflexões, do que a definição textual do Santo Sacrifício, dada por Sua Santidade o Papa Pio XII.

   Ei-la: "O Sacrifício eucarístico consiste essencialmente na imolação incruenta da Vítima divina, imolação misticamente indicada pela separação das Santas Espécies e por sua oblação ao eterno Pai. A Santa Comunhão assegura a integridade do Sacrifício e tem por fim d'Ele fazer-nos participar sacramentalmente; a Comunhão, porém, absolutamente necessária para o Ministro sacrificador, é, para os fiéis, apenas vivamente recomendável".

   Façamos aqui uma pequena pausa: a beleza das reflexões que precedem bem merece um comentário, não longo, porém cheio de ardor e de luz. Que se rompa em saborosas migalhas este pão de doutrina. Que estas migalhas  não se percam! tomai-as com amor e comei!

   A voz de Cristo, Pontífice e Mediador, que adora, que expia, que agradece e que implora no Santo Altar, é a própria voz da Igreja Católica.

   Com efeito, a Santa Missa é a homenagem oficial e pública da humanidade redimida e cristã, que pelos lábios e chagas do Cristo Mediador adora, louva e bendiz, no Altar, ao Deus Uno em Suas três adoráveis Pessoas. É assim que uma só Missa dá maior glória a Deus do que todos os milagres, todo o louvor da Corte Celeste dos Anjos e dos Santos. É o próprio Deus que, no Altar, adora e louva a Deus, dando-Lhe glória infinita.

   A Missa é, por conseguinte, uma homenagem divina - a homenagem do Sacrifício; é também uma oração coletiva, e nunca um culto de devoção particular, como as visitas ao Santíssimo Sacramento, a Via-Sacra ou o Rosário. A Missa é o grande clamor católico da família cristã que sofre, no exílio da terra, a nostalgia do Céu". 

   

   
  

   

   

terça-feira, 30 de agosto de 2016

ALGUMAS PÁGINAS DA HISTÓRIA DO CONCÍLIO VATICANO II - 2ª página

   "O esquema sobre a liturgia foi discutido pela nona vez no dia 5 de novembro. (...) Um dos oradores da manhã, Mons. Duschak, Bispo Titular de Abidda e Vigário Apostólico de Calapan, nas Filipinas, nascido na Alemanha, insistiu sobre a necessidade do que ele chamou Missa Ecumênica que, estreitamente modelada na Última Ceia, existisse ao lado da forma atual da Missa do rito latino.

   O comunicado do dia, distribuído pelo Secretariado de Imprensa do Concílio não fez referência à proposta de Mons. Duschak. Contentou-se em destacar a "necessidade de manter a presente estrutura da Missa em sua substância", e de indicar que "apenas podiam ser autorizadas modificações menores". Mas uma entrevista coletiva havia sido organizada para a tarde para Mons. Duschak, e logo que os jornalistas souberam que ele tinha usado a palavra na manhã daquele mesmo dia, na aula conciliar, compareceram em grande número - número excepcionalmente elevado - à sua entrevista. 

   Mons. Duschak disse à imprensa que havia consagrado toda a vida ao estudo da liturgia pastoral, e que o que estava então sugerindo era fruto de mais de trinta anos de atividade sacerdotal nas Filipinas. "Minha ideia", disse, "seria a de instaurar uma Missa Ecumênica, o mais possível despojada das superestruturas históricas, baseada na própria essência do Santo Sacrifício e firmemente enraizada na Sagrada Escritura. (...) Toda Missa deveria ser celebrada em voz alta, em língua vulgar e voltada para o povo. Eu acredito que se se oferecesse ao mundo uma forma ecumênica de celebração eucarística, a fé das comunidades cristãs não-católicas, na presença sacramental de Cristo, poderia ser renovada ou mesmo retificada".

   Como alguém lhe perguntasse se aquela sugestão vinha de seus diocesanos, ele respondeu: "Não, eu até penso que eles se oporiam, da mesma forma como tantos bispos se opõem. Mas se fosse posto em prática, eu creio que terminariam aceitando". (...) 

   Desde antes do fim do Concílio, a Comissão para a Aplicação da Constituição sobre a Santa Liturgia havia aprovado, experimentalmente, três fórmulas distintas de Missa, nas quais a totalidade de Missa, inclusive o Cânon, devia ser pronunciado em voz alta, em língua vulgar, pelo padre voltado para o povo. Assim, uma parte da sugestão de Mons. Duschak era posta em prática. 

   (...) "Como podemos estar seguros" disse Mons. de Castro Mayer, "de que a tradução da Missa em vernáculo permitirá aos fiéis captar todos os matizes do texto latino? (...) Trata-se de uma questão extremamente séria, sobre a qual não se pode tomar decisão a não ser depois de madura reflexão".

   O emprego de uma língua que não é imediatamente compreendida por todos "confere certa dignidade ao culto divino, um tom misterioso que em certa medida é natural às coisas de Deus". A sabedoria do passado, continuava Mons. de Castro Mayer, quis que uma língua arcaica fosse empregada nas cerimônias litúrgicas de alguns ritos não-latinos na Igreja Católica, como ocorre também nas mais conhecidas religiões não-cristãs. E como havia muitos missais contendo o texto da Missa traduzido para as línguas vivas, não era necessário que o padre celebrasse em vernáculo. Mons. de Castro Mayer duvidava que a introdução das línguas vernáculas na Missa resultasse necessariamente em uma renovação espiritual entre povos e nações, como alguns afirmavam. 


O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA - ( I )

   Continuemos as instruções catequéticas sobre os Sacramentos. Estávamos explicando o Sacramento da Eucaristia.
   Por duas principais razões Jesus Cristo, Nosso Senhor, instituiu a Santíssima Eucaristia: primeira, para ser alimento celestial de nossa alma, com que pudéssemos proteger e conservar em nós a vida espiritual; a segunda, era para que na Igreja houvesse um sacrifício perene, em reparação de nossos pecados, pelo qual o Pai do céu, a quem tantas vezes ofendemos gravemente com nossos pecados, se aplacasse e se tornasse propício ao gênero humano. A Santíssima Eucaristia é Sacramento sacrifical e Sacrifício sacramental.
   Depois de termos tratado da Eucaristia como Sacramento, falaremos da Eucaristia como Sacrifício. O SACRIFÍCIO DA NOVA LEI CHAMA-SE SACRIFÍCIO DA MISSA.
   Primeiramente, uma noção de sacrfício.
   SACRIFÍCIO: é a oblação (oferta) de uma coisa sensível, que se destrói se for ser inanimado, ou que se imola se for ser animado, feita por um ministro legítimo só a Deus, para reconhecer o seu domínio soberano e, em caso de pecado, para aplacar a sua justiça.

   Nesta definição, destacamos os seguintes elementos:
   1º ) a essência do sacrifício: consiste na destruição de uma coisa sensível, ou na imolação de um ser vivo (vítima).
   O modo mais expressivo que tem o homem, para exprimir a sua dependência e a das outras criaturas, é certamente a morte voluntária, isto é, o fato de entregar livremente a vida nas mãos de quem a deu. É esta a grande lição que Deus queria proporcionar à  humanidade, quando ordenou a Abraão que Lhe imolasse o filho Isaac. Mas, logo após, satisfeito com a obediência cega do seu fiel servo, substituiu um carneiro a Isaac, reprovando assim os sacrifícios humanos a que tinha todo o direito e apontando o meio de supri-los.

   2º) o ministro da sacrifício: O Sacrifício é um ato de culto público. Para que alguém se torne capaz desse ato, é preciso que receba um poder. Tanto na lei mosaica, como na lei evangélica (nova lei), só os sacerdotes foram consagrados para esta missão.

   3º) a finalidade do sacrifício: que é reconhecer o domínio soberano de Deus e aplacar a sua justiça, caso o tenhamos ofendido. Por causa da criação, existe entre o Criador e a criatura uma vínculo que os prende um ao outro: vínculo de senhorio da parte de Deus, vínculo de sujeição e dependência da parte do homem. O sacrifício é o ato que proclama essas relações e declara bem alto, por um lado, a infinita grandeza de Deus, por outro, o nosso nada, e, tratando-se de natureza decaída, a nossa ingratidão e arrependimento.
   A virtude moral da religião nos inclina a honrar a Deus, criador e governador do universo. E é tão espontâneo, no homem, o sentimento deste dever, que vamos encontrá-lo em todos os lugares, tempos e raças. Em todas as religiões da antiguidade, havia sacrifícios. Egípcios e persas, gregos e romanos e, mais tarde, gauleses e germanos, imolavam vítimas à divindade. Empenhavam-se em oferecer-lhe as primícias dos seus bens, para lhe agradar e granjear a sua benevolência.

   Para nos limitar à Religião verdadeira, recordemos que, logo nas primeiras páginas do Livro Sagrado, a Bíblia, lemos: "aconteceu oferecer Caim, em oblação ao Senhor, dos frutos da terra. Abel também ofereceu dos primogênitos do seu rebanho, e das gorduras deles. E o Senhor olhou para Abel e para os seus dons. Não olhou, porém, para Caim nem para os seus dons". (Gen. 4, 3-5).
   A Escritura nos fala também do sacrifício de Noé, Melquisedeque, de Abrão, Isaac, Jacó, etc.