Leituras: Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios, 11, 19-33 e 12, 1-9.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas, 8, 4-15.
"Naquele tempo, tendo-se reunido uma grande multidão, como tivessem ido a Jesus os habitantes de várias cidades, propôs-lhes Ele esta parábola: Saiu o semeador a semear sua semente; e ao semeá-la, parte caiu junto ao caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra, e quando nasceu, secou logo, por não haver umidade. Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos, nascendo com ela, a sufocaram. E outra parte caiu em boa terra, e depois de nascer, deu fruto, cento por um. Dito isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Seus discípulos perguntaram-Lhe, pois, que significava essa parábola. E Ele lhes respondeu: A vós é dado conhecer o Mistério do Reino de Deus, porém aos outros se fala em parábolas, para que olhando, não vejam, e ouvindo, não entendam. Este é, pois, o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão ao longo do caminho, são os que a ouvem, mas vindo depois o diabo, tira-lhes a palavra do coração, para que se não salvem, crendo nela. Os de sobre a pedra, são os que recebem com gosto a palavra, quando a ouviram. porém estes não têm raízes: até certo tempo creem, mas, no tempo da tentação, desviam-se. A que caiu entre os espinhos: são estes os que ouviram, porém indo, afogam-se com cuidados, riquezas e deleites da vida, e não dão fruto. E a que caiu em boa terra: são os que, ouvindo a palavra, guardam-na com o coração bom e perfeito e dão fruto na paciência".
"Naquele tempo, tendo-se reunido uma grande multidão, como tivessem ido a Jesus os habitantes de várias cidades, propôs-lhes Ele esta parábola: Saiu o semeador a semear sua semente; e ao semeá-la, parte caiu junto ao caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra, e quando nasceu, secou logo, por não haver umidade. Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos, nascendo com ela, a sufocaram. E outra parte caiu em boa terra, e depois de nascer, deu fruto, cento por um. Dito isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Seus discípulos perguntaram-Lhe, pois, que significava essa parábola. E Ele lhes respondeu: A vós é dado conhecer o Mistério do Reino de Deus, porém aos outros se fala em parábolas, para que olhando, não vejam, e ouvindo, não entendam. Este é, pois, o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão ao longo do caminho, são os que a ouvem, mas vindo depois o diabo, tira-lhes a palavra do coração, para que se não salvem, crendo nela. Os de sobre a pedra, são os que recebem com gosto a palavra, quando a ouviram. porém estes não têm raízes: até certo tempo creem, mas, no tempo da tentação, desviam-se. A que caiu entre os espinhos: são estes os que ouviram, porém indo, afogam-se com cuidados, riquezas e deleites da vida, e não dão fruto. E a que caiu em boa terra: são os que, ouvindo a palavra, guardam-na com o coração bom e perfeito e dão fruto na paciência".
Caríssimos e amados leitores em Nosso Senhor Jesus Cristo!
É a parábola do semeador. De todas as parábolas de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma das mais importantes e instrutivas; porque contém em figura o mistério da Encarnação, a obra da pregação evangélica e toda a economia da nossa salvação. Faz-nos ver, de um lado, a bondade inefável de Deus abaixando-se até nós, e semeando a sua palavra e a sua graça com uma liberalidade sem limites; e, do outro lado, a dureza e ingratidão dos homens, dos quais a maior parte são infiéis e inutilizam os dons de Deus. Mostra ainda a sua importância o cuidado caritativo de Nosso Senhor em explicá-la por si mesmo aos seus discípulos, o que só fez com esta e com a parábola da cizânia.
Quem é o semeador? É o próprio Verbo, o Filho de Deus. Desceu à terra para semear em nossos corações e fecundá-los, para lançar neles a semente do seu Evangelho, isto é, para revelar-nos os mistérios do reino dos Céus, para derramar em nós as suas graças e as suas misericórdias e para transformar os homens, de terrenos estéreis que eram, em homens celestes, capazes de produzirem frutos de santidade dignos da vida eterna.
Qual é a semente? Jesus no-lo diz: É a palavra de Deus. É Nosso Senhor, pois que o Verbo de Deus é, ao mesmo tempo, semeador e semente depositada nos sulcos das nossas almas. Ele se semeia por assim dizer a si mesmo em nós, pela sua doutrina divina, pelas suas santas inspirações, pelos seus Sacramentos, sobretudo pela adorável Eucaristia. Nosso Senhor é ainda semeado pela pregação dos Apóstolos e de todos os seus sucessores legítimos de todos os tempos e de todos os lugares, isto é, pelo ensino, legislação e Liturgia da Igreja Católica; pelos bons livros e pelos exemplos dos santos. Quem poderia exprimir o preço e a virtude desta divina semente? que graça e que força íntima e oculta ela possui para regenerar o mundo e santificar os homens! foi por esta palavra que Deus tudo criou do nada. Foi ela que extirpou os vícios grosseiros do paganismo e que fez florir por toda a parte as belas virtudes do Cristianismo. Ela conserva sempre a mesma eficácia soberana; e, se é mais ou menos frutuosa, isso provém das nossas disposições.
Qual é a semente? Jesus no-lo diz: É a palavra de Deus. É Nosso Senhor, pois que o Verbo de Deus é, ao mesmo tempo, semeador e semente depositada nos sulcos das nossas almas. Ele se semeia por assim dizer a si mesmo em nós, pela sua doutrina divina, pelas suas santas inspirações, pelos seus Sacramentos, sobretudo pela adorável Eucaristia. Nosso Senhor é ainda semeado pela pregação dos Apóstolos e de todos os seus sucessores legítimos de todos os tempos e de todos os lugares, isto é, pelo ensino, legislação e Liturgia da Igreja Católica; pelos bons livros e pelos exemplos dos santos. Quem poderia exprimir o preço e a virtude desta divina semente? que graça e que força íntima e oculta ela possui para regenerar o mundo e santificar os homens! foi por esta palavra que Deus tudo criou do nada. Foi ela que extirpou os vícios grosseiros do paganismo e que fez florir por toda a parte as belas virtudes do Cristianismo. Ela conserva sempre a mesma eficácia soberana; e, se é mais ou menos frutuosa, isso provém das nossas disposições.
Justamente os diferentes terrenos significam os corações dos homens que recebem a palavra divina, com muito diversas disposições. A semente que cai ao longo do caminho, segundo explica o próprio Jesus, designa aqueles que ouvem a palavra; mas em seguida vem o demônio e lhes retira essa palavra do coração.
Essa classe de pessoas é a das almas dissipadas, levianas, frívolas, preguiçosas; corações indiferentes, semelhantes a uma estrada larga, onde o ruído é ensurdecedor, o terreno muito batido e endurecido sob os pés dos viandantes que passam em todos os sentidos. A palavra de Deus depressa é calcada e esmagada pelas paixões más, o orgulho, os ressentimentos, os ódios, etc... Ou não é acolhida por essas almas dissipadas e endurecidas, ou só é ouvida com desdém e indiferença. O demônio rouba esta semente, semelhante nisto às aves do céu, que, no tempo das sementeiras, comem os grãos que não ficam cobertos pela terra.
A semente que cai sobre terreno pedregoso, explica Jesus, designa aqueles que, tendo ouvido a palavra de Deus, a recebem com alegria; mas, como não têm raízes, não creem senão por algum tempo e, no momento da tentação, retiram-se e sucumbem.
Essa classe de homens é a das almas superficiais que, ouvindo a palavra de Deus, a recebem com alegria, isto é, começam a converter-se, formam as mais belas e úteis resoluções, e parecem prontas a tudo para Deus. Mas falta-lhes vontade firme e séria: não há nelas senão veleidade, presunção e inconstância; não têm raízes bastante profundas; não são bem arraigadas na fé. Não têm suficiente fundo de humildade, de desconfiança de si mesmas e de confiança em Deus. Por isso, a mais pequena tentação as abala; as cruzes desta vida, as tribulações, algumas leves perseguições pela justiça e pela fé, as prostram e fazem perecer a sua virtude sem raízes; sucumbem, deixam o caminho direito, e acabam por se afastar miseravelmente.
A semente que cai entre os espinhos, explica Jesus, figura aqueles que ouviram a palavra, mas indo, em pouco tempo esta palavra é abafada pelos cuidados e embaraços do mundo, pela ilusão das riquezas, pelos prazeres do mundo e pelas outras paixões, de sorte que não produzem fruto nenhum.
Esta categoria é a das almas divididas, embaraçadas pelos prazeres e pelos cuidados excessivos dos bens da terra; que quereriam servir ao mesmo tempo a Deus, ao prazer e ao dinheiro. Esta sede insaciável das riquezas, das honras e dos prazeres abala a boa semente nestes corações carnais ou terrestres, isto é, destrói neles todos os bons sentimentos, a vontade de trabalhar na salvação, e mesmo todos os pesares ou remorsos que a palavra de Deus faz brotar neles.
A semente que cai em terra boa, segundo a explicação de Nosso Senhor Jesus Cristo, são aqueles que tendo ouvido a palavra, a conservam num coração bom e excelente, e produzem frutos pela paciência.
A esta categoria pertencem as almas bem preparadas, as almas humildes e piedosas, libertas dos laços do pecado, cheias de generosidade, desapegadas das coisas do mundo e ávidas de agradar a Deus, de O servir e de O glorificar. Estas almas ouvem a palavra de Deus com atenção, respeito e amor.
Produzem frutos pela paciência, isto é, são obrigados, para se santificarem, a vigiar, trabalhar, sofrer, combater sem cessar, porque esta é a nossa condição neste mundo.
Umas produzem trinta por um, outras sessenta, outras cem, segundo a proporção dos talentos e das graças recebidas, ou segundo a perfeição da cultura, ou segundo os diversos graus da sua caridade para com Deus.
Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo! Tomemos a resolução de ler e escutar doravante a palavra divina sempre com mais atenção e devoção a fim de que nos guarde, nos santifique e nos torne dignos da recompensa do Céu. Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática! Amém!
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