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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ALGUMAS PÁGINAS HISTÓRICAS DO CONCÍLIO VATICANO II - 3ª página

   Esquema sobre As Fontes da Revelação.

   "Não era difícil prever que o esquema sobre as fontes da Revelação seria seriamente mal conduzido. Seus adversários, tendo à frente o Padre Schillebeeckx e os bispos holandeses, estavam agitados contra ele havia mais de um mês. (...) Uma das maiores objeções era que o esquema falava não de uma fonte da Revelação, mas de duas. 
   No dia 14 de novembro, o Cardeal Ottaviani apresentou o esquema sobre as fontes da Revelação; era a primeira vez que ele se apresentava à aula, desde que, duas semanas antes, o Cardeal Alfrink  o reduzira ao silêncio. Ele elogiou o valor pastoral do esquema e recordou que o primeiro dever do pastor de almas era ensinar a verdade, que permanece imutável sempre e em toda a parte. Depois cedeu a palavra a Mons. Garofalo, igualmente bem conhecido por suas tendências conservadoras, rogando que lesse por ele o relatório preliminar. Mons. Garofalo tinha sido membro da Comissão Preparatória de Liturgia, e o Cardeal Ottaviani o conservara como consultor na Comissão Conciliar de Teologia. 
   Mons. Garofalo, que não era dos Padres Conciliares, disse que a primeira tarefa do Concílio era defender e promover a doutrina católica na sua forma mais precisa. Não se tratava de renovação da doutrina, disse, mas simplesmente de um estudo mais aprofundado, de um melhor conhecimento da doutrina existente. Descreveu o trabalho bastante intenso levado a efeito na elaboração do esquema, e observou que eruditos de um grande número de nações e de diversas universidades tinham dado sua colaboração. Dito isto, ele expôs brevemente o conteúdo dos cinco capítulos. 

   A reação foi repentina e violenta. Os cardeais Alfrink (Países Baixos), Frings (Alemanha), Bea (Cúria) König (Áustria), Suenens (Bélgica), Léger (Canadá), Ritter (Estados Unidos) e o Patriarca Maximos IV declararam-se todos categoricamente descontentes com o esquema. (...).
   O Cardeal Siri, Arcebispo de Gênova, e o Cardeal Quiroga y Palácios, Arcebispo de São Tiago de Compostela, declararam-se conjuntamente satisfeitos com o esquema, mas acrescentaram que eram necessárias algumas emendas. O único orador que não fez qualquer reserva foi o Cardeal Ruffini, Arcebispo de Palermo; mencionando que um texto substitutivo fora distribuído aos Padres Conciliares, perguntou: "Com que autoridade?". 
    De fato, um contra-esquema mimeografado estava circulando (...).

   Um grupo de Padres Conciliares da América Latina - era assim que eles se denominavam - distribuiu uma declaração de duas páginas, impugnando as duas constituições dogmáticas. "Esses esquemas", dizia, "são, em sua forma atual, contrários à finalidade do Concílio. Estão ultrapassados com relação ao progresso da Teologia e dos Estudos Bíblicos; não correspondem à presente situação do ecumenismo, não atendem à expectativa do mundo moderno e pecam por falta de clareza doutrinária". 

   Na 20ª Congregação Geral, que se realizou a 16 de novembro, a tempestade continuou com toda intensidade. (...)

    Dos 18 oradores que falaram na 22ª Congregação Geral, que foi tempestuosa, 2 defenderam o esquema, 7 pediram maiores modificações para o texto e 9 o rejeitaram inteiramente. 

   A esta altura, Mons. De Smedt, Bispo de Bruges, tomou a palavra em nome do Secretariado para a União dos Cristãos. "Inúmeros Padres Conciliares demonstraram, ao examinar o esquema sobre as fontes da Revelação, preocupações verdadeiramente ecumênicas. Todos desejam sincera e positivamente que esse esquema promova a unidade. Mas os pontos de vista diferem, uns afirmando que eles correspondem às exigências do ecumenismo, outros negando isto. A fim de poder julgar com melhor conhecimento de causa, talvez desejeis saber o que nosso Secretariado considera necessário para que uma proposta mereça ser chamada ecumênica. Como sabeis, nosso Secretariado foi criado pelo Sumo Pontífice para ajudar os Padres Conciliares a examinarem os diversos textos que lhes são submetidos, sob o ponto de vista do ecumenismo". 

   Ele terminou fazendo um apelo patético: "Tendo recebido do Santo Padre a função de trabalhar neste Concílio pelo feliz estabelecimento de um diálogo com nossos irmãos não-católicos, nós vos suplicamos, Veneráveis Irmãos, que escuteis o que o Secretariado para a União dos Cristãos pensa do esquema proposto. Tal como nós o vemos, o esquema carece consideravelmente de espírito ecumênico. Ele não constitui um progresso no diálogo com os não-católicos, mas um obstáculo; irei mais longe, e direi que ele é prejudicial (...) Se os esquemas preparados pela Comissão Pré-Conciliar de Teologia não forem redigidos de modo diferente, nós seremos responsáveis por ter abortado, no II Concilio do Vaticano, uma grande, uma imensa esperança. Esta esperança é partilhada por todos aqueles que, com o Papa João XXIII, aguardam, na oração e no jejum, que medidas vigorosas e sérias sejam enfim tomadas, visando realizar a unidade fraterna entre todos aqueles pelos quais Jesus Cristo Nosso Senhor rogou, pedindo que sejam um."
    Enquanto Mons. De Smedt se afastava do microfone, a assembleia irrompeu em aplausos.

   (...) Os liberais tinham ganho a batalha das eleições; tinham ganho por ocasião do debate sobra a liturgia; e agora ganhavam no debate sobre a Revelação. (...).

    Quatro dias mais tarde, o L'Osservatore Romano anunciava na primeira página a composição da nova Comissão para a revisão do esquema. Não se tratava mais do esquema sobre as Fontes da Revelação, mas do esquema sobre a Revelação Divina. Isso parecia confirmar que o partido liberal, que fazia oposição à noção de duas fontes da Revelação, a havia feito desaparecer. A nova comissão tinha dois presidentes, os cardeais Ottaviani e Bea. Seis cardeais foram acrescentados, entre os quais Frings e Liénart. 

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