SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O SILÊNCIO NO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

   Excerto do Livro "AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA" de São Leonardo de Porto-Maurício.

   "Era, dissemos, opinião de São João Crisóstomo, opinião aprovada e confirmada por Gregório no quarto de seus Diálogos, que no momento em que o padre celebra a Missa, os céus se abrem, e multidões de anjos descem do Paraíso para assistir ao santo Sacrifício. São Nilo, abade, discípulo do mesmo São Crisóstomo, afirma que via, quando este santo doutor celebrava, uma grande multidão daqueles espíritos celestes assistindo os ministros sagrados em suas augustas funções. Pois bem, eis o meio mais adequado para assistir com fruto à santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos. 

   Entre os hebreus, enquanto se celebravam os sacrifícios da antiga Lei, nos quais se ofereciam apenas touros, cordeiros e outros animais, era coisa digna de admiração ver com quanto recolhimento, modéstia e silêncio o povo todo acompanhava. E, se bem que o número de assistentes fosse incalculável, além dos setecentos ministros que sacrificavam, parecia, no entanto, que o templo estava vazio, pois não se ouvia o menor ruído, nem um tossido ou raspar de garganta. Ora, se havia tanto respeito e veneração por esses sacrifícios que, afinal, não eram mais que uma sombra e figura do nosso, que silêncio, que atenção, que devoção não merece a santa Missa, na qual o próprio Cordeiro imaculado, o Verbo de Deus, se imola por nós?!

   Bem o compreendia Santo Ambrósio. No testemunho de Cesário, quando ele celebrava a santa Missa, após o Evangelho virava-se para o povo e o exortava a um piedoso recolhimento e impunha a todos guardar o mais rigoroso silêncio, não só proibindo a menor palavra, mas ainda abstendo-se de tossir ou fazer qualquer ruído. E era obedecido. Quem quer que assistisse à Missa do santo Bispo, sentia-se tomado de profundo respeito e comovido até ao fundo da alma, tirando assim grande proveito e acréscimo de graças".

   Até aqui: São Leonardo de Porto Maurício. 

  Nosso Senhor Jesus Cristo, ao expulsar do santo Templo os profanadores, exclamou: "Minha Casa é casa de oração; e vós fizestes dela um covil de ladrões". Nas igrejas temos hoje Jesus no Sacrário e assim não há lugar mais apropriado para a Santa Missa do que a igreja. Tudo ali nos convida à adoração, ao silêncio e à piedade. Além do mais, o sacerdote que está no lugar de Jesus, tem o direito e o dever de zelar pelo decoro, silêncio e modéstia na igreja; o que não poderia fazer se celebrar numa casa particular. Celebrar em casas particulares, a não ser em casos  excepcionais, traz grande prejuízo para as almas. A santa Missa vai-se banalizando, vai-se perdendo a modéstia depois mesmo dentro das igrejas. Acaba-se o silêncio, que já está tão menosprezado! Nos primórdios do Cristianismo se celebrava a Santa Missa nas casas, pois, ainda não havia igrejas, e as Sinagogas ficaram com a religião judaica. Mesmo assim, sabemos pelos testemunhos dos primeiros Padres da Igreja, que grande era a veneração pela "fração do pão", ou seja pelo "Santo Sacrifício" que mais tarde passou a chamar-se "Santa Missa". É que os primeiros cristãos eram de grande fé!!! 

domingo, 28 de agosto de 2016

NOSSA RESSURREIÇÃO

   A ressurreição é o fim a que devemos tender, como é também a recompensa de todos os nossos esforços e pesares: ressurreição do corpo no fim dos tempos e sobretudo ressurreição espiritual todos os dias. Ora, é o fogo do amor de Deus que consome todas as imperfeições e impurezas da nossa alma, que a espiritualiza cada vez mais e a leva a participar das disposições e virtudes de Jesus, como é ainda o que nos torna mais fácil o grande dever da imolação. Disse-o Santo Agostinho: quando se ama, não se sofre, ama-se o sofrimento. Vejamos, por exemplo, uma mãe: é capaz de passar noites e noites junto do leito de um filho doente, com a esperança e o desejo de lhe salvar a vida, mal sente a fadiga. Ama o filho, ama-o ternamente, generosamente, e para lhe salvar a vida está disposta a todos os sacrifícios. O mesmo se dá conosco. Quando amamos a Jesus sacerdote e vítima, terna e generosamente, queremos assemelhar-nos a Ele em tudo, até no seu espírito de vítima. Se nos sobrevêm sofrimentos, físicos ou morais, se caem sobre nós insucessos, humilhações, contradições, perseguições, a própria pobreza, e pomos os olhos em Jesus, estendemo-nos ao lado d'Ele na cruz e repetimos com São Paulo: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome e a nudez, ou o perigo e a espada?...  Mas em todas estas provações somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou. Porque eu tenho a certeza de que nem a morte, nem a vida, nem o presente, nem o futuro... nem criatura alguma poderá separar-nos do amor de Deus em Jesus Cristo Nosso Senhor" (Rom. VIII, 35). 

   Porque, na verdade, caríssimos, se nós queremos tomar parte na glória de Jesus, é mister que tomemos parte nos seus sofrimentos. Como diz São Pedro: "Se Cristo sofreu por nós, foi para que sigamos os seus passos" (1 Pedro, II, 71). 

   Na verdade, quem quer passar a vida no meio do prazer não é discípulo de Jesus Cristo, mas sim discípulo de Epicuro. ou, se quiserem, do mundo. O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo procura em tudo fazer a vontade de Deus e não a própria; procura cumprir o seu dever de estado e não seguir os seus caprichos; numa palavra, procura sempre praticar as virtudes cristãs. Pois, na verdade, os cravos de que Jesus se serve para nos fixar à cruz ao seu lado, dizia o Beato Olier, são as virtudes que ligam o nosso amor próprio e os nossos desejos carnais. 

   Caríssimos, resumindo, podemos dizer: Viver como cristão é imitar a Jesus Cristo, é sofrer com Ele para morrer e ressuscitar com Ele. Amém!

sábado, 6 de agosto de 2016

O Sacrifício do Altar perpetua a memória de Jesus

Extraído do Livro "JESUS CRISTO NOS SEUS MISTÉRIOS"  escrito pelo Beato D. Columba Marmion.


   "Quando o nosso divino Salvador instituiu este mistério, com o fim de perpetuar os frutos do Seu Sacrifício, disse aos Apóstolos: Hoc facite in meam commemorationem - "Fazei isto em memória de mim" (S. Lucas XXII, 19; I Cor. XI, 24). Assim, além do fim principal, que é renovar a Sua imolação e fazer-nos participar dela pela Comunhão, Jesus Cristo ajuntou à Eucaristia um caráter de memorial. E como é que este mistério conserva a lembrança de Cristo? Como é que o recorda aos nossos corações?

   A Eucaristia conserva a recordação de Jesus, primeiro como Sacrifício.

   Sabeis muito bem que há um só sacrifício completo, total, perfeito, que tudo saldou e tudo satisfez, que tudo mereceu e do qual deriva toda a graça: o Sacrifício do Calvário. Não há outro. - "Por uma oblação única, diz São Paulo, Jesus Cristo levou para sempre à perfeição aqueles que são santificados" (Hebr. X, 14).  
   Mas, para que os méritos deste sacrifício sejam aplicados a todas as almas de todos os tempos, Jesus Cristo quis que ele fosse renovado no altar. O altar é outro Calvário, onde é recordada, representada, reproduzida a imolação da cruz. Assim, por toda a parte onde houver um sacerdote para consagrar o pão e o vinho, conserva-se a lembrança da Paixão. O que se oferece e dá no altar é "o corpo que foi entregue por nós, o sangue que foi derramado pela nossa salvação". É o mesmo Pontífice, Jesus Cristo, que os oferece pelo ministério dos Seus sacerdotes. Como não pensar, pois, na Paixão, quando assistimos ao Sacrifício da Missa, no qual tudo é idêntico, menos a maneira como se faz a oblação? 
   Não se celebra nenhuma Missa, não se faz nenhuma Comunhão sem que venha à mente a lembrança de Jesus que se entregou à morte para resgatar o mundo. Porque, diz São Paulo, "todas as vezes que comerdes este pão e beberdes deste cálice, anunciais, recordais a morte do Senhor; e assim será, até que Ele venha no último dia" (I Cor. XI, 26). 
   Assim se perpetua, viva e fecunda, até ao fim dos séculos, a lembrança de Cristo no meio daqueles que veio resgatar pela Sua imolação. 
   A Eucaristia é, pois, o perfeito memorial que Jesus deixou da Sua Paixão e Morte; é o testamento do Seu amor. Por toda a parte onde se oferece o pão e o vinho, onde se encontra a hóstia consagrada, é recordada a imolação de Cristo: "Fazei isto em memória de mim".
   A Eucaristia recorda-nos, antes de mais nada, a Paixão de Jesus. Foi na véspera da morte que Jesus a instituiu; foi como testamento do Seu amor que no-la deixou. 
   Contudo, não exclui os outros mistérios. Vede o que faz a Igreja. É a Esposa de Cristo, ninguém melhor do que ela conhece as intenções do seu divino Chefe; na organização do culto público que Lhe presta, é guiada pelo Espírito Santo. E que diz ela? Apenas terminada a Consagração, lembra primeiro as palavras de Jesus: "Hoc facite in meam commemorationem" - "Fazei isto em memória de mim". E logo a seguir, para mostrar até que ponto faz seus os sentimentos do Esposo, acrescenta: "Por isso, Senhor, nós Vossos servos e conosco esta Vossa santa assembleia, em memória da bem-aventurada Paixão do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor e da Sua Ressurreição, bem como da Sua gloriosa Ascensão aos céus, oferecemos à Vossa divina Majestade... o pão sagrado da vida eterna e o cálice da salvação eterna".
   Assim pois, conquanto a Eucaristia recorde diretamente e em primeiro lugar a Paixão de Jesus, não exclui a lembrança dos mistérios gloriosos que tão estreitamente se encadeiam com a Paixão, da qual, em certo sentido, são o complemento. 
   Visto ser o corpo e sangue de Jesus Cristo que recebemos, a Eucaristia pressupõe a Encarnação e os mistérios que nela se baseiam ou dela derivam. Jesus Cristo está no altar com a Sua vida divina que não cessa jamais, com a sua vida mortal cuja forma histórica cessou, sem dúvida, mas cuja substância e merecimentos permanecem, com a Sua vida gloriosa que não tem fim. 
   Tudo isto, como sabeis, está realmente contido na sagrada hóstia e é dado em comunhão às nossas almas. Dando-se a nós, Jesus Cristo entrega-se na totalidade substancial das Suas obras e dos Seus mistérios, bem como na unidade da Sua pessoa. Sim, diremos com o salmista que cantava com antecedência a glória da Eucaristia, "o Senhor deixou ao Seu povo uma lembrança das suas maravilhas; na sua misericórdia e bondade, deu alimento àqueles que O temem" (Salmo 110, 4-5). 
   A EUCARISTIA É COMO QUE A SÍNTESE DAS MARAVILHAS DO AMOR DO VERBO ENCARNADO PARA CONOSCO. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

QUEM OFERECE A SANTA MISSA?

   Extraído do Livro "JESUS, REI DE AMOR" do Beato Padre Mateo Crawley-Boevey, SS. CC.

   São três pessoas, cuja atuação, no entanto, se apresenta com valores litúrgicos muito diferentes.

  Em primeiro lugar, o Pontífice adorável, o Cristo Jesus, o "Sumo Sacerdote segundo a Ordem de Melquisedech" - Oficiante Divino e ao mesmo tempo Oblação Sacramental Sacrossanta.

   Em segundo lugar - por Ele, com Ele e n'Ele - o sacerdote, esse "outro Cristo", oficialmente tornado ministro expressamente para oferecer o Santo Sacrifício. Sacerdotium propter sacrificium: o sacerdote foi criado para oferecer o Sacrifício; o Padre, ao executar no altar esta "ação máxima", o faz investido do Sacerdócio e do poder de Cristo, segundo a palavra do Salvador na última Ceia: "Fazei isto em memória de Mim".

   E finalmente - de certo modo em concomitância espiritual - os fiéis, embora restrita e discretamente, também oferecem o Sacrifício da Vítima. E, sendo a Missa essencialmente um culto social e público, exige sempre a Igreja a presença, no altar, de um representante do povo: é aquele que ajuda à Missa. Este, na sua função oficial de "deputado" do povo, deve apresentar ao celebrante o vinho e a água, e manter com o sacerdote o diálogo estabelecido desde os primeiros séculos como forma litúrgica para a celebração do Santo Sacrifício.

   Notamos com satisfação imensa que desde algum tempo muito se tem pregado e escrito sobre a Santa Missa. E por esse meio - forçoso é reconhecê-lo - têm os fiéis avançado muito na estrada que conduz ao Altar, e com fé mais viva e esclarecida. Confessamos, entretanto, que estamos longe ainda do ideal da Igreja nesse sentido...

   São ainda demasiado numerosos os bons aos quais falta uma sólida instrução religiosa... São legião aqueles que vêm à Missa quase que somente para comungar - de certo que não para participarem do Santo Sacrifício, para glorificarem a Santíssima Trindade... Quantas e quantas almas piedosas reduzem a Divina Eucaristia ao Pão consagrado que se distribui na Santa Mesa!

   A Santa Missa é, para esses, uma bela cerimônia litúrgica durante a qual, segundo o uso estabelecido, é permitido comungar... A Missa não é, para esses, o grande Sacrifício, verdadeiro centro da Igreja: é apenas a chave de ouro que lhes abre o Tabernáculo quando, por devoção toda particular, pessoal, desejam receber a Jesus-Hóstia... São esses que, durante toda a Missa, rezam terços e novenas, sem consciência do divino drama que se desenvolve no Altar... São esses os que separam o Sacrifício do Sacramento.

   Como tinha razão o grande teólogo que escreveu: "Aquele que não sabe apreciar a Santa Missa não será jamais uma alma verdadeiramente eucarística; jamais saberá apreciar a Santa Comunhão, mesmo que a receba todos os dias..." De fato, a ignorância, de par com a rotina, desempenha, neste caso, um papel nefasto, transformando o Santíssimo Sacramento em devoção insípida e sem substância. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A EUCARISTIA PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO

A Santíssima Eucaristia  -  Quadro catequético nº 20
   Vemos, no meio deste quadro, Nosso Senhor Jesus Cristo instituindo a Eucaristia na Quinta-feira Santa, véspera de sua morte, no Cenáculo em Jerusalém.
   Vemos, no alto à esquerda, o apóstolo infiel Judas Iscariotes, suspenso na árvore, enforcando-se depois de ter feito uma Comunhão sacrílega.
   Vemos na parte inferior do quadro, um padre que distribui , durante a Santa Missa, a santa Comunhão aos fiéis. Todos de joelhos, piedosamente recolhidos, de mãos postas e recebendo a Santa Hóstia na língua.
   O principal efeito da Comunhão, que é de nutrir espiritualmente nossas almas, é figurado neste quadro, na parte superior à direita, na pessoa do profeta Elias. Vemos um anjo dando-lhe um pão cozido sob a cinza e um vaso d'água, e dizendo-lhe: "Levanta-te e come, porque te resta fazer ainda uma grande caminhada". Elias se levanta, come e bebe; fortificado por este pão, caminha durante quarenta dias e quarenta noites até Horeb, a montanha de Deus. - O pão de Elias era a figura da Eucaristia, que fortifica nossa alma, nos ajuda a fazer santamente a viagem desta vida e nos conduz à felicidade do céu.
  

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O SANTO SACRIFÍCIO DA CEIA E DA MISSA

   O Salvador não quis que o seu Sacrifício sangrento da Cruz, de onde nasceu a Igreja cristã, permanecesse entre nós apenas qual longínqua lembrança, a ser atingida pela fé. Foi vontade sua perpetuar esse sacrifício ao longo do tempo, tornando-o presente a cada instante que passa da hstória do mundo. Não por ser ineficaz e imperfeito o Sacrifício do Calvário, mas para aplicar-lhe a virtude a cada homem que passa.
   Além disso, a Igreja de Jesus Cristo não seria perfeita se ela fosse incapaz de oferecer a Deus um sacrifício condigno. Tão grande falha na Esposa dileta do Filho de Deus seria imcompreensível. E realmente não existe. Porquanto, como ensina o Concílio de Trento (Sessão XXII, c. 1), instituiu Jesus Cristo um sacrifício para sua Igreja, visível como convém à natureza dos homens.
   Fê-lo NA VÉSPERA DE SUA PAIXÃO, na qual seu Sangue inocente iria resgatar-nos do cativeiro do demônio. De fato, na ÚLTIMA CEIA, ofereceu-se como VÍTIMA ao Pai Eterno, sob as especies de PÃO e de VINHO. E ordenou aos seus apóstolos - que no momento constituiu sacerdotes - e aos seus sucessores, que renovassem aquele mesmo sacrifício até o fim dos séculos. É o SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA,  o qual repete o sacrifício da Ceia, e realiza a profecia de Malaquias, ao anunciar a Hóstia pura quodidianamente ofercida ao Senhor de um ao outro extremo da terra.

   NO CENÁCULO, O RITO ERA REPRESENTAÇÃO ANTECIPADA DA IMOLAÇÃO DA CRUZ.
   NA MISSA: REPRESENTAÇÃO COMEMORATIVA DO SACRIFÍCIO DO CALVÁRIO.

   Mas o rito eucarístico NÃO é UMA REPRESENTAÇÃO VAZIA de um acontecimento passado, é uma comemoração eficaz, porque sobre o altar, sob as espécies de pão e vinho, se tornam PRESENTES o corpo e o sangue do Senhor.
   A Santa Missa é um sacrifício sob forma sacramental, apresenta atualmente Cristo em estado de vítima, TORNA PRESENTE  a Cruz. Toda a realidade da Missa está em função da Cruz.

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE O SACRIFÍCIO DA CRUZ E DA MISSA

   I) SEMELHANÇAS
   Substancialmente, não há distinção entre um sacrifício e outro. Em ambos temos:
   a) a mesma VÍTIMA: Jesus Cristo na sua adorável Humanidade;
   b) o mesmo SACERDOTE: Jesus Cristo. Na Cruz: Ele pessoalmente. - Na Missa: Ele ainda, mas servindo-se do ministério do sacerdote que lhe empresta os lábios e as mãos, para renovar a oblação da Cruz.

   II) DIFERENÇAS
   a) Na maneira da oblação. No Calvário, o sacrifício foi cruento, isto é, com derramamento de sangue. Na Missa, o sacrifício é incruento, isto é, sem derramamento de sangue.
   b) Quanto ao sacrificador. O Sumo Sacerdote é o mesmo em ambos, como vimos. Mas, na Cruz, Jesus se imolou direta e pessoalmente; na Missa, Ele se serve de instrumentos que são os sacerdotes consagrados.
   c) Quanto aos efeitos. O Sacrifício da Cruz realizou a obra da Redenção. O Sacrifício da Missa torna presente o Sacrifício da Cruz para aplicar os frutos da Redenção.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

UMA PÁGINA DE SANTO AFONSO

 O capítulo XV do Livro "PRÁTICA DE AMAR A JESUS CRISTO".

A caridade tudo crê


QUEM AMA A JESUS CRISTO, CRÊ TODAS AS SUAS PALAVRAS

   1. - Uma pessoa que ama, dá crédito a tudo o que diz o amado, e, por isso, quanto maior é o amor duma alma a Jesus Cristo, tanto mais firme e viva é a sua fé. O bom ladrão, vendo o nosso Redentor que estava na cruz morrendo sem culpa, e sofrendo com tanta paciência, começou a amá-lo. Por isso, movido deste amor e iluminado depois pela luz divina, creu ser Ele verdadeiramente o Filho de Deus, e por esta razão lhe pediu se lembrasse dele, quando entrasse em seu reino.

   2. - A fé é o fundamento da caridade, mas a caridade depois é que aperfeiçoa a fé. Quem mais perfeitamente ama a Deus, mais perfeitamente crê. A caridade faz que o homem creia não só com a inteligência, mas também com a vontade. Muitos creem com a inteligência, mas não com a vontade, como são os pecadores, os quais sabem serem mais que certas as verdades da fé, mas depois não querem viver segundo os divinos preceitos. Estes têm uma fé muito fraca, pois que, se tivessem uma fé viva, crendo que a divina graça é um bem maior do que todo o bem, e que o pecado é um mal maior do que todo o mal, porquanto nos priva da graça divina, com certeza mudariam de vida. Se, pois, preferem a Deus os míseros bens deste mundo, é porque não creem, ou muito fracamente creem. Aqueles que, pelo contrário, creem não só com a inteligência, mas ainda com a vontade, de modo que não só creem, mas querem crer em Deus revelador pelo amor que Ele lhes tem, e gostam de crer, estes, sim, creem perfeitamente, e, por isso, procuram informar a sua vida com as verdades que creem. 

   3. - A falta de fé naqueles que vivem em pecado, não nasce da obscuridade da mesma fé; pois que, bem que Deus tenha querido que as coisas da fé nos fossem em grande parte obscuras e encobertas, para que tivéssemos merecimento em crer, contudo as verdades da fé se nos tornam tão evidentes pelos sinais que as manifestam, que não crê-las, seria não só imprudência, mas impiedade e loucura. Nasce, portanto, a fraqueza da fé de muitos, dos seus maus costumes. Quem despreza a amizade de Deus para não se privar dos prazeres proibidos, quisera que não houvesse lei que os proibisse, nem castigo para os que pecam, e por isso esforça-se por evitar a consideração das verdades eternas, da morte, do juízo, do inferno, da divina justiça. E, porque estes objetos lhe causam demasiado terror, e tornam amargos os seus deleites, chega por isso a atormentar a cabeça para descobrir razões, ao menos verossímeis, com que possa persuadir-se, ou convencer-se de que não há alma, nem Deus, nem inferno, para viver e morrer como os brutos que não conhecem lei nem razão.

   4. - É a relaxação dos costumes a fonte de que têm nascido e de que todos os dias saem tantos livros e sistemas de materialistas, indiferentistas, socialistas, deístas e naturalistas. Uns deles negam a divina existência, outros negam a divina providência, dizendo que Deus, depois de criar os homens, não se importa mais deles, indiferente a respeito de amarem ou ofenderem a Deus, a salvarem-se ou a perderem-se; outros negam a divina bondade, afirmando que Deus criou muitas almas para o inferno, induzindo-as Ele mesmo a pecarem para que se condenem e vão amaldiçoá-lo para sempre no fogo eterno. 

   5. - Ó ingratidão e malvadez dos homens! Deus os criou, por sua misericórdia, para fazê-los eternamente felizes no céu; cumulou-os de tantas luzes, benefícios e graças, a fim de que alcançassem a vida eterna; para o mesmo fim os remiu, com tantas dores e tanto amor, e eles esforçam-se por não crerem nada, para viverem à sua vontade, entregues aos seus vícios. Mas não; que por mais esforços que façam, jamais poderão os míseros libertar-se do remorso da má consciência e do temor da vingança divina. Acerca desta matéria, dei à estampa um obra intitulada  A Verdade da Fé, na qual demonstrei com clareza a insubsistência de todos os sistemas dos incrédulos modernos. Oh, se deixassem os vícios, e se aplicassem a amar a Jesus Cristo, certamente não poriam mais em dúvida as verdades da fé, acreditariam firmemente toda a doutrina revelada por Deus.

   6. - Quem ama a Jesus Cristo de todo o coração, tem sempre diante dos olhos as máximas eternas e por elas regula as suas ações. Quem ama a Jesus, oh, como entende bem o que disse o Sábio: Vaidade das vaidades, tudo é vaidade (Eccl. I, 2); que toda a grandeza terrena é fumo, engano e podridão, que o único bem e felicidade duma alma consiste em amar o seu Criador e fazer-lhe a vontade, que nós somos tanto quanto somos diante de Deus; que nada vale ganhar todo o mundo, se a alma se perde; que todos os bens da terra não podem contentar o coração do homem, mas só Deus o contenta; em suma, que é preciso deixar tudo para ganhar tudo!...

   7. - A caridade crê tudo. Há cristãos que não são tão perversos como os de que acabamos de falar, que tomaram não acreditar em nada para viverem nos vícios sem remorso e com mais liberdade. Há cristãos, digo, que creem, mas têm uma fé lânguida, creem os sagrados mistérios, creem as verdades reveladas no Evangelho: a Trindade, a Redenção, os sacramentos e outras, mas não nas creem todas. Jesus Cristo disse: Felizes os pobres; felizes os atribulados; felizes os que se mortificam; felizes aqueles que são perseguidos, criticados e escarnecidos dos homens: Bem-aventurados os pobres (Lucas, VI-20). Bem-aventurados os que choram (Mateus V-5). Bem-aventurados os que têm fome de justiça (Ibid.). Bem-aventurados os que sofrem perseguição. Sereis bem-aventurados quando vos amaldiçoarem e disserem todo o mal contra vós (Ibid.). Assim falou Jesus Cristo no Evangelho. Mas como pode dizer-se depois que creem no Evangelho os que dizem: Bem-aventurados os ricos; bem-aventurados os que não sofrem; bem-aventurados os que procuram os prazeres; desgraçados os que são perseguidos e maltratados dos outros? Destes é forçoso dizer ou que não creem no Evangelho, ou que só creem em parte. Quem crê tudo, considera sua dita e benefício de Deus ser neste mundo pobre, enfermo, mortificado, desprezado e maltratado dos homens. Isto crê e diz quem crê tudo o que se diz no Evangelho e tem verdadeiro amor a Jesus Cristo.

Colóquios e súplicas

   Meu amado Redentor, vida da minha alma, eu creio que Vós sois o único bem digno de ser amado. Creio que Vós sois o que com maior amor amais a minha alma, porque só por amor chegastes a morrer consumido de dores por mim. Creio que nesta vida, nem na outra não há maior felicidade do que amar-vos e fazer a vossa vontade. Tudo eu creio firmemente e por isso renuncio a tudo para ser todo vosso e não possuir mais do que a Vós. Pelos méritos da vossa paixão ajudai-me e fazei-me qual quereis que eu seja.
   Verdade infalível, eu creio em Vós, Misericórdia infinita, em Vós confio. Infinita bondade, eu vos amo. Amor infinito que vos destes a mim na vossa paixão e no sacramento do altar, todo me dou a Vós.
    E a Vós também me recomendo, ó refúgio dos pecadores, Maria, Mãe de Deus.