Sermão de São Pedro Julião Eymard.
De todas as qualidades de Jesus Cristo, parece que nenhuma Lhe é mais honrosa que a de Sacerdote.
De todas as qualidades de Jesus Cristo, parece que nenhuma Lhe é mais honrosa que a de Sacerdote.
Nos títulos de Salvador, de Rei, de Pastor, de Juiz, Ele considera mais imediatamente os homens, a sua Igreja; sob tais aspectos, de certo modo, aplica-Se apenas em arrancá-los da perdição eterna, em governá-los, alimentá-los, tratá-los segundo as obras.
Na qualidade de Sacerdote, porém, eleva-Se diretamente ao Pai: adora-O por Si mesmo e presta-Lhe, em nome da humanidade, todos os deveres da religião. Por Seu sacerdócio, considera, antes de tudo, a glória do Pai celeste: é com este fim principal que Se imola em sacrifício. Se pensa também nos homens é porque, sendo Sacerdote, é Mediador: quer restabelecê-los na graça com Deus; desce até eles para elevá-los consigo até Deus.
Portanto, a qualidade de Sacerdote é n'Ele a mais excelente.
Ora, ensina-nos a Fé que Jesus Cristo operou a obra da nossa Redenção pelo Sacrifício cruento da Cruz. Sua morte expiou todos os pecados, satisfez rigorosamente a Justiça divina, reconciliando assim o céu com a terra, Deus com o homem.
Entretanto, Seu amor não se limitou à imolação cruenta. Antes mesmo de morrer, Ele instituiu o sacrifício do Altar que renova o da Cruz, a fim de nos aplicar seus méritos e tonar-se o bem particular, a glória da Igreja católica.
É meu desejo demonstrar-vos que, por esse motivo, o santo Sacrifício da Missa assume uma tríplice excelência que lhe é peculiar. Com efeito, pela Santa Missa:
Deus é honrado sem ser simultaneamente ofendido, como o foi pelo deicídio dos judeus; Jesus Cristo é imolado sem ser entregue à morte; os cristãos participam do Sacrifício, sem ser, como os judeus, cúmplices dos carrascos.
De início, invoquemos Maria, Mãe de Deus, que deu à Vítima adorável a Carne e o Sangue para o divino sacrifício que, no altar, continua a ser diariamente oferecido por nós. Ave Maria.
(O sermão continua em duas postagens: I - Excelência própria do Sacrifício da Missa; II - Máxima estima que devemos ter pelo Santo Sacrifício da Missa).
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