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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Páginas Históricas do Concílio Vaticano II - ( 23ª )

   "O Cardeal Siri, Arcebispo de Gênova, trabalhando em colaboração com Mons. Rossi, professor em seu grande seminário, preparou e mandou imprimir numerosos comentários e observações sobre os esquemas; esses documentos foram largamente difundidos entre os elementos conservadores da hierarquia italiana e das hierarquias de língua espanhola e portuguesa, da Europa e da América Latina.

   (...) Mons. Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina, no Brasil, fundou e dirigiu a Coetus Internationalis Patrum (Grupo Internacional de Padres), apresentando - com a Cúria Romana - como o máximo de conservadorismo e como o freio dos elementos progressistas do Concílio, e que foi muito maltratado na imprensa, em revistas e livros, mesmo sendo sua finalidade fazer ouvida a voz das minorias conservadoras. 

   Durante as duas primeiras sessões, Mons. Proença Sigaud organizou conferências semanais, mas os membros italianos se retiraram quando correu o boato de que Mons. Capovilla, Secretário particular de João XXIII, tinha declarado que não consideraria ofensivas ao Papa eventuais críticas dirigidas contra a Cúria Romana. Novo esforço veio do número de votos dos que se pronunciaram contra a fusão do esquema sobre a Santíssima Virgem Maria com o esquema sobre a Igreja, o que provava, segundo Mons. Proença Sigaud, que um número bastante grande de Padres Conciliares 'se esforçava por orientar o Concílio na linha doutrinal tradicionalmente seguida pela Igreja'. Mas não se achou cardeal algum que tivesse a audácia de dar à organização o apoio que lhe era necessário, até que em 29 de setembro de 1964, durante a terceira sessão, o Cardeal Santos, Arcebispo de Manilha, aceitou ser o seu porta-voz no Sacro Colégio.

   O grupo então comprou uma pequena impressora rotativa offset, que foi instalada perto do Vaticano, e recrutou pessoal de escritório. Três dias depois de sua entrevista com o Cardeal Santos, Mons. Proença Sigaud publicou um boletim anunciando que o Coets Internationalis Patrum organizaria, toda terça-feira à noite, uma conferência aberta a todos os Padres Conciliares. Tais reuniões teriam por objetivo 'estudar, com a ajuda de teólogos, os esquemas do Concílio à luz da doutrina tradicional da Igreja e dos ensinamentos dos Sumos Pontífices'. As reuniões eram patrocinadas pelos cardeais Santos, Ruffini, Siri, Larraona e Browne. 

   O Coetus Internationalis Patrum não demorou a se tornar tão ativo e a exercer tal influência que a Aliança Europeia ficou indignada; segundo um dos cardeais da aliança, Mons. Proença Sigaud 'estava bom para ser enviado para a Lua', e a Katholische Nachrichten Agentur, agência de imprensa católica subvencionada pelos bispos alemães, o qualificou de arqui-conservador e o acusou, bem como aos membros de seu grupo, de trabalhar ocultamente contra os objetivos do Concílio. Apesar disto, uma onda quase ininterrupta de circulares, comentários sobre os esquemas, intervenções e emendas afluíam de sua pena e da dos bispos e teólogos que ele tinha reunido. Muito tempo antes de um esquema vir à discussão, já estava definido um programa de ação esclarecendo os aspectos do esquema que convinha apoiar ou combater, nas intervenções orais ou escritas. 

   Em 9 de novembro de 1963, durante a segunda sessão, Mons. Carli, Bispo de Segni, um dos membros mais ativos do grupo, preparou para o Sumo Pontífice uma carta na qual lhe suplicava 'que pedisse aos Cardeais Moderadores que se abstivessem inteiramente de intervir publicamente em seu próprio nome, tanto dentro como fora da aula conciliar'. Dizia que, aos olhos de todos, eles apareciam como 'os intérpretes do pensamento do Sumo Pontífice' e se suspeitava que pendiam 'para certa direção bem precisa'. Mas o Cardeal Ruffini o desaconselhou de enviar a carta, e ele não a remeteu.

   O Padre Ratzinger, teólogo pessoal do Cardeal Frings, estando um dia à mesa com um grupo, disse que os liberais, depois de alcançarem a maioria nas comissões, tinham pensado ter as mãos livres no Concílio, mas que as intervenções e votos começavam a lhes mostrar que suas proposições se chocavam com certa resistências que as Comissões deveriam levar em conta por ocasião das revisões dos esquemas. Ratzinger ignorava que Mons. Proença Sigaud estava sentado a pouca distância dele, rindo disfarçadamente ao perceber um representante da Aliança Europeia reconhecer publicamente o fato". 

   N.B.: Numa conversa que certa vez tive com D. Antônio de Castro Mayer, de santa memória,  especialmente sobre o Concílio Vaticano II, Sua Excelência deixou bem claro o seguinte (embora não me lembre exatamente das suas próprias palavras): "Pela graça de Deus, nós Padres do Concílio, conservadores, (Coetus Internationalis Patrum) fizemos o que pudemos, e saímos do Concílio com dois sentimentos: primeiro com a consciência tranquila do que fizemos durante o Concílio, e saímos do Concílio com a obrigação em consciência de procurar nos anteciparmos aos progressistas, procurando dar a interpretação tradicional naquilo que fosse possível e afastar os nossos fiéis dos efeitos daquelas coisas que víamos serem perniciosas. Inclusive, diante das ideias progressistas dominantes no Concílio (arredondando os números: eram 2000 liberais contra 200 conservadores) alguns conservadores quiseram simplesmente abandonar o Concílio, mas D. Antônio e D. Lefebvre acharam melhor permanecer e lutar o quanto pudessem durante o Concílio e depois dele, procurar desfazer na medida do possível as interpretações desastrosas encubadas nas inúmeras ambiguidades.  Foi também o que eles aconselharam a alguns que quiseram abandonar o Concílio. 

   

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