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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sábado, 9 de março de 2013

São Pedro Celestino, Papa e Confessor

   Ao escrever sobre este santo elogiado pelo Igreja sobretudo pela sua humildade, quero em primeiro lugar transcrever em português o que a Santa Madre Igreja dele diz na sua Liturgia, no Breviário. Creio primeiramente ser útil observar que este Breviário é o tradicional, ou seja, o que foi restaurado e canonizado pelo Sacrossanto Concílio de Trento, editado por São Pio V, reformado pela autoridade de São Pio X e, no que se refere a São Pedro Celestino, Papa e Confessor, conservado integralmente sem tirar ou acrescentar uma vírgula, pelo Beato João XXIII em 1962. Assim reza o Breviário:

   "Pedro, que recebeu o nome de Celestino como Papa, nasceu de pais católicos virtuosos, na Sulmona da Isérnia. Tendo apenas entrado na adolescência, para guardar a alma livre das seduções do mundo, retirou-se para a solidão. Aí nutrindo a mente com a contemplação, reduzindo o corpo à servidão, trazia sobre a carne nua [sob às vestes] uma corrente de ferro. Fundou uma Congregação que depois foi chamada dos Celestinos, sob a Regra de São Bento. Daí, como uma luz colocada sobre o candelabro, ele, como não conseguisse se esconder, (a Igreja Romana estava sem pastor há muito tempo) sem saber e ausente, elevado à Cátedra de Pedro, impressionou a todos pela grande admiração da notícia não menos do que pela inesperada alegria. Colocado, porém, no cume do Pontificado, repleto de vários cuidados, como  reconhecesse dificilmente poder se entregar às costumadas meditações, renunciou voluntariamente não só ao peso mas também à honra. Voltando, então, ao antigo sistema de vida, dormiu no Senhor e uma cruz brilhando no ar diante da porta de sua cela, tornou mais preciosa ainda a sua morte. Ainda em vida e depois da morte, tornou-se célebre pelos seus muitos milagres; por estes milagres, correta e religiosamente examinados, Clemente V, onze anos após sua morte, incluiu-o no número dos santos". 

  Ouçamos agora São João Bosco: 

   "Foi São Celestino um dos Papas que deram mui singular exemplo de humildade. Nascido em Sulmona; desde jovem dedicou-se inteiramente à contemplação das coisas celestiais e ao exercício da penitência. Depois de ter levado setenta anos de vida austera e penitente, em um deserto tiraram-no quase à força dali no ano 1294 para criá-lo Papa em lugar de Nicolau IV que falecera em 1292. De todas as partes acudiam as multidões para verem o novo Pontífice, que com a fama de suas virtudes e milagres atraía a admiração de todos. Mas cinco meses depois de ocupar o trono pontifício, levado por sua humildade e amor ao retiro, renunciou ao papado, coisa nunca vista até então; e apesar das vivas instâncias dos cardeais, quis tornar a vestir os humildes hábitos de anacoreta; no fim de dez meses morreu em Sulmona, na Campânia, com fama de santidade. Ano 1296. Foi ele fundador dos monges chamados Celestinos".

  Cotejemos, agora, célebres historiadores eclesiásticos, na procura de mais detalhes seguros sobre este santo que está, inclusive, muito lembrado, nestes dias após 11 de fevereiro deste ano de 2013, quando o nosso amado Santo Padre Bento XVI anunciou oficialmente sua livre renúncia que realmente se deu no dia 28 de fevereiro deste mesmo ano às 20 horas, sendo, a partir deste dia e hora, apenas simples Bispo Emérito de Roma. 

   Vejamos alguns apontamentos do Padre João Batista Lehmann, que por sua vez, recolheu-os dos Bollandistas, Muratori, Wetzer, Welte e D. Jaime de Barros Câmara:

   "Tendo apenas seis anos de idade, disse à mãe: "Mamãe, quero ser um servo de Deus". Fielmente cumpriu esta palavra, como se fosse uma promessa feita ao Altíssimo. Apenas tinha terminado os estudos, quando se retirou para um ermo, onde viveu dez anos. Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina. Com licença do Abade, abandonou depois o convento, para continuar a vida de eremita.. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, nome tirado do morro de Morone, ao sopé do qual erigira a cela em que morava.... Em 1251, fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majela. A virtude dos monges animou outros a seguir-lhes o exemplo. O número dos religiosos, sob a direção de Pedro, cresceu de mês em mês, tanto, que o superior, por uma inspiração divina, deu uma regra à nova Ordem, chamada dos Celestinos. Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leão IX, estendeu-se admiravelmente, e ainda em vida do fundador contava 36 conventos". 

   Para conhecermos bem o tempo central da vida de São Celestino, escolhi o historiador Bihlmeyer, que no meu pobre entender, é um dos que mais se preocupam com as Fontes e Bibliografias. Diz ele:

   "Depois da morte de Nicolau IV  a sede papal permaneceu ainda longamente vacante, porque os cardeais se haviam dividido no partido dos Colonna e no dos Orsini, e o rei Carlos II de Nápoles (1285-1309), filho e sucessor de Carlos I de Anju, procurava interferir na eleição com os próprios desejos. Somente depois de dois anos e três meses houve uma eleição unânime, uma da mais estranhas da história papal. Depois de tantos papas juristas era necessário, enfim  um pastor completamente alheio à política, cheio de zelo pela reforma e santo de costumes, que se ocupasse energicamente de uma renovação da Igreja; (...) Em 5 de julho de 1294, os onze eleitores escolheram finalmente Pedro, o piedoso eremita do Monte Morrone nos Abuzos, fundador de um eremitério chamado dos Morronitas (Celestinos). Relutante, aceitou a eleição e tomou o nome de Celestino V, mas conservou o pontificado apenas por cinco meses (de julho a dezembro de 1294). (...) Foi vítima da influência opressiva de conselheiros egoístas, e de Carlos II de Anju, por amor do qual chegou a transferir sua residência para Nápoles; suas nomeações de cardeais foram prevalentemente subordinada a interesses franceses. Reconhecendo, porém, a própria incapacidade e atormentado de escrúpulos de consciência, em 13 de dezembro Celestino renunciou espontaneamente à dignidade papal, para retomar a sua dileta vida eremítica. Este passo suscitou grande surpresa e foi diversamente comentado pelos contemporâneos e pelos pósteros; houve quem o exaltou (Petrarca) e quem o reprovou (Dante). Os exasperados adversários de seu sucessor Bonifácio VIII, que quando cardeal (Bento Gaetani) se não tinha provocado, ao menos favorecera a decisão da renúncia, declararam mesmo inválida a sua abdicação a cátedra pontifícia. Para evitar que se usasse dele para ocasionar um cisma, Bonifácio o reteve detido até a morte (1296) no castelo de Fumone perto de Anagni".

   E bom que se diga que São Pedro Celestino, já ex-papa, de boa vontade se sujeitou a esta medida coercitiva  de Bonifácio VIII. Passou dez meses nesta prisão, se assim podemos dizer. Era realmente um santo homem. Com a Santa Madre Igreja, discordo de Dante e estou certo de que Petrarca o exaltou merecidamente. Como Bento XVI agora, ele só desejava o maior bem da Igreja. Na Cátedra de Pedro, Celestino certamente era advertido pela sua consciência de que não era esta a sua vocação. Por isso  com muita relutância, aceitara sua eleição para o Sumo Pontificado; e o renunciara com a consciência tranquila e alegre. Na verdade, dada sua vida de eremita, que era, com certeza a sua vocação, Pedro Angeleri (este era seu sobrenome) não tinha conhecimento do mundo, nem dos homens, nem dos negócios da cúria. Assim compreendemos que tenha sido completamente dominado por seus conselheiros e, principalmente, por Carlos II. Devemos reconhecer que a Santa Igreja e toda a cristandade passavam por uma crise muito grande. Quase em toda parte reinavam então discórdias e confusão. A Itália se agitava em guerras fratricidas. Grassava terrível a guerra entre França e Inglaterra. Assim entendemos, outrossim, que o sucessor de Celestino V, o Papa Bonifácio VIII, embora fosse, segundo os historiadores, o cardeal mais sábio e capacitado, também achou-se envolvido num conflito com a poderosa famílias dos Colonna. Mas a luta mais dolorosa, que preenche quase todo o pontificado de Bonifácio, é a que teve com Felipe IV, o Belo, rei de França. A sinceridade das intenções de Bonifácio não pode ser posta em dúvida. Cumpre, todavia, confessar que o seu caráter não foi o de um santo, que ele, muitas vezes, não conhecia outra diretriz do seu agir senão o rigoroso direito, e não via que o direito mais bem fundado pode, por vezes, degenerar em insuportável tirania.
   Este pouco que dissemos de Bonifácio VIII, será o suficiente para entendermos que não foi tanto a incapacidade de Celestino V a causa de alguns desastres de seu curtíssimo pontificado.E devemos também saber que, quando eleito Papa, Pedro de Morone era um ancião de 79 anos, macilento pelos jejuns e vestindo-se como um mendigo. Certamente não era esta a sua vocação: ser um Sumo Pontífice.

  Terminemos com a oração litúrgica que a Santa Igreja faz no dia de sua festa, isto é, 19 de maio, oração do Breviário e da Santa Missa:
OREMOS
   Ó Deus, que elevastes São Pedro Celestino à eminente dignidade do supremo Pontificado, e lhe ensinastes a preferir a humildade, concedei-nos, propício, que a seu exemplo, desprezemos as coisas deste mundo, para merecermos com felicidade alcançar as recompensas prometidas aos humildes. Por N. S. 


  

   

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