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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PERIGOS E ILUSÕES NA PRÁTICA DA PENITÊNCIA

   Vamos seguir o Padre Faber:

   "Muitas mortificações se fazem preceder pela vanglória que toca a trombeta em frente delas. A outras, ela acompanha. A algumas fornece mesmo toda a sua vida, toda a sua animação, toda a sua perseverança. É como se este espírito maligno recebesse do seu mestre esta ordem de permanecer alerta: "Cada vez que uma alma está prestes a praticar uma mortificação, esteja perto!" O remédio para isto é praticarmos todas as nossas mortificações por OBEDIÊNCIA. Então torna-se difícil à vanglória, à ostentação, à singularidade, à afetação, à obstinação, à indiscrição, de se agarrarem às nossas penitências para corroerem a amêndoa preciosa da sua vida interior. E estes são os seis principais perigos da mortificação. Também não devemos nos esquecer de tomar precauções contra uma ideia supersticiosa que por vezes acompanha nossas austeridades e que diz respeito ao valor do sofrimento. Muita mortificação permanece mortificação quando não causa sofrimento, e o seu valor intrínseco não depende da soma de dor física e de desconforto corporal, mas da veemência da intenção sobrenatural. Mortificar é dar a morte a alguma coisa, e por esta razão a paixão já morta está mais mortificada do que a moribunda, embora esta última seja ainda susceptível de dor, enquanto que a primeira já está de todo insensível. É curioso quantos são levados inconscientemente por esta noção supersticiosa dada ao valor do mero sofrimento. Não quero dizer que este não tenha valor, mas não é a pedra preciosa; é o metal que a encaixa. Foi este erro que fora da Igreja, e por vezes também em certas pessoas em seu seio, fez nascer a ilusão de que a perfeição consiste em contrariar sempre os nossos gostos. De acordo com esta teoria, as nossas afeições e as nossas paixões nunca conseguiriam amar as coisas de Deus, ou se harmonizar com a graça. Há quem tenha escrúpulos a respeito da caridade com o próximo, porque acha nisso um grande prazer sensível, como também em visitar os pobres ou enfim em seguir uma inclinação particular na devoção. Há até diretores que impõem esta regra errônea às almas que dirigem, o que é na maior parte das vezes tão absurdo quanto indiscreto. O misticismo ortodoxo só poderia permitir semelhante máxima no caso de uma vocação clara e particular, vocação esta tão rara quanto o chamado de Santa Teresa e de Santo André Avelino, que fizeram voto de praticar sempre o que fosse mais perfeito. No entanto a Igreja hesitou ante estes votos quando foi chamada a canonizar os santos e recusou-se a continuar antes de ter a prova evidente de uma operação especial do Espírito Santo. Ninguém jamais se tornou santo, nem mesmo se aproximou da santidade, por deixar de cultivar a doçura de caráter ou as suas virtudes naturais, pelo escrúpulo do grande prazer que achavam nisso. O Jansenismo fez consistir nesta subtileza todo o segredo da perfeição. Esta ideia do ascetismo, além de odiosa, é totalmente contrária aos princípios católicos. 
   
   Às dificuldades e aos perigos da mortificação ajuntaremos uma palavra a respeito de suas ilusões. É uma matéria vasta. Guilloré, que tratou deste assunto longamente e com sua severidade habitual, resume tudo, descrevendo as quatro classes de pessoas que são sobretudo sujeitas a elas.
  1. A primeira classe dos que se iludem, abrange os que sempre levaram vida inocente, e que por esta razão se dispensam com facilidade da prática das austeridades; como nada os atrai a seguir este caminho, não tentam também atrair os outros. Não compreendem por que razão hão de maltratar um corpo tão pouco rebelde, ou lhe infligir sofrimentos tão constantes, quando raras vezes os importuna.
  2. A segunda classe compõe-se dos que, apesar de não terem levado vida inocente, acham-se, não obstante, por causa do seu temperamento apático, indispostos às austeridades. Custam a crer que uma coisa tão acima de sua cobardia, como é esta perseguição de si mesmos, possa ser necessária e indispensável. Concordam quanto a sua utilidade, mas não quanto a sua necessidade; pois neste caso onde estaríamos nós? As suas teorias sobre a perfeição ou suas aspirações sentimentais para obtê-la desaparecerão como fumaça. 
  3. A terceira classe dos iludidos é a dos que ofenderam gravemente a Deus, e julgam por isso que não devem pôr termo às suas austeridades. Deste modo saem dos limites da sã razão, de um lado, e das inspirações da graça, do outro. 
  4. A quarta classe compreende os homens de zelo ardente e de temperamento entusiasta, que encontram a paz na guerra, o repouso na luta, e que satisfazem a natureza, castigando os seus corpos. 
    Ao terminar, gostaria de acrescentar ao que acabamos de ler da pena do Padre Faber, o seguinte: Nunca devemos esquecer que o valor intrínseco da mortificação não depende, na verdade, da soma de dor física e de incômodo corporal mas da veemência do amor de Deus com que a fazemos. Assim, uma grande penitência feita com pouco amor a Deus teria menos valor que uma pequena mas feita com grande amor de Deus. Mas também é óbvio que as extraordinárias penitências em alguns santos, eram sinal e efeito do seu extraordinário amor a Deus. Não esqueçamos, outrossim, que os santos em tudo e especialmente na prática das penitências eram profundamente humildes, totalmente discretos ou prudentes e docilmente obedientes aos seus diretores espirituais. E aí não há lugar para ilusões nem perigos. 

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