I - EFEITOS:
A Extrema-unção produz duas espécies de efeitos: na alma e no corpo.
1º) Efeitos na alma: A) Como sacramento de vivos, a Extrema-unção aumenta a graça santificante.
B) Perdoa os pecados: a) com certeza, os pecados veniais; b) acidentalmente, os pecados mortais, quando o doente está impossibilitado de receber o sacramento da Penitência. Nesse caso, é sacramento de mortos. - A Extrema-unção não foi instituída com a finalidade principal de apagar os pecados graves. Este sacramento só confere a graça primeira quando não é possível a confissão, desde que haja contrição e o desejo de se confessar. Melhorando e recuperando o uso dos sentidos, o doente terá obrigação de confessar os pecados mortais que lhe foram perdoados pela Extrema-unção. - c) Remite, além disso, na medida das disposições do enfermo, a pena temporal devida pelos pecados já perdoados.
C) A graça sacramental própria da Extrema-unção é graça de conforto que fortalece a alma do enfermo contra as tentações supremas e os ataques do demônio e infunde-lhe paciência e santa resignação com a vontade de Deus.
2º) Efeitos no corpo: A Extrema-unção pode restituir a saúde corporal, quando Deus o julgue de proveito para sua glória e salvação da alma do enfermo. Se na época atual muitos doentes não recupera a saúde, não é por defeito do sacramento; devemos antes admitir que não há na maior parte bastante fé daqueles que recebem ou administram a Extrema-unção. Todavia, não obstante o que suceder quanto à saúde corporal, cumpre que os fiéis tenham a firme esperança da alcançar a saúde espiritual, e de sentir em si, ao sobrevir a morte, os salutares efeitos da palavra da Escritura: "Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor". (Apoc. !$, 13).
II - DISPOSIÇÕES PARA BEM RECEBER:
A principal disposição é receber a Extrema-unção na graça de Deus; e, por isso, deve o enfermo confessar-se antes, sempre que puder; ter verdadeira dor dos pecados e excitar-se a fazer atos de fé viva, de firme esperança, de perfeita caridade e de resignação à vontade de Deus.
Os enfermos deverão se revestir da mesma fé com que os primeiros cristãos se apresentavam para serem curados pelos Apóstolos.
Em primeiro lugar, devemos pedir a salvação da alma, depois a saúde do corpo, mas com a ressalva: "Se for útil para a glória eterna".
Para os fiéis, não pode haver a menor dúvida de que Deus atende às santas e solenes orações recitadas pelo sacerdote, não em próprio nome, mas em nome da Igreja e de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A razão decisiva para exortar os enfermos a que peçam, com fé e piedade, a administração desta salutar unção sacramental, é que a luta então aumenta quando as forças da alma e do corpo começam a desfalecer.
III - CERIMÔNIAS:
No quarto do enfermo, colocam-se sobre uma mesinha forrada de toalha branca, um crucifixo entre duas velas acesas, um pires com algodão e água benta. Se o sacerdote for administrar também o viático, prepara-se um copo com água coberto com uma toalhinha.
Entrando, o sacerdote diz: "A paz esteja nesta casa e em todos os seus habitantes!" E com água benta asperge o enfermo e os circunstantes. Depois recita duas orações. O enfermo, ou os circunstantes, rezem o "Eu pecador". O sacerdote reza: "Misereatur", o "Indulgentiam" e logo depois faz as unções em forma de cruz nos olhos, nos ouvidos, na nariz, na boca, nas mãos e nos pés, pronunciando as palavras da fórmula.
Finalmente, o padre diz três orações, nas quais recorda as promessas de Nosso Senhor referidas por São Tiago, e pede a Deus para o doente a saúde da alma e do corpo.
Observação final: Os padres da Administração Apostólica receberam da Santa Sé a permissão para continuarem a administrar a Extrema-unção como também os demais sacramentos, segundo o Ritual Tradicional. Por isso, nas minhas exposições catequéticas, falo somente das cerimônias e fórmulas tradicionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário