Na verdade, o confessor é o mestre e o diretor que Jesus
Cristo nos deu para nos ensinar o verdadeiro caminho do céu. Donde, devemos
receber seus salutares ensinamentos com toda fé, todo respeito e toda a
submissão possíveis. Quando Nosso Senhor Jesus Cristo disse aos seus
discípulos: "Ide e instruí a todas
as nações, e ensinai-lhes a observar tudo o que vos mandei; e, - eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mat. XXVIII, 19)
Ele se dirigiu tanto aos pregadores como também aos confessores. O confessor,
pois, deve instruir o penitente em tudo que diz respeito à fé, a moral e à
piedade. Isto, às vezes, se torna necessário ou útil. O confessor, é, portanto
por direito divino, mestre da fé, mestre da moral e mestre da piedade.
Consideremos estes três pontos:
1º - O CONFESSOR É MESTRE DA FÉ: Porque ele deve
certificar-se, em primeiro lugar, se o penitente crê e conhece o que é
necessário crer, pois que "sem a fé
é impossível agradar a Deus" ( Hebr. XIV, 6). Ora, a fé que é
necessária para agradar a Deus, não é a fé dos judeus, nem a dos protestantes e
nem a dos modernistas, mas é a fé firme e absoluta da santa Igreja católica, fé
baseada na autoridade de Deus, a fé acompanhada das boas obras. O confessor
deve, portanto, lembrar aos cristãos as verdades da religião, dissipar as
dúvidas que assaltam sua inteligência e premuni-los contra os erros que a
impiedade propaga. Daí dizer o próprio Espírito Santo em Malaquias II, 7: "Os lábios dos sacerdotes serão os
guardas da ciência; da sua boca se há de aprender a lei...". O
confessor é "intérprete da vontade
de Deus" (Cf. Mat.II, 7); ele é "a luz do mundo" (Cf. Mat. V, 14). Pois, é ele que deve
esclarecer as almas. "É o sal da
terra" (Cf. Mat. V, 13) para a preservar da corrupção do erro; é ainda "a sentinela vigilante"
(Cf. Ez. III, 17) justamente para pôr as almas em guarda contra os ímpios. Por
isso o confessor é obrigado a proibir aos penitentes as festas profanas e
mundanas (como e aqui em Varre-Sai, a Festa do Vinho), as conversas, as
leituras, as escolas que seriam perigosas para a sua fé.
2º - O CONFESSOR É MESTRE DA MORAL CRISTÃ: É encarregado de
lembrar aos fiéis a observância dos mandamentos de Deus e da Igreja e o
cumprimento dos deveres de estado. Eis o que disseram alguns santos: S.
Gregório disse a este respeito: "Ele (o confessor) é especialmente
constituído por Deus para indicar o bom caminho àqueles que se desviam". Portanto,
deve ensinar a cada um, o mal que evitar, as ocasiões de que fugir, os meios de
salvação que praticar.
S. Bernardo: "O sacerdote é o anjo visível encarregado
de conduzir as almas ao céu através dos perigos desta vida". Depois que
Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu, é ao confessor que o cristão cuidadoso
pela sua salvação deve dirigir a pergunta do moço do Evangelho: "Que devo fazer para alcançar a vida
eterna?" E a resposta será a mesma que deu o Salvador: "Observai os mandamentos... E, se quereis ser
perfeitos, ide, vendei o que tendes, dai-o aos pobres: tereis assim um tesouro
no céu; depois vinde, segui-me" (S. Mateus, XIX, 17).
3º - O CONFESSOR É MESTE DA PIEDADE: São Gregório de Nyssa
chama o sacerdote o "mestre da piedade", e com razão, pois, o
confessionário é uma escola em que se ensina às almas a prática de todas as
virtudes. Ali, o orgulhoso recebe lições de humildade, o colérico lições de
mansidão, o sensual lições de mortificação; lá, o rico aprende a dar as
esmolas, o pobre a ser resignado, o magistrado a governar com sabedoria, o
superior a mandar sem arrogância, o súbdito a obedecer com humildade; ali, são
ensinadas com autoridade toda divina, as virtudes, as práticas e as devoções
mais santificantes, tais como a oração, a meditação, a frequência dos
sacramentos, a devoção ao Santíssimo Sacramento, à Paixão de Cristo, à Santa
Virgem , a São José, etc. Ali no confessionário quantas famílias são levadas a
rezar o Santo Terço todos os dias! Amém!
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