"Jesus Cristo é sempre o
mesmo ontem e hoje; e ele o será também por todos os séculos. Não vos deixeis
levar por doutrinas várias e estranhas" (Hebreus XIII, 8 e 9).
Passará o céu e a terra, mas a verdade do Senhor permanecerá
eternamente (Mt XXIV, 35). As palavras dos Pitagóricos, disse-o o mestre, não era entre eles senão a expressão de uma
idolatria insensata, pois não há homem que não se engane; mas aplicada a Nosso
Senhor Jesus Cristo, deve ser um primeiro princípio, um axioma sagrado para
todo católico.
Jesus Cristo é eterno. N'Ele creram os justos de todos os
séculos passados; n'Ele creem os seus apóstolos; cremos também nós n'Ele e
todos os fiéis que vivem nos dias de hoje e n'Ele crerão todos os séculos
futuros até ao fim do mundo. Sendo Deus é eterno, é imutável. Ele é o único
Messias e depois d'Ele não devemos esperar nenhum outro.
O Apóstolo, com as palavras acima enunciadas, quis
estabelecer a eternidade do Verbo Divino. E o próprio São Paulo tira a
conclusão lógica, ou seja, que nossa fé deve ser também imutável, e os
verdadeiros cristãos não devem ir atrás daqueles que lhes prometem um outro
Cristo, um outro Messias. Sendo Jesus o Filho de Deus Vivo, só Ele tem palavras
de vida eterna. Sua doutrina é perfeita; sua Igreja é uma só, como uma só é a
verdade.
São Paulo combate aqui as seitas, nascidas de homens
pecadores, mortais, mutáveis. As doutrinas das seitas são várias e
consequentemente estranhas à única verdadeira que é a de Jesus Cristo. "Deus
é a única verdade, escreveu Luiz Veuillot, a Igreja Católica é a única Igreja
de Deus".
Jesus Cristo é a Verdade absoluta como Verbo de Deus e é
ainda para nós a Verdade revelada, a luz da fé. Ele é assim o nosso Mestre por
excelência: "Vós só tendes um mestre que é Cristo" (Mt XXIII, 10).
Que os outros escolham, se quiserem, "mestres que deleitam os ouvidos e se
desviam da verdade para se entregarem a fábulas" (II Tim., IV, 3 e
4). Quanto a nós, pela graça de Deus, iremos
Àquele que tem palavras de vida eterna, aquele que veio a este mundo para dar
testemunho da verdade. Iremos a Ele com toda a nossa alma, com a dupla luz da
razão e da fé. Diz Lacordaire: "Movemo-nos em duas esferas: a da natureza
e a da graça; mas tanto uma como outra têm o Verbo, Filho de Deus, por autor e
por guia. Eis porque a Igreja, infalivelmente assistida pelo Espírito que a
instituiu, nunca abdicou na defesa da razão; teve-a sempre como uma parte da
sua herança..."
Jesus Cristo, o Filho de Deus, desceu do céu à terra para
constituir uma sociedade que pudesse "aparecer diante d'Ele gloriosa, sem
mancha nem ruga, santa e imaculada" (Ef. V, 27). E o divino Mestre quer nos levar até a
Jerusalém celeste e diz que Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Jesus
Cristo é o Caminho que devemos seguir para chegarmos ao Pai; a Verdade em que devemos
acreditar, a Vida que almejamos conseguir. Aquele que estiver unido a Ele tem
tudo: tem o Pai e vê o Pai, não com os olhos físicos, mas com os olhos do
espírito. A união com o Pai é o próprio ser de Jesus; dela depende a sua vida
humana; a sua doutrina é luz daquele foco; os seus milagres, manifestações do
poder divino.
Segundo o pensamento do Beato Mons. Ollier, tenhamos
habitualmente Jesus diante dos olhos, no
coração e nas mãos.Tenhamos Jesus diante dos olhos: contemplando-O como o
modelo mais completo de todas as virtudes que devemos praticar. Tenhamos Jesus no coração: quer dizer,
supliquemos ao Espírito Santo, que animava a alma humana do Salvador e que é
ainda hoje a alma do seu corpo místico, que venha até nós para nos tornar
semelhantes a Jesus Cristo. Tenhamos
Jesus nas mãos: isto é, roguemos-Lhe que faça com que a sua vontade se
cumpra em nós, que, "como bons membros, devemos obedecer à cabeça, e cujos
impulsos só devem vir de Jesus Cristo, o qual, enchendo a nossa alma do seu
Espírito, da sua virtude e da sua força, deve operar em nós e por nós tudo
quanto deseja".
Com São Paulo, digamos de todo o coração: "A minha vida
é Jesus". Amém!
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