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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 11 de outubro de 2015

Que é a Tradição?

Extraído do capítulo XVII da "CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS" escrita por D. Marcel Lefebvre em 4 de julho de 1984.

   "Parece-me que, com frequência, a palavra é imperfeitamente compreendida: comparam-na às tradições como existem nas profissões, nas famílias, na vida civil: o buquê fixado sobre a cumeeira da casa quando se coloca a última telha, a fita que se corta para inaugurar um monumento, etc. Não é disto que eu falo; a Tradição, não são os costumes legados pelo passado e conservados por fidelidade a este, mesmo na ausência de razões claras. A Tradição se define como o depósito da Fé transmitido pelo magistério de século em século. Este depósito é aquele que nos deu a Revelação, isto é, a palavra de Deus confiada aos Apóstolos e cuja transmissão é assegurada por seus sucessores.

   Ora atualmente, se quer pôr todo o mundo em pesquisa "como se o Credo não nos tivesse sido dado, como se Nosso Senhor não tivesse vindo trazer a Verdade, uma vez por todas. Que se pretende encontrar com toda esta pesquisa? Os católicos a quem se quer impor "reconsiderações", após se lhes ter feito "esvaziar suas certezas", devem lembrar-se do seguinte: o depósito da Revelação terminou no dia da morte do último Apóstolo. Acabou, não se pode mais nele tocar até a consumação dos séculos. A Revelação é irreformável. O Concílio I do Vaticano relembrou-o explicitamente: "a doutrina de fé que Deus revelou não foi proposta às inteligências como uma invenção filosófica que elas tivessem que aperfeiçoar, mas foi confiada como um depósito divino à Esposa de Jesus Cristo (Igreja) para ser por Ela fielmente conservada e infalivelmente interpretada".

   Mas, dir-se-á, o dogma que fez Maria a mãe de Deus não remonta senão ao ano de 431, o da transubstanciação a 1215, a infalibilidade pontifícia a 1870 e assim por diante. Não houve aí uma evolução? De modo nenhum. Os dogmas definidos no curso das idades estavam contidos na Revelação, a Igreja simplesmente os explicitou. Quando o Papa Pio XII definiu, em 1950, o dogma da Assunção, ele disse precisamente que esta verdade da transladação ao céu da Virgem Maria com seu corpo se encontrava no depósito da Revelação, que ela existia já nos textos que nos foram revelados antes da morte do último Apóstolo. Não se pode trazer nada de novo neste domínio, não se pode acrescentar um só dogma, mas exprimir os que existem duma maneira sempre mais clara, mais bela e mais grandiosa.

   Isto é tão certo que constitui a regra a seguir para julgar os erros que se nos propõem quotidianamente e para rejeitá-los sem nenhuma concessão. Bossuet o escreveu com energia: "Quando se trata de explicar os princípios da moral cristã e os dogmas essenciais da Igreja, tudo o que não aparece na tradição de todos os séculos e especialmente na Antiguidade, é por isso mesmo não somente suspeito mas mau e condenável; e é o principal fundamento sobre o qual todos os santos Padres (da Igreja) e os papas mais que os outros, condenaram falsas doutrinas, não havendo nada de mais odioso à Igreja romana que as novidades".

   O argumento que se faz valer aos fiéis aterrorizados é este: "Vós vos agarrais ao passado, sois passadistas, vivei com vosso tempo!" Alguns desconcertados, não sabem o que responder; ora, a réplica é fácil: aqui não há nem passado nem presente, nem futuro, a Verdade é de todos os tempos, ela é eterna.

   Para difamar a Tradição, opõe-se-lhe a Sagrada Escritura, à maneira protestante, afirmando que o Evangelho é o único livro que conta. Mas a Tradição é anterior ao Evangelho! Se bem que os Sinópticos tenham sido escritos bem menos tardiamente do que se tenta fazer crer, antes que os Quatro tivessem terminado a sua redação, passaram-se vários anos; ora a Igreja já existia, tinha havido Pentecostes, acarretando numerosas conversões, três mil no mesmo dia, ao sair do Cenáculo. Em que acreditaram eles naquele momento? Como se fez a transmissão da Revelação a não ser por tradição oral? Não se poderia subordinar a Tradição aos Livros Santos e com mais forte razão recusá-la.

   Mas não creiamos que, fazendo isto, eles tenham um respeito ilimitado pelo texto inspirado. Eles (os progressistas) contestam mesmo que ele o seja na sua totalidade: "O que há de inspirado no Evangelho? Somente as verdades que são necessárias à nossa salvação.". Por conseguinte os milagres, os relatos da infância, os acontecimentos e atos de Nosso Senhor são remetidos ao gênero biográfico mais ou menos lendário. No Concílio Vaticano II discutiu-se sobre esta frase: "Apenas as verdades necessárias à salvação"; havia bispos que queriam reduzir a autenticidade histórica dos evangelhos, o que mostra a que ponto o clero estava gangrenado pelo neo-modernismo. Os católicos não se devem deixar iludir: todo o Evangelho é inspirado; os que o escreveram tinham realmente sua inteligência sob a influência do Espírito Santo, de tal sorte que a totalidade é a palavra de Deus. Verbum Dei. Não é permitido escolher e dizer hoje: "Nós tomamos tal parte, nós não queremos tal outra. "Escolher é ser herético, segundo a etimologia grega da palavra.

   Não é menos verdade que é a Tradição que nos transmite o Evangelho, e pertence à Tradição, ao Magistério, explicar-nos o que há no Evangelho. Se não temos ninguém para no-lo interpretar, podemos ser muitos a compreender dum modo inteiramente oposto a mesma palavra de Cristo. Desemboca-se então no livre exame dos protestantes e na livre inspiração de todo este carismatismo atual que nos lança na pura aventura.

   Todos os concílios dogmáticos nos deram a expressão exata da Tradição, a expressão exata do que os Apóstolos ensinaram. E irreformável. Não se podem mais mudar os decretos do Concílio de Trento, porque eles são infalíveis, escritos e baixados por um ato oficial da Igreja. à diferença do Vaticano II cujas proposições não são infalíveis, porque os papas não quiseram comprometer sua infalibilidade. Ninguém então vos pode dizer: "Vós vos agarrais ao passado, permanecestes no Concílio de Trento". Porque o Concílio de Trento não é o passado! A Tradição se reveste dum caráter intemporal, adaptado a todos os tempos e a todos os lugares. 

   

4 comentários:

  1. "Dom Marcel Lefevre foi um bispo da Igreja, e Sucessor dos Apóstolos, e agiu de acordo com a sua consciência na defesa da Tradição. No entanto ele pode ser ocasião de erro para muitos católicos, pois muitos depositam fé religiosa devida só ao Papa nele ao invés de acreditarem com ordem e hierarquia. Dom Lefevre e o Papa são iguais na ordem Episcopal, mas são completamente diferentes um do outro em relação ao carisma da infalibilidade. Só Pedro, isto é, o Papa, possui o carisma da Infalibilidade e da Indefectibilidade. Dom Lefevre e qualquer outro bispo, por mais santo que seja, não possui essas prerrogativas e que constituem as certezas da verdade. O erro está em depositar em Lefevre uma fé religiosa que é devida somente aos Papas. É errar o alvo, a direção, errar o caminho. Só o Papa é Infalívl, os outros não, por mais que pareçam anjos de luz, não são infalíveis. Nem mesmo um colégio de bispos e cardeais são infalíveis, o Papa é único. No Livro de Dom Fernando Arêas Rifan, o "Magistério Vivo da Igreja...", está tão perfeitamente explicado, acredito que todos os tradicionalistas deveriam ler este Livro antes de continuarem a seguir por um caminho não garantido pela Infalibilidade. Para Santo Irineu a Tradição é também a Sucessão dos Bispos, tendo o Papa como Príncipe de todos: "“Ora, dado que seria demasiado longo… enumerar as sucessões de todas as Igrejas, tomaremos a máxima igreja, muito antiga e conhecida de todos, fundada e construída em Roma pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo; mostraremos que a TRADIÇÃO que ela tem, dos mesmos, e a fé que anunciou aos homens, chegaram até nós por SUCESSÕES DE BISPOS”… Portanto, a Tradição é constituída antes de tudo por um organismo Vivo, pessoas Vivas, que desde o princípio continuam a Igreja de Cristo que nunca acabará, mas continuará incólume até a consumação dos tempos. In Iesu."
    Gerson.

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    1. Caríssima Larissa Silva, Bom Dia!
      A doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Palavra de Deus encontramo-la nas duas Fontes: A Sagrada Escritura e a Tradição. Mas é por meio do Magistério autêntico, vivo e perene da Igreja que a recebemos. Não é só o papa que está vivo que é infalível, são todos os papas dentro dos limites definidos pelo Concílio Vaticano I. Fora destes casos o C. Vat. I não definiu que seja infalível, Normalmente não erra, mas pode acontecer. O Papa Honório I foi anatematizado pelo Papa Leão II. E São Máximo, simples monge, e que resistiu ao Papa Honório I, foi canonizado pela Igreja. Existe o "sensus fidei", isto é, até os leigos são infalíveis (infalibilidade passiva) enquanto conservam com fidelidade a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, contida na Sagrada Escritura e Tradição e transmitida infalivelmente pelo Magistério vivo e perene. Na Teologia estas duas palavras VIVO E PERENE vêm sempre juntas. para que o Magistério Vivo não seja interpretado no sentido modernista.

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    2. O Colégio Episcopal, tendo o Papa por cabeça e chefe supremo, constitui a Tradição Viva da Igreja, uma das fontes da Palavra de Deus,
      Nesse sentido o Papa, os Bispos e a Tradição multissecular se identificam, de tal modo e de tal forma que são, juntamente com as Escrituras, fontes autênticas da Palavra de Deus. O caso de Honório I, anatematizado por São Leão II, não procede, porque está, segundo observou o Dr. Osires, nas Atas da Igreja. Ora, as Atas da Igreja não são afirmaçõpes categóricas, mas registros das discuções, do que foi tratado nos Sinodos ou Concílios. São relatórios meramente informativos e não normativos. Somente a Infalibilidade Papal possui as garantias da infalibilidade e da indefectibilidade. Garantias essas que foram dadas por Cristo. Não existe contradição na Igreja, o que existe é nossa falta de compreenção. Somos incapazes de compreender toda a extenção da Palavra de Deus. O Pe. Paulo Ricardo na sua segunda aula sobre a "Introdução ao Método Teológico" ensina que Católico quer dizer "conforme ao todo", e que entre duas verdades aparentemente contraditórias, o católico não escolhe uma só, mas escolhe as duas, assim foi o que fizeram os Santos Apóstolos em relação à Santíssima Trindade. Os Tradicionalçistas defendem uma Tradição Abstrata, uma Igreja Ideal. Ora, o idealismo é um erro que nos separa da Igreja. O idealismo torna o nosso Credo incoerente, pois todos os dias rezamos na Missa: "Creio a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica..." Dizem que creem, mas não creem, pois por admitirem só uma igreja ideal acabam rejeitando a si mesmos reunidos ali na Missa. Quem professar crer, na Missa, deve partir dali, das pessoas ali reunidas, pois quando assitimos a Missa somos a Igreja ali reunida, parte da Igreja como um todo. Nesse sentido a Eucaristia é o sacramento da unidade, pois a sua finalidade, uma das suas finalidades, é a unidade dos cristãos, por isso o Sacerdote reza: "una com Papa nostro et antistete nostro...." A caridade é necessária para que a Eucaristia produza seus frutos. Jesus Cristo, na Eucaristia, nunca entra sozinho num coração, com Ele vem a Igreja, o mundo inteiro, o céu inteiro. Portanto, o Papa e os Bispos a ele unidos formam e se identificam com uma das fontes da Palavra de Deus.

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  2. Caríssimo Cristóvão, os que seguem a Tradição Multissecular da Igreja seguem a Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo como o Magistério vivo, autêntico e perene sempre nos transmitiu de maneira infalível. Inclusive o dogma da Infalibilidade o verdadeiro católico o aceita e vive segundo ele, como a Igreja o definiu no Concílio Ecumênico do Vaticano I. Quando estudamos Teologia, depois das exposição de uma tese, da explicação dos termos e das provas pela Sagrada Escritura, pela Tradição, ambas a nós transmitidos pelo Magistério Vivo, Perene, Autêntico e Infalível da Igreja, no fim são apresentadas e respondidas as objeções. Por ex.: depois da Tese da Infalibilidade são apresentadas várias objeções e uma delas, talvez a principal, é justamente, a do Papa Honório I. Os teólogos explicam dizendo exatamente que o caso de Honório I não entra no campo da infalibilidade. Logo, fora deste campo, um papa pode cometer erros, como foi o caso de Honório. Contra fatos não há argumentos. Cristóvão, não podemos confundir infalibilidade com impecabilidade. O papa é infalível dentro daquelas 4 condições definidas pelo Concílio Vaticano I, mas não é impecável. Não podemos pretender saber mais que a Igreja.
    Os modernistas é que querem uma Igreja diferente, com a evolução dos dogmas, com uma verdade subjetiva e relativa. O verdadeiro católico aceita a Infalibilidade como a Igreja a definiu, dentro dos limites bem definidos pelo Concílio Vaticano I. E ponto final.!
    Padre Elcio Murucci.

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