SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Meios concedidos ao homem para alcançar o seu fim

   Meios naturais e meios sobrenaturais.

   1- Meios naturais: 

   a) Como podem as criaturas conduzir-nos ao nosso fim. 


   Como já vimos, este fim não é outro senão conhecer, amar e servir a Deus na vida presente, para O possuir por toda a eternidade. As criaturas são como degraus de uma escada que nos leva até Deus. Devemos usar das criaturas tanto quanto elas nos fazem subir até o Nosso Pai do Céu. Assim elas fazem-nos conhecer a Deus, revelando-nos alguma coisa das suas infinitas perfeições. Levam-nos a amá-Lo, descobrindo-nos os prodígios da sua bondade, que nos presta todos os serviços que recebemos das criaturas. Ensinam-nos a servi-Lo, com o exemplo que nos dão. Conduzem-nos à felicidade de possui-Lo, ajudando-nos a praticar as virtudes de que Ele será a recompensa. 

   b) Que uso devemos fazer das criaturas, para que elas nos ajudem a alcançar o nosso fim. 

   Tratando-se das criaturas de que não podemos prescindir, limitemo-nos ao necessário, e recebamo-lo com agradecimento. Estas são, por exemplo: comida, vestuário, habitação, descanso. Devemos por amor a Deus sacrificar tudo o que for supérfluo. Tratando-se daquelas, cujo uso se deixa ao nosso livre arbítrio, ponhamo-nos em completa indiferença. Minha vontade é a vontade de meu Pai do Céu. Ele sabe o que é melhor para mim. Por exemplo, saúde ou doença, pobreza ou riqueza, vida longa ou vida breve etc. Deus vai me dar o que for mais apropriado para me levar para o céu. É claro que temos que trabalhar, é claro que temos que cuidar da saúde. Mas, se apesar disto Deus dispuser o contrário, seja feita sua santíssima vontade. Não penso mais numa coisa que na outra, fico indiferente, porque quero o que meu Pai do Céu mandar. Portanto, buscar Deus em tudo, e não me prender senão somente a Deus. O mundo de hoje não compreende estas coisas, mas os primeiros cristãos viviam exatamente assim como Jesus ensinou. 

   2- Meios sobrenaturais. 

   a) Deus concede-nos as suas graças. 

   São todos os auxílios que nos são dados pelos merecimentos de Jesus Cristo, para nos facilitar a santificação e a salvação: graças exteriores, graças interiores. Se fôssemos dóceis a todas as graças de Deus com certeza seríamos santos. Assim devemos ter grande arrependimento. Pode alguém ser infiel à graça e não tremer, vendo este precioso dom passar de Heli a Samuel, de Saul a Davi, de Judas a São Matias? Meu Pai não sou digno de ser recebido novamente como vosso filho por causa de minhas infidelidades, mas recebei-me ainda pois vós mesmo dissestes que "lembrais da vossa misericórdia, ainda quando estais irado (Habac. III, 9). Agora, Senhor, quero ouvir-Vos sempre com o coração dócil. 

   b) Deus dá-se a Si mesmo.

    Deus, que é nosso Pai, nosso fim, quis ser, também, o nosso meio. Oh! inefável misericórdia! O Eterno Pai diz-me: Toma o meu Filho, dou-to; oferece-mo em teu lugar. Para isto ele morreu na Cruz e todos os dias renova sua imolação na Santa Missa. Assim o Filho diz-me: Toma-me, e oferece-me por ti a meu Pai; satisfarás, assim, pelo que lhe deves". Ó meu Jesus, agora compreendo porque São Paulo diz que quem não Vos amar, seja anátema!"

   Com a graça de Deus, quero fazer um propósito firme de ouvir, com atenção, e de seguir fielmente, as inspirações da graça; quero me unir, muitas vezes, a Jesus Cristo, à sua intenção, à sua ação. 

   Resumiremos tudo comentando brevemente as palavras de São Paulo na sua Primeira Epístola aos Coríntios III, 22 e 23: "Porque todas as coisas são vossas: Paulo, Apolo, Cefas, o mundo criado, a vida, a morte, as coisas presentes, as futuras; tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo de Deus."

   a) Tudo é meu.

   A Igreja, os seus ministros, os seus sacramentos, todos os meios de santificação de que dispõe, não me pertencem menos, na qualidade de cristão, do que a luz e o orvalho do céu, na qualidade de homem. - Se a Igreja é minha, e o mundo criado é da Igreja, o mundo e todas as criaturas pertencem-me; e quantos auxílios elas me oferecem! - A vida e a morte são minhas. Que ditosa realeza! A morte é tão minha, que, vivendo na graça de Deus, ela abrir-me-á o Céu. 

   b) Sou de Jesus Cristo.

   Pertenço-Lhe, como preço da sua paixão e morte. Jesus, pagando o meu resgate, quis ter mais uma inteligência para contemplar a seu Eterno Pai, mais uma vontade para Lhe submeter, mais um coração para O amar. Senhor meu Jesus Cristo, que consolador pensamento saber que sou vosso! Jesus, perdoai-me por tantas vezes ter agido como se tudo fosse para mim, para meu gozo. Agora, quero não gozar, mas usar de tudo segundo vossa santíssima vontade, porque eu mesmo sou vosso!


EXEMPLO

      Era o IV século. Em Roma, vivia uma senhora muito santa. Já era viúva e só tinha um filho, então, com 12 anos. Amava-o com toda seu coração. Na verdade, quão bondoso, quão amável e obediente era aquele menino! Sobretudo, muito piedoso! 

   Pois bem! Era uma tarde, já quase noite. Aquela santa senhora estava rezando no seu quarto. Pedia a Deus por seu filho... para que fosse sempre bom, para que não se extraviasse, como tantos outros meninos que até aos doze anos são anjos e depois aos quinze já começam a ser maus. 

  Eis que de repente alguém abriu violentamente a porta da casa e a mãe ouve a voz angustiosa e ofegante do menino que grita: -Mamãe, mamãe!

   A mãe saltou de seu genuflexório e correu ao encontro de seu filho e, abraçando-o perguntou-lhe tremendo de emoção: Que aconteceu, meu filho, querido de minha alma? - Mamãe, respondeu o menino com a voz intercortada pelo cansaço porque veio correndo: mamãe, agora mesmo, quando saía do colégio, o filho do governador, que é pagão e muito bruto, perguntou-me se eu era cristão.

   - E tu, meu filho, que lhe respondeste?

   - Mamãe, eu respondi que sim, pela graça de Deus; como a senhora me ensinou.

   - Muito bem, meu filho; assim deves responder sempre. Mas, então, que fez ele?

   - Mamãe, como ele é pagão, me deu um forte soco no rosto. 

   A mãe sentiu em sua face o bofetão que sofreu seu filho querido. Mas conteve sua emoção e suas lágrimas, e, querendo saber até onde chegava a virtude daquele filho tão bom, perguntou-lhe: 

   - E então, meu filho que fizeste? 

   - Mamãe, fiz como Jesus fez, como a senhora me ensinou, perdoei do fundo do coração por amor de Deus. Mamãe, eles não sabem o que estão fazendo!

   - A mãe chorava de felicidade. Sentia-se feliz de ser mãe de um filho como aquele, que não só aprendeu o catecismo, mas também o pôs em prática. 

   Era uma família nobre e naqueles tempos, os filhos de nobres levavam ao pescoço até a idade viril, pendente de uma corrente de ouro, uma bolinha também de ouro (Como vemos na imagem de Nossa Senhora de Fátima). Aquele menino, sendo rico e de família nobre, trazia-os ao pescoço. Sua mãe tirou-lha e lhe disse: 

   - Meu filho, já não és menino. Pois agiste como homem. Por isso, meu filho, levarás agora ao pescoço um outro adorno que vale mais que todo ouro do mundo.

   A mãe, então, tirou do próprio pescoço uma corrente na qual pendia uma bolinha de cristal. E dentro se via uma esponja. A mãe disse-lhe:

   - Meu filho, estás vendo esta esponja, que está dentro desta bolinha de cristal? Está está vermelha, um pouco escura, quase marrom... isto porque está impregnada de sangue coagulado e seco. Meu filho, é sangue de teu pai! Por ser cristão, por confessar a Jesus Cristo, foi condenado a ser arrojado às feras. E no anfiteatro foi despedaçado por um leão. Quando a fera foi recolhida pelos domadores e gladiadores, corri até ao local e ainda pude embeber esta esponja em alguma poça de sangue. Olha bem, meu filho, é sangue de teu pai!  Eu o trouxe até ao presente sobre o coração. Meu filho. agora, você vai levar esta relíquia sobre teu coração. Mas antes responderás a três perguntas: Saberás viver como cristão? Saberás sofrer como cristão? Saberás morrer como cristão?

   E o menino contemplava a sua mãe sereno e imóvel como um mártir, e disse-lhe:

   - Mamãe, pela graça de Deus, e não por minhas forças, farei como o papai fez: viverei como cristão. sofrerei como cristão e morrerei como cristão, e, se for da vontade de Deus morrerei como meu pai, por amor de Jesus Cristo que deu sua vida por mim. 

   A mãe beijou aquela esponja, beijou o filho querido e chorando de emoção colocou a relíquia no pescoço do filho que tinha então doze anos. 

   E aquele angélico menino cumpriu sua palavra: viveu como cristão, sofreu como cristão e, por fim, morreu como cristão, morreu pela sua fé, e por amor de Jesus Cristo. Também foi lançado às feras  e devorado. Tinha 14 anos de idade e é o grande Santo que hoje veneramos nos altares: São Pancrácio. Quando estive em Roma pude ver deste santo, um pedaço de osso poupado pelas feras e recolhido como preciosa relíquia pelos cristãos.  

segunda-feira, 29 de junho de 2015

FESTA DE SÃO PEDRO

 
 O Santo Evangelho da Missa em honra de São Pedro (Mateus XVI, 13-19) lembra-nos a grande jornada de Cesareia em que Jesus, pela primeira vez, proclamou Pedro fundamento da Igreja: "Eu digo-te que tu és Pedro  e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Estas palavras tiveram uma repercussão grandiosa através dos séculos e que ainda hoje testemunham o primado de Pedro e de todos os seus sucessores sobre a cristandade inteira. Não sobre Igrejas várias, mas sobre uma única: a Igreja Católica, Apostólica e Romana. Uma única Igreja cujo único fundador é Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus quis ter em São Pedro o Seu representante. "Onde está Pedro aí está a Igreja" (Santo Ambrósio). Isto significa que: onde está o Papa, aí está a Igreja. O Papa é o sucessor de São Pedro. Por isso, a festa de São Pedro deve ser considerada a festa da Igreja e também a festa do Papa. Esta festa, portanto, deve despertar em nós, cristãos pela graça de Deus,  o sentimento profundo da nossa pertença à Igreja e da nossa devoção ao Sumo Pontífice. "Sou filha da Igreja, repetia Santa Teresa d'Ávila no momento da morte. Depois de ter trabalhado tanto por Deus e pela almas, era este o único título que lhe dava a garantia da misericórdia divina. Sermos filhos da Igreja, eis o nosso titulo de salvação, eis a nossa glória. Nossa maior glória, é claro, é a de sermos filhos de Deus. Estas duas glórias, aliás, se fundem, porque "não pode ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe" (São Cipriano). Não é verdadeiro católico quem não vibra pela Igreja e pelo Papa, quem não está pronto a sentir com a Santa Madre Igreja. 

   Terminemos com uma oração de Santa Catarina de Sena: "Ó Trindade eterna e infinita, não tardeis mais, pelos merecimentos de São Pedro, socorrei a Vossa Esposa, a Santa Igreja... Elevo hoje o meu clamor até Vós, Amor meu e Deus eterno, para que tenhais misericórdia deste mundo e deis luz ao Vosso Vigário, a fim de que todo o mundo o siga. Iluminai ainda os adversários da Igreja que resistem ao Espírito Santo, para que se convertam a Vós, Deus meu. Convidai, excitai os seus corações, ó Amor inestimável, e que a Vossa caridade Vos constranja a vencer a sua dureza. Que se convertam a Vós a fim de que não pereçam. E já que Vos ofenderam, Deus de suma clemência, castigai em mim os seus pecados. Eis o meu corpo que de Vós recebi: eu Vo-lo ofereço; que se torne uma bigorna para eles, para que sejam destruídas as suas culpas". 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

REFLEXÕES SOBRE A MORTE

   O Divino Espírito Santo garante nas Sagradas Escrituras que, a pessoa pensando sempre na sua morte,  não peca.

   Imagino que o meu Anjo da Guarda se aproxime de mim e, como outrora o profeta ao Rei Ezequias, diga-me: "O teu tempo acabou; põe em ordem os teus negócios: vais morrer". 


E começo a refletir: QUE É MORRER?  A morte é uma passagem desta vida para a felicidade ou para a desgraça eterna. É o fim do tempo e de todas as coisas temporais: é a entrada na eternidade feliz ou desgraçada.
   Morrerei, isto é, deixarei tudo, sem exceção: parentes, amigos, família... Direi um eterno adeus a todas as coisas da terra. Deixarei a minha casa, os meus móveis, meu carro, tudo o que me pertence. Deixarei absolutamente tudo. Há alguns objetos que eu mais aprecie? Deixá-los-ei como tudo o mais. Que loucura, apegar-me ao que tão depressa passa! Quantos cuidados para afinal se prepararem tão grandes pesares. 

   Morrerei, isto é, o meu corpo será separado da minha alma, e então a sua presença tornar-se-á importuna e penosa, até aos que mais me tiverem amado. Enterrá-lo-ão, para que seja pasto dos vermos. Em lugar de lisonjear tanto a minha carne, que não tardará a ser podridão, quão prudente seria empregar a minha saúde, consumir as minhas forças, trabalhando pela glória de Deus e salvação de minha alma!... - Quando estiver na sepultura, pensarão muito em mim? Oh! que depressa são esquecidos os mortos! Ah! que insignificante é a estima das criaturas. Os grandes da terra são mais lembrados. Mas, para os que não salvaram a alma, que aproveita, serem elogiados onde não estão e atormentados onde estão!

   Morrerei, isto é, irei para a casa da minha eternidade, na expressão da Bíblia (Ecles. XII, 5). O tempo, o mundo, todas as coisas do tempo e do mundo terão desaparecido como um fantasma, e só a eternidade subsistirá! Ó terrível momento! Aparecer no tribunal de Deus, só, na sua presença, ser interrogado sobre toda a minha vida por Juiz infinitamente sábio, justo, e inimigo do pecado, e então sem misericórdia! 

   QUANDO E COMO MORREREI?  Quanto tempo tenho ainda de vida? Não sei: morre-se em toda a idade. Terei tempo de me preparar para a morte? Não sei; sei somente que muitas pessoas, até depois de uma longa doença, morrem quando menos esperam. Receberei os últimos sacramentos, ou morrerei sem confissão? Não sei; posso perder a fala de repente. Além disto, quando uma pessoa está doente, de que é capaz? Que loucura contar com estes últimos momentos, quando se trata da eternidade!

   ESTOU PREPARADO PARA MORRER? Quais as minhas disposições presentes? Estou pronto para deixar tudo? Estou pronto principalmente para comparecer no tribunal de Deus, e dar-Lhe conta de todos os benefícios que tenho recebido da sua bondade, de todos os meus deveres de estado? Está a minha consciência tranquila? Não há nada que me inquiete nas minhas confissões e comunhões? Que imprudência viver num estado, em que não quereria morrer!




 Meu querido São José. ao fazer tais reflexões tomo a resolução de pedir todos os dias a vossa proteção:

ORAÇÃO

   Ó glorioso São José, guarda fiel de Jesus e de Maria, eu vos confio tudo o que possuo e tudo o que sou. Por vossa profunda humildade, mansidão inalterável, paciência invencível, e por aquela perfeita docilidade, que vos tornou tão fiel imitador de todas as virtudes de Jesus, fortificai-me nas minhas penas. sede meu conselho e minha fortaleza, alumiai-me nas minhas trevas, amparai-me nas minhas tentações, consolai-me nas tribulações da vida, e principalmente na minha última agonia. Defendei-me nesse terrível momento, e alcançai-me a graça de expirar em paz, como vós, sobre o Coração de Jesus e nos braços de Maria, cheio da mais terna confiança. Assim seja. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

ATO DE RESIGNAÇÃO PARA A MORTE

   É bom incluir este ato, todos os dias, na ORAÇÃO DA NOITE. 



   Soberano senhor da vida e da morte; ó Deus, que, por um decreto imutável e para castigar o pecado, decretastes que todos os homens hão de morrer, aqui me tendes prostrado humildemente na vossa presença, resignado a sujeitar-me a esta lei e vossa justiça. Deploro na amargura da minha alma, todos os pecados que tenho cometido. Pecador rebelde, tenho merecido mil vezes a morte; aceito-a em expiação de tantos pecados: aceito-a por obediência à vossa adorável vontade; aceito-a em união com a morte de meu Salvador. Morra eu pois, ó meu Deus, quando, onde, e como vos aprouver ordená-lo. Quero aproveitar o tempo, que a vossa misericórdia se digna ainda conceder-me, para me desapegar deste mundo, onde não tenho já senão alguns instantes de vida, para romper todos os laços que me prendem a esta terra de exílio, e para preparar a minha alma para os vossos tremendos juízos. Entrego-me sem reserva nas mãos de vossa Providência sempre paternal. Seja feita a vossa vontade em tudo e sempre. Assim seja. 


ORAÇÃO PARA IMPLORAR A GRAÇA DE UMA BOA MORTE

   Prostrado diante do trono de vossa adorável Majestade, venho suplicar-vos, ó meu Deus, a última e a mais importante de todas as graças, a graça de uma boa morte! Por pior que seja o uso, que tenha feito da vida que me destes, concedei-me a graça de a acabar, morrendo no vosso amor.

   Que eu morra como os santos patriarcas, deixando sem repugnância este vale de lágrimas, para ir gozar do eterno descanso na minha verdadeira pátria!

   Que eu morra como o bem-aventurado São José, nos braços de Jesus e de Maria, repetindo estes doces nomes, que espero bendizer durante toda a eternidade!

   Que eu morra como a Santíssima Virgem, abrasado no amor mais puro, ardendo em desejos de me unir ao único objeto de todos os meus afetos!

   Que eu morra como Jesus na Cruz, cheio do mais vivo ódio ao pecado, de amor ao meu Pai do Céu, e de resignação no meio dos sofrimentos!

   Pai santo, entrego a minha alma nas vossas mãos; tende misericórdia de mim.

   Jesus, que morrestes por meu amor, concedei-me a graça de morrer no vosso amor.

   Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim, pecador, agora e na hora da minha morte. 

   Anjo do céu, fiel guarda da minha alma, e vós, Santos que Deus me deu por protetores, não me desampareis na hora da minha morte.

   São José, alcançai-me o maior, o mais precioso de todos os favores, o de morrer a morte dos justos. Assim seja. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A EUCARISTIA: MISTÉRIO DE FÉ - ( 1 )

   Ó Jesus, creio em Vós e adoro-vos presente no sacramento do altar: aumentai a minha fé!

   1 - No Cânon da Missa chama-se à Eucaristia "Mysterium fidei"; com efeito, só a fé nos pode fazer reconhecer Deus presente sob as espécies do pão. Aqui, como diz Santo Tomás, os sentidos para nada servem; pelo contrário, a vista, o tato, o gosto, enganam-se, não advertindo na Hóstia consagrada senão um pouco de pão. Mas que importa? Temos a palavra do Filho de Deus, a palavra de Cristo, que declarou: "Isto é o meu corpo... isto é o meu sangue", e confiados nesta palavra cremos firmemente: "Creio em tudo quanto disse o Filho de Deus; nada existe mais verdadeiro que esta palavra de verdade (Adore Te devote). Cremos firmemente na Eucaristia, não temos a opor nenhuma dúvida, mas, infelizmente, muitas vezes somos forçados a reconhecer que a nossa fé é frouxa, débil e fraca. Mesmo vivendo junto dos altares sagrados e habitando porventura debaixo do mesmo teto que Jesus sacramentado, é fácil permanecermos um pouco indiferentes, um pouco frios, perante esta grande realidade. É verdade que a nossa natureza tão grosseira, às vezes, acaba também por se habituar às coisas mais belas e sublimes, de modo que estas -sobretudo quando se encontram ao nosso alcance - já não nos impressionam, já não nos comovem; assim, apesar de crermos na presença inefável de Jesus no Santíssimo Sacramento, não advertimos a grandeza desta realidade, não possuímos o sentido vivo e concreto que dela têm os santos. Repitamos, pois, também nós com muita humildade e confiança a bela oração dos Apóstolos: "Senhor, aumentai a nossa fé! (Lc. 17, 5). (P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D. INTIMIDADE DIVINA). 

A EUCARISTIA: MISTÉRIO DE FÉ - ( 2)

   2 - Quando Jesus anunciou a Eucaristia muitos dos Seus ouvintes escandalizaram-se e alguns dos Seus discípulos que até àquele momento O haviam seguido, "tornaram atrás e já não andavam com Ele (Jo. 6, 67). Pedro, ao contrário, em nome dos Apóstolos, deu aquele precioso testemunho de fé: "Senhor... tu tens palavras de vida eterna; e nós acreditamos e conhecemos que tu és o Cristo, Filho de Deus" (Jo. 6, 69 e 70). A fé na Eucaristia aparece-nos assim como a pedra de toque dos verdadeiros seguidores de Jesus e quanto mais esta for intensa tanto mais revela uma íntima e profunda amizade com Cristo. Quem, como Pedro, crê firmemente n'Ele, crê e aceita todas as Suas palavras, todos os Seus mistérios, desde a Encarnação à Eucaristia. Sabemos que a fé, é acima de tudo, um dom de Deus. Justamente no discurso em que prometeu a Eucaristia - que mais do que os outros é um mistério de fé, porque mais se furta a toda a lei natural - Jesus afirmou repetidas vezes desde o princípio, declarando aos judeus incrédulos ninguém poder ir a Ele e, portanto, crer n'Ele, se "o Pai o não atrair" (Jo. 6, 44) e acrescentou: "Serão todos ensinados por Deus" (ib. 45). Para ter uma fé viva e profunda na Eucaristia, como noutro mistério qualquer, é indispensável esta "atração", este "ensinamento interior" que só de Deus pode vir e para o qual podemos e devemos dispor-nos, ou solicitando a graça com uma oração humilde e confiante, ou exercitando-nos ativamente na fé. Com efeito, tendo-nos Deus infundido estas virtudes no santo batismo, e sendo a fé uma adesão voluntária do entendimento às verdades reveladas, podemos fazer atos de fé quando quisermos: depende de nós querermos acreditar e pôr nesse ato toda a energia da nossa vontade. Na medida em que a fé crescer em nós, tornar-nos-á capazes de penetrar nas profundezas do mistério eucarístico, de entrar em relações vitais com Jesus Hóstia, de gozar da Sua presença. E quanto mais intensa for a nossa fé, tanto mais se manifestará também na nossa atitude diante do Santíssimo Sacramento. Olhando-nos do tabernáculo, Jesus já não terá motivo para nos dirigir a dolorosa repreensão: "homens de pouca fé" (Mt. 3, 26) muitas vezes dirigida aos Apóstolos e que hoje mereciam muitos cristãos nada respeitosos na Sua divina presença. Que a nossa atitude diante do Santíssimo seja sempre um testemunho vivo da nossa fé. (P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D. INTIMIDADE DIVINA). 

A EUCARISTIA: MISTÉRIO DE AMOR - ( 1 ).

   Toda a ação de Deus em favor dos homens, é ação de amor. Resume-se num mistério imenso de amor, que O impele, Bem supremo e infinito, a elevar o homem até Si, tornando-o participante da Sua natureza divina, comunicando-lhe a Sua vida. Foi para comunicar a vida divina aos homens, para unir os homens a Deus, que o Verbo encarnou e que, na Sua pessoa, a divindade se uniu à humanidade do modo mais pleno e perfeito. Uniu-se diretamente à humanidade santa de Jesus e, por por meio dela, a todo o gênero humano. Em virtude da Encarnação do Verbo, todo o homem, por meio da graça merecida pelo Verbo Encarnado,  tem o direito de chamar a Jesus seu irmão, de chamar a Deus seu Pai e de aspirar à união com Ele. O caminho da união com Deus fica assim aberto ao homem: O Filho de Deus, encarnando e morrendo depois na cruz, não só removeu os obstáculos desta união como também lhe proporcionou todos os meios até se fazer Ele próprio caminho: unindo-se a Ele, o homem unir-se-á a Deus. Foi assim que o amor de Jesus, ultrapassando toda a medida e querendo encontrar o meio de se unir a cada um de nós do modo mais íntimo e pessoal, o fez mediante a Eucaristia. Tornando-se nosso alimento, Jesus faz de nós uma só coisa com Ele e assim faz-nos participar, do modo mais direto, na Sua vida divina, na Sua união com o Pai, com a Trindade. Na Encarnação, o Filho de Deus, assumindo a nossa carne, uniu-Se de uma vez para sempre ao gênero humano; na Eucaristia, o Filho de Deus feito homem continua a unir-se a cada um dos homens. Compreendemos assim como a Eucaristia, segundo o pensamento dos Santos Padres, pode ser verdadeiramente "considerada uma continuação e uma extensão da Encarnação; por ela, a substância do Verbo Encarnado une-se a cada homem" (Mirae Caritatis). [P. Gabriel de Sta. M. Madalena, INTIMIDADE DIVINA].