S. Mateus XXII, 15-21
"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"
Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!
É extremamente
oportuno tratar da PAZ SOCIAL. A priori,
podemos afirmar sem a mínima sombra de dúvida, que os comunistas, ateus que
são, nunca trarão a paz, porque sem Deus
não há paz. Há sim luta de classes, um
lançar insano de terror na alma simples do povo, divisões e insubmissões
nefastas entre filhos e pais. A nossa sociedade acha-se viciada nos seus
pilares fundamentais: a família e a moral religiosa. Os comunistas, ou seja, os
políticos de partidos de esquerda, querem uma sociedade sem Deus e sem respeito
ao direito de propriedade particular. Quando Lula desgovernava o Brasil, e a
Lava Jato ainda não existia, estive em Portugal e lá me perguntaram porque
no Brasil não era proibido roubar. Não foi difícil responder:
infelizmente parece que é isto mesmo e até bem pior do que isto: o direito de
propriedade particular é que é ROUBO, segundo os comunistas. Invertem assim o
sétimo mandamento da lei de Deus como o vemos exarado em Êxodo XX, 15. Daí,
hoje, graças à Lava Jato que ficará exarada imortal nos fastos do Brasil, quando presos por comprovados roubos, se fazem
de vítimas, e dizem que é golpe.
"Dai
a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Nesta frase do Divino
Mestre está contido o cumprimento exato dos nossos deveres para com Deus e para
com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence. Na verdade, todo poder vem
de Deus: "Não haveria poder algum se não fosse dado do alto" (cfr.
Jo. 19, 11). A autoridade política legitimamente constituída provém de Deus e
há de ser respeitada como um reflexo da autoridade divina. Por isso, todo o cristão
está obrigado a obedecer à autoridade política, desde que esta não ordene
coisas contrárias à Lei de Deus, porque neste caso já não representaria a
autoridade divina, e, então, como diz São Pedro, "deve-se obedecer antes a
Deus que aos homens" (Atos V, 29).
Ante as sérias ameaças feitas à paz pelos comunistas, o
Cristianismo que deverá fazer? O que sempre fez, ou seja, por meio de seus filhos espalhados por todas
as partes do mundo, realizar as obras de caridade e de fé, coisas estas que vêm
de Deus. "Deus é o sol das mentes
sublimes e dos corações ardentes", dizia Carducci. No amor a Deus e ao
próximo encontramos o cumprimento de toda a Lei e os Profetas; e os justos
vivem de fé.
Quem, porém, não se detém em considerações apressadas, não
pode deixar de chegar a conclusões nimiamente dolorosas. O espetáculo das massas
indiferentes e, por vezes, hostis à Religião, os progressos do ódio e do mal no
mundo, a afirmação em muitas consciências de doutrinas contrárias à verdade e
aos princípios cristãos tradicionais (e quem os defende é vítima de facada), as
perseguições desencadeadas em muitos países com métodos e um encarniçamento que
não têm paralelo na história, tudo isso dá a impressão de nos encontrarmos no
meio daquela crise espiritual predita pela Bíblia para a época do
anti-cristo. Caríssimos, para os
comunistas, a religião não se apóia em bases transcendentes certas e sólidas,
como sejam, a existência de Deus, a lei eterna e a vida ultra terrena, mas apenas
na necessidade que o homem - "oprimido pelas forças naturais nos
estados primitivos da civilização e pelas forças sociais nos estados
superiores" - experimentou de criar para si um mundo
imaginário e melhor no além, que o compensasse dos sofrimentos, das injustiças
e das opressões sofridas neste mundo. Para eles, a Religião, pode, por
enquanto, lhes ser útil para tomar o poder (comungando p. ex.) mas, na verdade,
está fadada a ser superada e a desaparecer, logo que seja superada e desapareça
a miséria presente, graças à revolução social que o comunismo -
apregoam eles - se
encarrega de levar a cabo em todo o mundo. Para os comunistas a Religião não é
apenas um erro inofensivo, é, outrossim, um mal nefasto sob o ponto de vista
social. Os comunistas dizem que a Religião engana as massas e cega-as, de tal
modo que as torna presa fácil do capitalismo. Carl Marx dizia que a Religião é
o ópio do povo. Ela, dizem os comunistas, corta as asas e elimina as aspirações
a qualquer movimento contra as injustiças perpetradas pela classes dominadoras. O crente que julga assegurado o Paraíso no
futuro, pouco se importa com o presente, afirmam... Daqui vem o ódio e o
incitamento para abolir a religião; daqui vem a propaganda do ateísmo feita
pelo comunismo entre as massas, daqui a luta contra Deus, contra a Igreja,
contra a família e contra a moral religiosa.
Quero, caríssimos, apresentar alguns excertos da imortal
Encíclica RERUM NOVARUM de Leão XIII.
Esta encíclica escrita em 1891 marcou uma data na história da Igreja e da
Humanidade. Deu princípio a um movimento social católico. Se a Igreja tivesse
universalmente sido escutada e obedecida, teríamos assistido a um irresistível
impulso à obra de pacificação social, e não teríamos hoje a tristeza de ver o
caos do ateísmo comunista grassando-se no mundo todo, inclusive na nossa
querida Pátria que já vai caminhando a passos largos rumo à uma nova Venezuela.
Esperamos que no próximo dia 28 os verdadeiros brasileiros deem um basta a esta
avalanche de lama comunista. E que a Lava Jato continue depois afastando esta
lama pútrida da corrupção. Mas mister
também se faz que católicos e cristãos em geral, combatam a sua avareza (quem
dela se vê contaminado) e pratiquem a
justiça e a caridade, como as Sagradas Escrituras ensinam e, nelas baseados,
ensinam Documentos Pontifícios e como mostra a vida dos santos.
E demos, então, a
palavra ao Papa Leão XIII:
"O homem tem
sobre os bens da terra, não somente o simples uso, como os brutos, mas também o
direito de propriedade, tanto a respeito das coisas que se consomem com o uso,
como das que o uso não consome".
"A propriedade
particular, fruto do trabalho ou da indústria, de cessão ou de doação, é um
direito indiscutível da natureza, e cada um pode dispor dele a seu
arbítrio".
"Para resolver a
desarmonia entre os ricos e os proletários é preciso distinguir a justiça da
caridade. Só há direito de
reivindicação, quando a justiça for lesada".
"O proletário e o
operário têm as seguintes obrigações de justiça: fornecer por inteiro e
fielmente todo o trabalho contratado livremente e segundo à equidade; não lesar
os bens nem ofender as pessoas dos patrões; abster-se de atos violentos na
defesa de seus direitos e não transformar as reivindicações em motins".
"Os capitalistas
e os patrões têm as seguintes obrigações de justiça: pagar o justo salário aos
operários; não causar prejuízo às suas justas economias, nem por violências,
nem por fraudes, nem por usuras evidentes ou dissimuladas; dar-lhes liberdade
de cumprir os deveres religiosos; não os expor às seduções corruptoras e aos
perigos do escândalo; não os desviar do espírito de família e do amor da
economia; não lhes impor trabalhos desproporcionados às suas forças ou pouco
convenientes para a idade ou para o sexo".
"Os ricos e os
que possuem têm obrigação de caridade de socorrer os pobres e indigentes,
segundo o preceito evangélico. Este preceito obriga tão gravemente que dele
serão exigidas contas de maneira especial no dia do Juízo, como disse o próprio
Jesus Cristo (Mat. 25)".
Aqui faço minhas, as palavras do Apóstolo dos
gentios: "Deus me é testemunha de
que modo vos amo a todos nas entranhas de Jesus Cristo. O que eu lhes peço é
que a vossa caridade cresça mais e mais em conhecimento e em todo o
discernimento, para que possais distinguir o melhor, para que sejais sinceros e
irrepreensíveis para o dia de Cristo, cheios de frutos de justiça por Jesus
Cristo, para glória e louvor de Deus" (Filipenses I, 8-11).
Na oração final quero incluir mais um
pensamento: Ó Jesus, fazei que guardemos pura de toda mancha, a vossa
imagem impressa na nossa alma com o Vosso bendito Nome, para merecermos ser
reconhecidos por Vós no dia do Juízo e introduzidos no Céu. Amém!
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