SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO

SACRAMENTO DA PENITÊNCIA - Quadro catequético nº 22

   A representação principal está no centro do quadro: Nosso Senhor Jesus Cristo aparecendo aos Apóstolos no Cenáculo no mesmo dia da sua Ressurreição. Recebei o Espírito Santo. Os pecados serão perdoados àqueles a quem perdoardes e serão retidos àqueles a quem os retiverdes. Por estas palavras, Nosso Senhor instituiu o sacramento da Penitência ou confissão dando aos Apóstolos e a todos os padres o poder de perdoar os pecados.
   Jesus Cristo por várias vezes perdoou pecados durante sua vida. Vemos no alto deste quadro, à direita, um paralítico que foi levado a Jesus para que o curasse. Nosso Senhor disse-lhe: "Meu filho, tem confiança, teus pecados te são perdoados". Então alguns dos escribas que estavam presentes murmuravam no seu interior: "Este homem blasfema". Mas Jesus conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações? O que é mais fácil dizer: Teus pecados estão perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra o poder de perdoar pecados: "Levanta-te, diz Ele ao paralítico: toma o teu leito e vai para tua casa". Imediatamente o paralítico ficou curado e foi para sua casa.
   Este quadro represente em baixo, à direita, um penitente que se confessou e que recebeu o perdão de seus pecados. Vemos representado, de um lado, seu anjo da guarda que lhe mostra o céu, e, do outro o demônio que é expulso de sua alma pela absolvição.
   Este quadro representa em baixo, à esquerda, uma pessoa que não quis se confessar ou fez a confissão mal feita. Por isso seu anjo da guarda se afasta chorando e o demônio puxa-o como seu escravo.
   Este quadro nos oferece, no alto, à esquerda, um modelo de contrição perfeita na pessoa de Santa Maria Madalena. Esta mulher, antes uma pecadora na cidade, vem um dia chorar suas faltas aos pés de Jesus Cristo na esperança de obter dele o perdão. Nosso Senhor, que estava à mesa na casa de um fariseu chamado Simão, declarou que muitos pecados foram perdoados a Madalena, porque ela tinha amado muito. Depois disse-lhe: "Vai em paz, teus pecados te são perdoados".

terça-feira, 17 de abril de 2012

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA OU CONFISSÃO

   a) DEFINIÇÃO: A penitência, ou confissão, é um sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do batismo.

   Penitência: a penitência pode ser considerada como VIRTUDE  e como SACRAMENTO. Como VIRTUDE: é a dor e detestação do pecado cometido, com a   resolução de não mais cometê-lo e de o reparar. Como SACRAMENTO: é a definição dada acima; é o 4º sacramento da Nova Lei. Este sacramento é denominado penitência porque, para obter o perdão dos pecados, é necessário detestá-los com arrependimento, e porque quem cometeu um pecado deve submeter-se à pena ou penitência que  o confessor lhe impuser.

   Confissão: É chamado também confissão porque, para obter o perdão dos pecados, não basta detestá-los, mas é necessário acusá-los, declará-los ao confessor, isto é, fazer a confissão deles.

   b) INSTITUIÇÃO: Este sacramento foi instituído como efeito da infinita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, unicamente por causa de nossa salvação.
   Quem cometeu pecado mortal está condenado  ao  inferno e não merece perdão. Deus, porém, perdoa por sua misericórdia e não por direito do pecador. Portanto Deus pode pôr condições para conceder o perdão. Deus pode determinar o meio e o modo de dar o perdão. Agora, o único meio do perdão para os pecados cometidos APÓS O BATISMO é o sacramento da confissão. A quem não quer confessar-se, Deus não quer perdoar.
   Sabemos isto pelas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo. Era no dia em que Jesus ressuscitara. Os Apóstolos reunidos no Cenáculo. Jesus apareceu no meio deles sem que se abrissem as portas. Jesus soprou sobre os Apóstolos, para lhes fazer ver que lhes comunicava o Espírito Santo, e disse: "Recebei o Espírito Santo. Os pecados serão perdoados a quem perdoardes e serão retidos àqueles a quem os retiverdes". (Conf. S. Jo. XX, 21 a 23).  Reter o perdão quer dizer: não perdoar.
   Por isso, os fiéis vieram confessar os seus pecados aos Apóstolos, para deles receberem o perdão. O poder de perdoar os pecados foi transmitido aos padres pelo Sacramento da Ordem. Quem não quer confessar os seus pecados não recebe o perdão pelos apóstolos ou pelos sacerdotes. A eles Deus também retém, isto é, não perdoa os pecados.
   Deus pode perdoar pecados sem confissão, mas não o quer, como Jesus disse claramente.
   Quem não quer humilhar-se, e dizer os seus pecados ao sacerdote, Deus também não o quer exaltar e receber de novo na sua graça.
   Um cristão que se confessa não se humilha mais do que um rei que inclina a cabeça para nela receber a coroa.
   Havia um homem que tinha ofendido gravemente a seu rei, e por isso foi condenado à morte. Tudo já estava pronto para o supremo castigo, quando um ministro do rei veio dizer ao condenado que, em nome do rei, lhe perdoava o crime. Mas o condenado não quis aceitar o perdão pelo ministro, e exigiu que o rei mesmo viesse oferecer-lhe o perdão. Aquele pedido injusto e afrontoso não foi atendido e o homem sofreu a morte, e com razão.
   Na mesma condição se acham aqueles que querem o perdão de Deus, porém sem a confissão. O Senhor lhes oferece o perdão através de seu ministro, que é o padre. Eles, não aceitam: querem que o próprio Deus lhes dê o perdão, sem intermédio de outra pessoa. Exigir isso é ofender a Deus e tornar-se ainda mais indigno do perdão.
   Como Deus não tira O PECADO ORIGINAL SEM O BATISMO, também não tira OS PECADOS COMETIDOS DEPOIS DO BATISMO, sem a CONFISSÃO.
   Por isso ninguém pode dizer: "Eu me confesso só a Deus". Pois Deus não houve a confissão daquele que não quer confessar-se ao padre.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

PARTICIPAÇÃO DOS FIÉIS NA SANTA MISSA

IMPORTÂNCIA DO CULTO INTERNO

   Já que é o ato central do culto divino, a Santa Missa deve ocupar o centro da existência de um cristão.
   O elemento essencial da participação do fiel consiste em UNIR  os próprios sentimentos de adoração, ação de graças, expiação e impetração aos que teve JESUS CRISTO ao morrer por nós, e que devem animar o sacerdote que oferece o Sacrifício da Missa. Esta união do culto interno, que se exterioriza nos atos externos, é que torna proveitosa a participação do fiel na Santa Missa. Limitar a participação do fiel a seguir os gestos e a repetir as palavras que se dizem no altar, considera Pio XII, "rito vão e formalismo sem sentido". (Mediator Dei).

   Já no Antigo Testamento, Deus rejeita os sacrifícios meramente exteriores: não só aqueles em que as vítimas, por manchadas, eram indignas do altar do Senhor, mas também aqueles em que se imolavam animais puros e luzidios. E no Novo Testamento, de modo geral, reprova o Divino Mestre aqueles que honram ao Senhor com os lábios e mantêm o coração longe d'Ele. (Cf. S. Mc. 7, 6; Isaías, 29, 13).
   Comentando as palavras de Nosso Senhor, diz Pio XII: "O Divino Mestre julga que são indignos do templo sagrado, e dele devem ser expulsos, os que presumem dar honra a Deus somente com palavras afetadas e atitudes teatrais, persuadindo-se que podem muito bem prover a sua eterna salvação, sem de seus espíritos arrancarem pela raiz os vícios inveterados".

   Os fiéis devem considerar suma honra participar no Sacrifício Eucarístico de maneira que a "união com o
Sumo Sacerdote não possa ser mais íntima, conforme a palavra do Apóstolo: Tende em vós os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. (Fil. 2, 5). Isto exige de todo cristão que reproduza em si, quanto está nas possibilidades humanas, o mesmo estado de alma que tinha o divino Redentor quando realizava o Sacrifício de Si mesmo: a humilde submissão do espírito e a adoração, honra, louvor e ação de graças à Suprema Majestade de Deus; mais, reproduza em si mesmo a condição de vítima, a abnegação segundo os preceitos do Evangelho, o voluntário e espontâneo exercício da penitência, a dor e a expiação dos próprios pecados; numa palavra: QUE TODOS ESPIRITUALMENTE MORRAMOS COM CRISTO NA CRUZ,  de modo a podermos dizer com São Paulo: "Estou pregado na Cruz com Cristo." (Gal. 2, 19).
   Sendo, pois, os sentimentos internos o elemento essencial de nossa participação ativa no Sacrifício da Missa, é lógico que toda a participação externa só é boa quando nos leva àquela participação íntima, essencial.
   Já que a finalidade do Sacrifício é externar os sentimentos internos de adoração, ação de graças, expiação e impetração de favores, qualquer maneira de participar da Santa Missa que vise a excitar estes sentimentos é boa. Eis a razão porque Pio XII não quer que sejamos exclusivistas em determinar o modo como deverão os fiéis participar do Sacrifício Eucarístico.
   "Nem todos, diz o Papa Pio XII, estão aptos a compreender como convém os ritos e cerimônias litúrgicas. O talento, a índole e a mentalidade dos homens são tão vários e dessemelhantes, que nem todos podem igualmente ser impressionados e orientados pelas orações, cânticos e funções litúrgicas feitas em comum. Além disso, as necessidades e inclinações das almas não são iguais em todos, nem se conservam as mesmas em cada qual."

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

COMUNHÃO - PARTE INTEGRANTE DO SACRIFÍCIO DA MISSA

   Pelo que já estudamos até aqui sobre o Santo Sacrifício da Missa, podemos concluir que ERRAM  e caem em heresia:
   1º) os que consideram a Missa uma mera assembléia dos fiéis para o culto divino, no qual se faz uma simples comemoração da Paixão e Morte de Jesus Cristo, ou seja do sacrifício outrora efetuado no Calvário;
   2º) os que aceitam a Missa como sacrifício de louvor e de ação de graças, mas lhe negam o caráter propiciatório em favor dos homens;
   3º) os que fingem ignorar a relação essencial que tem a Missa com respeito a Cruz, e pretendem que aquelea venha a ser uma ofensa a esta;
   4º) os que consideram a Missa principalmente uma Ceia, um banquete do Corpo de Cristo.

   Contra este último erro, a Doutrina Católica nos ensina que a Comunhão é parte INTEGRANTE,  e não essencial, do sacrifício. Integra-o, isto é, completa-o.
   Como todo sacrifício, assim no Eucarístico, a Hóstia ordena-se a ser consumida por parte do sacerdote e dos fiéis, ato que simboliza a amizade entre Deus e os homens, amizade e união que no Sacrifício do Altar não é apenas um símbolo, mas uma realidade. De fato, mediante a Comunhão, há uma união real entre Deus e o homem, pois que na Comunhão Jesus, a Hóstia de nossos altares, se torna alimento de nossas almas.


Escola de Fra Angelico (sec. XV) Florença -
Convento de São Marcos.

   Para a integridade do sacrifício, porém, basta a comunhão do celebrante, não se exige a dos fiéis, embora seja esta muito de recomendar-se. Pio XII, na Encíclica "Mediator Dei", é bem explícito: "Afastam-se da verdade aqueles que, capciosamente, afirmam,  que no Sacrifício da Missa se trata não só um sacrifício, mas de um sacrifício e de um banquete de confraternização". E ainda: "O Sacrifício Eucarístico, de sua natureza, é a imolação da vítima divina, imolação que é misticamente manifestada pela separação das sagradas espécies, e sua oblação feita ao Pai Celeste. A SAGRADA COMUNHÃO PERTENCE À INTEGRIDADE DO SACRIFÍCIO E À PARTICIPAÇÃO NELE;  e, enquanto é absolutamente necessária por parte do MINISTRO SAGRADO, por parte dos fiéis é somente muito RECOMENDÁVEL"

   Portanto: as Missas celebradas privadamente, sem a participação dos fiéis, não perdem o caráter de culto público e social, pois que nelas o sacerdote age como representante de Jesus Cristo, cabeça do Corpo Místico que se oferece ao Pai Eterno em nome de toda a Igreja.

A SANTA MISSA, SACRIFÍCIO SOCIAL

   Tanto na Ceia, como na Cruz, Jesus ofereceu-Se ao Pai Celeste, como vítima expiatória, sozinho. Ele ainda não havia fundado a sua Igreja. Antes, foi precisamente o sacrifício do Calvário, uma vez consumado, que deu origem à Igreja. A Igreja una, imaculada, virgem e santa esposa de Cristo nasceu do Sagrado Lado de Jesus morto na Cruz. Só então se formou o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, ralidade sobrenatural e sociedade visível, cuja estrutura, no entanto, dada pelo seu Fundador, iria fixar-se nos primeiros tempos do Cristianismo.
   Formado seu Corpo Místico, Jesus jamais o abandona. Ele é sempre a Cabeça da Igreja. De maneira que, na Missa, já não é Ele sozinho que se oferece ao Pai Celeste, mas é a Igreja toda, a Cabeça - Jesus Cristo - e o Corpo, a Sagrada Hierarquia e o povo fiel. A Missa é o Sacrifício de Jesus, como Cabeça da Igreja. É assim o sacrifício de toda a Igreja. A Igreja, direta e propriamente, não CONSAGRA. São os SACERDOTES que imolam, agindo na pessoa de Cristo; mas eles OFERECEM também, em nome da Igreja. Neles, pois, o Sacrifício da Cabeça e o do Corpo Místico se unem e compenetram. Os fiéis não CELEBRAM, participam a seu modo, unindo seus sentimentos aos do sacerdote que celebra e aos do próprio Jesus Cristo que é imolado.

domingo, 20 de novembro de 2011

A CRISMA PELA EXPLICAÇÃO DO QUADRO CATEQUÉTICO

QUADRO CATEQUÉTICO Nº 21 SOBRE O SACRAMENTO DA CRISMA
   Este quadro catequético nº 21 represnta o Sacramento da Confirmação ou Crisma.
   No alto deste quadro, à esquerda, vemos um soldado que combate contra um dragão de sete cabeças. Quer mostrar com isto que nós recebemos na Confirmação, a fortaleza necessária para vencermos os sete vícios capitais.
   À direita, vemos representada uma criança, fiel às lições de sua mãe, se declarar cristã na presença de um juiz pagão que a queria fazer renunciar à fé em Jesus Cristo. Com isto a representação do quadro quer mostrar que a Confirmação nos dá a força de permanecermos fiéis a Jesus Cristo no meio das perseguições.
   No centro, vemos o objeto principal deste quadro: representa São Pedro e São João dando a Confirmação aos fiéis de Samaria. Eles lhes impõem as mãos e rogam por eles a fim de que recebam o Espírito Santo. À direita de São Pedro vemos um homem que traz na mão uma sacola: é Simão Mago, que vem pedir ao Apóstolo para lhe vender o poder de dar o Espírito Santo. São Pedro o repreende severamente por ele querer comprar o dom de Deus com dinheiro. Por isto este tipo de pecado chama-se simonia.
   O Espírito Santo é representado neste quadro pairando em forma de pomba sobre aqueles que são confirmados, e lhes distribuindo os seus sete dons.
   Em baixo do quadro, vê-se um bispo que administra a Confirmação às crianças da primeira comunhão. É precedido do pároco que lhe diz os nomes daqueles que devem ser crismados a medida que vão se apresentando; é seguido de um outro padre que segura uma bandeja sobre a qual se encontra o depósito do santo óleo do crisma. Um terceiro padre, com sobrepeliz e estola, limpa com um pouco de algodão a testa daqueles que acabam de ser crismados.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CRISMA (continuação)

   I - SUJEITO E DISPOSIÇÕES.
   Qualquer pessoa BATIZADA, e ainda NÃO CRISMADA,  seja qual for sua idade, com uso da razão ou sem ele, pode receber o Sacramento da Confirmação. (O adulto precisa ter intenção).
   De acordo com a legislação atual da Igreja, a Crisma deve ser conferida na idade de 7 anos mais ou menos, de preferência antes da Primeira Comunhão, após uma instrução catequética conveniente (pelo menos: o conhecimento dos principais mistérios da nossa fé.)
   Além disso, para que o Sacramento produza frutos abundantes, é preciso: ACHAR-SE EM ESTADO DE GRAÇA ( por isso, se exige a confissão para os crismandos de mais de 7 anos) e APRESENTAR-SE ao BISPO com RESPEITO E DEVOÇÃO.
   NOTA: No Brasil, dada a extensão territorial, a Igreja permite a administração da Crisma às crianças antes de chegarem ao uso da razão.

   II - PADRINHOS. Na Crisma exige-se um padrinho ou madrinha que, com a palavra e com o exemplo, dirija o afilhado ou afilhada pelo caminho da salvação e o ajude nas lutas espirituais.
   O padrinho deve:
                    a) ter 14 anos de idade.
                    b) ser do mesmo sexo que o afilhado;
                    c) não ser o mesmo do Batismo;
                    d) ser crismado, católico, de bons costumes e instruído nas coisas mais necessárias da religião.
                    e) tocar no afilhado na hora da Crisma.

   III - CERIMÔNIAS.  Para administrar o Sacramento da Crisma, o Bispo: 1º - estende as mãos sobre os que se vão crismar, indicando assim que o Espírito Santo quer tomar posse deles e arrebatá-los do poder do demônio. Ao mesmo tempo, faz uma oração em que pede para eles os sete dons do Espírito Santo. 2º- Em seguida, com o Santo Crisma, o Bispo faz uma unção em forma de cruz, na testa de cada um, para significar que o católico jamais se deve envergonhar da Cruz de N. S, Jesus Cristo. É, então, que o Bispo pronuncia as palavras do rito sacramental.
   No Antigo Testamento, eram ungidos: a) os sacerdotes; assim como Moisés ungiu Aarão; b) os reis; assim como Samuel ungiu Saul; c) e os profetas, assim como Elias ungiu Eliseu. CRISTO é a tradução grega da palavra hebraica MESSIAS, e significa UNGIDO, designando antes de tudo a junção sacerdotal, real e profética do Senhor. A unção, nos Sacramentos, exprime também a dignidade do cristão.
   O crisma, como já dissemos, é uma mistura de azeite e bálsamo. O azeite significa a abundância da graça que se difunde na alma do cristão, fortificando-o e confirmando-o na fé; o bálsamo, pela sua fragrância e virtude de preservar os corpos da corrupção, significa que o cristão, fortalecido por essa graça, se torna capaz de espalhar o odor e a fragrância das virtudes cristãs e de se preservar da corrupção dos vícios. 3º - Logo após a unção, o Bispo bate de leve na face do crismado, enquanto diz: "A paz esteja contigo!" Significa que ele deve estar preparado para sofrer qualquer afronta e trabalho pela fé cristã. A recompensa desta sua coragem será a paz. 4º - Por fim, o Bispo dá a bênção a todos os crismandos e a cerimônia termina com a recitação do CREDO, do PAI-NOSSO e da AVE-MARIA.
   A cerimônia se realiza com as portas da igreja trancadas - não só para que ninguém se retire antes da bênção final, mas para recordar o Primeiro PENTECOSTES, no Cenáculo de Jerusalém. Assim como o Mistério da Paixão é revivido no Batismo da cada cristão, assim o mistério de Pentecostes é revivido no dia em que recebemos o sacramento da CONFIRMAÇÃO.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O LIMBO DAS CRIANÇAS

   Introdução: Como recebi algumas dúvidas a respeito da sorte eterna das crianças que morrem sem o batismo, achei por bem, antes de passar a falar sobre o Sacramento da Confirmação, dizer alguma coisa sobre o Limbo das crianças que, antes do uso da razão, morrem sem o Batismo.
   Primeiramente, é necessário lembrar duas coisas: 1) A existência do Limbo das crianças, embora até ao presente, não tenha sido definido como dogma, também não foi definido que não exista. A Santa Madre Igreja inclusive continua a exortar aos pais que batizem seus filhos e o façam quanto antes. 2) O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA apresentado em 1992 pela CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA "FIDEI DEPOSITUM" do Papa João Paulo II, parece inclinar-se mais para uma direção inversa daquela que até então, durante séculos a Santa Igreja defendeu.
   Vejamos, então, o que a Santa Igreja ensinou (sem definir como dogma) a este respeito, até 1992: O Papa Inocêncio III (+ 1216): "A pena devida ao pecado original é a privação da visão beatífica; a que se deve ao pecado atual (mortal) é o tormento da geena perpétua". (Cf. Denz. 410). O Papa Pio VI em 1794, condenando os jansenistas de Pistóia, disse o seguinte: "É falsa, temerária e injuriosa às escolas católicas a doutrina que rejeita, como se fosse fábula pelagiana, o lugar inferior (pelos fiéis geralmente chamado Limbo das crianças), onde as almas dos que morrem apenas com o pecado original são punidas pela pena do detrimento sem algum tormento do fogo". (Constituição "Auctorem fidei"; Denz. 1526). "Pena do detrimento" é a privação da visão beatífica de Deus. Todos os catecismos até o de 1992 sempre falam da existência do Limbo das crianças.
   Mas, o que diz o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA? No nº 1261 assim se expressa: "Quanto às crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, "que quer que todos os homens se salvem" (1Tim, 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que O levou a dizer: "Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais" (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo". No nº 1257 diz: "Deus vinculou a salvação ao sacramento do Batismo, mas ele mesmo não está vinculado a seus sacramentos". No nº 1250, no entanto, diz: "A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento".
    A conclusão que tiramos é: A Igreja até ao presente não definiu como dogma nem a existência nem a não existência do Limbo. Portanto devemos aguardar a definição da Igreja. A outra conclusão é que, enquanto não houver a definição infalível da Igreja, os teólogos têm a liberdade de expor suas opiniões, não porém o direito de impô-las. Cabe somente à Igreja dar a última palavra.
   Assim sendo vejamos as várias opiniões pró ou contra a existência do Limbo das crianças.

A) OPINIÕES QUE DEFENDEM A EXISTÊNCIA DO LIMBO DAS CRIANÇAS

   Os teólogos que defendem a existência do Limbo das crianças se baseiam não só no ensinamento comum da Igreja, principalmente nas declarações de Inocêncio III e Pio VI; mas também nos catecismos.No século XX são muitos os teólogos que tentam provar a existência do Limbo. São teólogos célebres e abalizados como Journet, Diekamp, La Branc, Amann, Bellamy e outros. Todos se baseiam nas palavras do próprio Divino Mestre: "Se alguém não renascer da água e do Espirito Santo, não pode entrar no reino de Deus". (S. Jo. III, 5). A tradição cristã, baseando-se principalmente no conceito da justiça perfeitíssima de Deus, chegou aos poucos a formular a noção do Limbo. Na verdade não há nenhuma passagem na Bíblia que fale do Limbo das crianças. Jesus Cristo em S. Lucas, XVI, 22 fala do seio de Abraão. Trata-se do lugar onde as almas justas do Antigo Testamento esperaram a vinda do Redentor. É chamado também Limbo, mas para se distinguir do Limbo das crianças, é denominado "Limbo dos Pais". Este, a partir da Ascensão de Jesus, deixou de existir.

B) OPINIÃO DOS QUE NÃO ADMITEM A EXISTÊNCIA DO LIMBO

   No século passado e mesmo antes, são muitos os teólogos que não admitem a existência do Limbo. É claro que até a publicação do novo CATECISMO DA DOUTRINA CATÓLICA, procuravam falar com prudência, e expondo suas teses como simples hipóteses e submetendo-se sempre ao que a Igreja definir. Entre estes o mais famoso é o Cardeal Caetano que morreu em 1534. Na verdade o Cardeal Caetano evitava afirmar categoricamente que não existia Limbo das crianças; mas sua tese diminuia consideravelmente o número de seus habitantes. Propunha uma tese que sempre encontrou fautores, e hoje em dia, sobretudo. Eis o que dizia: "Em caso de necessidade, para assegurar a salvação das crianças, parece suficiente o Batismo expresso pelo desejo dos progenitores apenas, principalmente se a este desejo se acrescenta algum sinal exterior".
   A argumentação deste grande teólogo realmente impressiona. Senão vejamos: A razão principal que ele alegava: "No Antigo Testamento os pequeninos recebiam a remissão do pecado original primariamente mediante a fé de seus pais, que ofereciam os filhinnhos a Deus. Para a prole masculina era, sim, necessário que, oito dias depois de nascida, se lhe administrasse o rito da circuncisão; mas, na opinião mais provável, mesmo os meninos que morressem antes do oitavo dia, salvavam-se mediante a fé de seus pais. Ora, não se pode admitir que, após a vinda do Redentor, os meios de salvação se tenham tornado mais exíguos e menos acessíveis aos homens. Logo, a Fé continua a desempenhar um papel primordial na recepção dos sacramentos de Cristo, meios de salvação do Novo Testamento. No caso do Batismo das crianças é mesmo a fé da Igreja e (quando esta existe) a dos pais cristãos (não, porém, a fé do sujeito batizado) que possibilita o efeito do sacramento. Pergunta-se, então: será que a fé cristã na revelação consumada, messiânica, tem menos valor salvífico do que a fé nos tipos e nas figuras do Antigo Testamento? Parece conveniente que a Misericórdia Divina, em nossos tempos, lhe atribua ao menos a mesma eficácia que antigamente. Ora, se sob a Lei Mosaica a fé dos pais de uma criancinha podia salvar por si só, na impossibilidade de se administrar o rito exterior da circuncisão, será que hoje não pode salvar a uma criancinha a fé de pais cristãos que a ofereçam a Deus, impossibilitados de lhe proporcionar o sacramento? O Batismo de desejo concebido pelos pais não poderia suprir o desejo inconcebível por parte da criancinha?
   Como já foi dito, vários grandes teólogos seguiram esta opinião do Cardeal Caetano. E alguns deles até ampliaram cada vez mais as possibilidades de salvação das crianças que morrem sem o batismo. Dentre eles avulta o teólogo Gumpel, professor de Teologia em Roma. E ele enumera nada menos do que 48 teólogos ou institutos de Teologia que não só defendem a tese de Caetano mas a ampliam sempre mais. A Santa Igreja não só não se pronunciou contra esta tendência mas no Catecismo de 1992, fomenta-a, embora  não haja nada ainda definido como dogma. O Santo Padre, gloriosamente reinante Bento XVI declarou que não se pode ainda resolver esta questão às pressas. É preciso ainda muito estudo.

 Para terminar apresento as teorias de mais dois teólogos: E. Boudes e H. Schell. Em resumo Boudes diz o seguinte: as criancinhas sem o Batismo se salvam pela lei da solidariedade. Baseia-se em Rom. V, 12, 21: por nossa união com o primeiro Adão, prevaricador, fomos todos constituídos pecadores e réus de morte; e por nossa comunhão com Cristo fomos dotados de nova santidade e vida. Note-se, porém, que "onde abundou o delito, aí superabundou a graça" (v. 20); o primeiro Adão e nossa solidariedade com ele não eram senão tipo do segundo Adão e da nossa comunhão com Ele (cf. Rom. V, 18). O que quer dizer que a solidariedade com Cristo é muito mais benéfica para todos os homens do que maléfica foi a solidariedade com Adão. Ora, este princípio deve influir também na maneira de se apreciar a sorte eterna das criancinhas que morram sem batismo. Se as julgarmos relegadas para o Limbo, não deveremos confessar que a sua solidariedade com o primeiro Adão foi muito mais íntima do que a sua comunhão com Cristo? E assim o teólogo Boudes propõe a seguinte opinião: a solidariedade de tais almas com Cristo implica que o poder intercessor da Igreja, Corpo Místico, em que Cristo continua a obra da Redenção, valha a essas criancinhas a purificação e a entrada no céu. De fato, a Igreja, na sua liturgia, principalmente na celebração da Santa Missa, apresenta a Deus preces pela salvação de todos os homens, pela redenção do mundo inteiro (cf. as orações do ofertório da Missa, as do Ofício dos Pré-santificados na sexta-feira santa). Ora, uma tal universalidade de intenções não pode deixar de beneficiar também os pequeninos que faleçam sem Batismo. Por consequinte, conclui Boudes, é plausível admitir que a intercessão jamais interrompida da Igreja supra, em favor dessas criancinhas, os efeitos do Batismo, merecendo-lhes a visão beatífica. Esta teoria, ainda observa Boudes, não implica que a Redenção seja automaticamente aplicada às ditas almas, pois ela requer a intercessão da Igreja, a qual, consciente e livremente, estende os frutos da Cruz aos indivíduos.
   A teoria de H. Schell: Da nossa solidariedade com Cristo, Schell deduzia que o sofrimento e a morte das criancinhas não batizadas são, em virtude da paixão voluntária de Jesus, um "quase-sacramento" de reconciliação, um certo Batismo de penitência, que supre o Batismo de água. Ora, sendo este quase-sacramento a sorte comum dos mortais, segue-se que todas as crianças, mesmo impossibilitadas de receber o Batismo, são purificadas a admitidas à visão beatífica.
   Estes teólogos interpretam as palavras de Jesus em São João III, 5 como se referindo só aos adultos. E as palvras de Jesus: "Deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o reino dos céus" se referem, segundo eles, não só às crianças batizadas mas também às não batizadas.
   Uma coisa é certa: A Santa Madre Igreja sempre exorta os pais a batizar os filhos ainda crianças e o quanto antes. Isto porque, mesma na hípotese de as criancinhas mortas sem o Batismo poderem se salvar, é certo que neste caso, teriam eternamente menos glória do que aquela criança que tenha recebido o Santo Batismo.