Como o Maná, a Eucaristia "contém igualmente toda a suavidade e doçura: "Omne delectamentum in se habentem".
Nada tão alegre como um banquete. A comunhão é o banquete da alma, isto é, fonte de íntimas alegrias. Como é que Jesus Cristo, verdade e vida, princípio de todo o bem e de toda felicidade, não havia de encher os nossos corações de alegria? Como é que, fazendo-nos beber do cálice do Seu Sangue divino, não havia de derramar em nossas almas aquela alegria espiritual que excita a caridade e sustenta o fervor? No Cenáculo, depois de instituir este divino Sacramento, fala aos Apóstolos da Sua alegria: quer que "esta alegria, a Sua própria alegria, toda divina, seja a nossa, e que dela se encham os nossos corações: "Para que minha alegria esteja em vós" (São João XV, 11). Um dos efeitos da Eucaristia, quando recebida com devoção, é encher a alma de suavidade sobrenatural que a torna pronta e dedicada no serviço de Deus.
Não esqueçamos, no entanto, que esta alegria é antes de tudo espiritual! Sendo a Eucaristia o "mistério de fé" por excelência, segue-se permitir Deus que esta alegria, toda interior, não tenha repercussão alguma na parte sensível do nosso ser. Sucede a almas deveras fervorosas ficarem acabrunhadas pela aridez depois de terem recebido o pão da vida. Não se admirem; sobretudo não desanimem; se tiverem todas as disposições possíveis para receber a Cristo, se sofrerem com a sua impotência, fiquem tranquilas e conservem-se em paz. Jesus Cristo, sempre vivo, opera em silêncio, mas soberanamente, no íntimo da alma, para a transformar n'Ele; é o efeito mais precioso deste alimento celeste: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (São João XI, 57).
Nenhum comentário:
Postar um comentário