SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

domingo, 24 de novembro de 2019

HOMILIA DOMINICAL - 24º no próprio do tempo e último domingo do ano litúrgico Domingo depois de Pentecostes (24º no próprio do tempo)

Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Colossenses, 1, 9-14.
                 Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus, 24, 15-35:


     
Tijolos com o nome da "X Legio" romana e com o símbolo
do javali, encontrados em Jerusalém. A X  Legio era uma das
Legiões que estavam sob o comando de Tito e que, no ano
70 d.C., destruiu Jerusalém. 
  Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: "Quando virdes no lugar santo a abominação da desolação, que foi predita pelo profeta Daniel, quem ler, entenda. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; e o que se achar no terraço, não desça para ir buscar coisa alguma de sua casa; e o que estiver no campo, não volte para tomar a sua túnica. Ai, porém, das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Rogai, pois, que a vossa fuga não seja nem no inverno, nem em dia de sábado. Porque haverá grande aflição, qual nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. E se estes dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas, por causa dos Eleitos, serão abreviados esses dias. Então, se alguém vos disser: Aqui está Cristo, ou Ele está ali, não lhes deis crédito. Porque, se levantarão falsos Cristos e profetas, e farão tão grandes prodígios e milagres, que (se fosse possível) até os Eleitos seriam enganados. Vede que já vo-lo predisse. Se, pois, vos disserem: Ei-lo, está no deserto, não saiais. Ei-lo, aqui, no interior da casa, não lhes deis crédito. Porque, como o raio parte do Oriente e é visível até o Ocidente, assim, será a vinda do Filho do homem. Onde quer que esteja o corpo, aí se ajuntarão as águias. Logo após a tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua não dará mais a sua luz, as estrelas cairão do céu, e as forças do céu serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com grande poder e glória. E enviará seus Anjos com forte clamor de trombetas e reunirão os eleitos, dos quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Da figueira aprendei, pois, uma comparação. Quando seus ramos já estão tenros e as folhas brotam, sabeis que já está próximo o verão; assim, também, quando virdes todas estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas se cumpram. Passará o céu e a terra, mas minhas palavras não passarão". 

   Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

  Estamos no último Domingo do Ano Litúrgico. É a profecia de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a ruína de Jerusalém e sobre o fim do mundo.  Para boa compreensão deste Evangelho não se deve perder de vista que Nosso Senhor fala, ao mesmo tempo, da ruína de Jerusalém e do fim do mundo. Os desastres espantosos e extraordinários que assinalaram o fim do povo judeu, são apenas uma imagem da confusão e desordem que há de preceder o fim do mundo. Jesus parece ter diante de si, um só espetáculo, onde estão confundidos estes dois acontecimentos, e os pormenores que Ele profetisa, são aplicáveis, ora à tomada de Jerusalém, ora ao fim do mundo, ora aos dois fatos indistintamente.
  Em resumo Jesus Cristo ensina: que o Templo e a cidade de Jerusalém serão destruídos; que no fim do mundo (que só Deus sabe quando é) Ele voltará  em sua glória para julgar todos os homens. O Divino Mestre alerta os seus discípulos que não devem dar crédito aos falsos cristos que aparecerão e nem temer as perseguições, mas perseverar até o fim. Devem estar sempre preparados, porque o dia do juízo virá como um ladrão, quando menos se esperar. Alguns sinais, no entanto, podem indicar sua proximidade. Mesmo assim, é preciso lembrar o que diz a Bíblia: "Mil anos, diante do Senhor, é como um dia" (2 Pedro III, 8.
  Pouco depois da morte de Nosso Senhor, surgiram muitos falsos profetas que inculcavam como o Messias. Tinham por objetivo principal sublevar o povo contra a odiosa dominação dos romanos, e, entre muitos distinguiram-se Teudas que arrasta as multidões a caminho de Jerusalém, levando-as a acreditar que o Jordão se abriria à sua passagem; Barchochebas e Simão, o Mago, que multiplica simulacros de prodígios e esparge redes de enganos.Antiguidades, de Josefo, são como que um comentário das palavras evangélicas. Aos ruídos de guerra sucede a própria guerra, guerra de morte na Palestina, em todas as regiões do Império. A esterilidade é contínua - dizia o historiador Suetônio. Perto de Nápoles. o solo tremia já com rugidos sinistros. Jerusalém e Roma estremeciam com um terremoto, e se sentia já o começo das dores, quer dizer, a perseguição, as cruzes, as bestas, as luminárias, erguidas, soltas, acesas pelo verdugos de Nero. E chega a abominação da desolação; o Templo convertido em cidadela das tropas do governador da Síria, a cidade entregue à tirania, o efod pontifical adornando o peito de um labrego, as hordas de João de Giscala fechando as portas da cidade, e Tito caminhando a marchas forçadas, para erguer à sua volta fossos, torres e muros e fazer dela o sepulcro do povo de Israel. "Jamais povo algum, - dizia Josefo - terá sofrido tantas calamidades, misturadas com tantos crimes". O próprio Tito, imperador Romano, confessava que Deus tinha combatido pelos sitiantes, cegando os judeus e arrancando-lhes os seus baluartes inexpugnáveis. Em sete meses de assédio, morreu mais de um milhão de homens, e os que ficaram foram distribuídos por todas as províncias do Império com a marca de escravos na fronte. Josefo diz que tal foi a fome, que as mães chegaram a devorar os próprios filhos. Se as desgraças do mundo inteiro desde a criação, fossem comparadas às que os judeus sofreram então, achar-se-iam inferiores a elas".
Pináculo do Templo de Jerusalém
  Segundo São Jerônimo, é preciso ter estado na Palestina para julgar da situação das suas cidades e praças, após o seu tremendo castigo. "Apenas se descobrem, diz ele, alguns vestígios de ruínas onde outrora se levantaram grandes cidades. Os pérfidos vinhateiros, depois de ter assassinado os servos, e, finalmente, o Filho de Deus, não têm mais agora o direito de entrar na cidade de Jerusalém senão para chorar, e ainda para que lhes seja permitido chorar sobre as ruínas da cidade santa, são obrigados a pagar um certa soma de dinheiro. Os que outrora tinham comprado o sangue de Jesus Cristo, compram agora as suas próprias lágrimas. Vede este povo lúgubre que chega no aniversário da tomada de Jerusalém e da sua destruição pelos romanos. Essas velhas decrépitas, estes velhos carregados de anos e andrajos, são outras tantas testemunhas da cólera de Deus. O bando miserável se reúne, e enquanto brilha o instrumento do suplício do Salvador na Igreja da Ressurreição, enquanto o estandarte da Cruz está deslumbrantemente desdobrado por sobre o monte das Oliveiras, este povo desgraçado chora sobre as ruínas do seu Templo".
  Sobre o Templo de Jerusalém Jesus dissera que não ficaria pedra sobre pedra. Esta profecia se cumpriu no ano 70, quando depois de tomarem Jerusalém, os soldados chefiados por Tito atearam fogo ao Templo. Mais tarde Juliano Apóstata, com a intenção de reedificá-lo, destruiu completamente a parte que ficara.
  Caríssimos, no próximo domingo, se Deus quiser, meditaremos mais especialmente sobre o fim do mundo e o juízo universal.


    

domingo, 17 de novembro de 2019

HOMILIA DOMINICAL - 23º Domingo depois de Pentecostes

  Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses, 3, 17-21; 4, 1-3.
                  Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus, 9, 18-26. 

  Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Ruínas da cidade de Cesareia Marítima. Aqui
morava a mulher hemorroíssa, e também o
Historiador Eusébio. Pôncio Pilatos residia
aí, e tive oportunidade de, quando lá estive
(2000) ver um pedaço de um monumento
em que estava gravado o nome de Pôncio
Pilatos. Não confundir com Cesareia de
Filipe. Cesareia Marítima não aparece nos
Evangelhos, mas sim nos Atos dos
Apóstolos: Aí São Pedro batizou
Cornélio (At. 10); São Paulo esteve preso aí
por dois anos (At. 26); aí o Diácono
Filipe exerceu o seu ministério (At. 8, 40).
A construção maior circular que vemos
no centro, são as ruínas do teatro. 
  Jesus Cristo havia acabado de curar um possesso entre os Gerasenos, e, tendo tornado a atravessar o lago de Genesaré, foi rodeado pela multidão acorrida para o ouvir. Foi enquanto ensinava esta multidão que Jairo, chefe da Sinagoga (provavelmente de Cafarnaum) veio procurá-Lo pedindo que fosse à sua casa para tocar e ressuscitar sua filha. 
  O boníssimo Salvador sabia antecipadamente o milagre que, no caminho, ia operar em favor da hemorroíssa. Podia com uma palavra só e sem se mover, dominar a morte como a doença. Mas, por motivos dignos da sua infinita sabedoria, quis ir ressuscitar esta jovem pela sua presença, permitindo-nos assim admirar a sua suprema sabedoria, unida à sua bondade e ao seu poder sem limites.
  Ia Jesus com o chefe da Sinagoga e acompanhava-O uma inumerável multidão, comprimindo-O de todos os lados. E eis que uma pobre mulher, que há doze anos sofria dum fluxo de sangue, se aproximou por detrás e tocou a fimbria da sua túnica, porque ela dizia a si mesma: se eu tocar somente a sua túnica, serei curada. 
  Segundo uma respeitável tradição, seria a piedosa mulher, conhecida pelo nome de Verônica, que na via dolorosa do Calvário (VI estação) enxugou o suor e o sangue de Jesus com um pano de linho no qual ficou miraculosamente impressa a Santa Face. 
  Diz-se também que esta mulher era pagã, muito rica, provavelmente de Cesareia Marítima. Conta o Historiador Eusébio, também de Cesareia, que, em memória do favor imenso que tinha recebido de Jesus, mandara ela colocar, sobre a porta da sua casa, uma imagem do Salvador, a cujos pés estava uma mulher, em atitude suplicante, tocando-lhe a fímbria dos vestidos. Eusébio acrescenta ainda que teve ocasião de ver este monumento e, na sua base, uma planta cuja virtude curava muitas enfermidades. Juliano Apóstata mandou quebrar este grupo substituindo-o pela sua própria estátua que, também, foi derrubada por um raio. Finalmente o Historiador Sozômeno confirma a narração de Eusébio, atestando que os fragmentos desta imagem, recolhidos pelos cristãos, eram ainda conservados no seu tempo , isto é, no século V. 
  Antes de passarmos à consideração do outro milagre, admiremos a bondade do Coração de Jesus! Esta mulher, cheia de confusão à vista da sua enfermidade, merece da parte de Jesus o tratamento de filha. Ainda mais feliz por ter perseverado nos sentimentos de gratidão ao médico de sua alma e do seu corpo, ela é para nós um modelo tanto mais digno de imitação, quanto mais viva é a sua fé, e mais profunda a sua humildade. 

Passemos ao outro milagre. Imaginemos a angústia daquele pai! Sua única filha e com 12 anos está morta. Jesus diz a este angustiado chefe da Sanagoga: "Não temas. Crê somente, e ela será salva! Em face dos nossos mortos queridos, somente a fé pode acalmar a tempestade que se levanta dentro em nós. Não, eles não morreram; dormem apenas, para despertar no seio de Deus.
  Jesus, ordenando que saíssem todos, tomou o pai e a mãe da moça, e os que o acompanhavam, entrou no quarto onde ela jazia e, tomando-a pela mão, disse-lhe: "Talitha cumi", que quer dizer - moça, eu te ordeno, levanta-te". Imediatamente, voltou-lhe a vida, levantou-se e começou a andar, e todos ficaram possuídos de grande admiração.
  Jesus mandou depois que se lhe desse de comer, e proibiu severamente aos pais que contassem o que se tinha passado. Mas a notícia divulgou-se por todo o país. 
   O fato de Jesus mandar que dessem de comer a esta moça há pouco ressuscitada pela sua onipotência e misericórdia, não está destituído também de um belíssimo significado:  Fê-lo para indicar que o pecador ressuscitado para a graça, deve ainda alimentar-se; que depois de ter recebido o sacramento da Penitência, deve ainda comungar para que se firmem os seus bons propósitos, e se fortaleça a sua alma na prática do bem e da virtude. 
  Caríssimos e amados irmãos e irmãs, terminemos com a oração da Santa Missa de hoje: Dignai-Vos, Senhor, perdoar os delitos de vosso povo, a fim de que por vossa benignidade, sejamos livres dos laços dos pecados que por nossa fraqueza contraímos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que, sendo Deus, convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém!

domingo, 10 de novembro de 2019

EVANGELHO DO 22º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES



S. Mateus XXII, 15-21

"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"

Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

 É extremamente oportuno tratar da PAZ SOCIAL.  A priori, podemos afirmar sem a mínima sombra de dúvida, que os comunistas, ateus que são,  nunca trarão a paz, porque sem Deus não há paz.  Há sim luta de classes, um lançar insano de terror na alma simples do povo, divisões e insubmissões nefastas entre filhos e pais. A nossa sociedade acha-se viciada nos seus pilares fundamentais: a família e a moral religiosa. Os comunistas, ou seja, os políticos de partidos de esquerda, querem uma sociedade sem Deus e sem respeito ao direito de propriedade particular. Quando Lula desgovernava o Brasil, e a Lava Jato ainda não existia, estive em Portugal e lá me perguntaram porque no Brasil não era proibido roubar. Não foi difícil responder: infelizmente parece que é isto mesmo e até bem pior do que isto: o direito de propriedade particular é que é ROUBO, segundo os comunistas. Invertem assim o sétimo mandamento da lei de Deus como o vemos exarado em Êxodo XX, 15. Daí, hoje, graças à Lava Jato que ficará exarada imortal nos fastos do Brasil,  quando presos por comprovados roubos, se fazem de vítimas, e dizem que é golpe.

"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Nesta frase do Divino Mestre está contido o cumprimento exato dos nossos deveres para com Deus e para com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence. Na verdade, todo poder vem de Deus: "Não haveria poder algum se não fosse dado do alto" (cfr. Jo. 19, 11). A autoridade política legitimamente constituída provém de Deus e há de ser respeitada como um reflexo da autoridade divina. Por isso, todo o cristão está obrigado a obedecer à autoridade política, desde que esta não ordene coisas contrárias à Lei de Deus, porque neste caso já não representaria a autoridade divina, e, então, como diz São Pedro, "deve-se obedecer antes a Deus que aos homens" (Atos V, 29). 

Ante as sérias ameaças feitas à paz pelos comunistas, o Cristianismo que deverá fazer? O que sempre fez, ou seja,  por meio de seus filhos espalhados por todas as partes do mundo, realizar as obras de caridade e de fé, coisas estas que vêm de Deus. "Deus é o sol das mentes sublimes e dos corações ardentes", dizia Carducci. No amor a Deus e ao próximo encontramos o cumprimento de toda a Lei e os Profetas; e os justos vivem de fé.

Quem, porém, não se detém em considerações apressadas, não pode deixar de chegar a conclusões nimiamente dolorosas. O espetáculo das massas indiferentes e, por vezes, hostis à Religião, os progressos do ódio e do mal no mundo, a afirmação em muitas consciências de doutrinas contrárias à verdade e aos princípios cristãos tradicionais (e quem os defende é vítima de facada), as perseguições desencadeadas em muitos países com métodos e um encarniçamento que não têm paralelo na história, tudo isso dá a impressão de nos encontrarmos no meio daquela crise espiritual predita pela Bíblia para a época do anti-cristo.  Caríssimos, para os comunistas, a religião não se apóia em bases transcendentes certas e sólidas, como sejam, a existência de Deus, a lei eterna e a vida ultra terrena, mas apenas na necessidade que o homem  -  "oprimido pelas forças naturais nos estados primitivos da civilização e pelas forças sociais nos estados superiores"  -  experimentou de criar para si um mundo imaginário e melhor no além, que o compensasse dos sofrimentos, das injustiças e das opressões sofridas neste mundo. Para eles, a Religião, pode, por enquanto, lhes ser útil para tomar o poder (comungando p. ex.) mas, na verdade, está fadada a ser superada e a desaparecer, logo que seja superada e desapareça a miséria presente, graças à revolução social que o comunismo  -  apregoam eles  -   se encarrega de levar a cabo em todo o mundo. Para os comunistas a Religião não é apenas um erro inofensivo, é, outrossim, um mal nefasto sob o ponto de vista social. Os comunistas dizem que a Religião engana as massas e cega-as, de tal modo que as torna presa fácil do capitalismo. Carl Marx dizia que a Religião é o ópio do povo. Ela, dizem os comunistas, corta as asas e elimina as aspirações a qualquer movimento contra as injustiças perpetradas pela classes dominadoras.  O crente que julga assegurado o Paraíso no futuro, pouco se importa com o presente, afirmam... Daqui vem o ódio e o incitamento para abolir a religião; daqui vem a propaganda do ateísmo feita pelo comunismo entre as massas, daqui a luta contra Deus, contra a Igreja, contra a família e contra a moral religiosa. 

Quero, caríssimos, apresentar alguns excertos da imortal Encíclica RERUM NOVARUM  de Leão XIII. Esta encíclica escrita em 1891 marcou uma data na história da Igreja e da Humanidade. Deu princípio a um movimento social católico. Se a Igreja tivesse universalmente sido escutada e obedecida, teríamos assistido a um irresistível impulso à obra de pacificação social, e não teríamos hoje a tristeza de ver o caos do ateísmo comunista grassando-se no mundo todo, inclusive na nossa querida Pátria que já vai caminhando a passos largos rumo à uma nova Venezuela. Esperamos que no próximo dia 28 os verdadeiros brasileiros deem um basta a esta avalanche de lama comunista. E que a Lava Jato continue depois afastando esta lama pútrida da corrupção.  Mas mister também se faz que católicos e cristãos em geral, combatam a sua avareza (quem dela se vê contaminado) e pratiquem  a justiça e a caridade, como as Sagradas Escrituras ensinam e, nelas baseados, ensinam Documentos Pontifícios e como mostra a vida dos santos.

 E demos, então, a palavra ao Papa Leão XIII:
"O homem tem sobre os bens da terra, não somente o simples uso, como os brutos, mas também o direito de propriedade, tanto a respeito das coisas que se consomem com o uso, como das que o uso não consome".
"A propriedade particular, fruto do trabalho ou da indústria, de cessão ou de doação, é um direito indiscutível da natureza, e cada um pode dispor dele a seu arbítrio".
"Para resolver a desarmonia entre os ricos e os proletários é preciso distinguir a justiça da caridade. Só  há direito de reivindicação, quando a justiça for lesada".
"O proletário e o operário têm as seguintes obrigações de justiça: fornecer por inteiro e fielmente todo o trabalho contratado livremente e segundo à equidade; não lesar os bens nem ofender as pessoas dos patrões; abster-se de atos violentos na defesa de seus direitos e não transformar as reivindicações em motins".
"Os capitalistas e os patrões têm as seguintes obrigações de justiça: pagar o justo salário aos operários; não causar prejuízo às suas justas economias, nem por violências, nem por fraudes, nem por usuras evidentes ou dissimuladas; dar-lhes liberdade de cumprir os deveres religiosos; não os expor às seduções corruptoras e aos perigos do escândalo; não os desviar do espírito de família e do amor da economia; não lhes impor trabalhos desproporcionados às suas forças ou pouco convenientes para a idade ou para o sexo".
"Os ricos e os que possuem têm obrigação de caridade de socorrer os pobres e indigentes, segundo o preceito evangélico. Este preceito obriga tão gravemente que dele serão exigidas contas de maneira especial no dia do Juízo, como disse o próprio Jesus Cristo (Mat. 25)".

 Aqui  faço minhas, as palavras do Apóstolo dos gentios: "Deus me é testemunha de que modo vos amo a todos nas entranhas de Jesus Cristo. O que eu lhes peço é que a vossa caridade cresça mais e mais em conhecimento e em todo o discernimento, para que possais distinguir o melhor, para que sejais sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, cheios de frutos de justiça por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus" (Filipenses I, 8-11).

Na oração final quero incluir mais um pensamento: Ó Jesus, fazei que guardemos  pura de toda mancha, a vossa imagem impressa na nossa alma com o Vosso bendito Nome, para merecermos ser reconhecidos por Vós no dia do Juízo e introduzidos no Céu. Amém!

HOMILIA DOMINICAL - 22º Domingo depois de Pentecostes

   Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses I, 1-11.
                   Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 22, 15-21: 

 
 "Naquele tempo, retiraram-se os fariseus para consultarem entre si a ver como apanhariam a Jesus em alguma palavra. E enviaram-Lhe seus discípulos com alguns herodianos, dizendo: Mestre, sabemos que sois amigo da verdade e ensinais o caminho de Deus, segundo a verdade, sem Vos preocupardes com quem quer que seja, porque não julgais o homem segundo a sua carne. Dizei-nos, pois, o vosso parecer. É lícito pagar o tributo a César, ou não? Conheceu-lhes, porém, Jesus a maldade, e disse: Por que me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Eles Lhe apresentam um dinheiro. E Jesus lhes disse: De quem é esta imagem e esta inscrição? Responderam-Lhe: De César. Então disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". 

   Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo! 

   "Começam pela lisonja, diz Bossuet, porque é por ela que se começa, quando se quer enganar alguém". 
Na verdade, ainda que sob uma forma capciosa e mal intencionada, os fariseus fazem um verdadeiro elogio do Salvador e prestam homenagem a sua doutrina e a sua santidade. Pois, Jesus é a Verdade, o Caminho e a Vida. Como diz São João: Ele é cheio de graça e verdade. Os sacerdotes, a exemplo de Jesus, devem ter um zelo de fogo pela verdade, não procurar e não ensinar senão a verdade, quer agrade, quer desagrade; devem também ser cheios de sinceridade e de retidão em todas as suas palavras e em toda a sua conduta; devem, outrossim, estar acima de todo respeito humano e de considerações pessoais e, portanto, castigar os vícios com santa liberdade. 

   "É ou não permitido pagar o tributo a César?" Que malícia! Achavam que Jesus não teria saída: se dissesse, pois: Sim, ali estavam os Judeus para acusarem a Jesus por aprovar o pagamento de tributo a um pagão, e, se Ele não tem outro Rei e Senhor senão Jeová, não é Ele obrigado a recusá-lo? E, portanto, os Judeus O apresentariam ao povo como um traidor, e um inimigo de Deus. Se Jesus dissesse: Não, ali estavam os herodianos para denunciá-Lo e entregá-Lo ao governador romano como um agitador e um rebelde digno dos maiores castigos. 
   Querendo Jesus fazer-lhes ver que conhecia perfeitamente todos os pensamentos dos seus corações, diz-lhes: hipócritas, por que me tentais? "Considerando antes os seus pérfidos desígnios, comenta São João Crisóstomo, que os seus especiosos discursos, o Senhor responde aos elogios com severas censuras para assim nos ensinar a detestarmos a adulação e a repelirmos aqueles que parecem louvar-nos. Depois chama-os hipócritas, para que reconhecendo a ciência que tinha dos seus corações, não ousassem acabar o que tinham começado. Eles lisonjeiam-No para O perder, Ele confunde-os para os salvar. A cólera de Deus é mais útil que o favor dos homens". 

  Mudando os papéis, como gostava de fazer em tais circunstâncias, Jesus interroga-os por sua vez. Quando Lhe apresentam o dinheiro, pergunta-lhes: "De quem é esta efígie e esta inscrição?" "Porque, diz São Jerônimo, a sabedoria procede sempre sabiamente, de modo a confundir os seus tentadores pelas suas próprias palavras". Eles responderam-Lhe: De César. É apoiado nesta resposta que Nosso Senhor Jesus Cristo vai dar a sua decisão, a doutrina que estabelecerá a distinção dos dois poderes e estabelecerá o princípio da paz e da concórdia entre a autoridade civil e a autoridade religiosa, as quais não deverão nem estar confundidas nem separadas, mas intimamente unidas para, em conjunto, procurarem o bem dos povos. 

"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Nesta frase do Divino Mestre está contido o cumprimento exato dos nossos deveres para com Deus e para com o próximo, dando a cada um o que lhe pertence. Na verdade, todo poder vem de Deus: "Não haveria poder algum se não fosse dado do alto" (cfr. Jo. 19, 11). A autoridade política legitimamente constituída provém de Deus e há de ser respeitada como um reflexo da autoridade divina. Por isso, todo o cristão está obrigado a obedecer à autoridade política, desde que esta não ordene coisas contrárias à Lei de Deus, porque neste caso já não representaria a autoridade divina, e, então, como diz São Pedro, "deve-se obedecer antes a Deus que aos homens" (Atos V, 29). 

   Na oração final quero incluir mais um pensamento: Ó Jesus, fazei que guardemos  pura de toda mancha, a vossa imagem impressa na nossa alma com o Vosso bendito Nome, para merecermos ser reconhecidos por Vós no dia do Juízo e introduzidos no Céu. Amém!


domingo, 3 de novembro de 2019

HOMILIA DOMINICAL - 21º Domingo depois de Pentecostes

Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios, 6, 10-17.

Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus, 18, 23-35: 

"Naquele tempo, disse Jesus esta parábola a seus discípulos: O Reino dos céus se compara a um rei, que quis pedir contas a seus servos. Começando a fazer contas, apresentou-se-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Mas não tendo ele com que pagar, mandou o senhor que fossem vendidos ele, sua mulher e seus filhos, e tudo quanto possuía, para pagar a dívida. Então este servo, prostrando-se em terra, disse-lhe suplicante: Tem paciência comigo e pagarei tudo. E compadecendo-se desse servo, o Senhor libertou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo dali, porém, o servo encontrou-se com um de seus companheiros que lhe devia cem dinheiros; e logo o agarrou e, sufocando-o, disse: Paga-me o que me deves. E o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, implorava-lhe: Tem paciência comigo e pagarei tudo. Ele porém não quis; retirou-se e fez com que o metessem na prisão, até pagar a dívida. Vendo os outros servos, seus companheiros, o que se passava, entristeceram-se muito e foram contar a seu senhor tudo o que tinha acontecido. Então seu senhor o chamou e lhe disse: servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste; não devias tu também ter piedade de teu companheiro, como eu tive de ti? E, enraivecido, seu senhor entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a dívida. Assim também vos fará meu Pai celestial, se do íntimo de vossos corações não perdoar cada um a seu irmão". 


  Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Quando fez esta parábola, Jesus encontrava-se em Cafarnaum, que é
chamada  "A Cidade de Jesus". Da época de Jesus só há ruínas
descobertas nos últimos tempos pelos arqueólogos.  Já tivemos
ocasião de mostrar as ruínas da Casa de São Pedro. A foto mostra
as ruínas de outras casas. 
  A finalidade desta parábola é bem determinada: a necessidade de perdoarmos as ofensas que o próximo nos faz para que sejamos perdoados dos pecados que cometemos diretamente contra Deus nos três primeiros mandamentos; e indiretamente nos outros sete. Dando-nos o exemplo da misericórdia, Deus ensina-nos a usar dela como Ele. As nossas dívidas são os nossos pecados que precisam de ser lavados pelo Sangue de um Deus. Portanto, nossas dívidas para com Deus, devem ser calculadas  segundo o preço do nosso resgate, o preciosíssimo Sangue de Jesus. O Sangue de Cristo é como um mar vermelho em que o exército enorme e terrível dos nossos pecados é inteiramente destruído, como afogado foi na Mar Vermelho o exército do Faraó. Mas é preciso estarmos sinceramente arrependidos, confessar humildemente os nossos pecados e perdoar do fundo do coração as ofensas que o próximo nos faz.

Ruínas da Sinagoga de Cafarnaum. Fora construída no século IV sobre
as ruínas da Sinagoga do tempo de Jesus e na qual Ele fizera o sermão
prometendo a Santíssima Eucaristia. Ainda podemos ver no local algumas
pedras e pedaços de peças da Sinagoga do tempo de Jesus. 
 A segunda parte da parábola fala justamente do nosso perdão. Diz Jesus na parábola que ao voltar a casa aquele afortunado servo que fora absolvido de toda a dívida, encontrou-se com um seu companheiro que lhe devia cem dinheiros, soma verdadeiramente ínfima em comparação com os dez mil talentos que lhe tinham sido perdoados; mas este homem, que fora tratado com tanta piedade, não demonstrou nenhuma para com o seu semelhante, antes fez que o metessem na prisão até pagar a dívida. Não atendeu às suas súplicas e lágrimas.

Caríssimos, embora corando, temos de reconhecer que, tal como a bondade do rei é a imagem da misericórdia de Deus, a crueldade do servo é a imagem da nossa dureza, da nossa mesquinhez em perdoar ao próximo. No entanto, que dívidas poderá ter o próximo para conosco em comparação das que nós temos para com Deus? A gravidade da ofensa se mede pela dignidade da pessoa ofendida. Ora, todo pecado é uma ofensa feita à Majestade infinita de Deus. Quando o próximo nos ofende em alguma coisa, na verdade, ofende a uma miserável criatura. Mas eis o contraste: Deus perdoa, esquece, anula inteiramente as nossas graves ofensas e não cessa de nos amar e de nos favorecer, apesar das nossas contínuas infidelidades; nós, ao contrário, só com grande custo somos capazes de perdoar alguma pequena ofensa e, ainda que perdoemos, não sabemos esquecer inteiramente. Caríssimos, pensemos bem nisto: que seria se o próximo cometesse todos os dias para conosco tantas infidelidades e indelicadezas como nós cometemos para com Deus?

 Assim também vos fará meu Pai celestial se não perdoardes do íntimo dos vossos corações cada um a seu irmão". Na medida em que perdoarmos, seremos perdoados. Isto significa que somos nós próprios a dar a Deus a medida exata da misericórdia que há de usar para conosco. Aliás Jesus ensinou no Padre-Nosso: "Perdoai as nossas dívidas (= pecados, ofensas) assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Quem sabe mentimos a esta protestação que repetimos a Deus milhares de vezes. Quem guarda ódio, rancor e vingança, e não perdoa, ao rezar o Padre-Nosso está pedindo a sua própria condenação.
Ma o servo cruel foi castigado: "irado, o rei entregou-o aos algozes até que pagasse toda a dívida". E Nosso Senhor Jesus Cristo dá a conclusão: "

  Na verdade muita gente fica preocupada sem entender como praticar o perdão "Ex cordibus vestris", isto é, de todo coração, do fundo do coração, seriamente. Evitando toda a hipocrisia, nós  devemos estar prontos a testemunhar àquele que nos ofendeu, uma verdadeira caridade e a dar-lhe, por todas as formas, sinais de benevolência. Alguém dirá: é difícil!!! Não há dúvida. Mas Deus não nos exige nada impossível. Neste caso ouçamos o conselho de Santo Agostinho: "É difícil, para mim, perdoar a quem me ofende? Recorrerei à oração. Em vez de repelir injúrias com injúrias, rezarei pelo injuriador. Se tiver vontade de lhe responder duramente, falar-Vos-ei, a Vós, Senhor, em seu favor. E em seguida lembrar-me-ei de que Vós prometeis a vida eterna, mas ordenais que perdoemos ao irmão. É como se me dissésseis: "Tu, que és homem, perdoa a outro homem, a fim de que Eu, que sou Deus, possa vir a ti". Amém!

sábado, 2 de novembro de 2019

PURGATÓRIO - I - 37ª LIÇÃO

- QUE É O PURGATÓRIO?
- PURGATÓRIO É O LUGAR ONDE AS ALMAS DOS JUSTOS SE PURIFICAM, SATISFAZEM COM PENAS TEMPORAIS O QUE FICARAM DEVENDO PELOS SEUS PECADOS.

- QUANTO TEMPO FICA A ALMA NO PURGATÓRIO?
- FICA ATÉ DESCONTAR AS PENAS DEVIDAS PELOS SEUS PECADOS.

  



O purgatório é um lugar de castigo temporário. Para o purgatório vão aqueles que merecem ainda castigo, mas não castigo eterno. Merecem penitência de pecados veniais ou de pecados mortais já perdoados pela confissão ou pelo arrependimento perfeito com desejo de se confessar.
   Para o purgatório vão todos os que morrem sem pecado mortal, mas que ainda não satisfizeram inteiramente à justiça divina. Lemos na Bíblia que no céu não entra nada que tenha a mínima mancha.
   Vamos compreender bem isto.
   Todos os que morrem sem pecado mortal vão para o céu. Mas não vão todos imediatamente para o céu. Muitos têm de pagar ainda uma dívida. Muitos não satisfizeram à justiça divina. Um homem que viveu toda a vida em pecado mortal e só na hora da morte se arrepende e faz uma confissão, não vai para o inferno. Este homem morre sem pecado mortal. Mas a justiça de Deus não permite que toda esta vida de pecado fique sem castigo. Deus é justo. Na confissão,  Deus perdoa todos os castigos eternos mas nem sempre perdoa logo todos os castigos temporais. Temporais quer dizer: que dura só algum tempo, não para sempre.
   Depois da confissão muitas vezes restam castigos temporais. Contudo, só por pecados veniais ninguém vai para o inferno. Mas Deus é justo e castiga também o pecado venial, não com um castigo eterno, mas com um castigo temporário.
   Este castigo temporário muitas vezes Deus já dá nesta vida, quando nos manda doenças, pobreza e outros incômodos, como castigos bem merecidos dos nossos pecados. Assim satisfazemos à justiça divina.
   Podemos também satisfazer à justiça divina por boas obras: dando esmolas, fazendo o nosso trabalho com boa intenção para a honra de Deus, rezando, assistindo à Santa Missa, ganhando indulgências.
   Muitos se descuidam destas boas obras e morrem sem ter satisfeito inteiramente à justiça divina. Têm ainda alguma satisfação a dar, têm ainda algum castigo a sofrer. Este castigo rebem-no eles no purgatório.
   Dizemos que o purgatório é um lugar de castigo temporário, porque ali o castigo não dura sempre. Quase todos os doutores da Igreja são de parecer que estas almas do purgatório sofrem também o fogo, e as vezes, durante muito tempo. Elas têm a graça santificante e amam a Deus muito mais do que nós. Mas ainda não podem ver a Deus. Primeiro devem pagar toda a dívida. No purgatório as almas sentem um grande arrependimento ainda dos menores pecados, porque as fazem sofrer muito, sobretudo porque retardam sua entrada no céu para ver a Deus. O pecado venial é pequeno em comparação com o pecado mortal: O pecado venial, porém, é um mal maior que toda a infelicidade do mundo, porque ofende a Deus e merece tão grande castigo no purgatório. As almas do purgatório se arrependem muito por não terem feito mais obras boas, mais comunhões, mais esmolas, mais penitências, sobretudo, assistido mais missas e com mais fé e devoção. Pois, com estas boas obras poderiam ter pago toda a dívida aqui na terra; e teriam ido logo para o céu.
   Antes de terminar, quero dar-vos um conselho importantíssimo: Receber o ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO, e cumprir, é claro, todas as condições da confraria do escapulário. Pois quem morre com o escapulário, tendo cumprido todas as condições, Maria Santíssima o vem tirar do purgatório, no primeiro sábado após a morte.

EXEMPLO
   Certa vez, um militar de alta patente, mas incrédulo, viu um menino com um escapulário ao pescoço. Pegando no escapulário, perguntou o homem, com riso de escárnio: "Que trapinho é este?" O menino que não era nada bobo, se esticou todo e colocou a mão no ombro do oficial e lhe perguntou por sua vez: "E que trapinho é este aqui?"  - "Isso, disse o militar, é o distintivo de almirante da nossa marinha". Respondeu o menino: "Pois meu "trapinho" é o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, distintivo de filho de minha Mãe do céu." O oficial impressionou-se com a bela resposta do menino e lhe colocou no bolso uma moeda de ouro. 

COLÓQUIO COM JESUS SOBRE OS FINADOS QUERIDOS


A  ALMA: Meu doce Jesus, quero desabafar um pouco convosco. Vós dissestes que viessem a Vós aqueles que estivessem acabrunhados. Meu Jesus querido, desde o dia de finados que ando triste ao pensar nos entes queridos, pai, mãe, irmão e outros parentes e grandes amigos que já partiram para a eternidade. Confesso, ó Jesus, que, às vezes choro, mas não penso que estou pecando porque Vós também chorastes  diante de túmulo do Vosso grande amigo Lázaro, irmão de Marta e Maria que tanto vos amavam e ajudavam.

JESUS: Querida, a tristeza que te enluta, as lágrimas que derramas nestes dias consagrados à piedade pelos defuntos, são caras ao meu coração, porque são acompanhadas de esperança cristã. Muito me agrada ver você fazendo a Novena pelas Almas do Purgatório. Tu deves esperar que os teus queridos finados estejam em lugar de salvação, porque a minha misericórdia é imensa e infinita. Podes ficar certa, querida alma, quando os teus caros agonizavam eu estava lá junto deles; estava lá, não para fulminá-los com o meu rigor, mas para salvá-los com a minha graça. Morri na Cruz por eles! O que se passou entre mim e aquelas almas está escrito no livro dos meus segredos; um dia, porém, tu lerás este livro, e verás quão grande foi a minha misericórdia. Por ora basta que saibas que naquelas horas extremas Eu não abandono um só momento a alma cristã às insídias do demônio, mas assisto-lhe, defendo-a, protejo-a e ofereço-lhe todas as graças necessárias para salvar-se. Naqueles momentos o mundo para ela já não tem atrativos, as paixões já não têm mais alimento, e Eu me aproximo da alma e lhe pergunto: queres-me? Uma alma que me custou o Sangue das veias, ainda que me não tenha amado durante a vida, Eu não posso abandoná-la antes de tentar todos os esforços para salvá-la; e um ato só de amor, e até um simples desejo de amar-Me, que eu veja no seu coração, não é de mim rejeitado e tem infalivelmente a sua recompensa. Ora, quem pode assegurar que uma alma agonizante, no momento de apresentar-se no meu tribunal, não conceba ao menos o desejo de ser minha amiga! Portanto não sejas tão fácil em crer que uma alma se tenha perdido, e espera (sou Eu que to ordeno!) espera sempre que esteja em lugar de salvação. A Igreja que fala sempre inspirada por mim, muitíssimas vezes te assegura que certas almas estão no Paraíso, mas nunca disse nem dirá jamais que uma determinada alma tenha caído no inferno.


A ALMA: Lá de meu íntimo, eu Vos agradeço! Que conforto para mim, ó doce Jesus! Rezarei sempre pelas almas dos falecidos, confiada na vossa misericórdia infinita!

PURGATÓRIO - II - 38ª LIÇÃO

- QUE DEVEMOS FAZER PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO? 
- DEVEMOS REZAR E MANDAR CELEBRAR MISSAS POR ELAS.

  
Na Sagrada Escritura lemos o seguinte: Judas Macabeu era um grande chefe militar, e combateu pela liberdade de sua religião e de sua pátria. Depois de vencer uma grande batalha, viu que muitos dos soldados, mortos na batalha, guardavam pequenas estátuas de deuses falsos. Isto era pecado. Mas Judas Macabeu supôs que não era pecado mortal, ou, se fosse pecado mortal, que teriam tido arrependimento perfeito antes de morrer. Judas Macabeu compreendeu que aqueles soldados não tinham satisfeito inteiramente à justiça divina. Ainda tinham de sofrer castigos de pecados veniais ou de pecados mortais já perdoados. Judas Macabeu quis satisfazer a justiça de Deus por eles. Fez uma coleta que rendeu duas mil moedas de prata. Mandou este dinheiro a Jerusalém para se oferecer no templo um sacrifício satisfatório por aqueles defuntos. E a Sagrada Escritura diz que fez muito bem.

Devemos ter compaixão das almas do purgatório e ajudá-las. Ajudamos as almas do purgatório encomendando Missas em intenção delas. Não convém adiar as Missas dos defuntos: as almas do purgatório, nos seus sofrimentos, estão contando os minutos que faltam para uma Missa, Convém fazer rezar mais de uma Missa por um defunto. O ideal é reunir a família e talvez mais alguns parentes próximos e mandar celebrar uma série (  30 missas em 30 dias seguidos) de Missas Gregorianas. Também ajudamos muito as almas quando, em favor delas, assistimos a uma Missa, recebemos a Santa Comunhão, damos esmolas, fazemos outras boas obras e ganhamos indulgências, por exemplo: rezando o Terço. Nem todos temos meios para mandar rezar muitas Missas pelas almas daqueles que nos eram caros neste mundo, mas todos podemos assistir a Santa Missa, comungar, e todos podemos rezar muitos terços por aquelas almas queridas. É muito bom rezar todos os dias, ao menos todos os domingos, o Santo Terço pelas almas do purgatório.
   Há poucos anos, um amigo meu ia acender um lampião. O lampião explodiu e pegou fogo na roupa dele. Felizmente a mãe estava perto, tomou rapidamente um cobertor e abafou o fogo.
   Muitas mães sabem que seus filhos estão no fogo muito pior do purgatório, mas deixam-nos lá sofrer. Elas não têm pressa em livrar seus filhos do fogo, de encomendar uma Missa pela alma dos filhos. Não têm dinheiro para dar esmolas em favor deles. E assim também os filhos deixam seus pais sofrerem no purgatório, esquecem estas pobres almas, que tão bem podiam ajudar.
   A piedade cristã reservou as segundas-feiras e todo o mês de novembro para a devoção às almas do purgatório.

EXEMPLO
   Vivia em Paris uma pobre empregada como criada. Do pouco dinheiro que ganhava, mandava dizer todos os meses, uma Missa pelas pobres almas do purgatório. E sempre assistia pessoalmente àquela Missa. Mas aconteceu ficar sem serviço e as suas economias estavam se acabando. Certo dia procurando emprego, passou em frente da igreja de Santo Eustáquio. Lembrou-se então de que naquele mês, ainda não tinha encomendado a Missa pelas almas. Mas tinha um só franco por uma Missa pelas almas. O padre não sabia que era o último dinheiro da pobrezinha. Depois de assistir à Missa, a órfã saiu da igreja, e encontrou um moço. O moço perguntou-lhe se procurava emprego. Ela admirada, disse que sim. Então o moço deu-lhe o endereço de uma casa e disse que ali precisavam de criada. Ela foi àquela casa, onde foi recebida por uma senhora elegante a quem disse por que vinha. A senhora perguntou: "Mas como sabia você que eu precisava de criada, se ainda não o disse a ninguém?"
   A moça contou que, ao sair da igreja, tinha encontrado um moço. Neste momento reparou um retrato que estava na parede, e disse: "Foi este senhor que me mandou aqui". Ao que a senhora disse muito comovida: "Foi este moço?" Então não serás minha criada, mas minha filha. Este moço é meu filho, que faleceu há dois anos. Você o livrou do purgatório e por gratidão ele a mandou para minha casa."
   Ficará sempre comigo e rezaremos juntas todos os dias pelas benditas almas que ainda precisam de orações.
   N.B. : Normalmente estas aparições não acontecem, mas nos desígnios de Deus Nosso Senhor, podem acontecer por um privilégio especial, como foi o caso acima citado.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

COLÓQUIO COM JESUS SOBRE AS ALMAS DO PURGATÓRIO QUE CHEGAM NO CÉU


A ALMA: Meu dulcíssimo Jesus, como os discípulos de Emaús, quando falais ao meu íntimo, sinto-me inflamar o coração. Nesta visitinha que Vos venho fazer aqui no Tabernáculo, gostaria que continuásseis a descrever a chegada ditosa no Paraíso, das almas no Purgatório após a total purificação.

JESUS: Pois não, minha filha, fá-lo-ei  com muito gosto. Se ajudares sempre as almas do Purgatório haverá para ti um prêmio especial quando também, saindo do Purgatório, fores para o Céu. Então Eu irei ao teu encontro, cheio de doçura, jubiloso e sorridente, mas não estarei só. Comigo irá uma belíssima coroa de almas que tu logo reconhecerás... as almas dos teus caros, aquelas almas que tu tanto choraste, que tanto amaste ... uma a uma irão encontrar-te ... e tu as abraçarás, as estreitarás de encontro ao coração para não te separares delas jamais. Oh! como encontrarás belos aqueles rostos, como serenas aquelas frontes, como encantadores aqueles sorrisos! Quando viste pela última vez os teus caros, estavam desfeitos pela dor, pela agonia, pela morte! Mas então os verás felizes, bem-aventurados... e para sempre. Aquela alma que mais que nenhuma outra amaste sobre a terra, tua verás não já triste como era um dia, não já aflita, não já desventurada, mas radiante de glória, de felicidade, de amor eterno. Ela cairá em teus braços, os vossos corações confundirão as suas pulsações, e estareis juntos para sempre, por toda a eternidade, amar-vos-eis para sempre, gozareis juntos a mesma felicidade. E serei Eu, Eu mesmo, que então te restituirei ao coração as almas que agora recordas com tanto amor e com tantas lágrimas, como já um dia restituí à viúva de Naim o seu filho ressuscitado. A tua família, despedaçada agora pelos golpes repetidos da morte, será então reconstituída para não mais ser destruída. Então os doces nomes de pai, de mãe, de esposa, de filha, já não serão nomes perdidos entre as valas do cemitério, mas nomes que repousarão sobre almas adornadas de glória imortal, sobre almas que tornarão a ser tuas, eternamente tuas. E quando as tornarás tu a ver? Quando as abraçarás de novo? Quando despontará esse dia tão belo? Oh! esse dia está mais próximo do que tu pensas. As almas lá de cima já ensaiam os cânticos, já se preparam para vir ao teu encontro... Um pouco mais de sofrimento, e depois o Paraíso abrir-se-á também para ti: Deixa portanto as tristezas inconsoláveis para aqueles que não têm esperança; lança o teu olhar para além dos sepulcros, ergue o teu coração até à estrelas... mais acima ainda... em direção do Céu... Não ouves uma voz desconhecida, uma voz que emudeceu durante tantos anos, e que agora te chama, te convida e suspira por ti? ... Por ora é só uma voz... amanhã será um semblante... será um coração... será o amplexo eterno dos teus entes queridos. Mas, aproveita, filha, este tempo preciosíssimo de tua vida. Procure estar sempre na graça de Deus, esforça-te por crescer cada dia no meu amor e no de minha Mãe Santíssima. Sê caridosa, humilde, pura, em uma palavra, santa. É o que te desejo. Não só te espero no Céu, quero que estejas bem perto de Mim!


A ALMA: Dulcíssimo Jesus, enquanto essas vossas palavras penetravam em mim, eu sentia que a terra é realmente um vale de lágrimas, é desprezível quando assim olho para o Céu, para meus entes queridos que lá já estão ou estarão. O Céu é a casa de nosso Pai. Ali estará reunida um dia toda a família de Deus. Amém!