É preciso distinguir entre o Primado ou preeminência espiritual do Papa sobre todas as igrejas e o seu poder temporal, ou sobre os seus domínios temporais. O Primado Espiritual é de instituição divina e inseparável do Sumo Pontífice. Já o Domínio Temporal é de origem humana. É evidente que o Primado Espiritual do Papa é muitíssimo mais importante; apenas falaremos dele depois, porque se trata justamente de algo mais profundo, ou seja, é uma Tese Teológica que exige naturalmente mais tempo para um estudo profundo.
Neste post falaremos um pouco sobre o poder temporal do Papa. Sabemos que o Vaticano é um país, cujo título oficial é: Estado da Cidade do Vaticano. Como tal foi instituído pelo Tratado de Latrão em 1929.É um governo monárquico absoluto eletivo. E é o próprio Papa, como Bispo de Roma que é o governo do Vaticano.
A origem e o aumento dos Estados pontifícios foi devido em grande parte a diferentes doações de Príncipes cristãos, em particular a Pepino e Carlos Magno, como mostra a história eclesiástica e a profana.
Ainda que o domínio temporal do Papa não seja uma coisa absolutamente necessária, assim mesmo é de suma importância para o bem estar de Igreja universal e, por isso mesmo deve olhar-se como uma disposição especial da Divina Providência. Pois além de muitas vantagens que se poderiam aqui notar, o Papa, sendo Príncipe temporal, adquire, com relação aos Príncipes temporais, uma posição que lhe é indispensável, mais livre e independente, e as suas disposições eclesiásticas têm maior força exterior.
Se o Papa fora súdito de algum monarca, a direção e governo da Igreja se veria muitas vezes perturbada, impedido e até se tornaria impossível, pois no exercício do seu poder espiritual o Papa não só dependeria justamente de Deus, mas dependeria muitas vezes, com menosprezo de si mesmo e de todos os fiéis que são os seus filhos, do poder e favor dos príncipes temporais. Pois se um rei temporal atacasse os direitos espirituais do Papa, estivesse em guerra com outros príncipes, ou chegasse até mesmo a apostatar da fé, é fácil de ver quantas e quão graves dificuldades teria o Sumo Pontífice, sendo súdito no temporal. Uma sentença pronunciada no Concílio de Basileia no século V ainda hoje tem valor nos nossos dias: "Sem o patrimônio temporal da Igreja, o Papa seria servo de reis e príncipes".
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